A Arte da Guerra escrita por clariza


Capítulo 24
// Poema Amargo //


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeey there folks!
Não há muito o que falar, espero que gostem.



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―Algemas? ― Freya perguntou assim que Fury entrou na sala, levantando as mãos e mostrando as algemas ―Vou encarar tudo isso como um elogio.

―Não vejo como senhorita Konstantinovka ― respondeu o homem colocando uma pasta parda sobre a mesa de metal e se sentando na cadeira em frente a ela, Freya abaixou as mãos as escondendo debaixo da mesa.

―Você acha que eu sou perigosa o suficiente pra ter que me algemar num avião, que existem tantos lugares para eu correr e fugir já eu sou tão forte para enfrentar os seus soldados ― Fury deu uma risada.

―Isso é mais para a sua segurança, a senhorita está confusa ― Freya balançou a cabeça incrédula ― Nós temos que saber direito o que aconteceu nos últimos tempos com a senhorita e tomarmos as devidas providências em relação a isso.

―O ultimo ano foi bem interessante, eu fui sequestrada por um dos seus agentes, depois eu fui resgatada pelo meu time e voltei ao trabalho, sabe como é ficam perdidos que nem galinhas quando eu não estou por perto, e estive trabalhando bastante até ser presa pelo seu time e agredida fisicamente por um deles, caso não tenha notado o meu nariz sujo de sangue ― ela sorriu ― que não é o sangue dos meus inimigos e sim o meu próprio sangue. E agora eu estou sob custódia e eu não sei por que já que eu não estava violando a lei, eu gostaria de chamar um advogado, eu ouvi falar sobre um cara cego em hell’s kicthen ser muito bom, então eu tenho certeza que eu posso ligar pra ele assim que aterrissarmos, ou estamos indo para uma base super secreta de localização desconhecida?

―A segunda opção, a senhorita não está presa ― ela levantou o pulso algemado ― tecnicamente.

―Então o que eu estou fazendo aqui?― Ela juntou as mãos cruzando os dedos e colocando os punhos sobre a mesa.

―Seus pais estavam preocupados ― o homem disse, ganhando um olhar de rabo de olho.

―Então eu estou algemada numa mesa nessa caixa de abelhas num avião a dezesseis mil pés de altura indo pra uma base secreta no meio do nada por que eu não telefonei pra minha mãe na páscoa? Você está insultando a minha inteligência.

Fury abriu a pasta, espalhando uma sequência de fotos sobre a mesa, a mulher se atentou nas imagens, haviam diversas pessoas que ela conhecia naquela mesa, todos os jovens afortunados que ela havia encontrado durante os últimos meses muitos deles mortos, não havia fotos dela em nenhum momento, mesmo assim isso a deixou desconfortável. Freya era uma boa mentirosa, mas ela estava conversando com o senhor espião, os segredos dele tinham segredos.

―O que eu tenho haver com essas fotos? ― ela perguntou, fingindo que não os conhecia, Fury colocou a ultima foto de Frederiksen morto, ela engasgou quando viu a pele pálida do rosto dele cortado por um furo a bala o meio da sua testa ― O que vocês fizeram com ele? Frederiksen era um bom garoto, só estava confuso.

―Ele eletrocutou três soldados! ― respondeu o diretor de forma mais intensa.

―Vocês o assustaram, ele era um garoto bom. ― insistiu a doutora, se segurando para não chorar sobre o corpo do garoto loiro dos olhos verdes que gostava de contar histórias. ― Vocês o mataram, ele tem uma mãe sabiam disso? A família dele estava esperando que ele voltasse para casa e agora tudo que eles vão ter é um corpo. Que tipo de monstro mata uma criança?

―Aqueles que fazem o que é melhor para não espalhar o caos, Freya. Onde o conheceu?

―Ele procurou ajuda.

―Com a hydra? ― perguntou o homem, incrédulo.

―Não, no reino das fadas.

―Aprecio o seu senso de humor ― a doutora forçou um sorriso ―Mas eu preciso de respostas, seja legal doutora vamos cortar a conversa fiada, vamos do inicio, o que aconteceu depois que você voltou para hydra?

―Nós tomamos chá da tarde debaixo da torre Eiffel. ― O diretor rolou os olhos ― Eu tenho fotos no meu celular se quiser provas.

O diretor a encarou, fazendo Freya suspirar desconfortável.

―Eu fui direto para o castelo, o reino estava trancado e havia esse homem velho sentando num trono, ele disse que era melhor se eu mantiver a minha boca fechada.

―Você está sendo difícil Freya.

