Supermãe escrita por Thaywan


Capítulo 2
O Assalto


Notas iniciais do capítulo

Obrigado á todos que estão acompanhando. Espero que gostem e tenham uma boa leitura. Feliz dia das mães.



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Minnesota – Terça, 21h06min

Eu estava em casa, tomando uma xícara de café e lendo as notícias do dia. Me surpreendi ao ler a notícia da primeira página, que dizia ‘’Mulher misteriosa ataca novamente’’. Era uma foto minha, quero dizer, da Supermãe, correndo. Eles achavam que eu era cúmplice dos outros dois bandidos. E aqueles policiais ainda ficaram com todos os créditos do meu trabalho. Minha sorte é que não dava para perceber quem era a tal mulher. Espera, meu bumbum é tão grande assim?! Devo tomar mais cuidados com esses fotógrafos que vigiam o movimento pela janela á noite. Estão oferecendo uma grana para quem descobrir a identidade da Supermãe. Agora sim, que eu devo tomar cuidado.

Escuto o barulho da porta e logo me assusto. Deixo a xícara cair no chão e se quebra, além de derramar todo o café. Que beleza. Rapidamente pego um pano molhado e começo á esfregar. Amy e Kalvin se dirigem á cozinha.

–Legal, o jornal já chegou. –Disse Amy, pegando-o na mesa.

Solto um ‘’NÃO!’’ e retiro o jornal das mãos dela. Ela não pode ver a foto. Tenho que inventar uma mentira. Droga, ensinei meus filhos a não mentir e agora irei dar esse exemplo?! Os dois ainda me encaravam confusos.

–Só tem notícias de violência e roubo. Nada demais.

–Ta, eu só queria ver os quadrinhos. – Disse Amy.

Entreguei o jornal para ela. Se não a deixasse ver os quadrinhos, eles iriam notar que algo estava errada e eu nunca mais quero mentir na vida. Kalvin me abraçou e deu-me um beijo no rosto. Ele era muito amoroso. Mas Amy caminhou direto para a escada.

–Filha, como foi na escola hoje?! – Perguntei. Mas ela só respondeu um seco ‘’Legal’’ e subiu para seu quarto. Adolescentes.

***

Abri os olhos três vezes antes de perceber que eu havia adormecido junto com Kalvin. Aquele garoto tem tanto energia, que eu me canso de brincar com e acaba que ele é que me coloca para dormir. Pego-o e o levo para seu quarto. Ele está pesado. Essas crianças crescem tão rápido. Parece até que foi ontem que eu dava de mamar á ele e Amy me contava todos os seus segredos. Sai de casa e entro no beco escuro. Lá, eu deixei de ser Wanda Víllar e virei Supermãe.

Fiquei sentada em cima do telhado de uma casa, para ver melhor o movimento da rua. Vi isso em algum filme que a Amy assistiu. Até que estava tranqüilo. Nenhum barulho de sirene ou perseguição de carros. Acho que já posso voltar para minha casa... Espera, o que é aquilo?! Parece que alguém está tentando assaltar o banco da cidade. De novo. Na boa, eles precisam melhorar essa segurança fajuta.

Desço do telhado da casa e caio na lata de lixo. Minha sorte é que ela estava fechada. Corro em direção ao banco. O vidro da porta estava quebrado. Como é que alguém com sã consciência constrói um local para guardar todo o dinheiro da cidade com portas de vidro?! Não tem sentido. Espere Wanda, seu objetivo agora é impedir que seja lá quem assaltou escape. E encontrei a danada... Só para não dizer outra coisa.

–Então você é a famosa Supermãe?!

Uou, não sabia que eu era famosa. A garota tirou uma arma de sabe-se lá onde e começou a atirar. Me escondi atrás de uma das mesas. Ela tem uma arma e eu não tenho nada, essa luta está meio desequilibrada. A garota correu em direção á porta que a mesma quebrou para tentar fugir. Opa, tropeçou na minha bota. Chutei a arma para longe, antes que ela tivesse tempo de pegar. A ladra correu em minha direção e saltou, girando duas vezes, conseguindo me acertar com um chute no rosto.

Caí no chão, enquanto a vadia, desculpem o meu palavreado, corria para pegar o saco de dinheiro. Nesse jogo se jogam duas pessoas. Levantei rapidamente e fui pulando de mesa em mesa. A morena pegou o saco de dinheiro, mas levou um chute na barriga, logo em seguida. Iniciamos ali, um combate de corpo a corpo. Ela tentou me socar, mas consegui me defender com um braço. Só não contava que ela tentaria me acertar com outro soco vindo do outro lado.

Dei dois passos para trás, com aquele soco em minhas costas. A assaltante tentou me chutar novamente, mas desta vez, eu consegui segurar a perna dela. A derrubei no chão e segurei seus braços. Infelizmente, ela era jovem e muito flexível. Conseguiu me acertar com um chute. Os carros da polícia pararam em frente ao banco. Não havia notado que o alarma do local estava tocando desde que eu entrei. Os policiais entraram e eu tentei sair pelas portas dos fundos. Até fui acertada por um tiro no braço. Felizmente, sai com vida e sem mostrar a minha identidade.

Cheguei em casa cansada. Tomara que meus filhos ainda estejam dormindo e não tenham percebido que eu saí. Peguei meu kit de primeiros socorros e fiz um curativo rapidamente no local onde levei o tiro. Machucado curado, hora de conferir as crianças. Kalvin ainda estava dormindo. Ótimo, ele tem um sono pesado. Só acorda quando estiver com fome. Passei no quarto de Amy. Não há nenhuma luz atravessando embaixo da porta, então é sinal de que ela também está dormindo. Já posso ir para minha cama sossegada e...Espera. Estou ouvindo voz dela. Ela está acordada á essa hora?! Pelo que parece está falando do celular. O que será?!

Encostei meu ouvido próximo á porta, para escutar melhor.

–Eu não quero que você conheça a minha mãe, ela é muito chata. Não vejo a hora de fazer logo 18 anos e sair dessa casa. Aposto que ela não sabe nem qual é a minha cor favorita. Sabe... Ás vezes eu sinto falta do meu pai.

Me afastei da porta rapidamente. Sei que não sou a melhor mãe do mundo, mas faço o que posso. Sempre trabalhei para não deixar nada faltar para meus dois únicos filhos. Dói muito para uma mãe ouvir isso da própria filha. Mas, pensando melhor,até que ela tem um pouco de razão. Eu não sei qual é a çor favorita dela. Eu não sei praticamente nada dela. Nunca tivemos aquele laço de mãe e filha como deveríamos ter. Ás vezes, também sinto falta do pai dela.


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