A Herdeira dos Black II escrita por Akanny Reedus


Capítulo 42
Como unicórnio você vai dançar...




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Depois de colocar o bendito vestido de lado fui me trocar, como estava frio e como de costume no Natal, coloquei um suéter especial. Dessa vez o suéter seria o que ganhei dos Weasley, que por sinal era muito quentinho. Coloquei uma calça jeans preta e uma bota de cano alto, com salto baixo e fiz minha maquiagem de sempre. Cabelo deixei solto.

Hermione e eu encontramos com Harry e Rony na sala comunal, juntos, descemos para tomar café. Passamos a maior parte da manhã na Torre da Grifinória, onde a maioria se divertiam com os presentes recebidos — eu mesma fiquei lembro o primeiro livro da coleção trouxa que havia ganhado de Hermione —, depois voltamos ao Salão Principal para um almoço magnífico, que incluía no mínimo uns cem perus e pudins de Natal e montanhas de Bolachas Mágicas de Cribbge.

Saímos para os jardins à tarde; a neve estava intocada, exceto pelas valas fundas feitas pelos estudantes de Durmstrang e Beauxbatons a caminho do castelo. Ao contrário de Hermione, fiz parte da batalha de bolas de neve com Harry e os Weasley. Quando deu cinco horas, Hermione disse que ia subir para se preparar para o baile.

— Quê, você precisa de três horas? — perguntou Rony, olhando para ela incrédulo e pagando por esse lapso de concentração: aceitei uma enorme bola de neve bem do lado da cabeça dele. — Com quem você vai? — gritou Rony, mas foi ignorado por Hermione já entrando no castelo.

— Vai saber hoje a noite — disse jogando outra bola de neve pequena em sua cara. — Vou ir ajuda-la se arrumar.

— Você vai? — perguntou Rony limpando o rosto molhado pela neve.

— Não sei — respondi, acenei aos garotos e fui correndo para tentar alcançar Mione.

Se Rony achou que Hermione era a única indo se arrumar com três horas de antecedência, ele estava extremamente enganado, pois Lilá, Parvati e Emma já estavam no quarto se arrumando. Era roupa, toalha, cremes e várias outras coisas jogadas. Foi até difícil ir para a minha cama, antes mesmo de ser acertada por um sutiã, agachei e felizmente cheguei inteira na cama junto com os gatinhos que precisei tirar no caminho antes de serem acertados.

— O que eu faço primeiro? — perguntou uma Hermione super nervosa, andando para lá e para cá.

— Tomar banho?

— Ótima ideia — e assim ela foi até sua mala e retirou uma mudinha de roupa, entrando no banheiro em seguida.

— Enquanto isso a gente só observa — comentei aos três gatinhos amontoados na minha perna. Taran logo apareceu na cama, fazendo o trio ir brincar com pai.

Como não estava afim de ir ao baile fiquei ajudando Hermione se arrumar e o segundo passo depois que ela saiu do banho, foi arrumar o adorável cabelo rebelde da dona Granger que foi preciso usar uma boa quantidade Poção Capitar Alisante que a mesma tinha comprado em Hogsmeade. Mesmo torcendo para ela conseguir o resultado que queria com o cabelo, duvidei muito se aquela poção ia realmente funcionar e no final das contas, ele funcionou, deixando o cabelo de Hermione lisos e sedosos.

Ajudei também no penteado, mesmo não sendo muito boa, com ajuda da varinha é claro fomos testando vários penteados até que foi escolhido um coque que deixou algumas mexas do cabelo solto e de lado. Maquiagem, acessórios e por fim o vestido rosa e claro, o sapato de salto da mesma cor.

— Linda — simplesmente disse olhando-a junto em frente ao espelho. — Mione, você está linda.

Hermione sorriu sem graça, corando e disse com a voz tremula:

— Obrigada. Eu estou bem nervosa com esse baile... Queria você lá comigo para me dar apoio.

Suspirei.

— Ah, Mione, eu não estou afim e nem sei o que vou fazer nesse baile — digo. — Nem se quer eu tenho um par.

