A Herdeira dos Black II escrita por Akanny Reedus


Capítulo 40
Quer saber minha resposta?




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De fato, era nítido a grande mudança do clima que inalava Hogwarts.

Todos, praticamente todos os alunos e funcionários estavam bem animados com a chegada do Baile, principalmente os alunos, que dava para se ouvir de tudo quanto é canto muxoxos sobre o dia mais aguardados por todos. Um dos boatos era que Dumbledore havia encomendados oitocentos barris de quentão com Madame Rosmerta — o que eu dúvida um pouco. O que me deixou desesperada e agora muito empolgada com o baile é que As Esquisitonas vieram apresentar. Se isso fosse mesmo verdade, eu teria que ir qualquer jeito ao baile, nem que eu fosse de moletom. Falo isso, pois olhando minha mala reparei que meu padrinho ou minha prima, não havia comprado minha veste a rigor.

Quando mencionei isso a Hermione, ela quase teve um chilique no meio do dormitório e disse que era para mandar urgentemente uma coruja ao meu padrinho para ele mandar um vestido para mim.

Contei também para ela sobre o bilhete que recebi na aula de Astronomia do Malfoy; também sobre o convite do Cedrico.

— Aceita o do Cedrico. — Isso foi a única coisa que ela me disse. — Você havia prometido ao Harry e o Rony de não se aproximar do Malfoy. Se lembra?

Verdade. Eu nem lembrei mais sobre essa promessa. Fiquei tão focada no convite dele. Estava me sentindo feliz em saber que Malfoy realmente havia me convidado para o baile. Porém, lembrando do pedido dos meninos. Comecei a ficar mais pensativa sobre esse assunto. Não queria decepcionar mais uma vez aqueles dois.

Durante a aula de Flitwick que decidiu não dar matéria nenhuma — já que os alunos estavam com suas mentes muito longe —, ele deixou os alunos jogarem e aproveitando que Rony e Harry se mantinha ocupado com o professor lhe dando umas dicas sobre o Feitiço Convocatório. Fiquei a aula todo conversando com Hermione sobre o que responder ao Malfoy. Já que eu iria me encontrar com o mesmo na hora do almoço.

Ao contrário do Prof. Flitwick, Snape fez questão de passar matéria e ainda marca um teste sobre antídotos a venenos no último dia do trimestre. Se eu queria matar ele? Claro que sim. Ainda bem que sou ótima em Poções e não terei nenhum problema com a matéria diferente de Rony que precisaria de ajuda nos estudos. Olhei só uma única vez para Malfoy durante a aula, ele também havia me olhado, mas só iriamos conversar na hora do almoço.

Assim que deu o sinal, fomos até o Salão Principal. De almoço tomei apenas uma taça de suco de abobora. Não estava com fome, já que minha cabeça estava trabalhando muito para tentar criar uma resposta ao Malfoy.

— Gente, eu encontro vocês depois — digo. Já me preparando para sair.

— Onde você vai? — perguntou Rony com a boca cheia.

— A qualquer lugar — respondi com a bolsa no ombro.

— Sem comer nada? Seu prato está vazio — comentou o ruivo.

Revirei os olhos e peguei uma coxa de frango.

— Pronto, agora estou comendo — disse, mordendo o pedaço da coxa.

Antes de sair do salão coloquei minha coxa no prato de um Corvino que reclamou não gostar de frango.

A neve cobria toda a vista, precisei caminhar com cuidado entre a neve para não escorredor e durante o percurso até o lago fui tentar deixar firme minha escolha. Vai ser uma escolha difícil, foi ter que me explicar muito ao Harry e Rony, mas não iria conseguir negar o pedido. Meu coração dizia sim. E me fazia lembrar a cada segundo o quanto Malfoy significava para mim. Me fazia esquecer o que passei com ele, que talvez dessa vez ele possa ter mudado, não sei. Que agora tudo possa ser diferente... Mas parece que nada mudou.

Ao me aproximar do lago vi a cena mais depressível que poderia ver em toda minha vida. Meus olhos se encheram de lágrimas, mas nenhuma lágrima caiu, pelo tamanho do ódio que sentir. Era para isso que esse idiota me chamou? Ele queria que eu presenciasse ele e a Buldogue se pegando.

