A Arte da Guerra escrita por clariza


Capítulo 25
// Porque se você não acredita, não poderá feri-lo //


Notas iniciais do capítulo

Hey there folks.
Espero que gostem do capitulo ♥



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Freya encarava o teto, ela só estava lá a um dia e aquele lugar já a estava enlouquecendo, assim que acordou ela não saiu da cama pelo que lhe pareceu horas, quando ela finalmente resolveu sair da cama caminhou em círculos até cansar e voltou a deitar na cama. Ela ouviu primeiro os passos, logo em seguida uma figura masculina tomando forma. Ela se sentou na cama e esperou pacientemente enquanto seu pai entrava naquela prisão.

―Oi papai ― ela disse, sorrindo aliviada.

―Oi docinho, como você está? ― o homem puxou uma cadeira e se sentou em frente a ela.

―Já estive melhor, você por outro lado parece que não tem dormindo muito, algum projeto novo? ― Willian não resistiu, amava quando a filha se mostrava interessada no trabalho dele. Foi ideia dele em primeiro lugar incentivá-la. Agora ele se culpava.

―Sim, algo com termodinâmica ― ela se levantou da cama indo até perto dele e se sentando no chão olhando atentamente para ele, William sorriu para ela, desejando poder entrar na cela de Freya.

―É pra NASA? Eu ouvi falar sobre a missão tripulada para Marte. ― Freya mal podia se conter em excitação, era a única pessoa que entrava naquela sala que não a fazia imensos interrogatórios sobre a hydra, não a tratava como uma ameaça em potencial.

―Sim, é pra NASA ― ele disse, indo até a ponta da cadeira ― eu ainda adoraria ter a minha parceira astrofísica.

―Faz anos que eu não estudo isso pai, meu foco está na genética ― Will fez uma careta.

―Nunca entendi por que você gosta disso.

Bucky por outro lado, assistia a interação das outras pessoas com Effy pelas lentes das câmeras, as pessoas acham que não era uma boa ideia que ele entrasse lá, mesmo que ele insistisse que não era burro que ele saberia exatamente como falar com ela, ele tinha certeza que poderia fazer com que ela mudasse de ideia, ele saberia o que está passando com ela.

Ele ouviu uma batida rápida na porta, e logo em seguida uma mulher baixinha de cabelos castanhos e curtos colocou a sua cabeça pela brecha na porta com um sorriso tímido.

―Desculpe, eu estava procurando pelo Fury.― ela disse, Bucky se virou em frente a mesa.

―É sobre a doutora K? ―Perguntou, ela balançou a cabeça em afirmação ― Você pode me dizer o que é, doutora...?

―Simmons ― ela respondeu, tímida.

―Então, o que você é encontrou? ― ela hesitou por um segundo, entrando na sala e fechando a porta atrás de si.

―Bem, é intrigante, nem eu tenho tanta certeza sobre isso ― ela colocou os resultados sobre a mesa ― ela fez diversos testes e a mãe dela está a avaliando psicologicamente, eu achei que tinha entendido o que havia acontecido, eu passei alguns meses dentro da hydra infiltrada.

―Isso é bem corajoso da sua parte ― interrompeu o soldado, ela deu um pequeno sorriso.

―Eles têm um método, como uma lavagem cerebral, é muito agressivo, envolve pequenas torturas, como provação de sono, de alimentação, confinamento além das drogas como LSD, mescalina e outras substancias, luzes ofuscantes, oscilação de temperatura...

―Eu conheço os métodos da Hydra ― Ele interrompeu mais uma vez, completamente desconfortável com as menções da doutora, sua nuca se arrepiando, ele inclinou o seu corpo se apoiando sobre a mesa de metal na sua frente.

―Me desculpe, mas, essa lavagem cerebral às vezes permite que o individuo a quebre por um tempo ou permanentemente como você, mas existe uma palavra de controle, que é dita milhares de vezes, e quando é terminada, a pessoa fica feliz em obedecer.

―Você acha… ― as palavras se afogaram em seus lábios antes que ele as pudesse dizer ―Você acha que eles fizeram isso com ela?

―Talvez, mas não encontrei nenhuma marca disso, se eles já fizeram isso com ela foi há muito tempo, não existe qualquer resíduo no sistema dela, mas, por outro lado eu encontrei outra coisa, são resquícios de uma substancia que nós conhecemos como GH 325. ― ela abriu a pasta, mostrando uma foto do que parecia um padrão de bactérias aos olhos não treinados do soldado ― é muito similar ao soro GH 325, mas a cadeia proteica é diferente.

―Isso quer dizer?

―Isso quer dizer, que o sistema dela está infestado com alguma substancia alienígena que nós não temos ideia do que seja o que faz ou pra que serve, mas sabemos que pode ser Kree.

Bucky mordeu o lábio inferior, olhando para a tela novamente, vendo Freya completamente imersa na conversa com o pai dela, que já havia descido da cadeira e se sentava no chão em frente a ela.

