A Herdeira dos Black II escrita por Akanny Reedus


Capítulo 36
Bagman... Malvado?


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem?

É isso mesmo que vocês estão vendo, notificação e sim, eu realmente voltei. E tenho motivos pelo meu desaparecito aqui no Nyah. Motivo é simples: falta de vontade para entrar aqui. Já vou logo dizendo que o meu desanimo com o andamento da AHB aqui tem algo relacionado, pois digamos que em parte não tem. Acontece que eu realmente ando sem vontade de entrar aqui no nyah (acredito que o site já foi melhor). Mas durante esses dias acabei pensando melhor e decidi dar mais uma chance para tudo. E nesse caso eu decidi dar mais uma chance para AHB aqui. Eu realmente espero que agora dê certo se não der não deu e vou ficar só postando no Spirit mesmo. :D

Bem, isso é o que tenho para dizer e vejo vocês nas notas finais.



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O início da semana até que não foi um pesadelo comparado ao final de semana em que todos os alunos faziam questão de falar de mim pelas costas. Principalmente os Lufanos, nunca tive nada contra eles, até porque minha prima foi da Lufa–Lufa, mas eles estão brincando muito com fogo e esse fogo pode acabar perdendo a paciência, aí esses manezinhos vão tudo se queimar. Tudo bem que eles não são Corvinos, só que de qualquer formar, não deve ser difícil racionar que não se irrita Susana Black.

Hermione não saia do meu pé, sempre apertava minha mão quando ia perde a paciência ou fazia questão de me lembrar dos meus castigos por culpa da testuda da Bisbal.

Na manhã de segunda, acordei com um humor melhor, que senti melhorar quando vi Malfoy passando junto com seus amigos trasgos até a mesa da Sonserina. Ele não havia falado mais comigo desde aquele dia. Nem se quer me olhou. O que acabou me deixando desconfortável. Será que ele só estava brincando comigo como sempre fez?

— Se não disfarça, vai ficar mais na cara que você gosta dele, não acha?

— Cala a boca, Hermione — murmurei irritada, virando a cara e soltando o garfo com nenhuma delicadeza. — Eu não gosto mais dele.

— Sei...

Às vezes acho que minha amiga é meio suicida de sempre estar me contrariando.

— Aonde está indo? — perguntou Harry assim que me levantei.

— Banheiro — respondi, colocando o bolsa no ombro. — Encontro vocês na estufa.

Iria realmente no banheiro, não era desculpa nenhuma para sair de lá, só precisava fazer o número um e nada mais. Por sorte o mesmo estava fazia, então não precisei me preocupar com as fofocas das bobonas. Terminando de lavar a mão, me dei uma breve olhada no espelho e reparei que estava com uma cara de desanimada, cansada e de puro tedio. Não parecia eu mesma. Nem mesmo os olhos escuros pela maquiagem fez alguma mudança.

De alguma forma sabia por que estava nesse jeito.

Ontem havia recebido o recado dá para Profª McGonagal sobre meus dias de detenção e das minhas outras punições. Aquilo me deixou tão estressada. Ainda não consegui aceitar a injustiça que fizeram comigo. Até me desabafei em uma carta ao meu pai, claro que colocando uns desculpas para ele não achar que não havia levado a sério o berrador dele; que eu realmente não consegui levar tão a sério como deveria ter levado. Quase ia mandar uma para Tonks. Escrevendo todo a minha raiva do que fizeram comigo, talvez ela possa me entender, talvez...

Passando um pouco de água no rosto, ouvi uma risadinha mais parecido com um choro, olhei para o lado perto dos box e pude ver a cara de alguém.

— Você não deveria estar assombrando o banheiro feminino do segundo andar? — disse friamente, me virando para olhar melhor a famosa Murta-Que-Geme com os cotovelos apoiados na privada e a cabeça na mão direita.

— É como dizem, você é realmente uma garota muito arrogante e sem educação — diz ela em seu tom de chororô de sempre.

