Sasuke

Eram três da manhã quando eu olhei pro relógio, acabei acordando no meio da noite e notei que a Sakura não tava do meu lado. Ela tem um sono muito pesado, geralmente não acorda no meio da noite, achei estranho e resolvi ir procurá-la.

Ela não estava na varanda, nem no banheiro, desci as escadas procurando pela cozinha, mas tudo que eu encontro, foi o escuro e o silêncio.

– .... Você sabe que eu não posso, isso é arriscado - era a voz dela, estava vindo do jardim dos fundos - Eles não podem saber onde eu estou, Tsunade por favor - ela estava aflita, e falava com a chefe. Me aproximei mais da porta pra ouvir - Eu tô com o Sasuke, vai ficar tudo bem - ela ficou em silêncio por um tempo - Ele nunca vai me encontrar aqui, e o Sasuke não permitiria que ele fizesse nada - tá, agora ela vai ter que me explicar o que ta acontecendo - o Sai não pode me fazer nada aqui, eu ficarei bem, nos vemos depois da conferência de Londres.

Depois que ela desligou o telefone, ficou estática olhando pro celular, ouvi os passos e corri em direção as escadas, ela foi pra sala de estar e se sentou, esperei no corredor, mas nada dela subir, ouvi soluços, Sakura estava chorando?

– Ei achei você - preferi agir como se não tivesse ouvido nada - você ta legal?

– Oi, acordei você? - era o jeito dela desviar de um assunto - me desculpe, eu to bem sim, é só insônia.

– Sakura, você dorme feito pedra - firmei a voz me sentando no sofá, e a recostei em meu peito - Olha, se não quiser falar, tudo bem, mas eu tô aqui tá?

Ela não disse nada, apenas me abraçou, e eu ouvi alguns poucos soluços, que ela deixava escapar, não demorou muito até ela dormir, e foi inevitável não admirar ela, tão linda, os cabelos exóticos desenhando o formato do rosto, a pele branquinha parecia tão macia, os olhos escondidos atrás das pálpebras, os lábios carnudos e rosados tão convidativos. Não resisti e roubei mais um beijo daquela mulher.

– O que você tá fazendo comigo Sakura?! - perguntei pra mim mesmo, sendo respondido pelas pequeninas e delicadas mãos da Doutora.

(...)

Itachi

Acordei no meio da noite, e achei estranho a Konan não estar do meu lado, ouvi a descarga do banheiro e logo ela saiu.

– Aconteceu alguma coisa? - ele estava pálida e parecia realmente enjoada - Pensei que já tivesse melhorado.

– Eu também, isso tá estranho - ela se deitou encostando a cabeça no meu peito - Mas é melhor eu dormir, amanhã eu acordo melhor, boa noite meu bem - selei nossos lábios e continuei ninando ela.

Eu conheci a Konan no colégio, eu era o típico bad boy, e ela a novata rebelde, já de cara a gente se trombou no corredor, o que desencadeou muitas discuções e brigas, até que durante uma briga, na festa da escola, eu a beijei, e desde então não larguei mais, ela é a mulher que eu amo, que me completa, e que eu quero ter do meu lado sempre. Eu me preocupo com ela, eu não sei o que faria sem ela.

(...)

Sasuke

No domingo de manhã, fui privilegiado, um belo par de olhos verdes acompanhados de um sorriso -tipo Colgate- me fitando.

– Bom dia dondoca - sempre encantadora - pensei que ficaria ai, a manhã toda.

– Hoje é domingo, foi feito pra dormir - eu disse me ajeitando na cama, ficando de barriga pra cima - ainda é cedo.

– Nada disso, Sasuke eu desci e falei com a Chiyo - ela dizia enquanto procurava algo nas malas - Aqui!

– O que é isso? - ela vinha toda sorridente com uma caixinha nas mãos.

– Bem, você não comentou nada sobre presentes, e eu sei que esse não é o seu forte, então tomei a liberdade de comprar isso pra sua mãe - sabe quando você lembra de algo, encima da hora, e sabe que tá fudido? Foi exatamente isso que aconteceu comigo - É um colar em ouro branco - ela dizia tudo calmamente, como se pedisse permissão por algo que já fez - Tudo bem pra você?

– Claro, eu não sei o que faria sem você.

– Não seria nada, baka - convencida, mas realmente eu precisava dela - Abre logo e vê se gostou.

Eu abri a pequena caixinha azul marinho, ela tinha uma fita branca, que formava um laço, a colar era lindo, a Sakura tem um bom gosto, a corrente era trançada, o que dava uma leveza a peça, um diamante completava o conjunto como um ponto de luz.