— Mesmo assim — ela sorriu —, acho que você deveria ir de qualquer forma e mostrar ao Rony que uma garota pode sim ir sozinha. Falta de vestido não é mais desculpa, não é?

— Hum... — Dei de ombro e sentei na minha cama um tanto emburrada. — Vou pensar. Ok?

Feliz, Hermione me abraçou bem forte, enquanto ria e eu acompanhei.

— É melhor você indo para não se atrasar — disse ao ver a hora e também porque o dormitório estava vazio já que as outras garotas tinham descido.

— Me deseje sorte — Hermione pediu. — Que eu não dê vexame na hora da dança.

— Sorte — e peguei um dos filhotinhos (o amarelinho) fazendo um aceno com a patinha fofa dele. Deixando minha amiga mais contente e mais confiante, e assim saiu do quarto. E por fim, me deixando sozinha no quarto com a visão de todos os gatos: Taran, Bichenta e os Bo-Li-Nhas me olhando.

 

DRACO MALFOY © POV

 

Ridículo.

Era exatamente assim que estava me sentindo nesse exato momento me vendo no espelho enquanto ajeitava a gravata borboleta. Comecei a me arrepender amargamente em contribuir com esse baile, e ter convidado Tracy, mesmo ela não tendo culpa de nada. O que acontece que não estava com um pingo de vontade de ir, pois eu só tinha um foco com quem ir, com quem iria querer passar a noite toda, dançar e para finalizar, sentiria mais uma vez entre tantos outros, os lábios de Susana. Sempre que me lembro disso, lembro que irei com Tracy e até contente, e com raiva da própria Susana por ela ser tão teimosa e não querer ouvir nada.

Susana Black me faz sentir, raiva pelas atitudes dela e raiva de mim por ainda me atrever gostar dela como mulher. Isso é o que me deixa mais puto da vida, admitir, que sou apaixonado por ela.

Blásio e Theodore (sim, ele também) já estavam a par que iria com Tracy para o baile. Jéssica também não estava fora, pois logo hoje de manhã antes de entrar no Salão Principal para tomar café, ela me puxou e disse que ficou feliz por eu ir com Tracy, mas também acrescentou que talvez a Pansy não fique. O que pouco me importei, Pansy para mim não significava nada, o máximo que aconteceu entre mim e ela, passou, e nem pretendo reatar nada. Até porque depois que você tem ótimo contato com Susana Black, você não vai querer saber de uma qualquer; nesse caso não vai querer sair com uma Pansy Parkinson da vida.

É ruim concorda, mas Theodore bem dizia que Susana é outro nível, e ele tinha toda razão.

— Cacete — reclamou Theodore irritado com a gola da camisa branca no pescoço —, essa ideia de baile é ridículo demais.

— Compreendo que esteja irritado — falou Blásio com sarcasmos. — Até porque você vai com a Daphne. E com ela, tudo se torna uma verdadeira merda.

— Nem tudo meu caro amigo — o outro rebateu. — Daphne é gostosinha.

Blásio riu e eu também.

— Da para sentir o cheiro do cinismo dela de longe — comentei.

Theodore acabou rindo em concordância.

Quando todos estavam prontos, saímos, e ficamos esperando muito mais tempo as garotas. Só Crabbe e Goyle que não esperavam ninguém já que não tinham par. Daphne, Millicent e Pansy foram as primeiras aparecerem.

— Garotos, vocês estão maravilhosos — disse Daphne sorridente e se aproximando de Theodore. — Vamos? — ela perguntou ao próprio que assentiu ainda com um sorriso malicioso.

Digamos que a Daphne estava bem extravagante, com um vestido vermelho e decotado o que Theodore adorou. Pansy com um vestido rosa, mas nem liguei mesmo que ela tenha se aproximando perguntando com quem eu iria. Pelo que fiquei sabendo ela não tinha par nenhum, mesmo ela dizendo o contrário, mas pouco me importei. Só fiquei surpreso quando vi Tracy descendo as escadas com cuidado.

