A Arte da Guerra escrita por clariza


Capítulo 10
// Conexão Polônia //


Notas iniciais do capítulo

Hey there folks!!!
espero que gostem, obrigada pelos comentários



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/614552/chapter/10

Nana estava concentrada no seu béquer, era uma simples mistura entre o liquido rosado coberto de aminoácidos e o esverdeado com nitrato de potássio, deveria fazer o efeito que ela queria, era isso que ela sempre via Freya fazer com o soro. O liquido lilás se formou, deveria dar certo ela pegou uma pipeta colocando a mistura formada dentro de um tudo de ensaio e pegou uma seringa e se dirigiu para a sessão onde os ratos ficavam.

Ela se lembrou dos dias em que dividia o laboratório com a amiga, Freya. Elas haviam se tornado amigas instantaneamente moravam no mesmo prédio, iam ao shopping juntas, comiam juntas, contavam tudo uma a outra e de repente ela não estava mais lá. O quarto razoavelmente escuro estava cheio de ratos em suas jaulas, ela atravessou as jaulas cheirando a ração e foi até uma espécie de camara frigorifica, onde vários corpos estavam criogenados, o frio imediato entrou em contato com a pele da cientista a fazendo tremer, ela odiava aquele lugar com todos aqueles corpos de animais mortos, havia roedores, primatas, alguns animais de médio porte, ela abriu a porta do freezer onde diversos ratos brancos estavam escolhidos em pequenas sub-caixas cobertas de uma camada de gelo fino, apesar dos seus dedos estarem cobertas com as luvas os dedos foram atingidos por uma dor lasciva nas pontas, ela pegou a primeira que viu pela frente e voltou a sua sala iluminada e razoavelmente aquecida encolhendo os ombros, depositou a caixa do rato em cima da sua mesa e buscou aquecer os seus dedos, notando o colega de bancada a encarando embaixo dos óculos de armação preta.

―O que foi? ― ela perguntou levemente irritada, Ivan sabia que ela odiava ter que entrar naquele lugar frio, apesar de nascia e criada na Polônia Nana odiava o frio, ela vivia em crise alérgica por causa do tempo frio.

―Eu não disse nada ― respondeu o moreno, voltando sua atenção para o tubo de ensaio na sua frente.

―Idiota ― ela sussurrou baixo o suficiente para que só ela ouvisse.

Rapidamente Nana pegou a caixa metálica e a abriu, liberando um gás branco e revelando o rato morto lá dentro, com delicadeza ela deslizou o corpo do animal para a sua enorme bancada de vidro e pegou a seringa com o liquido lilás e o injetou no animal, tocando o seu corpo congelado e sussurrando “vamos lá” ela só tinha que esperar um minuto para que o animal respondesse ao soro e voltasse à vida.

Era química simples, ela tinha a receita ela sabia as quantidades dos ingredientes então porque o maldito rato não voltava à vida? Ela apertou o corpo dele como se fizesse uma massagem cardíaca, talvez fosse isso que o reanimasse, mas nada aconteceu. Ela o encarou com a frustração a consumindo, lembrou o jeito que a amiga fazia tudo aquilo parecer tão fácil, como se ela tivesse um toque da vida, tocava os animais e eles voltavam à vida. Como ela sentia falta disso, se ela pelo menos respondesse as suas mensagens, ligasse para ela, Nana podia entender o que ela havia feito.

Ela tinha sumido, ela queria sumir. Freya tinha uma essência boa, ela tinha visto em todas as oportunidades os pequenos atos de caridade e havia a maneira que ela tinha olhado para o soldado, a compaixão nos olhos dela. E quando ela viu a real situação daquele homem Nana soube que ela faria o que fosse preciso para concertá-lo. E agora ele estava morto e ela perdida em algum lugar da América.

―Nada ainda? ― ela suspirou profundamente, segurando firmemente a bancada, o rapaz tocou o seu ombro e ela se afastou do seu toque.

―Novak vai ficar furioso ― ela murmurou em resposta.

―E quando ele não está? ― ele voltou a segurar os ombros dela, os massageando levemente ― Desde que ela foi embora ele está louco, completamente fora da sua mente, ele tem falado um monte, mas você é a coisa mais próxima que temos de conseguir o soro e fazê-lo funcionar, ele não vai fazer nada sem você.

Ela fez um biquinho indignado e se virou, ficando de frente para o rapaz moreno e alto na sua frente.

―Ele vai gritar comigo!― reclamou― E quebrar as coisas que fez na ultima inspeção.

Ivan fez uma careta enojada.

―O rato, acredita que eu ainda sinto o cheiro de sangue na parede? ― Nana franziu o nariz com a lembrança de Novak atirando o rato na parede e desfazendo em milhares de pedaços fétidos e nojentos.

―Ainda tenho que entregar os relatórios dessa semana... ― ele sorriu compadecido com a situação dela, ela tinha que tomar o lugar da queridinha de Novak, isso não era fácil, Freya era uma peça fundamental para o laboratório, principalmente para o projeto soldado invernal, em anos tentando ele s nunca haviam chegado perto do soro que o fizera, mas ela havia feito progressos reais com aquilo. Ela suspirou, pegando o rato pelo rabo e o jogou na lixeira de lixo orgânico e hospitalar em seguida pegou uma ficha em que ela anotava os componentes químicos usados na formula fracassada e o resultado final do experimento, Nana pegou os papeis e saiu da Sala deixando Ivan sozinho.