―Segunda vez que vocês me elogiam hoje, estou começando a ficar convencida, se eu não estivesse algemada eu iria jogar o meu cabelo, espere ― ela disse girando levemente a cabeça e jogando uns fios soltos do cabelo para trás, e levantando o ombro sorrindo ― Isso foi meio incrível, você tem que admitir isso.

―Não Freya, você está sendo impertinente e sinceramente está me irritando.

―Não é sequer a minha intenção. ― ela sorriu ― minha intenção é ficar aqui e enrolar o maior tempo que eu consegui enquanto a minha equipe esvazia a sua geladeira.

Ela deu um sorriso diabólico enquanto Fury mandava um agente verificar a situação da geladeira, onde eles mantinham a maioria das armas apreendidas pela S.H.I.E.L.D. incluindo diversos 084, objetos de origem alienígena quais eles não haviam arranhado a superfície de saber para que elas funcionavam.

―Você acha que isso é algum tipo de brincadeira? ― ela negou com a cabeça ― Então porque está fazendo isso? Achei que você era do nosso time, eu movi céus e terras para te encontrar, mandei os melhores times de buscas…

―Você me expôs! ― ela gritou do outro lado da mesa, a sua expressão antes divertida coberta de fúria. ― Colocou o meu rosto em todos os jornais de todos os lugares! Colocou um preço por mim, e, por favor, metade do meu cérebro vale mais que aquele valor simbólico, 245 de QI valem muito mais, sabe quantas pessoas me perseguiram? E a maior pergunta de todas, por que vocês acham que eu queria ser encontrada por vocês? Por que em um milhão de anos eu ia querer voltar para a S.H.I.E.L.D?

―E porque não iria querer?

A garota recostou o seu corpo na cadeira, desviando o olhar do diretor, o homem pegou as fotos espalhadas na mesa recolhendo-as de volta para dentro da pasta ainda sem olhar para ela, de uma maneira ele conhecia ela, sabia que a Freya que ele conhecia não estava ali, era o corpo dela, mas aquela era uma estranha.

―Vai me deixar aqui? ― ela perguntou, com uma voz baixa ainda encarando a extremidade oposta em que ele estava.

―Sim, existe uma pequena fila de pessoas para falar com você do lado de fora, eu só queria ser o primeiro.

O diretor deixou a sala, a deixando sozinha, Freya suspirou chacoalhando a cabeça para afastar os pensamentos, uma lista de pessoas? Ela só conseguia pensar em uma, na pessoa que supostamente tinha ateado fogo no mundo e a cavou das cinzas, o que a deixava extremamente desconfortável e de certa forma ansiosa. Ela não esperava estar ansiosa em vê-lo, o soldado invernal havia lhe tomado quase um ano de sua vida, a manteve em cativeiro por tanto tempo, o coração dela disparou com a ideia as palmas de suas mãos imediatamente se tornam uma espécie de minadouro de suor, ela discretamente passou as palmas na lateral do seu jaleco. Ela olhou para a porta quando a maçaneta girou, adentrando uma mulher morena e alta, ela estava muito magra no vestido vermelho que usava e nos saltos altos, quando se virou em direção à garota deu um sorriso doce e o coração de Freya relaxou.

―Mama ― ela disse aliviada, tentando se levantar, mas presa no lugar que estava Madeline andou rapidamente em direção à filha a abraçando fortemente, apesar das algemas Freya a abraçou de volta fechando os olhos e aproveitando a sensação momentânea de ter cinco anos de idade e estar em casa. ― Onde está papa?

―Ele está resolvendo umas coisas, logo ele vai estar aqui ― a mãe se afastou, fazendo um carinho no rosto da filha ― O que você está fazendo meu doce?

―Eu juro que eu não fiz nada de errado mama, eu nem sei o que eles querem de mim.

―Eles querem a verdade Effy, o que você estava fazendo em marrakesh? Por que estava fugindo da S.H.I.E.L.D? O que você estava fazendo andando com as pessoas da Hydra? ― Maddie segurou os olhos da filha, a olhando diretamente nos olhos, Freya não desviava o olhar dela.

―Freddie era meu amigo, eu fui ajudá-lo.

―Com a Hydra? ― Freya se afastou e se sentou, ignorando os olhares preocupados na mãe.

―Não é tão simples, as coisas não são em preto e branco, elas estão em tons de cinza. ― explicou ― S.H.I.E.L.D não é um conto de fadas que eles fazem parecer, eles mataram freddie, eles matara milhares!