— Ah, obrigada, Draco — ela disse sem graça ao segurar minha mão quando ofereci como apoio para ela descer.

— Você está linda — digo. E realmente, Tracy estava linda com um que imagino ser rosa escuro e tomara que caia.

— Mas o que é isso? — exclamou Pansy indigna. — Então é ele seu par, Tracy?

Revirei os olhos. Tracy arregalou os olhos, olhando Pansy assustada, mas antes dela dizer algo foi Jéssica que disse ao chegar na sala:

— Pansy, não começa com seus chiliques que hoje é dia de festa.

— Uau! — exclamou Blásio se aproximando de minha prima impressionado. — Nossa, Jéssica, você está... hum... magnifica.

— Obrigada, Blás — diz ela sorrindo.

— Salazar deve estar extremamente orgulhoso por uma representando digna da Sonserina nesse baile.

Realmente, Jéssica estava uma verdadeira princesa a Sonserina, uma digna Sonserina e Salazar deve estar muito orgulhoso por isso. O vestido de Jéssica era verde escuro, tomara que caia e colado no corpo; seus brincos e colar tinha pedras de esmeralda em volta de diamantes e seu anel era no formato de uma cobra com olhos também em esmeralda. Minha prima toda contente, agradeceu o elogio de Blásio e aceitou o braço dele quando o mesmo ofereceu.

Como não queria ouvir mais os resmungos de Pansy, ofereci o meu braço a Tracy que aceitou e a levei para fora da comunal. Crabbe e Goyle vieram logo atrás, Millicent também, acredito que deixando Pansy sozinha.

No caminho, Tracy e eu dissemos poucas palavras comparado a Blásio e Jéssica na nossa frente que riam, pareciam estar bem contentes. Sorri. Era bom ver minha prima contente já que nesses últimos dias não foi muito a seu favor, principalmente hoje, que depois de tanto tempo recebeu um bilhete da pessoa que ela menos queria contato; seu pai. Ela não comentou com ninguém praticamente, acho que só comigo, Tracy e Blásio que eram os únicos que tinham conhecimento mais a fundo sobre esse lado familiar dela.

Uma simples carta desejando “Feliz Natal” e finalizando com as siglas A.D.

Foi o suficiente para ela cair no choro.

O saguão de entrada se encontrava bem movimento, ainda se tinha vários alunos surgindo e podia ver os campeões, senti até aliviado quando vi o babaca do Diggory com aquela oriental da Corvinal e não com a Susana como seu par. Inclusive, não estava a encontrando em lugar nenhum, a sangue-ruim da Granger já estava aqui com o Krum, senti pena pelo mal gosto dele. Potter e o Weasley — que estava com um traje ridículo — também já estavam aqui.

Aos pouco o saguão foi se esvaziando, McGonagall veio pedir para que já entrássemos, pois, os campeões é quem abririam o baile.

— É melhor a gente indo — chamei Tracy, porém, ela olhava fascinada para atrás de mim e sorriu da mesma forma.

— Ela está tão linda — Tracy disse do nada ainda com os olhos fixos em algum ponto.

— De quem está falando... — Minha voz sumiu quando me virei para ver de quem Tracy falava e vi Susana descendo as escadas. Ela não estava linda como Tracy disse e sim, magnifica, deslumbrante... Susana estava divina.

Era sem dúvida a mais bela do baile.

É ridículo pensar nisso, mas minha respiração estava mais acelerada do que de costume. No entanto, logo meu sangue ferveu assim que reparei, que eu não era o único a observar Susana atentamente; Diggory fazia o mesmo. Parece que o panaca também reparou e quando ele me olhou, lhe lancei um olhar ameaçado e o próprio também me olhou sério. Espero que ele tenha entendido perfeitamente que a Black não é dele.

SUSANA BLACK © POV

Eu me vesti com o conteúdo da caixa. Me pergunto se meu pai sabe desse “presente”, não é muito normal ele me apoiar em assuntos que envolvem qualquer tipo de atração gerada por roupas ou sorrisos.