É como Harry me disse, ela realmente fala chorando, e como Rony disse que é irritante.

— Que bom, então você já deve saber que eu não suporto gente chata me incomodando — retruquei com um sorriso sínico.

— Você é igualzinha seu pai — gritou ela irritada, mas logo depois suspirando ao dizer o nome dele: — Sirius Black.

— Fala baixo sua... — Só que a inútil me interrompeu dando uma risada cheio de malicia.

— Eu o conheci no seu tempo de Hogwarts — dizia ela entre os risos. — Tão lindo, charmoso, era uma verdadeira perfeição de homem. Todas caiam aos seus pés... quem me dera tivesse-o em meus braços. Posso imaginar que mesmo depois de tantos anos trancafiado em Azkaban, ele continue charmoso como sempre foi... Ai! O que você fez?

Murta me olhava furiosa depois de ter fechado a tampa do vaso na cara dela, mas obviamente por ela ser um fantasma, a mesma conseguiu passar a cabeça pela tampa.

— Adios! — digo, apertando o botão da descarga, fazendo a fantasma irritante desaparecer. Só consegui ouvir seus berros, soluções e um “você me paga” pelos canos junto com o barulho da descarga.

Revirei os olhos.

— Chata — disse, fechando a porta do box e pegando minha mochila da pia.

Só respondendo a dúvida dela, mentalmente, que é sim. De fato, meu pai continua charmoso, mesmo depois de anos em Azkaban.

— Vai passar mesmo reto? — falou uma voz conhecida atrás de mim, quando sai do banheiro.

Virei para olhar de quem se tratava.

— Malfoy?

— Eu mesmo — diz ele com o seu sorriso convencido.

— Está fazendo o que aqui?

  — Só te esperando.

Ele desencostou da parede e veio até mim.

— Por quê?

— Queria te ver, ouvir sua voz e saber como está? — Agora ele estava bem próximo, o que fez meu coração acelerar.

Não o respondi de primeira, apenas mostrei minha mão esquerda sem a tala, mas com algumas marcas feias de queimadura e com uma pequena camada da pomada.

— E tudo isso por culpa da Sangue-Ruim — murmurou ele irritado, colocando a mão na palma da sua e observando melhor a queimadura.

— Só discordo com o sangue ruim de resto é sim, culpa dela — digo.

— Ora, não me diga que depois de tudo, você a defende — Malfoy me olhou abismado.

— Eu não a defendi — rebati, nervosa. — Apenas não gosto dessa palavra sangue-ruim. Chingando os nascidos – trouxa não vai lhe fazer você, um sangue-puro, melhor que eles.

— Até porque eu sou melhor que eles — disse ele em seu tom arrogante de sempre. — Assim como você que é uma bruxa de primeira.

— Escuta aqui se veio só para falar essas besteiras, então estou caindo fora, pois tenho aula de Herbologia.

— Espera — ele segurou meu pulso impedindo que eu saísse. — Não foi disso que vim falar e sim de você. Esqueci que você é a favor dos Trouxas. Mas não disso que vim falar.

Malfoy me puxou para mais perto ainda dele, colocou uma mexa solta do rabo de cavalo, atrás da orelha e disse:

— Gosto mais quando você fica de cabelo solto.

— Não lavei ele ainda, por isso que decidi deixa-lo solto — minha voz foi ficar cada vez mais baixa.

Era impossível não reparar que os olhos dele não saindo da minha boca. Só depois que ele me olhou nos olhos que fez por um momento as minhas pernas ficarem bambas. Podia sentir muito bem sua respiração. Esticando sua mão, ele apoiou a mesma no meu rosto e puxava para mais perto dele. Sabia perfeitamente suas intenções com aquilo, mesmo assim, eu não queria interromper. Não tinha forças para afasta-lo. Por ele ser mais alto que eu, precisei levantar um pouco o pescoço, e ele abaixar. Minhas mãos ficaram apoiadas em sua blusa de linha preta que usava por baixa da capa do uniforme.

