"Imagine todas as

pessoas vivendo a vida

em paz."

John Lennon

Depois de ler todas as cartas dos amigos, Layra estava sentada à beira do Lago Negro, vendo a Lula Gigante puxar pelo calcanhar dos primeiranistas que ali passavam. A garota estava absorta em pensamentos e não percebeu a chegada de certa pessoa. Pessoa essa que chegou por trás de Layra tampando-lhe os olhos.

–Ei! Quem é?

–Adivinha!

–Harry? Rony?

–Quase. Tente de novo.

–Hmm...Jorge?

–Hã hã.

–Então só pode ser o Fred!

Só então a pessoa tirou as mãos dos olhos da morena. Era realmente Fred Weasley, que sentou-se do lado da menina a observando.

–Que foi? - Layra perguntou após um tempo sendo observada.

–Você é bonita. -respondeu o garoto. Layra corou. Não esperava essa resposta. Nada disse. O Weasley riu.

–Para com isso! -Petrovich ralhou com Fred. Novamente este riu.

E era engraçado, pelo menos para Fred. Engraçado como conhecia a garota a tão pouco tempo e já a admirava. Fazia o que? Menos de uma semana? Talvez. Não se importava, não se importava com nada que não fosse a morena ao seu lado.

–Layra Petrovich.

–Meu nome.

–Diga-me senhorita Petrovich -começou pomposamente - o que a trás aqui?

Layra o olhou sarcástica.

–Minha leitura?

Apontou as cartas que tinha nas mãos.

–Não. Quero dizer... a Hogwarts. -consertou o menino. - Você era da Rússia né? Por que veio para cá?

Olhando triste o lago, Layra não soube o que responder. Há algum tempo evitava pensar no por quê de se mudar para a Inglaterra.

Fred percebeu que a menina havia ficado quieta quanto à pergunta. O que teria acontecido? Será que o menino de cabelos ruivos teria tocado num ponto fraco dela? A olhou. A garota permanecia de cabeça baixa fitando o lago.

–Layra? Desculpe... não devia ter lhe perguntado isso.

–Tudo bem Fred. Você não sabia, aliás, nem eu sei.

Com um tom triste na voz ela lhe respondeu.

–Meus pais... - começou, porém Fred lhe cortou.

–Não. Se isso te deixa triste não precisa falar.

–É bom desabafar às vezes Fred. - sorriu para ele - Meus pais decidiram do nada se mudar. Não me contaram o motivo, não me deram explicação, não me perguntaram se eu queria ir, NADA. Apenas me avisaram como se isso acontecesse todo dia: "Layra filhinha, vamos nos mudar, suas coisa já estão arrumadas, vamos vamos" -imitou a voz da mãe. Fred a olhou divertido.

–Ora, não fique assim, tenho plena certeza de que seus pais ainda vão lhe dar uma explicação plausível para isso. - Sorriu ele. A garota retribuiu o sorriso.

–Merlin te ouça, Fred, Merlin te ouça.

–Mas você não pode negar que vir para Hogwarts foi um grande feito.

–Por que "Grande Feito"?

Fred pareceu ofendido.

–Como "por que"? Porque você me conheceu, oras. Sua vida agora está completa.

–Ai gente, achei que o único iludido que eu conhecia era o Peter. Me enganei profundamente. - rolou os olhos.

–Quem eram seus amigos lá Rússia?

– Tinham as meninas: Katherine, Annelizze, Marilyn e Julietta. Os meninos eram o Peter, Ethan e Diego.

–Só três no grupo de cinco? -exclamou surpreso o ruivo. Layra riu.

–Realmente. Mas eles eram meus melhores amigos. De tudo o que eu vou sentir falta de lá, nada se compara a saudade que vou sentir dos meus amigos.

Olhou Fred sorrindo.

–Conheço-os desde...sempre. Acho que minha vida se resume a d.A e a n.a.A. .

–O que?

–Antes dos amigos e Nada antes dos amigos.

Fred voltou a rir. Era tão fácil conversar com Layra. Ela era extrovertida, fazia brincadeira e tinha um sorriso lindo. Fred a achava linda.

Ficaram ali por algum tempo, Layra narrando o que ela já havia feito com seus amigos, como já tinha arrumado muita confusão...e fugido delas. Fred ria abertamente, gargalhava. Mas a garota lhe disse que iria entrar, despediu-se do ruivo e foi.

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Entrando a no castelo, Layra andou alguns corredores com o objetivo de retornar ao seu salão comunal. Andou e andou, após se perder algumas vezes acabou por decorar os corredores. Queria muito um banho depois do dia que teve e não faltava muito para o jantar.

