A Herdeira dos Black II escrita por Akanny Reedus


Capítulo 4
Gemialidades Weasley




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Ao sair da cozinha e seguir Rony por um corredor estreito até uma escada irregular, que subia em ziguezague pela casa. Subi uns lances de escadas e logo parei, Rony foi até uma porta de madeira, com uma aparência gasta e abriu.

— Só avisando que esse não é meu quarto — disse Rony em seguida.

Era um quarto pequeno, havia uma cama de solteiro bem arrumada, mas o que me chamou mais atenção e imaginei que não era mesmo o quarto do Rony, pois se tinha um pôster enorme de As Esquisitonas na parede da cama, ocupava quase que a parede inteira. Nem dava para se comparar com o meu pôster no meu quarto. Meus olhos brilharam quando vi aquilo, além de uma certa invejinha, como queria um pôster daquele tamanho, mas nunca achei. Tinha me perguntado de quem seria o quarto, mas logo lembrei do que Rony tinha me contado no meu quarto sobre a irmã dele.

— É o quarto da Gina? — perguntei ao Rony parado na porta, desviando o olhar do pôster.

— De quem mais poderia ser?

— Não sei, talvez, o seu quarto e você me enganou que não era fã da As Esquisitonas — debochei.

Antes mesmo de Rony dizer algo, ouvi uma gargalhada da porta, vindo das costas de Rony. O mesmo se virou assustado e saiu da frente, foi ai que vi a Gina rindo.

— Muitas vezes acho que ele é um fã enrustido da As Esquisitonas — caçoou Gina.

Gargalhei. Não tinha conseguido me segurar, mas logo calei ao ver a cara fechada de Rony e as orelhas vermelhas.

— Cala essa boca, Gina, eu não gosto desses idiotas — retrucou Rony.

— Fica quieto você, Rony e eles não são idiotas, são lindos — disse Gina.

— O que concordo plenamente — digo.

A ruiva me olhou animada e perguntou:

— Você gosta de As Esquisitonas?

— Adoro eles — respondi no mesmo ânimo que Gina. — É minha banda favorita.

— É minha também — diz Gina passando por Rony que revirou os olhos. — Parece que vamos nos dar muito esses dias.

— Pode ter certeza disso — digo.

— Susana — chamou Rony me fazendo olhar. — Olha se você ainda quiser, vou te mostrar o meu quarto, desde ficar aqui.

Sorri ao Rony assentindo. Eu queria mesmo conhecer o quarto de Rony e pela cara dele, senti um leve ciúme vindo do tom dele e da cara também - por eu estar conversando animada com Gina, por causa disso e por ele também ser um dos meus melhores amigos não irei deixar ele de lado. Afinal de contas, por mais que possa me dar bem com Gina, ainda vou me sentir mais tranquila conversando com Rony.

— É melhor você ir mesmo, depois a gente conversa mais — falou Gina. — Já que você e Hermione vão dormir aqui no meu quarto.

— Ok — disse passando por ela e indo até Rony, que já se encontrava do lado de fora do quarto. — Agora você vai me mostrar o seu quarto?

Ele bufou e deu de costas, subindo as escadas e eu o segui. Subimos mais dois lances de escadas e parei em frente a uma porta com tinta descascada e uma pequena placa onde se lia “Quarto do Ronald”. Entrei assim que Rony deu passagem, o teto era inclinado e a maioria das coisas do quarto dele era laranja: a colcha da cama, as paredes e o teto. Só que quando reparei melhor, vi os tons de laranjas da parede era pôster. Rony tinha colocado vários deles na parede para tentar tapar o papel de parede gasto.

— Você torce para os Chudley Cannons? — perguntei desviando o olhar do pôster e olhando a colcha da cama dele com o brasão do time.

— Torço — respondeu Rony. — E você também?

— Você sabe que não sou uma fanática por Quadribol, então não, a verdade é que não tenho um time exato.

— Já deveria imaginar que não tem um time — falou Rony se aproximando de mim, enquanto olhava um aquário no peitoral da janela, dentro se tinha um grande sapo. — Loucura mesmo é você não curte Quadribol, que é o melhor jogo do mundo.

— Se te conforta, ao menos acho Quadribol melhor que os esportes dos trouxas que ficam correndo atrás de uma bola feito idiotas — comentei.

