A Herdeira dos Black II escrita por Akanny Reedus


Capítulo 33
Eu não aguento ficar só te olhando


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal, tudo bem?

É eu sei que demorei para postar, me perdoem por isso, mas é que como estou de ferias eu fiquei fazendo varias coisa que inclui jogar. Comecei a jogar um jogo online do Naruto que não consigo parar mais. Ai por causa disso acabei esquecendo de escrever o capítulo (sem contar que travei um pouquinho nesse cap)... eu espero que gostem muito dele.

Até as notas finais ♥



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Hermione não se conformava que Bichento era de fato fêmea e nunca havia reparado nisso. Não só ela como ninguém, muito menos o vendedor da loja de Animais Mágicos que lhe vendeu Bichento como macho e não fêmea.

— Vai ver ele também não sabia disso. — Isso era a única coisa que Harry, Rony e eu dizíamos a ela. Só mesmo assim a garota não se tranquilizava, mas isso não foi impedimento dela ficar mimando os gatinhos.

Depois da noite que eles nasceram, levamos os três para o nosso quarto já que Rony não parava de reclamar e fizemos um cantinho para eles junto de Bichento. Parvati, Lilá e Emma quando o viram ficaram fascinadas. Pedimos para que elas guardassem segredo sobre eles, pois não queríamos arrumar problemas para os gatinhos e pela primeira vez me senti muito grata as três. Quem não demorou muito para saber sobre eles foi Gina que logo no outro contei tudo sobre os Bo - Li – Nha.

Fora esse assunto dos gatinhos, havia um outro assunto que já estava me deixando doida, minha cabeça doida para caramba o que me deixava estressada. Acredito que isso se chama peso na consciência. Por que isso? Simplesmente porque não estava me aguentando ficar sem falar com Cedrico, sem pedir desculpas pelo que fiz, eu preciso falar com ele. Preciso ouvir da boca dele me mandando para o inferno ou que ele não me odiava — como a própria Hermione me dizia: não parece que Cedrico te odeia. Só que eu acho o contrário.

Na sexta-feira antes de ir para os dois horários de Poções, fui atrás de Cedrico que estava sentado em um dos bancos que tinha no pequeno pátio gramado com alguns amigos e amigas. Inclusive uma delas estava sentada com Cedrico deitado; a cabeça apoiada em sua perna. Quanto mais me aproximava, recebia olhares das garotas me fuzilando e os garotos fazendo algumas gracinhas.

— Olá Cedrico — digo.

Ele no mesmo instante se levantou.

— Oi.

— Oi Black — dizia os garotos com malicia, rindo.

Revirei os olhos.

— Cedrico, será que eu poderia falar com você? — perguntei ignorando os comentários infantis dos outros garotos. E eu achando os Lufanos eram diferentes.

— Claro — respondeu Cedrico, revirou os olhos e disse: — Calem a boca!

Os amigos dele riram, continuando com os comentários quando me afastei com ele e ainda recebendo olhares nada gentis das meninas. Principalmente da que estava sentado. Ela provavelmente estava me xingando por tê-lo tirado de lá. Fomos para o lado oposto que eles estavam, Cedrico encostou no muro e eu apenas me apoiei com a mão. Por algum instinto eu olhei em volta para ver quem passava. Vi alguns alunos da Sonserina passando e por um momento me senti aliviada por não ser ninguém próximo de Malfoy — pelo menos é o que eu espero —, eu não queria que ele me visse conversando com Cedrico.

— Então, o que queria falar comigo? — A voz de Cedrico me despertou dos meus pensamentos sobre o Malfoy de novo.

Que merda! Por que toda vez que venho falar com o Cedrico preciso pensar naquela doninha?

— Eu queria falar com você sobre sábado — digo.

Suspirei e voltei a falar:

— Sei que deve estar me odiando pelo que fiz. Pode me xingar porque eu mereço, mas antes queria te pedir desculpa por ter te abandonado. Eu sei que fui uma idiota. As vezes sou muito burra porque eu faço o que não deve. Já me chamaram muita atenção pela minha impulsividade, só que eu não consigo conter e acabo falando. Só vou me dar conta da burrada que fiz quando a burrada já foi feita.

Cedrico não me dizia nada, ficou calado e me olhando.

— Pronto! Agora você pode me xingar — levantei a mão em sinal de redenção.

Digamos que eu estava pronta para receber os xingamentos ou algo do gênero. No entanto, eu apenas ouvi o Cedrico rindo e minhas bochechas esquentarem. Acho que começaram a ficar rosadas. Acho que fiquei mais vermelha pelo fato de ter corado. Não é sempre que isso acontece.

— Desde quando eu te odeio? — diz Cedrico com a voz risonha.

— Quê?

— Susana, eu não te odeio e nunca irei te odiar.

Agora fiquei sem palavras.

— Sobre o que aconteceu no Três Vassouras já passou — ele dizia com a voz tão tranquila que até me deixou mais calma. — Não nego que fiquei um tanto sentido com o que aconteceu. Por um momento achei que a culpa foi minha; que não deveria ter feito o que fiz. Mas também não me sinto arrependido de dizer tudo o que sentia. Eu não ia aguentar ficar mais tempo com aquele sentimento guardado só comigo. Precisava muito desabafar e aquele foi o melhor momento para fazer isso.

Cedrico se desencostou do muro e me olhou.

