A Herdeira dos Black II escrita por Akanny Reedus


Capítulo 39
Aceitaria ir comigo ao baile?


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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As aulas do Hagrid já são complicadas, não são as minhas favoritas, e eu odeio esses Explosivins. Agora para piorar mais ainda a situação da aula dele, Pansy Parkinson — vulgo, cara de buldogue — veio me provocando por causa daquela maldita reportagem da Skeeter. Me chamava de “putona”, “abusada” e rouba namorados. Isso porque segundo ela o Draco é seu namorado. Confesso que essa “confissão” dela me deixou furiosa, mais tão furiosa, que não me aguentei e taquei um balde com as fezes (sujeira) dos Explosivins nela.

— Você vai se arrepender, Black! — Buldogue gritou furiosa batendo os pés. — Você me paga sua...

Ela não pode terminar a frase porque Hagrid mandou ela ficar quieta e aproveitou para dizer que ela estava fedendo, não disse assim na cara que estava fedendo, mas disse que era melhor tomar um ótimo banho.

Parkinson, grunhiu, furiosa.

— Eu juro que você me paga, Black — disse ela mais uma vez. — Vou contar tudo para o professor Snape.

Vendo que não tinha opção, nem mesmo companhia das próprias amigas, pois a Greengrass, Jéssica, Tracy e até mesmo a porca da Bulstrode não quiseram ir com ela; Parkinson voltou ao castelo berrando e fazendo um caminho sujo entre a neve.

Absolutamente todos os alunos riram, até mesmo os da Sonserina e durante esse meio tempo, meu olhar se encontrou com o de Malfoy que ria com gosto. Seu riso se desmanchou, me olhou de um jeito bem provocador e deu um sorriso provocante. O que fez meu coração pular com o tamanho do charme dele. Eu queria tanto poder falar com ele, mas aí lembrei da promessa que fiz ao Harry e Rony de não me aproximar. Isso foi o suficiente para desviar o olhar dele e me focar dos advertimentos de Hagrid sobre o que fiz minutos atrás.

Felizmente a aula de Hagrid acabou sendo dentro da cabana dele, e não teríamos contatos direto com os Explosivins.

Sorte mesmo foi Hagrid que não teve matéria nenhuma sobre ele no Profeta Diário.

— Você ao menos não ficou amostra para todos — digo para ele mal-humorada. Depois que explicou sobre sua conversa com a vaca de óculos na última aula que tivemos.

— Ora, Susana, diz isso por causa do que saiu sobre você?

— Por que mais seria?

— Fique sabendo que não acredito naquelas coisas que foram ditas sobre você — disse ele com a voz firme.

— Jura?

Senti um enorme alivio ao ouvir Hagrid dizer aquilo.

— Claro que sim — afirmou o mesmo. — Você é menina de princípios. É uma garota exemplar, além de muito inteligente, sei que você nunca faria algo desse gênero. E se teve algo entre você e o Malfoy, ou você e o Diggory, é uma história muito diferente.

— Hagrid, eu só não te abraço, pois você está sujo de fígado — falei animada e sorrindo que foi retribuído pelo mesmo.

— Aposto como a “história” da Susana era mais interessante que a sua Hagrid — disse Harry enquanto cortava os pedaços de figado. — Já você não disse o que ela queria ouvir. Ela não pode mais ficar escrevendo que sou heroizinho trágico, vai acabar ficando chato.

— Ela quer um novo ângulo — comentou Rony sensatamente enquanto descascava os ovos de salamandra. — Queria que você dissesse que Harry é um delinquente doidão!

— Mas ele não é! — exclamou Hagrid, parecendo sinceramente chocado.

— Aí a Su não teria virado notícia.

— Ou iria virar de qualquer forma, Rony — murmurei nervosa.

— A Skeeter deveria ter entrevistado o Snape — disse Harry, serio. — Ele teria dado uma entrevista completa sem pestanejar. Potter tem transgredido limites desde que chegou a esta escola...

— Ele disse isso, foi? — perguntou Hagrid enquanto Rony, Hermione e eu riamos. — Você pode ter atropelado algumas regras Harry, mas sinceramente, você é um bom menino.

— Obrigado, Hagrid — disse Harry rindo.

— Você a esse baile no dia do Natal, Hagrid? — perguntou Rony.