Como já dizia minha avó: Tudo está bom, mas a qualquer hora o tempo pode virar. Essa frase nunca veio tão bem a calhar, enquanto Layra andava deu de cara com Malfoy e seus dois macacos de imitação, Crabbe e Goyle, juntamente com a buldogue Parkinson. Essa última lhe parou e a olhando de cima abaixo disse:

–Olha, se não é a nova Estrela da Grifinória. Cadê o seu namorado Harry Potter?

Layra pensou em ignorar, TENTOU ignorar, mas era mais forte do que ela.

–Primeiramente, eu não sou estrela nenhuma, uma pena você achar isso. Seguidamente, Harry e eu NÃO somos namorados, apenas bons amigos e por último, não lhe devo e nunca vou lhe dever satisfações para com a minha vida, ela se refere a mim e somente a mim. Agora com licença que eu vou para bem longe dessa sua cara de cachorro. -Pansy ficou estática tamanha ousadia de Petrovich, nunca ninguém havia desafiado-a desse jeito, todos a respeitavam ou tinham medo, nunca se sabe. Mas então a fúria lhe dominou, vendo que Layra já havia lhe virado às costas sacou a varinha e gritou:

–ESTUPEFAÇA.

Layra foi atingida pelas costas e não teve tempo de se proteger. Voou pelos ares e bateu contra uma parede. Sentia as costas doerem, mas levantou. E quando o fez, pegou sua varinha depressa, mirou Parkinson e lançou o feitiço.

–EVERTE STATUM.

Pansy logo fez o mesmo processo que Petrovich: voou longe. Draco, Crabbe e Goyle não faziam nada para ajudar a apartar o duelo que se desenrolava no corredor, estavam parados ali apenas observando.

Logo uma multidão começou a invadir o pequeno corredor. Pansy, levantando novamente, pegou novamente a varinha, quem Layra pensava que era? Olhou nos olhos da oponente, esta lhe olhava com deboche.

–CARA DE LESMA.

–PROTEGO!

O feitiço ricocheteou no escudo de Layra e se voltou para Pansy. Hermione chegou exatamente nessa hora. Viu Pansy jogada em um canto cuspindo lesmas sem parar. Então voltou os olhos à Layra, esta por sua vez estava ofegante e descabelada, sua cabeça sangrava um pouco devido a batida na cabeça. Correu até a amiga.

–Lay? O que aconteceu?

–Essa garota me atacou. Só revidei. Droga, estou sangrando! -Constatou ao ver o líquido vermelho nos dedos.

Umbridge chegou sabe-se Merlin de onde e , vendo a grifinória sangrando em um canto e a sonserina cuspindo lesmas em outro, perguntou:

–O que aconteceu aqui?

–Ela me... -pausa pra cuspir a lesma - atacou! Fui apenas... -isso é realmente nojento - conversar civilizadamente e ela... me ... atacou! -Layra a olhou indignada.

–É mentira! Ela que me atacou pelas costas. Apenas revidei.

Umbridge olhou as duas garotas. Virando-se para Malfoy, que continuava olhando as duas, lhe disse:

–Leve a Srta Parkinson à enfermaria. Madame Pomfrey saberá o que fazer.

Draco fez o que lhe fora mandado.

–E eu? Também estou machucada!

–Você nada Srta Petrovich. A Srta receberá uma detenção por uso indevido de magia nos corredores do castelo. Quero a Srta amanhã, às cinco em minha sala. Todos fora daqui. Agora!

E saiu. Layra fumegou. Quanta injustiça! Pisando firme encaminhou-se até o Grande Salão, onde todos já jantavam. Hermione estava logo atrás de Layra. A olhava preocupada. Petrovich se sentou do lado e Harry. Este lhe olhou confuso e assustado.

–O que houve com você?

–Não queira saber, Potter.

Resolveu não insistir. Vendo o estado da garota, perguntas só a estressariam mais. Olhou Hermione, a castanha simplesmente deu de ombros.

Servindo seu prato com violência, Layra começou a comer... com violência. Afinal, quando estava com raiva fazia tudo com raiva: comia, dormia, lia,...

Olhou para a mesa verde e prata, Parkinson não estava lá. "Ótimo" pensou. "Assim ela protege a vida por mais algum tempo. Porque quando eu puser minhas mãos nela..."

Não teve a mesma sorte quanto a Umbridge, sendo que esta estava na mesa dos professores e lhe encarava. "Maldita!"

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Após o jantar, todos foram para seus Salões Comunais. E como já havia dito antes, Layra estava irritadíssima (lê-se: puta da vida), não quis nem saber de conversar com os amigos. Apenas subiu para o dormitório, tomou um banho e trocou de roupa pronta para dormir. Não queria nem saber como seria o dia seguinte. Só sabia que não seria nada, nada bom.

"Merlin, o que foi que eu fiz de errado? Por que um castigo desses? É bom me tirar dessa fria que você me colocou e me dê paciência. Porque se me der força, eu levanto dessa cama vou até a enfermaria e termino o que comecei no corredor. Ahh se termino."