Olhando para o lado, perto da janela, consegui avistar uma gaiola vazia, o que imaginei ser do Píchi.

— Cadê o Píchi? — perguntei.

— Pedi para ele levar uma carta ao Harry, antes de sair para te buscar, mas parece que ele ainda não chegou — respondeu Rony. — Mamãe tinha mandado uma carta para os tios trouxas dele, avisando sobre a Copa Mundial de Quadribol e o resto das férias. Como eu não sabia quando a carta iria chegar, já que foi enviado por correio trouxa, mandei o Píchi levar uma minha ao Harry avisando...

As palavras do Rony foram cortadas pelos resmungos de Taran na cestinha que eu tinha deixado no chão, perto da cama de Rony.

— Acho melhor soltar ele — sugeriu Rony.

— Também acho — concordei.

Fui até a cestinha dele, abri e sem enrolação, Taran saiu em passos rápidos da cestinha. Parou e ficou olhando curiosamente o quarto, mas sem deixar de me olhar com a cara fechada.

— Vamos passar o resto das férias aqui na casa do Rony, entendeu, Taran? — disse e ele apenas miou, virando a cara e saindo do quarto. — Espero que sua mãe não se importe.

— Que isso, ela gosta de gatos, e do jeito que conheço o Taran acho que vai conquistá-la rapidinho... Ah, olha só quem voltou com a resposta do Harry. — No mesmo instante virei o rosto e olhei para o lado de fora, vendo a pequena coruja do Rony se aproximar.

Passou em uma grande velocidade pelo meu rosto, esvoaçando todo o meu cabelo, a coruja entrou piando e voando por todo canto do quarto.

— Píchi! — exclamou Rony, ordenando para a coruja parar, o que foi um pouco difícil, mas não impossível. Rony conseguiu tirar o pequeno pedaço de papel da perninha de Píchi e disse: — É do Harry.

Aproximei-me de Rony que se sentou na cama, e li junto com ele o que estava escrito no bilhete.

Rony, está tudo certo, os trouxas disseram que eu posso ir. Vejo você amanhã às cinco.

Mal posso esperar.

Harry.

Era ótimo saber que Harry iria junto para a Copa Mundial de Quadribol e passar o resto das férias com a gente. Mesmo sabendo que ele viria de qualquer jeito, mas era legal saber que os tios dele deixaram, só acho que esse “sim” deles não foi tão fácil. Deve ter precisado de uma ajuda do meu papai na permissão.

Os minutos foram se passando, Hermione ainda não tinha chegado e parece que ia chegar depois da janta. Fiquei todo esse tempo no quarto de Rony conversando sobre várias coisas, até que ele tentou entrar em assunto “confidencial”. Digo isso, pois eu sabia que seria sobre meu pai, já que ele olhou para todos os lados e deu uma olhada se a porta estava bem fechada.

— E aí, você tem falado com o... — Antes de Rony tentar terminar a porta foi aberta, fazendo o ruivo ao meu lado dar um pulo da cama e olhar assustado para a porta.

Rony não foi o único, pois eu também me assustei, a única diferença é que olhei apenas assustada para a porta. Eu insinuei que era a mãe de Rony, avisando sobre a janta, mas eram os meus ex-gêmeos favoritos.

— Como imaginado, você está aqui, minha adorável Susana — falou Fred se aproximando de Jorge.

— Corrigindo, nossa adorável Susana, Fred — disse Jorge dando ênfase no “nosso”.

— Não foi o que pareceu minutos atrás quando cheguei — digo, virando a cara.

— Caramba — exclamou Rony com a mão no peito. — Na próxima vocês podem bater na porta, quando entrarem no meu quarto!

— Para que tanta revolta, maninho? — diz Jorge em um tom falso de censura. — Parece até que interrompemos um momento romântico.

Por mais que esteja de mal dos gêmeos, não consegui me conter e ri. Principalmente da cara de Rony que ficou vermelho como um pimentão.

— Calem a boca vocês dois, não tinha nada de romântico, apenas estávamos conversando e vocês assustaram — explicou Rony com as orelhas ainda vermelhas.

— Ok, esperamos que seja mesmo verdade — disse Jorge em tom de deboche. — Pois a Susana já tem um compromisso comigo e o Fred.