Não sei porque, mas estranhamente imaginei a Murta saindo do espelho bem na hora que eu fosse me olhar... Tipo o que aconteceu com a Mione... Depois eu conto essa história.

Enfim.

Tomei a coragem que me faltava e fui olhar o estrago, não me entendam mal, mas vestido não é algo que eu usaria.

E incrivelmente, me achei linda.

Não é como se minha autoestima fosse baixa, eu apenas não tenho hábito de me mimar. Mas, dessa vez, eu precisava me mimar um pouco.

Era um vestido que em partes parecia um lençol amarrado, mas ainda era muito bonito, principalmente por seu azul vibrante. Era um azul lindo demais, algo entre o azul marinho e o azul da pedra lazuli. Parecia um oceano onde poderia mergulhar e nadar por tempo infinito.

O vestido não tinha alças, não exatamente pelo menos, afinal elas ficavam caídas nos ombros e se prendiam muito bem neles, aguentando todo o tecido abaixo. E essas alças formavam um “X” na frente do vestido, criando um decote raso e um caimento em pregas até meu quadril. Melhor descrevendo o “caimento”, era como se pegasse um pano e o segurasse por suas quatro extremidades, isso geraria um tecido com pregas. Da para entender assim?

Abaixo disso, vinha o tecido caindo livremente em cascata e sobrando um pouquinho nos pés. Ou seja, um bom salto vai me impedir de beijar o chão e até minha prima Andrômeda zomba da minha altura.

Virei de costas e puxei o cabelo para ver como era a parte de trás. O tecido da alça caía de meus braços, formando “mini capas” dos dois lados, ademais, minhas costas estavam nuas até sua metade, mostrando algumas pintinhas que eu tinha e uma cicatriz sutil de minha primeira travessura na Academia de Magia Beauxbatons — aliás, eles também usam azul, não?

No geral, me sentia uma verdadeira diplomata com aquele vestido tão bonito.

Agora me sinto obrigada a me dedicar mais no cabelo e na escolha das jóias, isso se não me mandaram as jóias no pacote.

Com ajuda da varinha, fui tentando montar um penteado descente e no final foi um coque solto e com mechas enroladas entre si na base. Me admirei com o resultado da maquiagem acho que fora uma das melhores que já fiz. Delineei os olhos de preto e passei uma sombra prateada e cinza escuro dando um belo efeito degrade. Por causa da maquiagem escuro e junto do vestido azul meus olhos ganharam um ótimo contraste. Finalizei a maquiagem com um batom rosa não muito escuro e também não muito claro.

Junto a caixa veio uma sandália muito bonita, prateada e de salto alto; felizmente, eles me lembraram de mandar os acessórios, mas só um colar e um par de brincos ambos com uma pedra azul claro muito bonitos.

De frente ao espelho tentei observar tudo atentamente para ver se não tinha mais nada faltando. E parece que estava tudo certo, até que um dos gatinhos miou e quando o olhei, os três brincavam o saquinho de veludo em cima da minha cama. Antes deles acabarem com o saquinho, tirei deles e de lá caiu na cama a pulseira de brilhantes que havia ganhado hoje de manhã.

Olhei-a muito atentamente.

Era uma pulseira tão delicada e bonita, que até poderia imaginar o valor que aquela pequena pulseira teria custado. Quem havia me dado não deve ter sido qualquer um, provavelmente, foi alguém muito rico.

Acho que não seria ruim eu acabar usando a pulseira, pensei.

Depois que coloquei a pulseira, assenti que não tinha mais nada para colocar e que tudo estava certo. Pedi uma boa sorte dos bichanos, que miaram e fiz um carinho em Taran que ronronou e miou. Tudo foi o suficiente para ter forças e descer para o Salão Principal.

O caminho para o salão era silêncio puro, apenas o que dava para ouvir era o barulho do meu salto, e talvez os meus batimentos cardíacos. Sr. Nicolas foi o único que encontrei no caminho que me elogiou, agradeci e depois seguimos nossos caminhos contrários. Segundo ele, mais a noite iria fazer uma visitinha no baile.