―O que é um Kree?

―Kree é uma das raças alienígenas que sabemos que existem, das quais nós não sabemos praticamente nada, além de que eles são humanoides e azuis.

―E a S.H.I.E.L.D não consegue localizar um ser azul caminhando sobre a terra?

―Sabemos também que um Kree apenas se torna azul se ele quiser ― ela fez um careta de desgosto, era obvio pela expressão dela que Simmons não gostava muito de alienígenas.

―Isso definitivamente faz o trabalho um pouco pior ― Jemma olhou para tela da televisão, com um sorriso triste.

―Sabe, eu a conheci antes de tudo isso, quando eu fui para Cambridge umas duas semanas antes de ela ir para a Polônia, de alguma forma ela fez parecer ter dezessete e alguns phd’s ser algo muito legal.

―Ela sempre fazia essas coisas parecerem legais.

Simmons sorriu, recolhendo as folhas e se despedindo do soldado com um sorriso, ele saiu da sala deixando o soldado sozinho, ele observou por mais um minuto até que resolveu sair, a sua cabeça preenchida com o que só poderia ser descrito como um eco irritante, nem mesmo o melhor time da S.H.I.E.L.D sabia o que tinha acontecido com Effy.

Ele sempre imaginou que Freya tivesse sido torturada de alguma forma pela hydra, mas ouvir as possibilidades fez o estomago dele revirar, e havia a tal da substancia que eles não sabiam o que era muito menos o que poderia fazer, ele saiu da sala indo até os vestiários e pegando as chaves da sua moto e a jaqueta de couro, ele precisava esvaziar a sua cabeça de tudo aquilo, havia milhões de coisas para se preocupar além de Freya, toda aquela coisa da cabeça do idiota do Stark e o idiota do governo americano, que havia passado de um país da liberdade para controle total com essa história de Super Hero Registration Act, ele era totalmente contra essa idiotice de registrar heróis como se aquilo fosse um tipo de clube do livro. Prestar contas sobre as escolhas difíceis que eles tinham que fazer em todas as ações para depois ter aquilo jogado na sua cara? Como se viver com um fantasma das suas ações passadas não fosse demais.

Uma das coisas que havia aprendido nos últimos tempos era que ele nunca deveria olhar para trás, o passado estava morto e enterrado e ele não iria ganhar nada vivendo naquele lugar, os pesadelos onde nada era sólido, nada era real uma fantasia distorcida da sua vida tornavam isso difícil, mas era algo que ele tinha que fazer para sobreviver. Era tudo sobre o presente, o hoje. Ele sabia quem ele era, o que ele havia feito. Os Fantasmas do passado nunca o deixariam esquecer isso.

Ele desceu as escadas, dando um encontrão acidental em William Konstantinovka, ele sorriu e se desculpou.

―Espere, eu queria falar mesmo com você, pode me dar um minuto? ― perguntou.

―Eu estava de saída agora mesmo, é algo importante?

―Não de verdade, é só ― ele colocou as mãos na cintura, suspirando ― É difícil toda essa situação, eu suspeito que você não tenha filhos e eu realmente preciso de uma cerveja.

―Eu conheço um lugar.

Meia hora depois, William e Bucky estavam sentados no balcão de um bar de esportes com cervejas em suas mãos. Will, como insistiu para ser chamado tomou a cerveja como se fosse um manjar dos deuses “eu sou alemão” se justificou arrancando uma risada involuntária de Bucky.

―Então, como isso aconteceu? ― ele perguntou por cima do som da televisão, fazendo Bucky engasgar com o liquido.

―O que aconteceu? ― Will sorriu para ele.

―Missões de reconhecimento, dez invasões a bases da hydra, Sibéria, e acho que eu posso acrescentar você ter adotado um gato cego chamado Yuri ― ele deu um gole ― eu também devo perguntar como está o gato.

―Yuri está bem, só meio magro ele sente saudades dela.

―Bom saber.

―Freya me ajudou quando ninguém fez isso, meses de trabalho, ela é gentil foi extremamente paciente com todos os meus surtos e tudo mais, não me matou quando eu não queria falar sobre nada, mas ficou bem puta quando eu disse que os Estados Unidos ganharam a segunda guerra, e algum tempo depois eu só sabia que, quero dizer, eu só queria que ela fosse a minha boneca.

―E ela estava ok com isso?

―Não de primeira, eu tive que trabalhar por isso, até cometi o erro de mandar flores, o próximo passo eram chocolates, mas ela surtou e jogou as flores no lixo, eu não sabia, achei que estava com tudo. ― William gargalhou e Barnes o acompanhou, era quando ele sentia que não conhecia nada sobre Freya, ela era apenas a incógnita mais bonita que ele já tinha visto na vida.