— Pensei em dar uma passadinha — respondeu Hagrid impaciente. — Vai ser legal, acho. Você vai abrir o baile, não vai, Harry? Quem é que você vai levar?

— Por enquanto ninguém — respondeu Harry e poderia jurar a mim mesma que vi ele corando. O que achei engraçado já que nunca tinha visto Harry sem graça. Para a sorte dele, Hadrig não insistiu.

No final da aula, fomos almoçar, entrei com Hermione, Harry e Rony no salão — novamente — os olhares vieram em minha direção e ficaram mais nítidos logo depois que Malfoy entrou com Crabbe e Goyle. Eu ignorei; parece que ele também não ligava nenhum pouco para isso. Malfoy se sentou na mesa da Sonserina, conversou algo com Jéssica ao seu lado e se serviu. Só desviei quando Jéssica me olhou, que sorriu um pouco, e balancei a cabeça tentando desviar o foco da mesa dos Sonserinos.

— Putz — falei assim que peguei no cabo da concha de molho.

— O que foi? — perguntou Hermione preocupada.

Soltei o cabo que bateu com tudo na panela, olhei ela e disse:

— Meu pai tem cara que lê Semanário das Bruxas?

Hermione fez uma careta, parecia meio pensativa, olhou Harry e Rony que me olhavam com o cenho franzido.

— Ele tem cara que lê a coletiva de Quadribol — diz ela.

— É, ele tem cara que faz isso mesmo... E o meu padrinho?

— Hum... ele tem cara que gosta da parte econômica, talvez?

— É, é, ele gosta mesmo dessa parte e… — dizia balançando a cabeça em concordância.

— Su — chamou Rony com a boca cheia — porque está perguntando isso?

— Está preocupada com a matéria da Skeeter? — indagou Harry.

— Preocupada? Imagina — respondi irônica. — Só estou me sentindo essas almôndegas mergulhadas nesse molho borbulhento.

Então na minha mente me veio uma imagem de eu como a almondegas e meu pai sendo a concha me afundando para o fundo desse suporte quente até não sobrar mais nada mim.

— Ah, mas como a Hermione disse, Sirius não lê Semanário das Bruxas — comentou o ruivo em voz baixa.

— E nem o Lupin.

Rony balançou a cabeça em concordância com o que Harry havia completado.

— Eles podem não ler, mas a minha prima lê — murmurei ao lembrar de Andrômeda lendo o Semanário das Bruxas.

Olhei meu prato.

— E mesmo que ela não leia, o Ted pode acabar vendo e mostrando para por causa do título. Ou a própria Tonks ver e mostrar para mãe dela que é minha Andrômeda. Aí uma delas vai mandar essa notícia para o meu padrinho que é esse tomate pedaço de carne, minhas primas são essas duas ervilhas — disse apontando para as duas ervilhas no canto do prato com o pedaço de carne logo a frente. — Aí do meu padrinho, vai para esse pedaço de tomate que é meu pai, e do meu pai vai para essa bolota de almôndega toda suja de molho e picotada sou eu.

— Ah, Su, você deveria ser o tomate e o seu pai a almôndega… Esquece. Continua o que estava dizendo. — Rony voltou a se focar na macarronada dele depois que Hermione lhe lançou um olhar furtivo.

— Resumindo tudo: eu estou morta — digo. — Meu pai vai me estraçalhar como essa almôndega.

— Não seja tão pessimista, Su — pediu Hermione preocupada. — Não acredito que Sirius fique tão furioso com isso. Muito menos o Lupin. Se eles ficarem sabendo. Talvez suas primas não contem...

Porém, Hermione, foi interrompida por uma coruja negra, magrela e feinha demais, que pousou bem na minha frente segurando um cartão vermelho. Fiz uma careta ao ver que se tratava de um berrador.

— O que você dizia mesmo? — perguntei a Hermione que me olhou preocupada.

Fechei os olhos para tentar me acalmar, e esquecer que estava no meio do salão principal com risadinhas do fundo e cochichos. Os menos lesados sabia perfeitamente do que se tratava aquela carta, sabiam que não era uma carta normal.

Abri os olhos, respirei fundo e tirei a carta do bico da coruja que piou, se retirando em seguida.

— De quem será? — Indagou Harry.

Chacoalhei os ombros.

Ao soltar o fecho do pergaminho, ele fez o que sempre faz, criou “vida” e berrou a mensagem do meu pai:

UM SONSERINO?!!

Sem um papai te ama.