Finalmente os dois se separaram, Malfoy reparou minha presença e me olhou com a cara de sempre dele: bocó.

— Susana não é o que está pensando — ele foi se aproximando de mim, mas só fiz um sinal para ele parar.

Parkinson que estava atrás dele sorria.

— Quer saber minha resposta? — perguntou com um sorriso cínico.

— Era justamente para isso que te chamei. — Malfoy se calou quando dei minha resposta: coloquei dois dedos na boca, como se fosse vomitar e os tirei da boca lhe mostrando meu dedo do meio. — Não precisava fazer isso.

— Já fiz — rebati furiosa. — Idiota!

Virei de costas e sai de lá pisando duro.

Malfoy chamou mais uma vez meu nome, mas não virei.

Pensando melhor é melhor eu ligar para ele sim, e da melhor forma que Susana Black pode retribuir algo, peguei minha varinha e apontei para a neve em cima da arvore e disse:

— Incendio.

O gelo que se tinha em cima da arvore derreteu por causa do fogo, fazendo então o gelo derretido cair tudo em cima de Malfoy já que ele estava embaixo da arvore. Não fiquei mais tempo para ver se ele xingou ou algo do gênero, só sai e não olhei para trás.

Eu queria muito chorar, porém, eu não ia fazer isso.

Nunca mais vou chorar por esse idiota.

Se um dia for chorar vai ser por eu ser uma perfeita idiota por achar que Draco Malfoy tem salvação.

DRACO MALFOY © POV

Ontem, durante a aula de Astronomia, decidi mandar um bilhete com meu convite ao baile para Susana. Sei que não era nenhuma atitude de um Malfoy. Mas por culpa da matéria feita pela Rita Skeeter não iria conseguir me aproximar de Susana entre esse bando de fofoqueiros, só iria falar tranquilo se ela estive em um lugar sozinha, como na biblioteca — porém, agora ela decidiu não aparecer na biblioteca. Por isso o único jeito foi mandar o bilhete e mancar de se encontrar no horário que era certeza que ninguém estaria fora do Salão Principal.

Logo que terminou a aula de Snape, fui para o ponto de encontro: lago negro. Mesmo lugar que ficávamos. E seria exatamente nesse lugar que tentaria recomeçar tudo com ela. Eu queria tentar mais uma vez. Eu precisava. Principalmente agora que me toquei o motivo dela ter terminado tudo.

Provavelmente era ela no dia que Theodore veio tirar satisfação por Susana e eu estarmos ficando. E acabou, que ela deve ter escutado a parte da conversa que não deveria e saiu correndo. Tinha absoluta certeza que quem fez aquele barulho no dia fora ela. Digo isso, pois até hoje estou sua gravata guardada na minha mala. É estranho ter algo da Grifinória comigo, mas algo dentro de mim não se incomodava porque era dela. Como tinha certeza que pertencia a Susana? Simplesmente porque estava com o cheiro de seu perfume.

Enquanto a esperava fiquei observando a paisagem branca — por causa da neve — do lago e da floresta proibida. Não demorou muito para ouvir passos, sorri, pois imaginei que você ela. Logo senti me abraçando por trás, porém, não senti o perfume conhecido e nem nada que representasse Susana. Até porque ela não iria me abraçar assim de repente.

— Mas o que você está fazendo aqui? — disse irritado, ao me virar e ver Pansy toda sorridente.

— O que você acha? Vim aproveitar que ninguém está por aqui e ficar sozinha com você, Draquinho — dizia ela tentando fazer uma voz manhosa.

— Então veio perde seu tempo — retruquei. Tirando as mãos dela da minha capa. — É melhor ir embora, Pansy.

Droga. Assim ela vai estragar tudo se não for embora.

— Por quê? Não tem ninguém aqui — ela tentou se avançar para me beijar, mas me afastei.

— Pansy... não me provoque.

— Não seja cruel, Draco — revirei os olhos ao vê-la morde o lábio inferior. — Só quero um beijinho. E assim a gente aproveita para conversar melhor sobre o baile.

