Secrets Behind of Full Moon escrita por wolfievatic, Thaís Zymor


Capítulo 1
Casa nova


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Estou cansada disso. É a mesma história sempre: "Prometo que farei o possível para ser a nossa última mudança." Mas depois que começo a me enturmar é: "Desculpa, mas farei mais do que o possível da próxima vez". Estou cansada disso, de todo ano me mudar. No ano passado, nos mudamos duas vezes, DUAS. Sou apenas uma adolescente de 17 anos que está no 2° ano do ensino médio. No último colégio, falavam que a minha família devia estar fugindo de algo, já que se mudava bastante. O pior é que eu também pensei nessa possibilidade. Será que os meus pais fogem de algo que eu não sei? Mas depois vi que não, que meu pai tinha mesmo que se mudar por causa do trabalho.

Beacon Hills, uma cidade que eu nunca ouvi falar antes de meus pais anunciarem a mudança. Eu disse 'Não basta me mudar, tenho que ir para o fim do mundo' e eles me repreenderam, disseram que lá tinha várias coisas legais. Coisas que eu sei que quando eu fosse começar a aproveitar, eles diriam "Desculpe filha ,mas não foi dessa vez".

Finalmente chegamos ao nosso destino, quer dizer ,destino provisório. A casa é como as outras, grande demais, para pouca gente que passará pouco tempo. Pego a minha mala e desço do carro.

— Vamos filha, anime-se. — Minha mãe diz.

— Nossa não vê como estou animadíssima?— Digo com um tom sarcástico.

— Vai ser legal. — Minha irmã Cloe diz. Ela é a fofura em pessoa ,e é pessoa mais importante da minha vida. Ela é a minha melhor amiga, a pessoa que mais me entende e me ouve com a máxima atenção que consegue, mesmo quando não entende nada o que digo.

— Com certeza. — Passo a mão pelos seus cabelos lisos que estão em pé por causa do vento.

Entramos na casa. Não quis explorar a casa, deixei essa tarefa para Cloe. Fui direto para o meu quarto para me instalar. Afinal, quero ajeitar o meu cantinho.
Meu quarto é do tamanho perfeito para mim. Nem pequeno, nem grande. O espaço suficiente para colocar meus móveis e eu me deslocar sem bater neles .Suas paredes tinham uma cor em um tom perfeito de lilás, minha cor favorita, móveis brancos e lilás ,e uma cama de casal enorme que seria perfeita para eu rolar bastante nos dias de cólica.

Depois de guardar todas as minhas roupas e sapatos, me jogo na cama. Estou exausta, pois acordei muito cedo para vir para a casa nova. O colchão é super macio, acho que vai ser difícil levantar cedo para ir para a escola. Beacon Hills High School. Como deve ser lá? Levo um susto, pois algum ser pula em cima de mim. Cloe.

— Anne! — Ela falava eufórica. — Você tem que ver como a casa é grande!

— Todas as nossas casas são grandes. — Falo tirando-a de cima de mim.

— Mas essa é mais. Tem um banheiro só pra mim no meu quarto! — Cloe sempre quis ter um banheiro só para ela. Ela vivia reclamando o porquê no meu quarto e no dos meus pais tinham e no dela não.

— Que ótimo.

— E você não sabe o que eu descobri. — Ela faz uma cara assustada.

— O quê? — Pergunto curiosa.

— Atrás da casa tem uma floresta! — Fico decepcionada.

— Cuidado com os lobos.

— Lobos não existem! — Ela diz fazendo de tudo para acreditar em suas próprias palavras.

— Ah é? Cuidado para eles não pegarem você! — Pego o travesseiro que estava atrás de mim e bato nela. Ela pega o outro e bate em mim.

— Guerra de travesseiro! — Grita.

Cloe estava me ajudando a terminar de arrumar as minhas coisas até que alguém bate na porta.

— Está aberta! — Grito. Minha mãe abre a porta.

— Bom trabalho mocinhas, está tudo ficando direitinho. — Minha mãe diz avaliando o quarto.

— Com a minha ajuda... — Cloe diz.

— Convencida. — Digo. Rimos.

— Anne, temos que ir ao seu colégio novo para levar alguns papéis, quer ir? — Já que não tem nada melhor para fazer, acabo aceitando.

— Sim.