Nossos lábios estavam preste a se selarem, porém... Ouve-se de repente um barulho alto acompanhado por um flash em seguida uma voz feminina muito enjoada.

— Que cena mais comovente entre dois adolescentes.

Ao nos separar rapidamente, olhamos para dona da voz que era de Rita Skeeter parada na nossa frente.

— A cena fica mais interessante por se tratar de um romance entre uma Grifinória e um Sonserino — diz ela levianamente.

Nem preciso dizer que meu sangue começou a ferver?

— Está fazendo o que aqui? — questionou Malfoy, curto e grosso.

— Uau! Que bela voz, Draco — ela lhe lançou um sorrisinho. — Igualzinho a do seu pai.

Quem essa abusada pensa que é?

Será que ela não sabe que é uma velha enrugada?

Vadia!

— O que seus pais diriam sobre esse namoro? Apoiariam?

— Quê?! — exclamei irritada.

— Não estamos namorando — respondeu Malfoy rispidamente.

— Ah, então são apenas ficantes?

— Nem ficantes.

— Hum... então quer dizer que isso não passa de uma amizade colorida — ela lançou a nós dois umasorriso malicioso.

Juro que queria voa no pescoço dela.

— Ou é uma tensão sexual — ela voltou a dizer: — Fiquei sabendo que ambos vivem brigando, xingando um com o outro... isso daria uma ótima história de romance.

— Vá se cata! — retruquei furiosa.

— Susana Black, você é realmente uma caixinha de surpresas — Skeeter me olhou curiosa. — Tanto pelo nome como por suas atitudes imprudentes. Como a sua atitude em ter feito o que fez com a cara da pobre garotinha Lufana.

— Ora, sua... — tentei ir para cima dela, mas fui segurada pelo pulso por Malfoy.

— Fora! — gritou ele. — Fora daqui! Agora!

Antes dela conseguir falar algo, ele a virou e a empurrou para sair daqui.

— Fora!

Para a sorte dela, ela se retirou só que mesmo assim reparei em uma pena que apareceu ao seu lado e começou a escrever em um pedaço de pergaminho.

— Pelo bem da vida dela é melhor ela não escrever nada — murmurei.

— Susana, ignore a Sketeer, simples — falou Malfoy revirando os olhos. — Não piore mais a sua situação.

— Pior que está não pode ficar — digo.

— Acho que pode sim — ele suspirou, olhou o relógio em seu pulso e voltou a dizer: — Preciso ir agora, se não chego tarde na aula da McGonagal.

Ouvindo-o dizer a palavra aula e tarde, me dei conta que também tinha aula de Herbologia e mesmo não estando a fim de ir. Teria que ir de qualquer jeito para não piorar minha situação com um mata-aula. Arrumando melhor a bolsa no ombro, fiz um breve aceno com um tchau e sai apressada até as estufas.

Felizmente consegui chegar em ponto, sem nenhum minuto a mais ou menos, foi a hora certinha. O que fez Hermione soltar uma exclamação de alivio. Não demorou muito para Profª Sprowt aparecer para começar sua aula — durante toda a aula ela me lançava olhares feios. Amanda não havia aparecido na aula. Parece que ainda estava na ala hospitalar segundo Ana Abbott.

Demorou, mas a aula terminou e fomos para nossa segunda aula que era com Hagrid.

Por estarmos nos meados de dezembro a geada era bem forte, mesmo estando bem agasalhada, ainda sim eu sentia frio. E para nossa infelicidade, continuamos com os explosivins. Com todo respeito ao Hagrid, mas bem que esses bichos poderiam mesmo explodir e assim iriamos se livrar deles.

Trato de Criaturas Magicas é uma das aulas mais chatas que tem (só Hagrid mesmo para me fazer continuar).

— Não tenho bem certeza se eles hibernam ou não — dizia Hagrid pensativo. — Achei que devíamos tentar ver se os bichos querem tirar uma soneca... Vamos colocá-los nessas caixas...