As vezes sinto pena dela ainda achar que vou com ela para o baile.

Será que ela não se toca que não quero ir com ela? Eu quero ir com outra.

Fui abrir a boca para responde-la, mas antes de dizer algo fui muito pego de surpresa, quando ela me puxou com tudo pelo pescoço e beijou. Pansy, praticamente me estrangulava pelo pescoço. Segurei firme o braço dela e tirei de perto também a empurrando para se afastar.

— Você ficou... — Pansy sorria maldosamente.

Olhei para trás de mim e vi quem eu menos queria que presenciasse essa cena.

— Susana não é o que você está... — parei de falar, ela fez um sinal para que eu parasse.

A cara dela estava normal, seria como sempre e um olhar assustado para ser mais exato. Susana consegue manter sem esforço nenhum os típicos traços da família dela — nesse caso os Black. Com um sorriso cínico, ela perguntou no mesmo tom:

— Quer saber minha resposta?

— Era justamente para isso que te chamei aqui — falei. Mas me senti péssimo ela quando contracenou um gesto que iria vomitar: botou dois dedos na boca, mas depois os tirou e me mostrou o dedo do meio com seu sorriso cínico. — Não precisa fazer isso.

— Já fiz — ela rebateu irritada. — Idiota!

Susana se virou furiosa e saiu.

— Susana! Ei, Susana!

Tentei voltar a me aproximar, mas parei ao sentir uma quantidade grande de água gelada caindo em cima de mim. Susana havia derretido o gelo com o feitiço Incedio que derreteu a neve em cima da arvore.

Não fiz, nem pensei nada, apenas olhei Pansy e senti pela primeira vez uma vontade imensa de bater em uma mulher. Só não fiz, pois estava tremendo de frio e precisava me aquecer rápido, antes que eu pegue um resfriado.

SUSANA BLACK © POV

Um fato sobre hoje é que meu está no nível dos piores.

Depois da janta fui para sala comunal com Hermione e os garotos, calada, dizendo só o suficiente e olha lá. Percebendo que meu humor não estava lá aquelas coisas. Eles tentavam me dirigir o mínimo de palavras. Não que eu fosse descontar minha raiva neles, mas é que eu realmente não queria conversar.

Como amanhã seria a bendita aula com o teste que o Seboso decidiu passar, nos juntamos perto de uma mesa ao lado lareira para estudar — nesse caso só a Hermione começou a revisar. Já que não previsava estudar, pois já sabia tudo de antídotos, peguei um dos pergaminhos de rascunho dela e fiquei desenho um Malfoy morto.

— Perverso é o que ele é — ouvi Rony resmungar, com amargura, na sala comunal. — Dar um teste no último dia. Estragar o finalzinho do trimestre com um monte de revisões.

Esse era Rony Weasley reclamando do Seboso por causa dos testes.

 — Hum... Mas não se pode dizer que você esteja se matando de estudar, não é? — comentou Hermione, olhando para Rony por cima dos seus apontamentos sobre Poções. Rony estava bem entretido construindo um castelo de cartas com o baralho de Snap Explosivo.

— É natal, Hermione — disse Harry cheio de preguiça, relendo Voando com os Cannons, acho que pela décima vez, sentado em uma poltrona perto da lareira.

Hermione lhe lançou, também, um olhar severo.

— Pensei que você estaria fazendo alguma coisa construtiva, Harry, mesmo que não queira aprender os antídotos!

— Como o quê?

— Aquele ovo! — ela sibilou.

Revirei os olhos.

— Mione, Harry tem dias de sobra até a segunda prova — digo, ainda rabiscando o pergaminho.

— Isso mesmo — respondeu Harry. — Tenho até o dia vinte e quatro de fevereiro.

— Mas pode levar semanas para você chegar a uma conclusão! Você vai parecer um perfeito idiota se os outros campeões souberem a resposta para a próxima tarefa e você não.

— Deixa ele em paz, Mione, ele conquistou o direito de tirar uma folga — disse Rony enquanto colocava as duas últimas cartas no topo do castelo e a coisa toda explodia chamuscando suas sobrancelhas. O que me fez rir.