―Eles estão tentando fazer a coisa certa. ― a mãe suspirou ― seu pai está tentando fazer com que você não seja presa por terrorismo.

―Por terrorismo? ― Freya gritou ― Isso é ridículo.

―Isso é apenas umas das acusações.

―Eu não ataquei ninguém, eu não fiz mal a ninguém como eu posso estar sendo acusada disso? Eles estão blefando, eles não podem me acusar de uma coisa que eu não fiz!

―Hydra é uma organização terrorista, ele está tentando fazer um acordo ― a mãe dela cruzou os braços magros ― Se você falar o que você sabe, talvez eles possam abrandar a sua pena e talvez se você disser algo que realmente valha a pena, eles podem não te fichar ou te colocar pra trabalhar com eles eu não sei.

―Você está mentindo ― Freya se afastou, sentando-se na cadeira ―Você sempre sabe tudo que está acontecendo, a senhora tão teria vindo aqui se não soubesse, eles não podem me prender por coisas que eles não podem provas, segundo as noticias eu fui sequestrada pela hydra, eles não podem nem me manter aqui e senhora sabe disso.

―Eu só estou tentando fazer o que é melhor para você, como sempre.

―O melhor a se fazer agora é me deixar sozinha, a senhora nem o meu pai podem fazer nada, mas ligar para advogado cego ainda é uma boa ideia.

Mamãe saiu da sala sem dar mais uma palavra me deixando sozinha novamente, minutos depois uma agente apareceu e me guiou para fora da sala me levando até um quartinho sem câmeras e me deu um conjunto de calças de algodão azuis e uma camiseta na mesma cor, não fiz esforço nenhum para atacar ou tentar fugir, ela me colocou algemas de plástico e me levaram por um longo corredor, alguns soldados estavam parados em suas posições, me encarando enquanto eu passava numa lentidão exagerada por eles, o homem que me atingiu no rosto estava entre eles.

―Sinto muito ― ele disse, me fazendo parar e olhar para ele.

―Não sinta, só espere.

A cela que eu fui colocada ficava no subsolo, era bem parecida com a colmeia em que eu estava só que dessa vez havia apenas três paredes, a quarta era feita de uma espécie de campo de força que poderia ficar invisível, mas também assumir a cor de uma parede, caso fosse necessário ou quisessem me manter isolada. Eu me sentei na beirada da cama, no criando mudo havia um pequeno cacto com o bilhete embaixo do caqueiro, com curiosidade eu peguei o bilhete o abrindo.

“Por que você odeia flores,

Por que eu senti a sua falta, por que eu não entendo o que aconteceu com você,

mas ainda sim eu acredito, e eu vou fazer você ficar bem de novo.”

Na sala de controle Bucky sorriu ao ver o olhar curioso de Freya, a mãe de Freya entrava na sala junto com o pai dela, Nick Fury se virou para a mulher, esperando o diagnóstico.

―Ela está completamente fora de si, mas ao mesmo tempo ela está ciente, é como se ela estivesse em stand by, ela está ciente do que esta acontecendo, mas é como se n pudesse se controlar, eu não sei o que eles fizeram com a minha filha e ela está tramando alguma coisa.

―Como profissional o que você sugere que eu faça?― Maddie suspirou.

―É mais seguro aqui, mas mantenham a vigilância ate descobrirem o que ela quer, sejam cuidadosos, ela pode não ser forte, mas ela compensa com o cérebro.

―Ela não erra, nunca desiste, nunca perde.― O pai de Freya disse ― se ela está aqui, é por que ela estar. Como um conhecedor da peça eu sugiro que não a subestimem, e, por favor, não dê coisas potencialmente explosivas, como batatas.

―Batatas? ― Fury perguntou, desconfiado.

―Ela fez uma bomba com duas batatas, uma pilha e um fio de cabelo. ― Maddie sorriu ― ela tinha cinco anos.

―É o que ela faz de melhor. ― William disse.

―Eu tenho que concordar ― Bucky acrescentou ― Agora ela pode usar pasta de dente e peras.

Bucky voltou a olhar Freya pela tela de tv, desejando que ela estivesse bem e tudo voltasse a ser como antes, ela estava sentada olhando para uma parede um sorriso em seus lábios. Ele sabia a conhecia o suficiente para saber. Ela estava tramando algo.


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Notas finais do capítulo

And even if it's who you really are, you really are,
You wanna feel wanted
And even if it's true you really are, who you really are,
Then I'll look above you.
I'm out of advice, umbrellas wash away in the rain
I can't wait to see what you become when you became.
Cold war kids - bitter poem