"Nós acreditamos em simples atos
de bravura, na coragem que leva
uma pessoa a se levantar pela
outra."

Divergente

Point Of View Harry Potter

Passei o verão todo na casa de meus tios sem receber uma sequer carta de meus amigos. Quer dizer, Mione havia me enviado uma carta dizendo que ela e os Weasley's estavam bem. Mas só. Apenas isso. E não tinha nem como responder, pois ela não havia colocado remetente. Nuca fiquei tão zangado. Por que raios eles não me escreveriam? Sou amigo deles não sou?

O pior de tudo não foi nem isso. Ainda nesse verão fui atacado por dois dementadores, junto com Duda. Com o patrono consegui derrotá-los, mas Duda ficou meio...dementado. E logo uma carta do Ministério chegara avisando que eu havia sido expulso de Hogwarts. Expulso! Não acreditei quando li.

No meio da noite, vieram até aqui o professor Moody, uma Auror chamada Tonks e mais algumas pessoas cujo nome não me recordo. Me levaram até o Largo Grimmauld e adivinhem quem estava lá? Isso mesmo. Hermione, os Weasley´s, Sirius, Remo. Todos! E não podiam ter me avisado? Claro que não. Me explicaram da Ordem e logicamente que eu quis fazer parte, ser um membro. Só que a senhora Weasley abominou a ideia. Me explicaram também que Dumbledore havia me conseguido uma audiência com o Ministro da Magia. E no dia seguinte, lá estavam eu e o senhor Weasley rumo ao Ministério. Confesso que estava nervoso, achei mesmo que não havia chance de voltar a Hogwarts. Mas Dumbledore apareceu e intercedeu por mim. Tentei falar com ele, mas era como se estivesse fugindo de falar comigo.

E hoje é 1º de Setembro. Rony e Hermione foram nomeados Monitores e logo não poderiam ficar junto de mim a todo momento. Procurando uma cabine vazia, achei uma em que estavam apenas Luna, Neville e uma garota que eu não conhecia, mas parecia familiar.

–Oi Luna, Neville. Você eu não conheço.

–É. Sou aluna nova. Layra Petrovich.

Gelei ao ouvir seu nome. Layra? Ela era Layra?

~Flash Back~

Era a terceira vez naquela semana. Eu não sonhava apenas com a morte de Cedrico. Tinha ela. Não conseguia ver seu rosto. Escutava apenas sua voz. Uma voz aveludada, suave. Linda. Havia medo nela, desespero. Tentava ver seu rosto, tudo estava muito nublado. Ouvia um choro.

–Harry! Me salve! Por favor. Me salve!

–Quem é você? Do que eu tenho que lhe salvar? Quem é você?

Seu choro era desesperado. Me doía. Por que doía? Eu nem sequer sabia quem ela era. Aproximei-me.

–Me diz seu nome. Quem é você?

–Não! Por favor. Não deixe Harry. Me salve. Me salve.

O desespero começou a tomar meu ser. Quanto mais me aproximava mais longe ela parecia ficar. Não conseguia ver seu rosto.

Um cordão.

Havia um cordão de ouro no chão lamacento. Peguei-o. Layra Petrovich. Era o que estava escrito.

Um grito.

Escutei um grito de pavor, de terror.

–AVADA KEDAVRA.

De súbito acordei. Passando as mãos no rosto me perguntava: quem era Layra Petrovich?

~Flash Back End~

–Aham. Por que?

Ela me olhava com desconfiança.

–Nada. Que isso.

Seguimos viagem por um tempo, Layra estava quieta. A olhei, ela era bonita. Cabelos longos e negros, olhos verdes. Era um pouco mais baixa do que eu. Muito bonita. Balancei a cabeça espantando esses pensamentos e voltei a prestar atenção na conversa. Gina havia se juntado a nós e Neville agora dizia que iria nos mostrar o poder de defesa incrível da búbotubera que possuía nos braços. Ele a espetou e a planta espirrou uma gosma.

No mesmo instante Cho Chang abre a porta da cabine. Droga! Eu queria falar com ela, mas não nessa situação, coberto de uma gosma com Luna, Neville, Gina e Layra. Queria que ala me encontrasse quando eu estivesse me divertindo com meus amigos, rindo de algo divertido. Não assim! Droga.

Ela disse um "oi" e logo saiu novamente. Gina limpou aquela coisa e logo seguíamos, limpos, à Hogwarts.

Hermione e Ron apareceram pouco tempo depois, se apresentaram a Layra e logo Rony estava me torrando a paciência.

–Ela nem se assustou? Nem um pouquinho? -Ele insistia mais e mais.

–Não Rony. Não.

–Mas nem um pouquinho?-continuou com a insistência.

E parece que Layra Petrovich percebeu que era dela quem Rony falava.

–Com o que eu não me assustei?

Droga Rony. Olha o que você fez!

–Não falávamos de você. -respondi meio encabulado.

Erguendo uma sobrancelha, Layra tornou a responder:

–Tem certeza? Cês tavam olhando muito pra mim.

Rony começou a gaguejar e resolvi explicar de uma vez. Ela nem se ofendeu como achei que ficaria. Nos contou que sabia o que eu passava por ser nomeado "O Menino Que Sobreviveu", seus pais eram famosos no mundo bruxo. Mas ela não se importava nem um pouco. Diferente de muitos bruxos sangues-puros ela queria ser reconhecida por seus méritos e não por um sobrenome. Cadê o Malfoy pra escutar uma coisa dessas?

Depois de ouvir tudo o que ela tinha para falar, tenho que dizer: estou impressionado. Eu definitivamente gostei dela. Espero que caia na Grifinória.

Passado algum tempo, Hermione nos disse que estávamos chegando e que devíamos nos trocar. Neville, Rony e eu saímos da cabine para as meninas se trocarem e logo desembarcamos.

X-X-X-X-X-X-X

Assim que chegamos fomos pegar uma carruagem. Layra acabou ficando sem lugar e foi com Fred, Jorge e Lino. Percebi que ela havia se dado muito bem com eles. Olhei para frente e vi animais estranhos.

–Que bichos são esses?

–Bichos? Não vejo nada.

–Como não? Eles estão aí. Bem na sua frente.

Como assim Rony não via aqueles cavalos estranhos?

–Harry, a carruagem anda sozinha. Como sempre. Não há nenhum bicho aí.

Hermione quem respondeu. A olhei em dúvida, mas resolvi ficar quieto.

Chegando ao Castelo, a professora McGonagall estava a nos esperar como sempre, mas desta vez ela chamava por Layra. Assim que a achou lhe falou alguma coisa e a levou junto com os alunos do primeiro ano.

Após todos serem selecionados, enfim seria a vez da Layra. E depois de muito pensar o Chapéu se decidiu pela nossa casa, Grifinória. Lógico que aplaudi junto com os outros. Percebi que havia alguém diferente entre os professores. Era a bruxa que estava no meu julgamento. Depois de interromper Dumbledore, ela falou e falou. Depois disso, fomos dispensados para nossos dormitórios.

É. Aquele havia sido um longo dia.