Supermãe escrita por Thaywan


Capítulo 5
Lembrança


Notas iniciais do capítulo

A fic já está chegando ao fim,pessoal. Gostaria de agradecer a todos que acompanham, mas ainda não conheço todos vocês, então, se revelam. Eu gosto de conversar e saber a opinião dos meus leitores. Rsrs. Espero que gostem.



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Minnesota - Domingo, 10h47min

Naquela linda manhã de Domingo, eu estava totalmente exausta. Fiquei até 02h00min da madrugada assistindo filme com o Kalvin. Mas, o trabalho de uma mãe não pode parar, e como as mulheres têm o dom de fazer várias coisas ao mesmo tempo, fritei os ovos para o sanduíche de ambos, lavei a roupa suja, fiz o leite do Kalvin, o café, um suquinho de laranja, coloquei algumas frutas numa bacia e pus a mesa. Ufa. Meus filhos desceram as escadas e logo se admiravam ao ver como a mesma estava cheia.

–Que Mesa linda. - Sussurrou meu filho.

–É, faz tempo que não a vejo assim. -Resmungou Amy, com os braços cruzados e de cara emburrada.

Kalvin logo sentou-se a mesa e começou a comer, já Amy, abriu a porta e pegou o jornal novo, que o carteiro deixava em frente de casa todos os dias. Ela entrou lendo a notícia da primeira página. Algo a aborreceu,fazendo-a jogar o jornal com força contra o chão.

–O que houve, filha?! - Perguntei.

–Nada. -Ela dirigiu-se até a mesa e sentou-se na cadeira. Caminhei até o jornal e o peguei. O que será que a havia deixado tão irritada daquele jeito?!

''Supermãe parou de perturbar o trabalho da polícia?! Ao que fontes indicam, sim. A vigilante noturna não é vista andando pela cidade há três dias. Será que ela finalmente se tocou que a cidade não precisa de suas ações heróicas e deu o braço a torcer?! O delegado de polícia disse que é bom ela ter feito isso mesmo, ou iria parar na cadeia por ações ilegais, que desrepeitam a polícia. ''

Coloquei o jornal no lixo e sentei-me à mesa.

–Se ela realmente parou de agir, deve ser por que queria cuidar da própria vida.Da família dela.

–Você não sabe de nada. -Gritou. -O único dever que ela tinha era de proteger essa cidade e nem isso consegue fazer direito. Ela era a única que fazia alguma coisa por aqui e agora para de uma hora para a outra. Eu odeio ela.

Amy bufou e iniciou seu café da manhã.Embora ela houvesse gritado comigo, só disse a verdade. Eu também me odeio. Então, tentei acalmar uma pouco a situação.

–Adivinhem o que vamos fazer hoje?!

–Não é mais um daqueles programas idiotas de Mãe e filhos não é?! - Indagou a garota.

–É. É mais um daqueles programas idiotas de mãe e filhos. É errado uma mãe querer passar um tempo a sós com eles?!

–É careta. Eu prefiro mil vezes ir encontrar meus amigos no fliperama.

–Bom, você podia ao menos fingir que se divertiria no meu programa, que seria no cinema.

–Eu não consigo. É totalmente estúpido. Por que você insiste em sair com a gente?! Para nos fazer passar vergonha?!

–Eu não passo vergonha. -Disse Kalvin.

–Você é um pirralho. -Continuou.

–Não fale assim com seu irmão, mocinha.

–Para de defender ele, para de fingir que está tudo bem, por que não está. Nunca esteve. -Gritou.

–Chega. -Bati as mãos na mesa e levantei. Se ela fala alto, eu falo mais alto ainda.- Já para o seu quarto, agora. Está de castigo.

Amy rosnou e levantou-se rapidamente, derrubando as coisas que estavam em seu caminho e subiu as escadas correndo. Ouvi o barulho alto a porta se bater. As vezes precisamos ser severas para que nosso filhos tenham uma boa educação. Kalvin ficou em silêncio, percebendo que a situação estava feia.

–Nós não vamos mais para o cinema?! - Indagou, bebendo um gole do seu leite, logo em seguida.