— Ficou legal, Rony... Vai combinar bem com as suas vestes a rigor, ah, isso vai. — Eram Fred e Jorge. Que vieram se sentar com a gente, Fred vendo que meu pé ocupada outra cadeira, bateu para que eu tirasse e me sentasse direito.

— Está nenhum pouco folgada? — Jorge ironizou.

— Não enche — disse, retirando o pé da cadeira e me sentando direito.

— Depois dessa é melhor ficar quieto, Jorge — diz Fred rindo. — Senão você fica sem cabelo e não sobrancelha — ele sorriu, lançando o olhar ao Rony que apalpava o resto da sobrancelha.

— Rony, podemos pedir Pichitinho emprestado? — perguntou Jorge.

— Não, ele está fora entregando uma carta. Por quê?

— Porque Jorge quer convidar sua coruja para ir ao baile — disse Fred sarcasticamente.

— Porque nós gostaríamos de mandar uma carta, seu panacão — disse Jorge.

— Para quem é que você tanto escreve, hein? — perguntou Rony.

— Não mete o nariz, Rony, ou vou queimar ele para você, também — disse Fred, acenando a varinha num gesto de ameaça. — Então... Vocês já arranjaram par para o baile?

— Não — respondeu Rony.

— Então é melhor andarem depressa, companheiros, ou todas as garotas legais vão estar ocupadas — disse Fred.

— Como quem é que vocês vão, então?

— Angelina — disse Fred prontamente, sem a menor constrangimento.

— Quê? — disse Rony espantado. — Você já a convidou?

— Bem lembrado — disse Fred. E virando a cabeça gritou para o outro extremo da sala comunal.

Angelina, que estava conversando com Alicia Spinnet perto da janela, olhou para ele.

— Que foi? — perguntou em resposta.

— Quer ir ao baile comigo?

Angelina lançou um olhar a Fred como se o avaliasse.

— Tudo bem — disse ela e tornou a se virar para Alicia para retomar a conversa, com um sorrisinho no rosto.

— Pronto — disse Fred a Harry e Rony —, moleza.

Foi impossível não rir da cena que acabei de presenciar.

Fred se levantou, então, se espreguiçou e disse:

— É melhor usarmos uma coruja da escola, então, Jorge, vamos...

Os dois saíram. Rony que havia parado de apalpar as sobrancelhas, olhou para Harry por cima dos restos fumegantes do seu ex-castelo de cartas.

— A gente devia começar a se mexer, sabe... Convidar alguém. Ele tem razão. Não queremos acabar com um par de trasgos.

Hermione deixou escapar uma exclamação de indignação.

— Com licença... um par do quê?

— Bom... Sabe — respondeu Rony, encolhendo os ombros —, eu prefiro ir sozinho do que com... Com Heloisa Midgeon, digamos.

— A acne dela melhorou à beça ultimamente, e ela é bem legal!

— Tem o nariz fora de esquadro.

Gargalhei.

— Ela é realmente esquisita — comentei com um sorriso maldoso, mas fui ignorada.

— Ah, entendo — disse Hermione, encrespando. — Então, basicamente, você vai levar a garota mais bonita que aceitar você, mesmo que ela seja completamente intragável?

— Hum... É, é por aí — disse Rony.

— Eu vou dormir — retorquiu Hermione, ela me olhou para saber se também iria, assenti e subi junto com ela.

Aproveitando que não tinha nenhuma Parvati, Lilá ou Emma da vida para irritar, comecei a contar para Hermione sobre o que aconteceu com Malfoy na hora do almoço. Ao contrário do que ela esperava, eu não chorei, apenas desabafei todo meu ódio que sentia por ele e a Buldogue naquele momento.

— Eu não vou ficar chorando por ele — falei irritada. Enquanto acariciava a cabeça de um dos filhotes que por sinal já estavam grandinhos. Os três gatinhos estavam na cama de Hermione nos fazendo companhia enquanto a gente conversava. — Já cansei de parecer uma idiota. Cansei de chorar. Não quero mais isso, eu não sou assim.