Com passos firmes e mãos trêmulas a loira se dirigiu pelos corredores estreitos e metálicos da instalação, alguns guardas guardavam as portas com suas armas sempre em posição e rostos cobertos, alguns poucos revelavam as suas identidades, ao chegar a ultima sala do corredor D, ela pediu para que o já conhecido agente Troian a anunciasse, o soldado assim o fez e segundos depois ela adentrou a sala completamente feita de madeira, ao contrario de toda a instalação aquela sala era aconchegante, completamente coberta de madeira e com tapetes felpudos por todo o chão, uma lareira crepitava no canto direito onde havia duas cadeiras vitorianas que todos diziam ter pertencido aos Romanova, mas ninguém podia realmente provar. Nana podia ver os pés cobertos por uma pantufa cor de vinho, Novak a mandou se sentar perto dele, com passos largos ela se sentou na cadeira oposta a ele sendo imediatamente aquecida pelo calor do fogo. O senhor estava lendo um livro de romance adolescente, parecia concentrado na leitura.

―Como as crianças de hoje leem tanta baboseira? Quando era garoto, veja só, papai me deu uma coleção dos contos de Sherlock Holmes, mas antes que eu descobrisse qual a explicação para o mistério ele pegava o livro e me perguntava qual a minha teoria, você não pode imaginar o quão feliz ele ficou quando eu disse que não achava que o cão de Baskerville não era uma coisa sobrenatural. ― ela sorriu, fitando o fogo e logo em seguida olhando a figura loira ao seu lado, as pernas cuidadosamente cruzadas e os papeis pousados em seu colo ― Que tipo de livros a senhorita lia quando era criança, senhorita Janicki?

―Eu gostava de Sonhos de uma noite de verão, Hamlet, Histórias sobre Merlin... ― O senhor sorriu.

―O que tem pra mim hoje Anastácia? ― Ela mordeu a parte interna na bochecha.

―Eu sinto muito senhor Novak, todos os resultados foram negativos. ― Ele voltou sua atenção para o fogo.

―Os mesmo da semana anterior, e uma antes dessa…

―Eu sinto muito mesmo senhor, eu tenho trabalhado tanto nisso, eu quero dar resultados bons, mas existe alguma coisa que ela não colocou na formula e eu tenho tentado descobrir o que eu faço de diferente, eu já inverti a ordem dos soros, das substancias e eu realmente não sei a razão de não dar certo.

O senhor se aproximou dela, tocando levemente o seu joelho, num sorriso solidário.

―Eu sei Anastácia, eu tenho visto o seu esforço, não é sua culpa. ― Ela sorriu em gratidão ― Você pode voltar para o seu laboratório.

Com a saída da garota James Novak se levantou e tirou o sobre tudo o deixando sobre a cadeira, caminhou lentamente até a sua mesa de mogno e sentou-se na cadeira felpuda, apertando a discarem direta do telefone negro sobre a mesa e solicitou a presença do Major Larsen em sua sala, trocou as suas pantufas por sapatos formais e serviu dois copos de licor de cereja e esperou até que a figura alta e morena, com um enorme porte físico adentrasse a sua sala com suas roupas militares e botas de couro, Novak bateu continência e o convidou a sentar.

―Eu tenho uma missão de primeiro escalão para o senhor, Major. ― o homem assentiu, tomando um gole do licor, Novak abriu uma de suas gavetas e tirou uma foto entregando a Larsen.

O major analisou a foto, uma garota morena com olhos esverdeados, os cabelos escuros apesar de presos num coque era possível imaginá-la de cabelos soltos, o rosto oval, ela não sorria os lábios cheios estavam cobertos por um batom vermelho e era obvio que ela estava maquiada. Ela era bonita, lembrou-se se uma garota parecida com ela caminhando pelos corredores da base polonesa.

Era a garota que tinha fugido e tinha começado a trabalhar para Nick Fury, Deus sabia o que ela tinha dito sobre o seu trabalho na H.Y.D.R.A.

―A foto é recente, foi tirada no baile anual da medalha Cooper três meses atrás esse é o mesmo tempo que ela está desaparecida, a ultima vez em que ela foi vista foi no aeroporto em Washington, na América.

―Então a minha missão é enfiar uma bala na cabeça dela? ― O senhor se assustou e engasgou com o licor.

―Não, nada de balas, não para ela pelo menos, eu a quero que a ache e a traga viva, ela é importante ― o senhor considerou ― você matar quem a tenha ajudado a fugir.

Larsen sorriu satisfeito, segurando a foto da garota.

―Se isso for tudo eu gostaria de começar a minha missão.

Novak sorriu satisfeito, pegando uma pasta em sua gaveta intitulada “projeto 25S” e abriu, olhando pela milésima vez o seu conteúdo, todos os avanços da doutora Konstatinovka estavam lá relatados, eles precisavam dela mais do que poderiam admitir, analisou as fotos do experimento, ela não sabia ainda real intenção por trás da pesquisa que ela realizava, mas logo saberia. E ela seria brilhante nisso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mudei um pouco o roteiro e o eixo da fic pro outro lado do oceano, mas eu tenho um proposito com isso, acreditem em mim!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Arte da Guerra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.