Conforme ia me aproximando do saguão ouvia vozes e passos, mas antes de ficar a vista de todos, parei na parede e dei uma breve olhada no ar de baixo. Não havia muitos alunos, a maioria já entrava no salão, o que estavam parados deveria ser os campeões.

Respirando fundo e inspirando, tomei forças e apareci na visão de todos.

Descia as escadas bem devagar para não pagar mico e cair de boca, ou sair rolando pela escada. Sentia os olhares em minha direção, inclusive o de Harry me olhando surpreso no início da escada com Parvati me olhando da mesma forma, só que menos discreta já que a mesma se encontrava com os olhos arregalados e de boca aberta.

— Oi Harry — digo, parando na sua frente com um sorriso amarelo. — Está muito bonito.

— Ah, obrigado, você também está muito bonita — diz Harry também com um sorriso amarelo.

— Não disse isso no dormitório, mas você está muito bem, Parvati.

— Obrigada — disse ela com um sorriso forçado. O que me fez perguntar se era realmente um sorriso forçado e falso, ou apenas sem graça.

Parvati está bem longe de ser minha amiga.

— Acho melhor eu entrando — digo, após ver a professora Minerva pedindo para os alunos, exceto os campeões, para entrar.

Meu olhar se prende quando vejo Malfoy perto da porta para o Salão Principal.

O mesmo também me olhava, só o olhar dele foi o suficiente para meu coração acelerar, mas logo depois se despedaçar quando vejo Tracy ao seu lado e passando o braço dela no dele. Ela diz algo e ele apenas assenti. Desviei meu olhar dele no mesmo instante que me fez reparar em Cedrico me olhando de uma forma tão apaixonante, o que me fez sorri e acredito que também fiquei corada, pois senti minhas bochechas esquentarem.

Cedrico realmente havia convidado Cho Chang.

Decidi entrar de vez no salão quando a própria professora veio falar comigo, a mesma também me elogiou e obviamente que agradeci.

Me despedi de Harry antes entrar no salão. Assim que passei pela entrada, senti vários olhares masculinos principalmente em minha direção, mas não abaixei a cabeça. Fingi que nenhum existia e fui me juntar ao Rony que me chamou com um aceno de mão.

— O que você está fazendo aqui? — ele perguntou me olhando abobalhado.

— Para tomar banho que não é — rebati com ironia.

Rony revirou os olhos.

— Cadê a Hermione?

— Sei lá — respondi, balançando o ombro. — Mas daqui a pouco ela deve aparecer.

Com todo o meu coração, eu realmente adorava Rony com todo meu coração, mas foi impossível não reparar na roupa a rigor dele. Não fiz careta nenhuma, apenas dei uma olhada e ele apenas me disse:

— Pode dizer. É uma velharia, não?

— Bem, é... hum... como posso dizer... diferente?

— Diferente? Tem até o cheiro da minha tia-avó Tercy.

Sorri amarelo. Não sabia se ria ou sentia pena dele.

Até porque o traje a rigor dele era feinho para ser mais exata. Era lotado de babados e marrom barro. Acho que realmente é mais fácil sentir pena do Rony, sei que a família não é lá aquelas coisas financeiramente, mas bem que a Sra. Weasley poderia ter escolhido algo melhor para o Rony.

Para tentar mudar de assunto, fiz um aceno com a mão para a companheira de Rony que só agora havia reparado que ela estava aqui. Não fazia ideia do nome dela. Na verdade, eu até sabia, mas não me lembrava. Só sei que ela é tão falada irmã gêmea da Parvati. Tudo bem que não sou lá aquelas coisas em questão de socialização, mas essa daí foi bem menos social que eu, que me lançou um sorriso tão falso que me deu até ânsia.

Rony voltou a conversa comigo, ignorando completamente a Parvati Clone.

Enquanto conversa com meu amigo, fiquei observando melhor o desconhecido salão que estava muito bonito e diferente.

As paredes do salão estavam cobertas de gelo prateado e cintilante, com centenas de guirlandas de visco e azevinho cruzando o teto escuro salpicado de estrelas.