Agora só restavam dez, aparentemente ainda não haviam se fartado de se matar uns aos outros. Como disse antes: eles poderiam de fato se explodirem. Esses bichos agora chegavam a quase um metro e oitenta centímetros de comprimento. A carapaça grossa e cinzenta, as perninhas curtas em movimento, as caudas que expeliam fogo, os ferrões e os sugadores se somavam para tornar os explosivins as coisas mais repugnantes que já vi.

Para a minha desgraça, teríamos que tentar colocar essas coisas dentro das enormes caixas, só que quem disse que esses bichos queriam cooperar? Quem disse que eles hibernam? Ou gostavam de ser enfiamos à força em caixas?

A aula estava se tornando um verdadeiro inferno. Quase que estava indo me juntar a metade dos alunos que se escondiam na cabana de Hagrid. Porém, finalmente conseguimos domar e prende nove dos explosivins, embora o custo dessa “vítoria” foi ter vários cortes e queimaduras, agora faltava apenas um.

— Não vão assustá-lo! — gritou Hagrid, enquanto Rony, Harry e eu usávamos as varinhas para lançar fagulhas no bicho, que avançava ameaçadoramente até nós, o ferrão nas costas estremecendo em riste. — Tentem passar a corda pelo ferrão para ele não poder atacar os outros.

— Ah é, nós nem íamos querer uma coisa dessas! — Rony e eu gritando zangados, enquanto nós dois recuávamos contra a parede da cabana de Hagrid, ainda tentando manter o explosivim afastado com as fagulhas.

— Ora, ora, ora... Isso parece realmente divertido!

Não acredito que essa mulher apareceu de novo!?

A vadia da Skeeter estava debruçada na cerca do jardim de Hagrid, apreciando a confusão.

— Quem é a senhora? — perguntou Hagrid, enquanto passava a corda no ferrão do explosivim e apertava o laço.

— Rita Skeeter, repórter do Profeta Diário — respondeu ela, sorrindo para o mesmo.

— Pensei ter ouvido Dumbledore dizer que a senhora não podia mais entrar na escola? — disse Hagrid, erguendo ligeiramente as sobrancelhas enquanto saía de cima do bicho achatado e começava a arrastá-lo para junto dos outros.

Mas parece que a megera ignorou o que ele disse.

Skeeter voltou a fazer suas perguntas com Hagrid respondendo-as. Até que uma das perguntas fez não só Hagrid surpreso, como pela primeira vez, ela fez uma pergunta que tanto eu como Harry, Rony e Hermione queríamos saber. Onde é que Hagrid arranjara aqueles bichos?

— Eles são muito interessantes, não é mesmo? Não são, Harry e Su? — disse Hermione depressa.

— Ele são horri... — Hermione me lançou um olhar repreendedor. — Quero dizer... eles são... hum... muito interessantes.

— É, eles são interessantes — disse Harry em seguida quando Hermione lhe deu um pisão no pé.

— Ah, você está aqui, Harry! — exclamou Skeeter olhando para o lado. — Então você gosta da aula de Trato das Criaturas Mágicas? Uma de suas matérias preferidas?

— É — disse Harry corajosamente.

Hagrid lhe deu um grande sorriso.

— Que beleza! — disse ela. — Realmente uma beleza. Está ensinando isso já muito tempo? — perguntou ela a Hagrid.

+++

— Skeeter vai distorcer tudo que ele disser — comentou Harry quando seguíamos caminho para o castelo.

— Desde que ele não tenha importado aqueles explosivins ilegalmente nem nada do gênero — disse Hermione desesperada.

Nos entreolhamos, era exatamente o tipo de coisa que Hagrid seria capaz de fazer.

— Affe! Ele não deveria ter aceitado aquele convite de entrevista que ela fez para ele — digo.

— Hagrid já se meteu em montes de confusão antes e Dumbledore nunca o despediu — disse Rony em tom de consolo. — O pior que pode acontecer é Hagrid ter que se librar dos bichos. Desculpe... Eu disse o pior? Quis dizer o melhor.

