"A despedida nem sempre é um adeus. Pode ser um 'até logo', mesmo que o logo ainda seja demorado."

            Por um momento o coração de todos que presenciavam a luta parou. Medo, ansiedade e apreensão rondavam o local enquanto a fumaça começava a se dissipar.

            – Já estava na hora de finalmente desaparecer. – Sorri Acnologia. – Estou com pena de você garoto. Pôs um fim na vida de dois seres supostamente imortais, mas como terminará com a sua? Está fadado a viver eternamente, perdurar eternamente, sofrer eternamente.

            E.N.D, ferido no braço e no peito, apenas o observava com certa tristeza e ternura. Já sabia de seu destino a muito tempo, e não precisava de ninguém para relembrá-lo.

            – Não irá se despedir de mim? Ficarei triste. – Fala o dragão maligno cuspindo sangue, mas não deixando o sarcasmo de lado. – Saiba que tanto Zeref quanto eu somos gratos a você, garoto. Nesses 400 anos que se passaram não fizermos nada além de espalhar morte e tristeza ao mundo, apesar da ideia inicial ser mudá-lo. Acabou com nossas miseráveis vidas e nosso traiçoeiro destino, e por isso lhe darei uma dica. Provavelmente sabe que mesmo que seu livro seja destruído você não morrerá, mas deixe-me perguntar: quando algo ou alguém acredita que perdeu seu propósito e sua serventia, o que acontece?

            Ele desaparece.

            Havia um meio de o mais poderoso demônio desaparecer!

            – Obrigado, Acno. Espero que nos reencontremos em breve. – Finalmente um sorriso verdadeiro no rosto do demônio.

            Acnologia sorriu e fechou os olhos. O temível Dragão Negro estava morto!

            Todos ficaram temerosos, afinal os dois grandes problemas haviam sido eliminados e nada impedia E.N.D de massacrá-los agora. E ele os fitava intensamente, como se decidisse de que maneira os faria sofrer.

            – Tartaros, tenho uma última ordem a vocês. Não exatamente uma ordem, mas um pedido. Vigiem e protejam Fiore, guiem e sejam guiados pelos humanos, criem possibilidades para si próprios.

            – Diz isso como se fosse um adeus, Mestre. – Comenta Mard Geer.

            – Isso é uma despedida. – Fala suavemente. – Cumpri minha missão, tanto como irmão como demônio, não tenho mais um propósito e isso é um alívio. Desaparecerei, mas isso não é um adeus, mas sim um até breve. Quando a humanidade precisar, estarei aqui.

            – Você pode não ter um propósito, mas sua parte humana ainda tem. Vá, mas deixe-o conosco. – Diz Rogue.

            E.N.D o compreendia, mas infelizmente não era possível.

            – “Uma vez unidos, nunca mais hão de se separar”. Igneel foi bem específico quanto a isso quando nos selou.

            Lágrimas brotaram nos olhos daqueles que realmente consideravam Natsu um companheiro: Happy, Sabertooth, Lamia Scale, Blue Pegasus, e muitos soldados de Alvarez, porque no fim das contas, Natsu tinha sido seu superior e sua inspiração.

            E.N.D observou-os e se despediu. Seu corpo foi desaparecendo aos poucos enquanto emitia uma luz dourada acolhedora, até que seu corpo sumiu completamente. Sua consciência, porém, ainda estava lá, ouvindo os choros.

            Mas aquilo, como ele próprio havia dito, não era uma adeus.