— Tenho? — repeti olhando os gêmeos com as sobrancelhas arqueadas. — Então acho que vocês quebraram esse compromisso.

Virei a cara e apenas ouvi algo se sentar nos meus dois lados, atrás de mim e duas cabeleiras ruivas apareceram. Detalhe, os gêmeos também estavam cabeludos. Que isso todo mundo se revoltou com a tesoura?

— Perdoe-nos, Susana — disse Fred que estava do meu lado esquerdo.

— Saiba que não ficamos afastados até agora — Jorge se aproximou do meu ouvido e murmurou: — sem motivos.

— Motivos? — Olho curiosa aos dois. — Quais motivos?

Ambos riram e Fred disse:

— Sabíamos que ia dizer isso.

Fred passou o braço no meu ombro.

— Você é muito curiosa — diz ele em tom provocante.

— Eu não sou curiosa — rebati seria.

— É sim — Jorge rebateu de volta.

Olhei com reprovação ao mesmo que apenas me respondeu com uma piscadela, o que me fez virar a cara.

— Eu não sou curiosa, apenas quero saber se desculpo ou deixo vocês de lado. Simples assim.

— Minha querida, Black, você tem sorte que já estávamos preparados para essa sua curiosidade — falou Fred, ignorando a minha negação e me provocando com a palavra “curiosidade”. Ele estava fazendo isso de propósito, eles sempre fazem isso.

— Por tanto pode se sentir honrada, iremos mostrar a você o que está ocupando o nosso tempo — falou Jorge.

Percebi que Rony também se interessou por saber, ia abrindo a boca para falar, mas ele foi impedido por Jorge.

— Menos você, Rony.

— Quê?

— Iremos mostrar apenas para nossa adorável amiga Susana — disse Fred. — Você fica na curiosidade.

— Ora, mas ela também é minha amiga, mas vocês são meus irmãos... Ei, me deixem ir?

Antes de Rony terminar de falar, estava saindo para o quarto dos gêmeos.

— Não! — respondeu Fred e Jorge ao mesmo tempo.

— Volto daqui a pouco, Rony — digo, fechando a porta em seguida.

 

 

— Não acredito que vocês estão fabricando tudo isso? — Olhava perplexa para os “brinquedos” que se tinha dentro da caixa de papelão que eles me mostraram.

— Estamos sim e temos mais essa lista de encomendas — diz Fred me mostrando um pergaminho lotado de nomes de quem pediu e do que querem.

Fred e Jorge me contaram tudo o que estavam fazendo. Tudo o que estavam preparando, eram muitas coisas e sim, perdoei o deixa de lado deles. Pelo o que ambos me disseram, eles querem levar tudo isso para Hogwarts para vender lá.

— Vocês são incríveis — digo olhando os saquinhos de balas, cada uma tinha um nome do que iria provocar quando o indivíduo comer.

— Essa está para ser experimentado — Jorge esticou um saquinho com algumas balas, que parecia caramelo, acho que era caramelo.

— Caramelos?

— Exato, mas dentro tem uma poção que enche a língua.

Fiquei um tempão no quarto deles vendo tudo, eles me explicaram tudo que estavam fazendo, ficamos assim até chamarem para jantar.

— Só acho que vocês deveriam pensar em um nome para tudo isso — dizia enquanto descia as escadas com os gêmeos. — Já pensaram?

— Estamos pensando — respondeu Jorge.

— Mas se você tiver algum palpite então diga — disse Fred.

— Tenho um.

— Qual? — perguntou os dois assim pisamos no último degrau.

Olhei para os lados e disse em voz baixa:

— Gemialidades Weasley.

 

(...)

 

O jantar ocorreu melhor do que poderia imaginar, principalmente porque Hermione tinha aparecido. Quando fui para a cozinha com os gêmeos, ela estava lá, conversando com Rony e claro que não dispensamos o forte abraço. Ela não tinha mudado nada, continuava a mesma e até que um tanto faladeira, me perguntava várias coisas e ficamos conversando até o final da janta. Rony estava do nosso lado, e entre uma e outra, ele tentava tirar informações do que Fred e Jorge me mostraram no quarto deles, mas ele não iria conseguir nada porque prometi aos gêmeos que não contaria nada a ninguém e quando prometo algo, eu cumpro.