Aquilo foi o suficiente para cairmos na gargalhada e, nos fazendo sentir-se bastante animados para almoçar.

A aula de Adivinhação foi um saco como sempre, ainda estávamos fazendo mapas e predições. Único ponto divertido foi ver a animação da Professora Sibilia sobre as minhas predições e as de Harry e Rony sobre mortes horrendas. Acho que na outra vida dela, ela foi uma assassina sangue-frio como os trouxas intitulam como psicopatas ou sociopatas.

— Teria sido mais impressionante se ela não tivesse anunciado isso oito vez antes — disse Harry, quando finalmente recuperamos o ar fresco na escada sob a sala de Trelawney: — Mas se eu caísse duro toda vez que ela diz que vou cair, eu seria um milagre da medicina.

— Seria uma espécie de fantasma superconcentrado — disse rindo, junto com Rony ao meu lado, ao passarmos pelo Barão Sangrento que ia em sentido contrário.

 — Pelo menos ela não passou dever de casa — disse Rony suspirando aliviado. — Espero que a Professora Vector tenha passado um monte para Hermione, adoro ficar à toa quando ela está ocupada...

Mas a minha adorável amiga não apareceu para jantar, nem estava na biblioteca quando fomos procura-la. A única pessoa que estava lá era Vítor Krum. Rony ficou parado atrás das estantes, observando Krum e discutindo aos cochichos comigo e Harry se deveria pedir um autógrafo, mas então percebeu que havia umas seis ou sete garotas rondando entre as estantes ao lado, discutindo exatamente a mesma coisa, e perdeu o entusiasmo pela ideia.

— Onde será que ela se meteu? — indagou Rony quando rumávamos para a Torre da Grifinória.

— Sei lá... Asnice.

— Acho que é mais fácil encontrar ela pelo Mapa do... — Só que antes de terminar de falar, apareceu Hermione, correndo até nós e com um semblante bem animado.

— Susana! — ofegou ela, derrapante até parar ao meu lado. — Su, você tem de vir comigo... Tem de vir, aconteceu a coisa mais fantástica... Por favor...

Ela agarrou meu braço e tentou me arrastar de volta ao corredor.

— Mione, que é que aconteceu? — perguntei.

— Eu mostro a você quando lá, ah, anda logo, depressa...

Lancei um olhar aos garotos; ambos me olhavam intrigados.

— OK — eu mal consegui terminando, pois na mesma hora ela havia me puxado novamente pelo pulso, Rony e Harry vinham logo atrás.

— Hermione, onde é que estamos indo? — perguntou Harry, depois que descemos seis andares e já estávamos na escadaria de mármore do saguão de entrada.

— Você vai ver, você vai ver já, já! — disse Hermione excitada.

Ela virou à esquerda ao pé da escada e correu para a porta logo a nossa frente.

Logo minha ficha caiu o que ela queria mostrar, estávamos indo para cozinha; onde estavam os elfos.

— Ah, espera aí... — disse para ela, parando no meio do caminho. — Hermione, espera um instante...

— Quê? — Ela se virou para me olhar, o rosto era pura expectativa.

— Já saquei o que você quer mostrar — digo.

Então apontei para a pintura de uma enorme fruteira de prata.

— Hermione! — exclamaram os garotos, entendendo.

— Você não está tentando nos pegar a laço para aquela história do fale outra vez?

— Não, não, não estou! — apressou-se ela a dizer. — E não é fale, Rony...

— Você mudou o nome? — perguntou Rony, franzindo a testa. — Que somos então? A Frente de Libertação dos Elfos Domésticos? Não vou invadir a cozinha para fazer eles pararem de trabalhar, não vou fazer isso...

— Não estou lhe pedindo isso! — disse Hermione impacientemente. — Desci aqui agora há pouco para conversar com eles e encontrei... Ah, anda, Su, quero lhe mostrar!