Chegamos ao colégio. Até que ele é bonito e bem grande. Percebo vários alunos circulando pelo lado de fora, deve ser a hora do intervalo. Entramos. Corredores enormes, com vários armários para os alunos colocarem seus materiais. Os alunos andam para lá e para cá, todos felizes e interagindo uns com os outros, não presto muita atenção neles, já que estudarei no turno da manhã.

— Filha, vai com a Cloe dar uma volta pelo colégio enquanto eu e o seu pai vamos ver as documentações. — Minha mãe diz para mim.

— Ah, claro. — Digo.

Eu e Cloe começamos a andar sem saber para onde estamos indo e para onde ir. Salas, salas e mais salas.

— Acho que já passamos por aqui . — Cloe diz.

— Esse colégio deve ser tipo A Guerra Dos Fae, tem os corredores enfeitiçados. — Digo.

— Ou você que é lerda demais para saber por qual lugar já passamos.

— Ei! Eu sou a mais velha, respeito. — Dou um tapa de leve em sua cabeça.

— Só 10 anos de diferença. — Não consegui conter uma risada.

—Está rindo de quê? — Ela pergunta com raiva.

— Nada não.

Finalmente encontramos algum lugar que não era uma sala comum, encontramos o laboratório. Abro a porta com todo o cuidado para não fazer barulho, mas não consigo. Para a minha sorte, ele estava vazio.

— Anne. — Cloe me chama. — Aqui que tem química?

— Pelo o que parece sim. — Fecho a porta do laboratório.

— Um banheiro ali. — Cloe aponta para uma porta atrás de mim.

— E?

— Eu preciso fazer xixi.

— Sério? — Até o banheiro da minha escola ela quer olhar?

— Estou apertada. — Ela faz uma cara engraçada.

— Vai lá, estou esperando aqui. — Abaixo para amarrar meu cadarço que está desamarrado, e então alguém esbarra em mim. Por sorte não caio.

— Ei! — digo.

— Desculpa. — Um menino diz.

— Tudo bem. — Ele está com um uniforme de jogador de lacrosse. Apesar de estar suado, ele é bem bonito.

— Aluna nova?

— Aham. — Digo ajeitando o meu cabelo.

— Sou Liam, e você?

— Anne.

— Perdida Anne? — Sério que ele vai puxar assunto comigo?

— Mais ou menos. — Sinto minhas bochechas corarem. Ele dá um sorriso discreto.

— Sabe pelo menos em qual sala você está?

— Ah. Bem, eu só vim conhecer a escola, só começo a estudar semana que vem.

— Turno da manhã ou da tarde?

— Manhã. — Ele dá um sorriso.

— Então seremos do mesmo turno. Ótimo. — Ele está apenas sendo gentil.

— Agora pelo menos agora conheço alguém. — Vejo Cloe na porta do banheiro boquiaberta.

— Posso te apresentar o colégio, você está com pressa?

— Eu... — Olho para Cloe, ela está tentando dizer algo. "Me encontra aqui depois" ela diz, ainda bem que sou boa com leitura labial. — Não estou com pressa, acho que podemos ir.

— Então vamos. — Ele começa a andar e eu o sigo. Não sei se agradeço ou não á Cloe.

Ele me mostrou a biblioteca, o ginásio, o laboratório, a piscina e agora estamos indo para o campo de lacrosse.

— Esse é o meu lugar preferido do colégio. — Liam diz.

— Imagino.

— Aqui acontecem os treinos e alguns jogos contra os adversários.

— Os jogos acontecem todas as semanas? — Sentamos em uma das arquibancadas.

— Não, de quinze em quinze dias. — Ele passa a mão pelos seus cabelos arrepiados. — Você sabe jogar?

— Lacrosse? — Dou uma risada. — Não.

— Que pena. Sabe que horas são? — Pego o celular e vejo.

— 15:45.

— Preciso ir, o treinador vai me matar por ter perdido o treino. — O quê?

— Você faltou o treino para me apresentar a escola? — Estou muito surpresa.

— Sim, e não me arrependo. — Agora sim minhas bochechas coraram mesmo.

— Obrigada, e desculpa por ter feito você perder seu treino. — Levanto. Ele segura o meu braço.

— Não se culpe, fui eu que quis faltar. Não estou muito animado para treinar hoje.