Já que não conseguia tirar informações dos gêmeos, Rony tentou entrar novamente no assunto do meu pai, quando todos na mesa estavam conversando. Hermione mesmo ficou bem próxima, para tentar ouvir.

— Você falou com o Sirius? — perguntou Rony baixinho.

— Falei — respondi no mesmo tom, comendo o último pedaço do pudim. — Antes de vir para cá, eu tinha mandado uma carta avisando que iria passar o resto das férias aqui e iria para Copa Mundial de Quadribol.

— Então ele está mandando cartas com frequência? — perguntou Hermione.

— Não, ele demora bastante para responder — respondi. — Pelo que parece está fora do país.

— Isso é bom — murmurou Hermione. — Quer dizer que ele não foi pego.

— Em todas as cartas ele diz que está bem, mas nunca me fala onde está, segundo ele é para não correr o risco de a carta acabar caindo em mãos erradas — digo.

Rony ia abrir a boca, mas logo fechou quando Hermione fez um gesto com a cabeça, avisando a aproximação de Gina. Ele se afastou e olhamos Gina com um sorriso amarelo.

— Acho que atrapalhei a conversa de vocês — diz ela.

Rony, Hermione e eu trocamos olhares.

— Claro que não — falei com um sorriso forçado. — Não é nada importante.

Gina arqueou as sobrancelhas e Hermione tentou ajudar.

— Senta aí, Gina — disse Mione. — Quer falar alguma coisa?

— Só continuar a conversa não terminada com a Susana — disse a ruiva me olhando. — Sobre As Esquisitonas que Rony não deixou conversa.

— Verdade, realmente não terminamos — e olhei o Rony rindo da careta que ele fez.

Não conversamos mais sobre meu pai, desde que a Gina se juntou e o papo com ela durou até a hora de dormir. Falamos sobre vários assuntos, claro que Hermione não ficou de fora, apenas Rony que nem entrou no quarto da Gina depois nós três entramos para dormir.

No dia seguinte, fui a última como sempre acordar e foi com Gina me chamando. Harry iria chegar hoje, mas apenas na parte da tarde. O dia poderia ter sido muito bom aos gêmeos, fiquei um bom tempo com eles no quarto, mas minutos depois que saímos a Sra. Weasley decidiu limpar o quarto, na verdade ela já estava limpando a casa, mas limpar o quarto dos gêmeos não foi uma boa ideia. Ela acabou descobrindo tudo o que eles estavam fazendo, foi a maior confusão, ela ficou louca da vida e principalmente com a lista de pedidos que foi toda destruída pela Sra. Weasley.

O triste é que no final todos agora sabiam o que eles estavam fazendo.

Mesmo com a mãe deles não concordando, eles continuaram de pé com a ideia, o que achei ótimo e quando estava chegando a hora para irem buscar Harry. Dei uma dica aos dois.

— Ainda falta testar o caramelo, não? O que vocês acham de testar hoje mesmo quando forem buscar o Harry?

Fred e Jorge iriam junto com Rony e o Sr. Weasley.

— Você está querendo que a gente teste o caramelo com o Harry?

— Não, Jorge, não é com o Harry e sim com outra pessoa — digo.

— Quem? — perguntou os dois ao mesmo tempo.

— O primo trouxa do Harry — respondi com um sorriso maroto. — Ele é um idiota, pelo que Harry me disse, e pelo que soube o idiota está digamos que fazendo uma dieta bem rígida, mas está odiando. Então se acidentalmente o caramelo cair no chão?

— Interessante — falou Fred pensativo e com um sorriso traiçoeiro.

— Muito interessante — concordou Jorge com o mesmo sorriso.

— O tal Duda irá morder facilmente a isca — digo.

— Acho que você deveria ir com a gente — sugeriu Fred. — Não concorda, Jorge?

— Concordo sim, Fred, seria uma ótima ideia.

Eu não achei ruim a idéia, mas levei algum tempo para pensar e acabei concordando. Então fui avisar ao Sr. Weasley que também iria, ele não disse nada e apenas deixou. Iríamos até a casa dos tios de Harry pela rede de flu. Fiquei um pouco em dúvida como ele iria fazer isso, já que as nossas lareiras não têm contato com as lareiras de trouxas, mas parece que o Sr. Weasley tinha conseguido uma permissão.