―Não me surpreende, ela odeia flores, a mãe dela diz que é trauma ― o rosto dele morreu enquanto tomava outro gole da cerveja ― Quando a encontramos, com, o corpo dele ela estava segurando uma florzinha, só sentada lá o rosto sujo de sangue, ela teve uma concussão estava muito confusa, depois disso ela passou a odiar flores, ela também não gosta muito de cor de rosa, um toque pra qualquer coisa.

―Ela voltou e eu dei um cacto, eu sei que ela odeia lugares completamente brancos ― vangloriou-se.

―Você está certo ― os homens deram um leve brinde com suas garrafas ―Por alguma razão eu realmente gosto de você senhor Barnes. Eu espero que o que quer que tenha acontecido na hydra, que ela fique boa logo.

―Eu também. ― Bucky deu um gole desanimado na cerveja.

Bucky deu uma desculpa qualquer para ir pra casa, estava tarde, a música era irritante, apesar da conversa estar animada e William ser uma pessoa legal, ele estava ficando um pouco exausto, desde Freya voltou ele mal conseguira dormir uma noite inteira sem ter pesadelos, geralmente ele sonhava sobre algumas coisas do passado, sobre missões antigas que havia feito pela hydra e cada assassinato voltava pra ele como um soco na garganta.

Em casa ele alimentou o gato, que finalmente estava começando a criar um pouco de gordura, e fez carinho nas orelhas do bicho ruivo e foi para o quarto, Steve estava fora nua missão. O quarto dele parecia uma metáfora para a sua vida, uma bagunça de lençóis revirados, armas escondidas, livros espalhados com algumas folhas rasgadas espalhadas pelo local. Ele afastou o computador o colocando no chão e se jogou na cama, se livrando da camiseta e dos sapatos e abrindo o conto já deitado, fechou os olhos sentindo os passos suaves do gato subindo na cama dele, e se abrigando perto do rosto, inconscientemente ele esticou a mão e fez carinho as orelhas do gato fechando os olhos e se deixando apagar.

Os olhos dela estavam lacrimejando, tocando o rosto dele completamente fora de si, sufocando ela tentava dizer alguma coisa, mas o aperto na garganta era muito forte, as mãos dele estavam em torno do pescoço dela o corpo de Freya se debatia embaixo dele, era inútil ele estava completamente enfurecido com ela, todos aqueles jogos, ele só queria acabar com isso. Num segundo Freya olhou direto nos olhos e então não havia mais luzes em seus olhos, só o pálido morto. Bucky acordou num solavanco, a testa pingando de suor ainda tremendo ele se levantou indo até o banheiro e lavando o seu rosto, apoiando as suas mãos na pia se olhou no espelho, o que diabos ele iria fazer? A resposta veio mais rápido do que poderia pensar.

Ele voltou correndo para o quarto, colocando a camisa e as botas, fechou o cinto e começou a recolher os papeis do chão, tentando no escuro os organizar por datas, ou pelo menos fazendo que eles não ficassem tão sem sentido como estavam, colocou todos debaixo do braço e desceu dessa vez pegando um carro dirigindo até o quinjet onde Freya estava presa, antes que alguém pudesse detê-lo ele já havia descido até a cela dela.

Assim que os seus olhos fizeram contato com os dela, Freya se afastando, ficando no canto mais distante da cela, ele só queria entrar lá dentro e beijá-la, em vez disso ele apenas a encarou.

―Você nunca vai parar até conseguir o que você quer aqui, você está ficando sozinha e entediada, enquanto isso eu quero que você leia sobre tudo isso, tudo que você deixou para trás. Saiba que eu também não sou de desistir do que eu quero ― ele abriu a proteção, deixando os arquivos sobre a cama e saindo de perto, fechando a proteção ao sair ― Você nem perguntou do Yuri.

Freya o olhou extremamente confusa.

―Quem é Yuri ?― perguntou arrancando um sorriso amargo de Bucky, Ele respirou fundo.

―Eles te roubaram de si mesma.

Bucky mordeu o lábio, colocou as mãos na cintura e saiu daquele lugar antes que perdesse completamente a razão.

―Espere! ― ela gritou, saindo do local onde estava e se aproximando da cama ― O que é tudo isso?

―Suas anotações, quase uns diários de um ano ― explicou ― tem as minhas anotações também, meu novo psiquiatra disse que era bom eu escrever, mas é entediante, eu desisti. Achei que você poderia gostar.

―Porque eu iria ler isso? ― debochou a doutora.

―Por que você é curiosa, agora mesmo você está se roendo de curiosidade agora mesmo. ― ele seguiu rumo a escada ― Boa noite, Effy.




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Notas finais do capítulo

No one's getting younger
Would you like a souvenir?
Let it take you under,
Feel your worries disappear

'Cos if you don't believe, it can't hurt you
And when you let it leave, it can't hurt you
'Cos if you don't believe, then you know
Then you know it can never do you harm

Graveyard Whistling - Nothing but thieves