— Está bem. — Agora eu entendi, ele não estava a fim de assistir o treino e vai me usar como desculpa. Puxo o meu braço de vagar e solto da mão dele.

— Foi um prazer conhecê-la Anne.

— O prazer foi todo meu. — Digo tentando ser o mais sincera possível. Ele se vai.

Volto pelo mesmo caminho que fomos e para a minha sorte, encontro Cloe lá.

— Quem era ele? — Ela pergunta toda animada.

— Apenas um menino que queria fugir do treino de lacrosse. — Digo com uma voz desanimada.

— Impossível. Ele parecia super interessado em você. — Ela diz decepcionada.

— Pois é. Agora vamos encontrar o papai e a mamãe.

Depois de chegarmos em casa, terminei de arrumar o meu quarto e fui ajudar Cloe a arrumar o dela. Cloe tinha ficado realmente indignada pelo fato de eu e Liam não termos pelo menos ter pegado o número do celular um do outro. Ele até que é gatinho, mas não ia me atrever e pedir o celular do garoto. Fui bem babaca em pensar que ele realmente tinha se interessado por mim. Aff.

Depois de arrumarmos o quarto, minha mãe falou para irmos para fora da casa que ela ia passar um pano nos cômodos e como eu e Cloe somos alérgicas, era melhor sairmos. Eu e Cloe obedecemos e ficamos no portão.

— Vamos ver a floresta? — Cloe sugere. Como não tem nada para fazer aqui mesmo, acho que é melhor aceitar.

— Só um pouco, daqui a pouco vai escurecer e não quero ficar perdida. — Digo.

— Okay. — Ela diz animada.

— Mas tem algumas condições. — Ela olha para mim atenta — Nada de sair correndo que nem uma maluca, é para ficar do meu lado, de preferência, segurando a minha mão. E nada de gritar se ouvir algum barulho ou ver algum bicho.

— Ok, ok. — Ela diz como se nunca fosse fazer aquilo se eu não tivesse dito nada.

— Depois de dar a volta na casa vejo o matagal. Nem é uma floresta de verdade, é só mato.

— Isso é mato, não uma floresta. — Digo.

— Poxa. — Ela diz com uma voz triste. Ouço um barulho de folhas sendo pisadas. Cloe segura no meu braço.

— Shiu. — Deve ser um bicho, mas é melhor não arriscar.

— Não faz isso comigo. — Ouço uma voz masculina dizer. É familiar. Como é familiar? Não é a voz do meu pai, e não lembro de ter parentes aqui em Beacon Hills.

— Achou que não íamos te descobrir? — Uma voz feminina diz. — Criaturas como você, não são bem vindas aqui. — Cloe está tremendo ,e eu acho que eu também.

— Criatura? Sou humano, tanto quanto você. — O menino dizia desesperado.

— Acha que me engana? Eu vi você se transformando. — Não dava para ouvir claramente as palavras, mas dava para ver que a mulher estava ameaçando o menino.

— Se você me atacar, te ataco também. Não queria que isso acontecesse, mas... Você não está me dando outra escolha.

— Cloe, vamos embora agora. -digo baixinho.

— Vamos. — Fomos tomando o maior cuidado para não fazer nenhum barulho.

Chegamos na porta de casa. Cloe estava chorando.

—Não chora, está tu-tudo bem. — Droga, gaguejei. Podia estar tudo bem pra gente, mas para um deles não vai ficar.

—O que foi aquilo? — Ela secou suas lágrimas com as costas das mãos.

— Não sei. — Estou tão assustada quanto ela, mas não posso demonstrar isso.

— Meninas! — Minha mãe grita e Cloe leva um susto. — Podem entrar!

— Não conta nada pra mamãe. — Digo.

— Pode deixar, quero descobrir o que aconteceu lá,e se eu contar ela não vai deixar a gente voltar. — O quê?

—Nada de ir lá mocinha, se não você vai ficar encrencada! — Ela não diz nada, e isso me assusta. Minha irmã é teimosa como eu. Sua cara fofinha é apenas um disfarce.

Ajudei a minha mãe para arrumar a casa e a preparar o jantar, mas mesmo assim só conseguia pensar nas coisas em que ouvi na mata. O que será que aconteceu para eles brigarem? E o pior. O que aconteceu depois que eu saí de lá?




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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?Se sim, deixe nos comentários.Se não, comente o porque, faremos te tudo para melhorar. Beijão!