Primeiro foi o Sr. Weasley, depois Fred e eu, depois viriam Jorge e Rony, mas parece que aconteceu um problema no caminho. Desde aparecer na sala dos tios de Harry, bati em algo que gritou.

— Ai! Susana, não, não há espaço, volte depressa e digam ao Jorge...

— O que houve... Ai, Jorge! — exclamei ao sentir um forte encontro de algo nas minhas costas e me apertando contra alguém.

— Ainda bem que você é magrinha, ein — falou Jorge espremido comigo.

— Desse jeito vou acabar desaparecendo — reclamei me segurando na camisa de Fred que estava na minha frente.

Aqui estava muito apertado.

— Talvez Harry possa ouvir a gente, Sr. Weasley... talvez possa abrir para a gente passar... — sugeri.

— Certo... Hum... Harry? Harry, você está ouvindo a gente?

— Que é isso? — uma voz masculina vociferou, o que imaginei ser do tio de Harry. — Que é que está acontecendo?

— Eles... eles tentaram chegar aqui usando Pó de Flu — disse uma segunda voz, que reconheceu ser de Harry. — Eles podem viajar entre lareiras, só que vocês tamparam a entrada, esperem um pouco...

Ouvi passos se aproximando, que deveria ser de Harry, que chamou em seguida.

— Sr. Weasley? O senhor está me ouvindo?

Ninguém parava quieto e fiz “psiu”.

— Sr. Weasley, é o Harry... a lareira está bloqueada. O senhor não vai conseguir passar por aí.

— Droga! — exclamou o Sr. Weasley. — Para que foi que eles inventaram de bloquear a lareira?

— Eles têm um fogo elétrico — explicou Harry.

Fogo elétrico? Mas o que merda era isso, eu não estava entendendo nada. Por acaso não era fogo de verdade? Fala sério, esses trouxas usam cada coisa esquisita.

— Verdade? — Ao contrário de mim, o Sr. Weasley pareceu ficar bem animado do que ouviu. — Eclético, você disse? Com uma tomada? Nossa, eu preciso ver isso... vamos pensar... ai, Rony!

Soltei um gemido e fiquei mais espremida com os gêmeos.

— Que é que estamos fazendo aqui? Deu alguma coisa errada?

— Não, Rony — ouviu-se a voz de Fred, muito sarcástica. — Era exatamente aqui que queríamos chegar.

— É, e estamos nos divertindo de montão — acrescentou Jorge, cuja voz saiu abafada.

A nossa situação não estava sendo das melhores.

— Meninos, meninos... — disse o Sr. Weasley vagamente. — Estou tentando pensar no que fazer... é... é o jeito... afaste-se, Harry.

Antes ouvi alguém berrar.

— Espere aí! — berrou a voz masculina. — Que é que você vai fazer exatamente...?

BAM!

Houve uma pequena explosão, se é que esse era o nome certo e só me senti sendo arremessada para fora, caindo de joelhos no chão. Tossia feito louca por causa do pó. Abri os olhos lentamente, passando a mão no rosto e na minha roupa. Batendo para tirar o pó enquanto tentava me levantar, minha roupa estava cinza por causa da poeira da lareira. Meu estado não era dos piores, os Weasley da mesma forma, todos cheios de pó.

Levantei o rosto e vi uma mão se esticando, olhei o rosto e abri um sorriso.

— Oi Harry — digo aceitando a ajuda.

Ele me levantou e eu abracei forte.

— É muito bom te ver, Susana — falou Harry quando nos separamos.

— Te digo o mesmo — disse.

— E ai, cara. — Era Rony que apareceu ao lado, esticando a mão.

— Oi Rony — disse Harry retribuindo o aperto.

Olhando por trás do ombro de Harry, vi dois adultos, um não era desconhecido que era o tio do Harry, pois eu tinha o visto em King’s Cross. Agora a outra não conhecia, mas deveria ser a tal tia Petúnia. Irmã da minha madrinha e mãe de Harry.

Já o Sr. Weasley estava tentando conversar com eles, pediu até desculpas pela lareira destruída.