As mesas das haviam desaparecido; em lugares delas tinha várias mesinhas redondas e iluminadas com lanternas, encostadas no canto do salão, deixando um grande espaço e mais a frente onde ficava a mesa dos professores foi colocado um palco com alguns instrumentos. O que me fez ter mais certeza que viria minha banda favorita de perto.

Foi feito pelos próprios alunos quando foi anunciado a entrada dos campeões, uma típica passagem, com uma quantidade imensa de alunos até mais para frente do salão. Onde estava os professores, funcionários e os próprios juízes – responsáveis - do Torneio como o próprio Bagman e... caramba, algo me diz que o ruivo ao lado do chato vulgo Bagman é o irmão mais velho de Rony, Fred, Jorge e Gina, vulgo chato, chamado Percy.

O que ele estava fazendo aqui?

Antes de tentar pensar melhor sobre o que Percy estava fazendo aqui, ouvi a porta do salão abrindo e em seguida palmas dos alunos para os campeões, mas eu não bati palma nenhuma apenas tentei encontrar minha amiga que estava logo atrás de Harry e Parvati com Vitor Krum. Mesmo com toda multidão ela me viu e me lançou um sorriso enorme que acabei retribuindo.

— Aquela é Hermione Granger com Vítor Krum? — exclamou Parvati Clone abismada.

Era tão divertido ver a inveja estampada nos olhos das garotas ao ver minha amiga belíssima sendo par do famoso Vítor Krum.

— Quê? C-claro q-que n-não. — Rony foi quem respondeu gaguejando.

As orelhas de Rony estavam vermelhas e olhava Hermione e Krum com um certo desgosto que por um momento achei muito suspeito, mas não disse nada.

Já com todos os campeões no centro e posicionados para o início da valsa. Entre eles foi feito um círculo enorme em seguida, uma música calma começou a tocar. Revirei os olhos de tédio quando vi os casaizinhos dançando. Mesmo sendo crueldade, acabei rindo um pouco ao ver o nervosismo de Harry. Devo confessar que Parvati estava sendo um ótimo apoio para ele nesse momento, pois parecia que ela é quem o conduzia.

Aos poucos foram surgindo outros casais como Neville e Gina, o diretor com a Madame Maxime; um dos mais estranho era o Professor Moody seguindo um compasso de dois tempos extremamente desajeitado com a Professora Sinistra, que nervosamente evitava a perna de madeira do professor. Também se tinha Blásio e Jéssica, que devo admitir, estava muito bonita com um vestido que representava muito bem a Sonserina.

Parei de observar os outros pares quando vi Malfoy e Tracy valsando juntos.

O que me desagradou muito e foi o suficiente para sair de perto daqueles idiotas, doidos para fazer o papel ridículo naquele círculo.

Fui até as cadeiras sem dizer nada a Rony que estava muito ocupado fuzilando Hermione e Krum com os olhos. Sentei de mau-humor na cadeira de uma das mesinhas. E fiquei olhando todo mundo com tédio. Estava começando a me arrepender de ter vindo. Música era puro tédio, puro nojo, estava me dando ânsia.

Rony logo se junto comigo com Parvati Clone logo atrás dizendo algo para ele.

— Não vamos dançar?

— Não — respondeu o mesmo rabugento e se sentando ao meu lado bufando.

Vi que a garota me olhou com raiva, mas dei de ombros.

Tédio era tanto que nem consegui me levantar para ir na boca do palco só para ver de pertinho As Esquisitonas quando os mesmos entraram. Só conseguia amaldiçoar mentalmente Malfoy todo sorridente e animado, dançando com a Davis. E sim, agora vai ser Davis. Pois ela não deveria estar aí com ele... não deveria...

Boogie down like a unicorn

Como um unicórnio você vai dançar

Don't stop till the break of dawn

Até o sol nascer, sem parar

Put your hands up in the air

As mãos para o alto levantando

Like an oger, just don't care

Como um ogro que não está nem ligando

(...)