Sem elogios.

Sem conselhos.

Realmente, agora o papai está muito furioso.

Dessa vez o berrador não se rasgou como faz na maioria das vezes, mas virou cinzas, se picotou e pegou fogo na mesa. Sorte que Harry pensou rápido e logo jogou um pouco do seu suco em cima da pequena fogueira.

— O primeiro berrador dele foi mais legal — comentou Rony. Se olhar matasse, Rony estaria esquartejado nesse momento pelos olhares de Hermione e Harry. — Quê? Disse algo ruim?

Hermione e Harry não responderam, mas reviraram os olhos.

Confesso que me senti péssima pelo berrador que havia recebido do meu pai no almoço. Nem se quer me importei dos outros alunos rirem da minha cara ou algo do tipo. O que me deixou mal foi ter deixado meu pai nervoso. Tudo bem que era tudo mentira o que era dito naquela matéria. Ou pelo menos em partes era. Só que com outra história —, mas mesmo assim não me senti bem e tive mais vontade ainda de matar a Skeeter.

Nunca pensei odiar tanto alguém como eu estou odiando essa mulher.

Minha cabeça começou a doer, e como não estava nenhum pouco animada para a aula de Herbologia decidi ir para comunal. Hermione, lógico que me mandou um sermão que não deveria matar aula, mas não liguei e disse para dizer a Profª Sprout que não me sentia bem. Sei que isso não vai fazer diferença para a professora já que atualmente minha relação com ela não é dos melhores.

Felizmente a comunal estava vazia, todos os alunos tinham se retirado e eu iria aproveitar muito bem esse tempo. Joguei minha bolsa em cima da poltrona perto da lareira e me sentei no sofá de três lugares que tinha ao lado. Observava silenciosamente a lareira já acesa. Como era inverno, a lareira era mantida acesa na maior parte do dia para aquecer a sala.

Me sentia extremamente cansada, tanto fisicamente como mentalmente. Meus pensamentos se mantinham a mil por hora. Eram tantas coisas que aconteceram em tão pouco tempo. E não me refiro apenas o que aconteceu nessas últimas semanas, mas sim, o que aconteceu desde o começo do ano e obviamente, desde que entrei em Hogwarts.

Meu primeiro ano em Hogwarts já foi repleto de problemas e revelações como eu ter descoberto a verdade sobre meus pais. Descoberto que meu pai nunca esteve sumido, ou morto, como eu sempre achei e sim, preso, por um crime que ele nunca cometeu. Também conheci meus melhores amigos que foram os primeiros amigos que tive — Harry, Rony, Hermione, Fred, Jorge, Lino e Gina eram sem dúvida meus melhores amigos.

Depois do bom primeiro ano que tive, chegou o meu segundo ano em Hogwarts e parece que esse ano tudo se apertou mais ainda. Claro que tive problemas no ano anterior, mas nesse ano atual parece que tudo decidiu piorar, tudo se decidiu se virar contra mim e me foder muito bem.

Será que também não vou durar mais de dois anos em Hogwarts?

Passei a mão no rosto pelo nervosismo, encostei a cabeça no sofá e fiquei olhando o teto pedrado. Minha cabeça doía mais e mais; não estava nenhum pouco afim de ir atrás de uma poção, então deitei no sofá mesmo, apoiando a cabeça no braço e fechei os olhos. Segundo meu padrinho, o melhor remédio para dor de cabeça é dormir, então é isso que vou fazer.

Branco. Limpo. Silêncio.

Essa eram as melhores palavras para aonde estava naquele momento.

Não via absolutamente nada, até achei que estava no céu e Merlin ia aparecer do nada para dizer que morri. Só que não foi isso aconteceu. Do nada comecei a ouvir palmas, que fora se aumentando mais o som e conforme o som aumentava a imagem branca foi ficando mais nítida. E se tratavam de pessoas, fui olhando em volta para ver se reconhecia alguém e pude ver meus colegas da Grifinória, alguns rostos conhecidos da Sonserina, Lufa-Lufa e Corvinal. Até mesmo encontrei as irritantes de Beauxbatons e os esquisitos da Durmstrang.

Todos eles estavam vestindo roupas a rigor.

— Você está realmente linda — ouvi uma voz muito reconhecida.

Meu coração naquele instante pulou de felicidade, virei e atrás era quem eu realmente achei que é.