            — Mione, caso você não se lembre, eu conheço a cozinha — comentei um tanto irônica.

            — Eu sei que conhece, mas mesmo assim, quero você aqui comigo — diz ela toda sorridente.

Ela tornou a me agarrar pelo braço, puxou-me diante do quadro da fruteira, esticou o dedo indicador e fez cócegas na enorme pera verde. A fruta começou a se contorcer e rir e, de repente, transformou-se em uma grande maçaneta verde.

— Sabia que não ia prestar a informação que tirou do Fred — falei, enquanto a observava abrir a porta e logo me puxou pelo braço me forçando a entrar junto com ela.

Era realmente a cozinha com seu amplo aposento de teto alto, grande como o Salão Principal acima, repleto de tachos e panelas de latão empilhados ao redor das paredes de pedra, um grande fogão de tijolos no extremo oposto. Logo vi uma coisa pequena se precipitando do meio do aposento ao meu encontro, guinchando:

Harry Potter, meu senhor! Harry Potter!

Só que não foi exatamente ao meu encontro e sim ao de Harry. Abraçando-o com tanta vontade, que por um momento achei quebrar o Harry.

— D-Dobby? — ofegou Harry.

— Dobby, meu senhor, é sim! — guinchou a voz na altura do umbigo de Harry. — Dobby teve muita esperança de ver Harry Potter, meu senhor, e Harry Potter veio ver ele, meu senhor!

Dobby soltou Harry e recuou alguns passos, sorrindo para o mesmo de orelha a orelha, seus enormes olhos verdes, redondos como bolas de tênis, se enchendo de lágrimas de felicidade.

— Desse jeito vou ficar com ciúmes, Dobby — comentei fingindo estar magoada.

O pequeno elfo me olhou, ainda sorrindo e disse:

— Senhorita Black! Dobby, não quis deixa-la de lado.

— Vocês se conhecem? — perguntou Harry agora com o ar recuperado.

— Claro que conheço ele — respondi, sorrindo para o elfo. — Dobby e eu somos bons amigos, correto?

— Sim, meu senhor, Senhorita Black é muito bondosa com Dobby! Susana Black é amiga de Dobby, meu senhor — dizia ele ainda excitado.

— Conheci ele o ano passado — expliquei ao reparar a cara de desentendido de Harry. — Depois que estava voltando da biblioteca, acabei trombando com ele no caminho e no dia como estava fome, ele acabou me trazendo para cozinha. Desde então Dobby e eu nos tornamos bons amigos. Sempre aparecia aqui para gente conversa sobre vários assuntos.

            — Então quer dizer que você estava mesmo trabalhando em Hogwarts? — Harry perguntou a Dobby.

            — Sim, meu senhor, Dobby veio trabalhar em Hogwarts! — guinchou ele excitado. — O Professor Dumbledore deu emprego a Dobby e também para Winky meu senhor!

            — Winky? — exclamou Harry. — Ela também está aqui?

— Está, sim, senhor, está! — disse Dobby, e agarrando a mão de Harry puxou-o para dentro da cozinha entre quatro longas mesas de madeira que estavam ali.

As quatros mesas se encontravam embaixo das quatros mesas das Casas em cima, no Salão Principal. Nelas eram colocadas as comidas, e na hora da refeição, elas eram mandadas pelo teto para as suas correspondentes no andar superior.

Rony, Hermione e eu fomos seguindo Harry e Dobby que parou diante do fogão de tijolos e apontou.

— Winky, meu senhor! — disse ele.

Meu coração se apertou ao ver o estado dela, sentando em um banquinho junto ao fogo, com ar muito tristonho. Harry a cumprimentou, porém, ela no mesmo instante rompeu em lágrimas.

— Ah meu Deus! — exclamou Hermione. — Winky, não chore, por favor, não...

Mas Winky chorava com mais vontade que nunca. Dobby, por outro lado, sorria radiante para Harry.

— Harry Potter gostaria de tomar uma xícara de chá? — guinchou ele alto, abafando os soluços de Winky.