— Hum... ah... sinto muito — disse o Sr. Weasley, baixando a mão e olhando por cima do ombro para a lareira destruída. — Foi minha culpa, mas não me ocorreu que não poderíamos sair por aqui. Mandei ligar a sua lareira à rede do Flu, entende, só por uma tarde, sabe, para podermos apanhar Harry. Rigorosamente falando, as lareiras dos trouxas não podem ser ligadas, mas tenho um contato útil na Comissão de Regulamentação do Flu e ele deu um jeitinho. Mas posso consertar tudo em um segundo, não se preocupe. Vou acender um fogo para mandar os garotos de volta, depois posso refazer sua lareira antes de desaparatar.

Acredito que os trouxas não estavam entendendo nada, ficavam olhando para o Sr. Weasley, aparvalhados.

— Olá, Harry! — cumprimentou o Sr. Weasley animado. — A mala está pronta?

— Está lá em cima — respondeu ele, retribuindo o sorriso.

— Vamos buscar — disse Fred na mesma hora. Vi-o piscando para Harry, ele e Jorge saíram da sala. Acho que eles iriam aprontar, acho que queriam achar o primo trouxa de Harry, que inclusive até agora não tinha o visto.

Enquanto os gêmeos não voltavam, o Sr. Weasley ficava observando a casa dos trouxas, o que achava bem estranha. Havia cada coisa esquisita, parecia ser uma caixa. Na frente tinha uma tela brilhando, parecia ser um vidro e logo abaixo os botões. Ao contrário de mim, o Sr. Weasley era mais informado de objetos trouxas.

Desviando os olhos para a porta da sala, vejo uma imagem grande, na verdade enorme e branco. Rosto pálido, olhava a todos com um terror nos olhos e, depois, foi correndo até mãe e o pai, tentando se esconder. E está tentando, pois mesmo o pai dele sendo enorme, não foi possível esconder.

— Esse é o seu primo, Harry? — perguntei em voz alta, mordendo o lábio inferior e olhando o trouxa gordo com um sorriso maléfico.

— É — confirmou Harry —, é o Duda.

— Hum... — Voltei a olhar ele com o mesmo sorriso, que arregalou os olhos e colocou a mão na bunda e apertou forte.

Troquei os olhares com Rony e Harry, desviamos os olhos depressa para longe; a tentação de cair na gargalhada era forte demais. E eu precisava me conter. A forma que o idiota segurava a bunda, era como se a bunda dele fosse sair sozinho. Por causa disso eu precisei esquecer dele, senão eu não iria me controlar.

Fred e Jorge não demoraram a voltar e o Sr. Weasley foi logo para o buraco na lareira. Puxou a varinha. Vi nesse meio tempo os Dursley recuarem contra a parede, como se fossem uma pessoa só.

— Incêndio! — disse o Sr. Weasley.

As chamas apareceram e Fred seria o primeiro, mas antes ele “sem querer” deixou cair no bolso o saco com os caramelos, deixando todos se espalharem. Ele se agachou para pegar alguns, mas deixou alguns ainda no chão. Depois ele foi até a lareira e desapareceu; Jorge foi em seguida e eu logo atrás.

Antes de sair tentei espiar o primo de Harry e depois o pequeno embrulho no chão.

— Susana — chamou o Sr. Weasley me oferecendo o saquinho com o pó.

— Até. — Acenei animada aos Dursley, mas quando ia jogar a areia disse: — Antes me esqueça, acho que devem me conhecer por nome — Olho os Dursley com um sorriso cínico —, sou Susana Black. Escutaram, BLACK!

Joguei o pó e gritei “A Toca”, desaparecendo e a última coisa que vi foi os olhos de pavor do tio de Harry. Acho que ele se recordou do meu nome.

— E aí, comeu? — perguntou Fred excitado, depois que voltei para A Toca.

— Não, quando eu saí ele não comeu — respondi um pouco decepcionada.

Fiquei junto com os gêmeos olhando alguém aparecer, Rony apareceu e pela cara não devia ter visto nada. Minutos depois foi o Harry.

— Ele comeu? — perguntou Fred e eu ao mesmo tempo.

— Comeu — disse Harry.

— O idiota caiu na armadilha — falei ao Fred rindo, ele também ria e batemos as mãos comemorando a nossa vitória.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?