A Arte da Guerra escrita por clariza


Capítulo 1
// p r ó l o g o //


Notas iniciais do capítulo

Olá querido leitor, que está lendo isso nesse exato momento e pensando se vale a pena. Bem, espero compensar o seu precioso tempo com a minha imaginação e que valha a pena, espero que embarquem comigo nessa aventura que é escrever sobre um personagem, ao meu ver, um pouco mal visto.Espero de verdade que gostem da Freya, pois estou amando escrever sobre ela. atenciosamente, a sua escritora que implora por comentários honestos sobre a história.E, um agradecimento mais que especial pra Nalu, maravilhosa que me ajudou na sinopse que não queria se encaixar, muito obrigado Nalu, você é um anjo



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Bem e mal é uma questão de ponto de vista. Ou pelo menos era o que eu acreditava, eu achava que estava fazendo algo bom, que eu mudaria o mundo e que não haveria mais guerras, não haveria crianças passando fome, mulheres sendo violentadas e homens sendo enviados para morrer em guerras sem sentido. Eu fiz o que eu acreditava. Eu me formei, eu me especializei, nunca quis me vingar ou derrotar alguém, eu queria paz. Eu ainda quero.

Essa era a época em que eu ainda podia dormir uma noite inteira, quando eu não tinha medo de me tornar um alvo, quando eu era protegida, antes de eu ferrar com a minha vida. Mas eu não me arrependo, eu fiz o certo. Ou pelo menos acho que fiz. Todas as noites antes de dormir eu penso nas minhas ações, se era melhor ter ficado calada e permanecido nos meus projetos com criogenia na hydra ou se foi certo buscar refugio com Nick Fury depois de dar informações secretas da hydra, eu confiei e agora minha cabeça está custando alto.

Juntei-me a Hydra quando completei vinte e dois anos, tinha me formado em genética e fui designada para o projeto soldado invernal, eu estava fascinada com ele, era o mais perfeito projeto de criogenia criado por qualquer cientista, a forma que eles descongelavam e podia recongelar me fascinava, lembro-me de ficar até tarde lendo pesquisas, vendo relatórios dos exames nele realizados.

Karpov era um gênio louco, o que ele fez era incrível, mas como ele fez era repugnante, era tortura, não havia arquivos sobre quem ele era eu apenas sabia que o soldado era um americano encontrado com graves ferimentos de batalha e salvo por Karpov que fez as suas experiências. Eu li sobre o que ele podia fazer, e eu sentia um misto de medo com adoração, eu torci para enquanto eu trabalhasse naquele setor ele nunca precisasse ser descongelado.

Mas, como nem tudo é como eu quero, ele foi ativado dois meses depois, com uma missão no golfo do México para realizar, eu deveria aplicar o soro que o iria fazer voltar ao normal.

Colocaram seu corpo sobre a maca, seu corpo estava azul pálido, os cabelos negros congelados e o braço de metal quase grudou a minha mão quando eu o toquei e eu apliquei o soro, demorou um pouco para que a sua pele saísse do azul os lábios não estivessem tão perigosamente roxos, ele abriu os olhos analisando o ambiente, antes de focá-los em mim e segurar o meu braço com muita força quase me fazendo ter um ataque cardíaco de tamanho susto, os agentes se aproximaram para contê-lo, eu fiz sinal para eles se afastarem.

―Soldado, está tudo bem, eu sou Freya, eu te trouxe de volta, para a sua missão, você não tem que me segurar ― seu aperto de afrouxou um pouco ― você deve me soltar.

Depois de um segundo de hesitação, ele soltou.

―Obrigado, Soldado.

Eu me afastei depois disso, com o braço vermelho e fui para uma área afastada do laboratório, minha respiração ofegante, tirei o jaleco que vestia e fui até os vestiários, sentei-me num banco soltando o cabelo e colocando a minha cabeça entre as mãos, o que eu tinha feito? Eu sabia o que ele era capaz de fazer, pensei nos civis que poderiam se ferir ou até morrer durante o processo, eu sabia que ele era implacável que seu alvo sempre era eliminado, mas, o que ele poderia fazer pra conseguir esse alvo? Quantas pessoas inocentes poderiam se machucar por isso.

Eu o vi uma semana depois, seu alvo eliminado e com 50 civis mortos e outros 20 feridos, eu mal pude olhar pra ele, o soldado estava deitado numa maca, fitando o teto, eu novamente aplicaria o soro para que ele congelasse mais uma vez, por quanto tempo isso ia durar? Fazia mais de cinquenta anos desde quando ele fora congelado, cinquenta anos de intervenções históricas, cinquenta anos de civis mortos.

―Você se arrepende de algo, soldado? ― eu perguntei quando achei que os demais cientistas não estavam prestando atenção. Ele prestou atenção em mim, seus olhos azuis e frios me encarando como se processasse a minha pergunta.

―Não ― respondeu depois de alguns segundos, forcei um sorriso.

Com a ponta dos meus dedos eu tentei encontrar uma veia para aplicar o soro, uma veia que eu já tinha achado e pulsava embaixo dos meus dedos, continuei o olhando em busca de algum sinal de remorso ou arrependimento, mas não havia nada ali. Não havia misericórdia, ou a mínima sombra de arrependimento por ter matado cinquenta pessoas inocentes além do seu alvo.

―Cinquenta pessoas, civis, morreram ― eu informei, não olhando mais em seu rosto, mas eu podia sentir seus olhos em mim, me foquei em seu braço, nas veias e o soro esverdeado na bancada prateada pronto para ser aplicado.

―Eles eram um obstáculo entre eu e a minha missão ― peguei um algodão e passei em sua pele, e peguei a seringa com o soro.

―Fez bem, Soldado ― disse, forçando as palavras a saírem da minha boca ― Hail Hydra.

―Hail Hydra ― ele repetiu depois de certa hesitação.

Ele não demonstrou reação quando apliquei o soro em seu braço, e lentamente fechou os seus olhos, joguei a seringa numa lixeira e me retirei da sala, eu não podia aguentar mais um segundo disso, isso era tão errado, errado em todos os níveis.

Pensei nas famílias lamentando os seus mortos, os seus filhos, pais e mães mortos por um assassino invisível e que não tinha remorso por cinquenta famílias enlutadas em algum lugar no México.

Fui pra casa, e naquela noite e nas noites seguintes eu pedi aos deuses o que qualquer pessoa faria, pedi para nunca mais ter que lidar com o soldado invernal enquanto eu vivesse. Eu também jurei que nunca mais ajudaria a matar pessoas inocentes. Eu poderia ter deixado à hidra, mas eu sabia que eu nunca poderia sair de lá viva, não existiam opções, eu precisava fugir, mas eu não queria me tornar um alvo.

Bem e mal, um termo tão relativo e fluido, duas faces da mesma moeda, lados perigosos como um ying e yang. Durante dois anos eu tentei me convencer que pro bem maior, mas eu não consegui. Eu sabia que não podia continuar assim, que eu tinha que fazer alguma coisa, e a partir daí a minha vida desandou.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem.



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