— Hum... Ah, Ok — disse ele.

Não demorou muito para sermos rodeados pelos elfos da cozinha, trazendo uma grande badeja de prata com um bule de chá, xícaras para nós quatros, uma jarrinha de leite e um grande prato de biscoitos.

— Serviço de primeira! — exclamou Rony, com admiração na voz.

Hermionei franziu a testa para ele, mas os elfos diferente do que ela acha, estavam encantados com tudo, fizeram uma grande reverência e se retiraram.

Não fazia ideia de quanto tempo ficamos naquela cozinha, só sei que tudo estavam maravilhoso, conversávamos com Dobby sobre sua ida para cá e também como Winky veio trabalhar aqui. O que ela não deveria gostar muito já que caiu em lágrimas. Hermione logo foi tentar consola-la, mas nada que dissesse produzia a menor diferença.

Dobby também explicou sobre o seu salário, e dias de folga, o que fez Hermione achar pouco. Mas ele explicou que pediu para Dumbledore abaixar a oferta, pois ele não quer tanta libertade, gosta mais do trabalho do que a liberdade.

— E quanto é que o Professor Dumbledore está pagando a você Winky? — perguntou Hermione bondosamente.

Se ela achou que isso ia animar Winky, estava delirando. Winky realmente parou de chorar, mas, quando se sentou, ficou encarando Hermione com seus imensos olhos castanhos, seu rosto lavado de lágrimas e inesperadamente furioso.

— Winky é um elfo em desgraça, mas Winky ainda não está aceitando pagamento — guinchou ela. — Winky não decaiu a esse ponto! Winky está devidamente envergonhada de ter sido libertada!

— Envergonhada? — perguntou Hermione perplexa. — Mas... Winky, espera aí! É o Sr. Crouch que devia estar envergonhado e não você! Você não fez nada errado, ele é que foi realmente horrível com você...

Mas ao ouvir isso, Winky levou as mãos às aberturas laterais do chapéu que usava e achatou as orelhas para não poder ouvir nem mais uma palavra e guinchou:

— A senhorita não vai insultar o meu amo! A senhorita não vai insultar o Sr. Crouch! O Sr. Crouch é um bruxo bom, senhorita! O Sr. Crouch fez bem em andar a feia Winky embora!

— Winky está tendo dificuldades para se adaptar, Harry Potter e Senhorita Black — guinchou Dobby confidencialmente. — Winky se esquece que não está mais presa ao Sr. Crouch, que pode dizer o que pensa agora, mas não quer fazer isso.

— Os elfos domésticos não podem dizer o que pensam dos amos, então? — perguntou Harry.

— Ah, não, não meu senhor — disse Dobby repentinamente serio. — Faz parte da escravidão do elfo doméstico, meu senhor. Guardamos silêncio e os segredos dos amos, meu senhor, defendemos a honra da família e nunca falamos mal dela, embora o Professor Dumbledore tenha dito a Dobby que não faz questão disso. O Professor Dumbledore disse que a gente é livre para... Para...

Dobby pareceu subitamente nervoso e chamou nos dois para mais perto dele.

Inclinamos para ele. Dobby cochichou:

— Disse que a gente é livre para chamar ele de... De velho caduco se quiser, meu senhor! — Dpbby deu uma risadinha assustada.

O que me fez rir junto com ele.

— Ah, então não é tão ruim — digo risonha.

— Mas Dobby não quer, Senhorita Black — disse ele voltando a falar normalmente e balançando a cabeça de modo que suas orelhas abanavam. — Dobby gosta muito do Professor Dumbledore, meu senhor, e tem orgulho de guardar os segredos dele.

— Mas você pode dizer o que quiser sobre os Malfoy agora? — perguntou Harry sorrindo.

Um olhar de temor surgiu nos olhos imensos de Dobby.