— Draco — disse um tanto estática ao ver o quanto ele estava lindo. — O que...?

Eu o olhava sem entender.

O mesmo também vestia uma roupa a rigor: palito cinza chumbo, camisa cinza e uma gravata da mesma cor do palito com alguns detalhes verde representando a Sonserina. Suspirei. Ele sorriu e me esticou a mão, dizendo:

— Vamos dançar?

— Dançar? Mas onde estamos?

— No Baile — respondeu o mesmo — e eu sou o par da garota mais linda de Hogwarts.

Draco se aproximou, tocou meu rosto e desviei o olhar dele para mim mesma. E eu também estava muito bem vestida. Era um tomara que caia vermelho com detalhes em pedras prateadas, que se modelava muito bem na minha cintura e abaixo era solto. No pescoço usava um colar de pedra prateado e no braço havia pulseira e um anel.

Antes de entender melhor minha situação a mão de Draco já se encontrava na minha cintura. Com delicadeza me puxou até ele, pegou minha mão esquerda da mesma forma e por instinto coloquei minha mão no seu ombro. Eu me sentia tão feliz ao olhar aqueles olhos nublados.

— Me deixe te guiar essa noite — diz ele no meu ouvido.

Apenas assenti.

Era guiada por passos lentos, conseguia acompanha-lo perfeitamente e sorria feito boba enquanto o olhava. Ele retribuiu o sorriso. Me sentia nas nuvens como dizem as trouxas, ouvia novamente os aplausos e assobios. Fomos parando lentamente conforme nossos rostos foram ficando bem próximos. Selamos nossos lábios em beijo ardente e apaixonante.

Tudo era magico, senti-lo tão perto novamente era tão bom, seu toque em minhas costas nuas era maravilhoso.

Não ouvia mais nenhum barulho se quer.

A única coisa que ouvia naquele momento era meu coração batendo forte. E em seguida o barulho do zíper do vestido se abaixando...

— Susana... Ei! Susana! Acorda!

Abri os olhos assustada dando de cara com um ruivo.

— Jorge?

— Jorge? Menina, você não sabe mais reconhecer a gente não?

Ao olhar melhor reparei que se tratava de Fred.

— Desculpa, Fred — disse com a voz ofegante. — Não tinha olhado direito.

— Reparamos — brincou agora o verdadeiro Jorge.

— Você de fato estava desmaiada no sofá — comentou Fred.

Me sentei no sofá passando a mão nos olhos.

— O que estão fazendo aqui? — indaguei.

— Nos que deveríamos fazer essa pergunta, stra. Black — diz Fred.

— A mocinha não deveria estar em aula? — perguntou Jorge.

— Não estava a fim de ir e decidi matar — bocejei. — E vocês?

— Vaga — respondeu Jorge. — Não temos nenhuma aula no período da tarde.

— Sortudos.

Olhei para comunal e reparei que só tinha os Gêmeos.

— Por acaso já deu o segundo tempo? — perguntei ao lembrar que ainda tinha mais uma aula.

— Que nada — disse Fred se sentando ao meu lado. — Ainda tem muito tempo.

— Entramos a pouco tempo — explicou Jorge.

— Incrível como só dormindo você parece um anjinho — dei um tapa no ombro de Fred.

— Idiota...

Fiquei mais um tempo com os gêmeos na comunal e só depois sai para aula de Runas Antigas.

Durante o resto do dia fiquei pensando no sonho que tive com Malfoy no Baile de Inverno. Tinha sido um sonho bom até, me sentia tão mais tranquila e sentia um pontinho de esperança para ir ao baile.

×××

— Ei, Susana — chamou-me alguém.

Parei, olhei para trás para ver quem era e esse alguém era Cedrico.

— Oi — disse ele apenas, assim que parou na minha frente.

— Ah, Cedrico, oi — digo.

Desde do dia daquela matéria, não tinha falado com Cedrico e só tive coragem de olha-lo hoje no café da manhã.

— Até enfim te encontrei sozinha — comentou ele. — Achei que não ia nunca conseguir falar com você.

— Entendo — sorri sem graça.

— Por acaso estou te atrasando? — perguntou ele vendo os livros que segurava. — Ou...?

— Não, mais ou menos. É que eu tenho Astronomia agora e acabei esquecendo meu livro — respondi.

— Então vou me indo agora — disse ele depressa. — Não quero te atrasar.

Ele se virou para se afastar.