***

Queria passar no quarto de Amy e pedir desculpas, mas não iria fazê-lo. Eu tinha que ser forte. Já estava na hora dessa menina aprender a se portar. Mas... Será que ela estava bem?!

Foi então, que me lembrei do dia em que decidi me tornar a Supermãe.

''Estava um dia chuvoso, a rua vazia e as nuvens escuras. Alguns raios apareciam no céu de vez em quando. Fui pegar a Amy na creche. A levava no braço, embora estivesse com minhas mãos ocupadas. Com uma mão eu segurava o guarda-chuva e com a outra, as sacolas de compras que fizemos assim que a peguei, quando passamos no mercado.

Ao virar a esquina, em direção a nossa casa, fui parada por um homem mascarado, que apontou uma faca para mim e mandou que eu passasse as sacolas. Mas... Eu não podia. Aquelas sacolas eram as coisas para a festa de aniversário de 4 aninhos da minha filha, que ocorreria no dia seguinte. Ela estava muito ansiosa para este dia e agora, naquela situação, estava totalmente assustada e com medo.

Não. Ninguém assusta minha filha e estraga a festa dela. Chutei a mão da qual segurava o objeto afiado, fazendo-o cair. Logo em seguida, usei a outra perna para acertá-lo em seu rosto, derrubando-o. Escutei a sirene da polícia chegando. O bandido se levantou e fugiu. Ainda não sei se conseguiram pegá-lo. Um leve sorriso estampou o rosto de Amy, que proferiu, bem baixinho, a palavra 'Supermãe'.

No dia seguinte, depois de sair do trabalho, fui direto à loja de roupas e comprei três conjuntos. Cortei, costurei e misturei as peças, criando um uniforme, o qual eu usaria até hoje, mas ajustando de vez em quando. Foi a primeira vez, em que fiquei até tarde da noite de vigia e ali mesmo,ajudei a polícia à pegar o primeiro bandido. Virei a defensora da cidade. Me transformei na Supermãe.

Ao chegar em casa, toda alegre pelo meu feito, percebi que a festa da minha filha já havia acabado. Minha mãe e minha irmã estavam arrumando tudo. Perguntei se Amy tinha se divertido, o qual recebi uma resposta positiva, mas, que ela não estava totalmente feliz. Se a festa tinha tudo o que ela queria, por que não estava feliz?! Por que faltou a presença da mãe, minha irmã respondeu. Subi as escadas e entrei em seu quarto. Vi que a mesma já estava dormindo e em volta de seus olhos estavam em um tom avermelhado. Deve ter chorado. Chorado muito...''

Depois de repensar nessa história, notei que a culpa de Amy ter essa personalidade forte e este ódio por mim, era toda minha. A minha falta de atenção, minha falta de presença. Eu estava péssima. Ela não tinha culpa de nada. Me levantei do sofá e subi as escadas, caminhei até o quarto dela. Estava trancado. Sei que ela desligou a TV para que eu não pudesse saber que estava acordada. Mas senti que a mesma estava encostada na porta.

–-Amy... - Murmurei. - ... Me perdoa.

Encostei a minha cabeça na madeira e senti meus olhos se enchendo de lágrimas. Não sabia, mas do outro lado da porta, Amy também estava com a cabeça encostada na mesma, na mesma situação em que eu me encontrara. Talvez, por que se lembrou da mesma história. Percebi quando ela se levantou. Será que me deixaria entrar?! Me afastei e esperei alguns minutos. Sem sucesso. Ela não queria me ver, nem pintada de ouro. Dei alguns passos para trás, antes de ter certeza que ela iria abrir.

***

Na manhã Seguinte, Acordei cedo, como sempre, para preparar o café da manhã. Eles já estavam atrasados para irem, então achei que poderia ser útil.

–Eu posso levar vocês de carro. - Sugeri.

–Não precisa. -Respondeu. - Vamos Kalvin.

Amy segurou no braço do garoto e o levou para fora de casa. Pude apenas olhar pela janela, os meus filhos se afastando,cada vez mais e mais.


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