Hermione acabou completando que eu deveria voltar a aceitar o pedido de Cedrico. Neguei na mesma hora, não ia falar com ele, depois de quase ter dado um fora. Só que segundo minha amiga, eu não dei fora e sim um tempo para pensar, o que para mim dava no mesmo. Ia parecer ridícula aparecendo na frente dele, dizendo que agora quero ir com ele, e um monte de blabla. Ai a chances de ele dizer que não quer mais são maiores do que o Professor Flitwick crescer mais.

— Ele também já deve ter chamado outra — digo.

— Ou não — completou Hermione. — Talvez esteja esperando a sua confirmação.

Revirei os olhos.

— Você fala, fala, de mim para ter um par, mas você também não tem nenhum.

Franzi o cenho ao reparar que suas bochechas ficaram coradas.

— Não me diga que você já tem um e não me contou nada? — olhei Hermione perplexas.

— Bem, é que aconteceu hoje e não queria contar com o Rony e Harry ao lado.

— Então quer dizer que foi mesmo convidada? — ela assentiu. — Por quem?

Comprovando que ninguém abriria a porta, se aproximou mais de mim e disse com a voz baixa:

— Vítor Krum.

×××

A decoração do Dia das Bruxas em Hogwarts já achava incrível, agora a decoração de Natal é algo de outro mundo. Como no ano passado não havia passado o Natal aqui, não vi muito dos enfeites, mas como dessa vez iria ficar pude reparar em cada detalhezinho que era um mais bonito que o outro. Segundo Harry, essa era a decoração mais fantástica que se teve em seus quatro anos de Hogwarts. Pingentes de gelo perene tinham sido presos nos balaústres da escadaria de mármore, havia doze árvores de Natal no Salão Principal enfeitadas com tudo, desde frutinhas vermelhas luminosas até corujas douradas vivas que piavam, e as armaduras tinham sido enfeitiçadas para cantar canções tradicionais de Natal quando alguém passasse por elas. Era muito divertido ouvir “O vinde adoremos” cantando por um elmo vazio que só sabia metade da letra.

Várias vezes, Filch, teve que retirar o irritante do Pirraça de dentro da armadura, onde ele pegara a mania de se esconder, preenchendo as lacunas das canções com palavras de sua própria invenção, todas muito grosseiras.

Em relação a acompanhantes — Hermione era a única que tinha um par — Harry e Rony pareciam desesperados que não tinham par. Ou melhor, Rony que estava desesperado a procura de alguém, pois ele não queria pegar uma Heloise da vida. Já eu estava me sentindo normal, e ainda mantinha a ideia que não iria nesse baile. Tinha dito hoje de manhã para Hermione que não iria. Não estava com vontade e também não iria falar com Cedrico sobre. Não quero parecer uma idiota.

Sei que pode parecer ridículo, mas depois que aquele convite do Malfoy não passava de uma farsa, eu perdi a vontade de ir nessa noite ridícula. Sem contar que nem se quer tenho vestido que é o principal. E era isso mesmo, eu não tinha roupa para ir, então o que adianta eu ir. Ainda bem que não tinha vindo nenhum pamonha me convidar de novo, pois iria recusar com ou sem vestido.

Enquanto eu estou nenhum pouco me importando com isso; reparei que um dos meus amigos tinha uma escolha especial para um par. Não era a primeira vez que via Harry olhando a tal Cho Chang, da Corvinal. Mas hoje só me deixou bem mais claro que ele estava afim dela, pois ele não tirava os olhos dela e praticamente lia na testa dele — e não era a cicatriz — que ele queria convida-la.

— Vai falar com ela — comentei no ouvido dele.

— Quê? Não.. eu... Como?

Revirei os olhos.

— É só convidar e pronto.

— Hum... mas ela precisa ficar cercada das amigas — diz ele irritado. — Será que ela nunca vai a nenhum lugar sozinha?

— Acho que não — dei um sorriso amarelo. — É agora que você vai ter que mostrar que é realmente um aluno da Grifinória.

Harry me olhou indeciso.