— Como é que vocês estão indo? — perguntou Harry a Rony e eu, se sentando ao meu lado — junto com Parvati cruzando os braços e perna — e abrindo uma garrafa de cerveja amanteigada.

Rony não respondeu. Porque continuava olhando feio para Hermione e Krum, que dançavam ali perto.

— Tédio — respondi irritada. — Vou pegar algo para comer.

Levantei e fui para uma grande mesa que não tinha visto antes do outro lado do salão com alguns comes e bebes. Servia-me com tortinhas, salgados e tomar cerveja amanteigada. Assim que coloquei a tortinha de porco na boca, ouvi uma voz ao meu lado, muito bem conhecido de minha parte.

— Olá.

Virei e suspirei cansada.

— Oi Nott.

— Calma, não precisa me tacar nada, só vim pegar algo para beber — diz ele levantando a mão.

— Faço apenas se você veio me irritar — digo ríspida.

— Como disse — e o mesmo esticou o braço para pegar a garrafa de cerveja amanteigada — vim só pegar algo para beber.

— Hum...

Ele sorriu.

Já fazia um bom tempo que não dirigia uma mínima palavra com Theodore. Desde aquela última vez na biblioteca que lhe dei um fora, depois do enorme atrevimento do mesmo, que já esqueci, mas é impossível nossa amizade ser como antes. Sem contar que não tenho mais coragem de beija-lo como antes.

Infelizmente, era muito bom as nossas ficadas.

— Coisa chata da porra — ouvi-o resmungar se encostando na mesa assim como eu. — Ainda bem que consegui me livrar da Daphne.

— Então você veio com a cabelo de salsicha que não é mais cabelo de salsicha? — falei com um sorriso cínico.

Ele riu.

— Pois é, não tinha opções melhores — e o mesmo me olhou, o que me fez na hora desfazer meu sorriso e fechar a cara.

— Escuta aqui, Nott — comecei a dizer irritada. — Se você veio aqui para me paquerar, já vou logo avisando que o que tinha entre você e eu acabou.

— Sei disso, sei disso... — Theodore revirou os olhos. — Não precisa me lembrar, pois eu mesmo já esqueci de você.

Franzi o cenho.

— É sério — diz ele sério, me olhando da mesma forma. — O que rolou entre a gente foi realmente muito bom. Sabe, por um momento estava realmente gostando de você. Mesmo que o nosso relacionamento não passasse de beijo sem compromisso.

Theodore passou a mão no cabelo o bagunçando e afrouxando mais a gola da gravata.

Acho que esqueci de comentar que ele estava muito bonito.

— Por mais que não acredite. Eu realmente sinto muito pelo que quase fiz com você — ele disse em voz baixa. — Não sei o que deu em mim, eu... Sabe, já faz um tempo desde que “terminamos” eu fico pensando sobre tudo que ando passando. Mesmo em Hogwarts ainda fico a par dos problemas na minha casa, pois meu pai vive me irritando com cartas e daquela época estava bem pior que agora.

— Por que está me dizendo isso?

— Sei lá. Acho que só quero explicar, me desculpar. Sei lá...

— Eu não te odeio — falei. E realmente, eu não odeio ele, só acontece que ele não está mais na minha lista de amigos. — Mas também não consigo mais te considerar um amigo. Eu gostava muito de você, Theo. Gostava das nossas conversas, mas você tentando se aproveitar foi o estopim para tudo acabar.

— Sei disso.

— Se isso te deixa tranquilo, então, eu te perdoei. — Theodore me de uma forma muito diferente da face que via nele a maliciosa, de malandro, agora parecia ser algo mais para “minha consciência está limpa”. — Entretanto, não posso dizer que podemos voltar a ser amigos.

— Depois dessa — disse ele voltou com o sorriso convencido de sempre — juro que vou tentar resgatar esse nosso título.

Come on!

Vamos!

Yeah!

Sim!

Can you dance like a Hippogriff?

Você pode dançar o Hippogriff.

(Do The Hippogriff – As Esquisitonas)


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Notas finais do capítulo

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