— Depois a gente se fala — ele acenou. — Tchau.

— Cedrico — chamei. — Espera um pouquinho.

— Sim?

— Eu... hum... queria pedir desculpas por aquela matéria — disse mordendo o lábio pelo nervosismo. — Juro que não disse nada com a Skeeter e tudo que foi dito lá, sobre Malfoy e eu era mentira.

Cedrico balançou a cabeça.

— Você não precisa me explicar nada — disse ele sorrindo. — Não precisa se desculpar de nada. Sei que você é apenas mais uma vítima da Rita Skeeter.

Suspirei aliviada.

— Agora quanto ao Malfoy, você não precisa mentir para mim que nada aconteceu com vocês dois.

Aquele alivio todo que havia sentindo morreu quando ouvi Cedrico dizer aquilo.

— Amanda me contou que viu vocês dois se beijando no corredor — explicou ele. — Deve ser por causa disso que ela ficou com raiva de você e acabou te batendo.

— Não acredito que ela me bateu por causa disso? — perguntei indignada.

— Provavelmente, pois ela gostava muito do Malfoy.

— Escuta eu nunca tive essa intenção de... magoa-la... ou algo do tipo.

— Sei que não queria — diz ele.

— Quanto ao Malfoy e eu, o que rolou entre a gente foi muito diferente do que foi dito naquela matéria — digo. — Eu não sou daquele jeito que fui descrita. Nunca quis ficar com vocês dois ao mesmo tempo e Malfoy é passado.

E ele era mesmo passado.

A minha ficada com o Malfoy foi a muito tempo.

— Mesmo se não fosse ele é seu assunto apenas. — Cedrico me olhava tão calmo e compreensivo. — E bem, eu imaginei que nada estivesse rolando entre vocês dois, então queria tentar de qualquer forma.

— Tentar? — repeti confusa.

— Quer ir ao baile comigo?

Não era a primeira vez que recebia essa pergunta, mas diferente daqueles outros moleques, esse era Cedrico Diggory. Pedido vinha diretamente dele. E eu me senti a mesma boba quando ele se declarou para mim no Três Vassouras.

Será que ele ainda continuava mantendo esse sentimento por mim?

— Você quer ir ao baile comigo?

Ele apenas assentiu.

— E e-eu não sei — murmurei.

Algo dentro de mim dizia para não aceitar, pois o sim seria para outra pessoa.

Mas ao mesmo tempo não queria negar.

Eu realmente não sabia o que dizer.

— Não sabe?

— Não sei se quero.

Senti um aperto ao ver seu semblante de decepção.

—  Eu estou em dúvida... Eu não sei se quero ir mesmo nesse baile — menti.

Eu queria ir ao baile, só não queria ir com ele e sim com outro.

— Entendo — sorri. Vi que era um sorriso triste. — Imagino que queria receber o pedido de outra pessoa, não é mesmo?

Tentei dizer que não era isso, mentir mais uma vez que não era isso, mas não adiantou de nada.

— Bem, é melhor você indo para sua aula — disse ele. — Se não vai se atrasar por minha culpa.

— Sinto muito — digo.

— Não sinta — ele disse. — Pelo menos tentei, não é? Tchau.

E assim ele se retirou.

Fiquei lá até ver a imagem dele ficar pequena.

Me senti horrível por ter machucado de novo ele. Mais uma vez eu machuquei o Cedrico, eu sou mesmo uma besta, e ele é outra besta por gostar justamente de mim. Tem tantas garotas nesse castelo e justamente eu fui a escolhida. Isso não é certo.

Como o imaginado cheguei atrasada na aula da Profª Sinistra, que acabei fazendo minha casa perde 5 pontos. Ao me juntar com Hermione e os garotos, olhei para o lado da turma da Sonserina e vi Malfoy conversando com Zabini. E ao mesmo tempo me veio a imagem do sonho em que dançava no Salão Principal com ele.

Será que ele iria me convidar?

Se foi obra do destino eu não sei, mas durante a aula recebi um bilhete voando até mim e ao desmanchar o pássaro, sorri ao ler:

“Não quero chamar atenção.

Então vai ter que ser por bilhete mesmo.

Aceitaria ir comigo ao baile?

Pense.

Estarei esperando amanhã ao meio-dia perto do lago negro a resposta.

D.M”


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?
Baile chegando... ansiosos?
Comentem! E até uma próxima, bjjs.



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