— Esquece as amigas dela — digo. — Chama ela, mesmo que esteja acompanhada, e a leva para um lugar afastado dos ouvidos das amigas e faz o pedido.

Ainda meio intrigado, Harry concordou e disse que ia falar com ela depois da aula do Snape. Já que estava dando a nossa hora para aula daquele narigudo. E como eu imaginei, o teste dele tinha sido fácil. Poções era sem dúvida a matéria que eu tinha mais facilidade junto com Defesa contra as Artes das Trevas.

No final da aula Harry me lançou um olhar do tipo: vem comigo — que logo entendi do que se tratava.

— Encontramos vocês na hora do jantar — disse Harry a Rony e Hermione, e sem da tempo ao dois responderem, me pegou pelo pulso e me puxou para fora da sala.

— Já sabe, você só precisa pedir uma palavrinha em particular com ela, só isso — digo.

Harry balançava a cabeça.

— Certo.

Porém, antes de subir as escadas de mármores, alguém me chamou.

— S-su-sa-na — olhei para trás e era Neville que vinha correndo até nós.

 Ele estava mais branco que papel e vermelho.

— Neville? O que foi?

— É, que eu posso falar com você... — Neville gaguejava.

— Precisa falar com ela agora, Neville? — perguntou Harry.

— É rapidinho — murmurou ele.

— Vai, depois te encontro — falei a Harry. — Boa sorte.

Contragosto ele assentiu e subiu correndo as escadas.

— Então — disse me virando para olhar um Neville muito vermelho —, o que queria me falar?

Neville ameaçou a falar, mas fechou a boca.

Fez uma careta como se tivesse pensando, balançou a cabeça e respirou fundo.

— Vai falar ou vai ficar calado? — perguntei. — Preciso ir atrás do Harry.

— Querbaileircomigo?

— Oi? Desculpe, não entendi.

— Você quer... Você quer ir ao baile comigo?

Se isso me pegou de surpresa? Me pegou, e muito.

Neville me olhava desesperado, seus olhos brilhando e como falei antes: bochechas vermelhas. Eu parei para pensar na proposta dele, mas não conseguia pensar no sim. Dizer que tudo bem, eu vou com você, eu aceito.

Desde o dia que esse baile foi comunicado, eu realmente não tive a menor vontade de ir; só fui ficar mesmo animada quando recebi tive aquele sonho que talvez não fosse ruim, porém, que seria tão bom quanto o sonho se fosse com Draco Malfoy. Só que aquele idiota acabou destruindo toda minha visão de um baile legal. Não tinha deixado muito claro isso para Hermione, acho que nem a mim mesma, mas aquela cena do Malfoy beijando a Parkinson me doeu e muito. Consigo sentir perfeitamente uma dor no peito. Acontece que eu não quero puxar mais a ferida para não doer mais e acabar chorando.

— Neville, eu realmente sinto muito — falei. — Mas eu não vou a esse baile.

— Por quê?

— Não tenho roupa — menti entre aspas, pois de fato eu não tinha vestido e nem nada. — E não gosto dessas coisas. Eu realmente lamento de não te dizer “sim”.

Senti um aperto enorme vendo a cara de decepção dele.

— Tá, tudo bem — diz ele.

— Sinto muito mesmo.

— Não, sem problema, agora só preciso achar outra... Talvez a Hermione...

— Você ficaria de mal de mim se lhe contasse que a Hermione já tem par?

Vi que ele estava preste a chorar.

O menino estava mais desesperado que Harry e Rony.

Foi nesse momento que olhei para trás e vi alguém para ele.

— GINA! — gritei para ruiva que havia acabado de entrar no saguão.

Ela me olhou.

— Vem aqui!

— O que está fazendo?

— Você quer um par, não é mesmo? — ele assentiu. — Tudo bem se essa for a Gina? E não Hermione ou eu?

Desespero dele deveria ser tanto para ir com alguém ao baile que nem ao menos se importou em convidar a Gina. Agora espero que ela aceite, pois eu realmente não estou afim de ir nesse baile.

Será que seria tarde demais falar a professora Minerva que prefiro passar o Natal em casa?


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Notas finais do capítulo

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