– Isso é ouro branco e diamante? - ela não precisava gastar dinheiro com essas coisas - Você sabe que não precisa.

– Sasuke, esse presente é nosso, e se a tua mãe te conhece, sabe que você é uma negação pra comprar presentes.

– Hump - mulherzinha debochada, joga na cara vai! - mesmo assim, vou pagar metade.

– Como quiser, eu fiz um café da manhã, não sei se seus pais já chegaram, mas eu espero você lá embaixo.

E saiu saltitante, me obriguei a levantar, pequei uma bermuda, e uma camisa pólo vermelha, mamãe organizou uma festa no clube de campo.

Assim que desci reconheci as vozes do meu pai e do Itachi.

– Cadê a Sakura? - ela disse que me esperaria pra tomar café, mas não estava ali - Não me digam que a mamãe a chamou pra conversar.

– Não, a Dona Mikoto já tomou café e subiu, e por falar nisso, ela adorou o que a Sakura fez - Itachi soltou um riso frouxo - acho que o aniversário amoleceu o coração da velha.

– Olha o respeito moleque, não fale assim da tua mãe - meu pai acordou de mal humor, aposto que tem dedo da minha mãe nisso - Sasuke, a Sakura ta com a Konan.

– O que ela ta fazendo, com a sua noiva?

– E eu é que sei? Deve ser coisa de mulher.

O resto do café foi tranquilo, piadinhas do Itachi aqui e ali, mas nada da Sakura descer, será que aconteceu alguma coisa?

Sakura

Depois de acordar o Sasuke, eu desci e encontrei todos à mesa, me senti orgulhosa quando a minha sogrinha murmurou "pelo menos fome, o meu neném não passa" admito, eu ri muito internamente, acho que o coração dela ta amolecendo, meus cunhados estavam de ótimo humor, mas a Konan estava estranha, e quando Itachi ofereceu o mamão pra ela, a reação foi totalmente negativa, o que é estranho, ontem mesmo ela comeu e muito da fruta, eu tomei meu café, e fui arrastada pro quarto que estava dividindo com o Sasuke.

– É desculpa te arrastar pra cá - ela andava de um lado pro outro e parecia nervosa - Você é médica né, eu seu que a gente se conheceu faz dois dias, mas eu ti desesperada.

– Tudo bem, acho que entendi - ele parou me encarando surpresa - Eu vejo isso todo dia, agora me conta, quais os sintomas?

– Você é boa - disse simplesmente, se sentando ao meu lado - Bom já faz um tempo, acho que duas semanas, eu to enjoada, com muita fome, e também notei algumas mudanças nos meus seios.

– Bem, o primeiro passo, é fazer um exame.

– Eu comprei um hoje, mas eu to tão nervosa, eu precisava falar com alguém.

– O primeiro passo é fazer o exame - eu disse pegando a caixinha que tava dentro de uma sacola de farmácia.

Ela entrou no banheiro, e ficou lá quase uns dez minutos.

Flashback on

Os olhos negros eram tão intensos, quando ele me olhava, me sentia completamente nua, ele poderia ler minha alma se quisesse, eu era sua.

– Então, soube que o seu amigo está morando com vocês agora - nós estávamos em um café, o preferido dele - A situação dele é realmente séria?

– Infelizmente sim, aqueles brutamontes acabaram com ele, não entendo o que se passa na cabeça de pessoas assim.

– São aqueles que não conhecem o amor, sabe cerejinha, pessoas assim não merecem nada, muito menos que uma flor como você, perca seu tempo pensando neles - Ele sempre era um cavalheiro, medito a Don Juan e eu sempre caia - O que acha de irmos ao meu apartamento? Não fica longe, eu gostaria muito de ficar mais com você flor.

Eu sempre acatava, e daquela vez não foi diferente, eu tinha 16 anos, quando me entreguei pela primeira vez a um homem, eu o amava mas não era reciproco, como ele mesmo disse era sexo.

(..)

– Aconteceu alguma coisa? - ele dizia com a voz baixa, quase que carinhoso - Você parece tão distante flor.

– É só, sei lá eu acho que foi muito cedo Sai - mesmo que eu tentasse, não conseguia decifrar o que passava em seus pensamentos, eu queria tanto dizer que o amava.

– Não pense nisso, foi bom pra mim, então foi bom pra você, certo?

Flashback off

Despertei de lembranças, quando a porta do banheiro foi aberta.

Com os olhos cheios de lágrimas, mas um sorriso no rosto, a felicidade de ser mãe, já estava estampada.