— Dobby... Dobby poderia — disse cheio de dúvida. Aprumou então seus ombrinhos. — Dobby poderia dizer a Harry Potter que seus antigos amos eram... Eram... Bruxos malvados das trevas!

Dobby ficou parado por um instante, o corpo todo tremendo, parecendo horrorizado com o que havia dito. Então correu até a mesa mais próxima e começou a bater a cabeça nela, com força, guinchando:

— Dobby mau! Dobby mau!

Harry agarrou ele por trás da gravata e o puxei pelo corpo pequeno, e assim o afastando da mesa.

— Obrigado, Harry Potter, obrigado, Senhorita Black — disse Dobby sem fôlego, esfregando a cabeça.

— Você só precisa de um pouco de prática — disse Harry.

— Prática! — guinchou Winky furiosa. — Você devia era ter vergonha, Dobby, falando desse jeito dos seus amos!

E assim começou uma pequena discussão entres os dois elfos.

Até que Winky quando perguntou para Hermione sobre o Sr. Crouch e mencionou o Sr. Bagman, que para nossa surpresa ela parecia bem zangada. Só que nada se comparou quando ela mencionou que Bagman era um bruxo malvado.

— Bagman... Malvado? — exclamou Harry.

— Ah é — disse Winky, acenando furiosamente com a cabeça. — Meu dono contou a WInky umas coisas! Mas Winky não vai repetir... Winky... Winky guarda os segredos do amo... — E mais uma vez ela se debulhou em lágrimas. — Coitado do meu amo, coitado do meu amo, não tem mais a Winky para ajudar!

Infelizmente não conseguimos extrair dela nem mais uma palavra que fizesse sentido. Então decidimos deixa-la chorar e terminamos o chá, enquanto Dobby tagarelava alegremente sobre sua vida de elfo liberto e seus planos para o seu ordenado. O que me deu uma ótima ideia de dar várias coisas legais para ele. V

— Sabe de uma coisa? — disse Rony, depois que deixamos a cozinha e já estávamos subindo as escadas para o saguão de entrada. — Todos esses anos sempre fiquei realmente impressionado com a capacidade de Fred e Jorge pegarem comida na cozinha, ora não é nada difícil, não é mesmo? Os caras mal podem esperar para dar a comida!

— Acho que você tinha razão, Susana, em dizer que foi a melhor coisa poderia ter acontecido a esses elfos de virem para cá, sabe — disse Hermione seguindo à frente para subir a escadaria de mármore.

— Eu disse que eles eram felizes — digo.

— É — concordou ela — com Dobby vindo trabalhar aqui, os outros elfos vão ver como ele está muito feliz, depois de libertado, e devagarinho vão se lembrar de desejar a mesma coisa!

— Contando que eles não prestem muita atenção na Winky — disse.

— Ah, ela vai se animar — disse Hermione, embora parecesse meio em dúvida. — Depois que passar o choque e ela se acostumar a Hogwarts, verá que está muito melhor sem o tal do Crouch.

— Mas ela não tem uma boa opinião do Bagman, não é — comentou Harry. — Que será que Crouch diz dele em casa?

— Provavelmente diz que Bagman não é um bom chefe de departamento — disse Hermione — e vamos ser sinceros... Ele tem razão, não acham?

— Bagman é um idiota — disse, lembrando da dívida que ele tinha comigo e os gêmeos.

— Mesmo sendo um idiota, eu preferia trabalhar para ele do que para o velho Crouch — disse Rony. — Pelo menos Bagman tem senso de humor.

— Não deixa o Percy escutar você dizendo isso — falou Hermione, dando um sorrisinho.

— É, Percy não iria querer trabalhar para ninguém que tivesse senso de humor, não é mesmo? — disse Rony, agora começando a comer a bomba de chocolate. — Percy não reconheceria uma piada nem que ela dançasse pelada na frente dele, usando só o abafador de chá do Dobby na cabeça.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?

Espero que tenham gostado, comentem e dependendo como for o próximo capítulo vai sair mais rápido do que imaginam.

Bjjs e até ♥



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