— No entanto, eu me dou conta que o meu maior erro daquele encontro vou ter te beijado, e peço desculpas pelo meu atrevimento. Me perdoe se lhe ofendi. Sei que não deveria ter feito aquilo, mas a tentação foi maior do que imaginei — diz Cedrico sem graça.

 — Tudo bem — disse simplesmente me lembrando do momento em que ele me beijou no Três Vassouras — a errada de tudo mesmo fui eu. Como eu disse não deveria ter lhe deixado. Você não merecia aquilo... O que fiz foi um erro bem maior. Se não me odeia agora, provavelmente vai me odiar depois, vai se dar mais conta do que fiz.

— De uma coisa eu tenho certeza nessa vida é que eu nunca vou te odiar.

— Como você tem certeza disso?

— Porque eu sinto — respondeu ele sorrindo de canto. — Saiba que eu compreendo sua atitude no sábado.

Aquelas palavras vindas de Cedrico foi a melhor sensação que tive desde sábado. Parece que agora minhas costas estavam leves, não se tinha peso nenhum, e a dor de cabeça que sentia todos esses dias passou.

            O que não adiantou muito foi minha preocupação porque uma se foi e outra apareceu, assim que avistei uns sextanistas da Sonserina andando pelo pátio.

            — Merlin! Eu estou atrasada para aula do Snape — eu praticamente gritei.

— Justo o Snape? — falou Cedrico em tom de preocupação.

— Sim, justo ele — grunhi.

— Então é melhor você correr — ele olhou o relógio em seu pulso e disse: — já se passaram cinco minutos de início da aula dele.

— A gente se fala depois — acenei e sai em disparada até as masmorras.

Se fosse em outro momento eu estava nem ai por chegar atrasada na aula dele, mas dessa vez eu não queria ouvir merda saindo da boca dele. Estava muito feliz depois da conversa com Cedrico. E ninguém merece depois ficar ouvindo as medisses vindo do Ranhoso — nem Merlin merece esse castigo.

Conforme descia as escadas até a sala dele, prestava atenção se vinha algum barulho da sala, o que não é nenhuma novidade ouvir absolutamente nada já que o silêncio chega a ser tedioso. Tentei fazer o mínimo de barulho com os pés. Chegando perto da porta meia aberta, reparei que Snape estava sentado em sua mesa e tentei logo achar Hermione, Harry e Rony que para minha sorte estavam perto da porta.

Sem enrolações, entrei devagarinho, todos os alunos estavam bastante concentrados no preparo da poção, e ia em direção a mesa dos meus amigos já focada no lugar vazio ao lado de Hermione...

— Menos vinte pontos para Grifinória — Snape disse do nada com aquela maldita voz silenciosa e fria —, srta. Black.

Todos os olhares da sala foram em minha direção; com meu melhor sorriso cínico olhei para ele e disse na maior cara de pau:

— Por quê?

Sorri vitoriosa ao ver a expressão irritada dele.

— Mais vinte pontos a menos para Grifinória pelo cinismo — revirei os olhos, bufando e retruquei:

— Só para você saber, eu demorei, pois estava no banheiro.

— Black... — grunhiu ele em voz baixa.

Vários alunos ainda me olhavam, mas virei a cara e me sentei ao lado de Hermione me olhando com a sobrancelha levantada. Diferente dos garotos que seguravam o riso. Balancei os ombros, ignorando o olhar dela e pegando meu livro para iniciar a poção.

— Como foi lá com o Cedrico? — Hermione perguntou em um murmuro, enquanto mexia sua poção. — Devem ter conversado bastante porque você demorou.

— A conversa foi boa — respondi em um tom que apenas os garotos e ela ouvissem — tão boa que nem reparei na hora.

— Então quer dizer que ele não te odeia?

Balancei a cabeça como resposta.

Sem querer, Hermione soltou um gritinho que logo abafou com a mão, fazendo nos duas rir.

— Vocês duas são tão idiotas — comentou Rony e Harry ao mesmo tempo.

— Os sujos falando das mãos lavadas — debochei, revirando os olhos.

O nosso acesso de risos acabou custando dez pontos a menos para Grifinória.

Hoje o Snape havia me pego para cristo, porque além de ter tirado cinquenta pontos meus, ele tirou mais dez pontos no que resultou em sessenta pontos perdidos para Grifinória. Diferente dos meus colegas, eu não me importei, eles sabem que sempre quando perco pontos na aula do Snape eu recupero os pontos perdidos nas aulas de Herbologia, Feitiços, Transfiguração, Runas Antigas e as vezes na aula do professor Moody.

Felizmente a aula do Snape acabou, mas antes de sair da sala Malfoy e eu trocamos olhares; trombamos na porta quando íamos sair ao mesmo tempo. Ficamos alguns minutos se olhando até quebrou todo o clima.

— Vai mesmo ficar parada feito uma idiota, Black.

Aquilo foi como um choque, desviei rápido o olhar do Malfoy para a dona da voz irritante que da nojo, que não poderia ser nada mais e nada menos que dá Buldogue vulgo Parkinson. Encarei mortalmente a Buldogue com o nariz empinado, tentando passar um ar de superioridade. Ela passou o braço em volta do braço do Malfoy e disse:

— Draquinho fala para ela sair do caminho.

Meu sangue estava fervendo cada vez mais que a via acariciando o braço dele.

— Nem precisa — murmurei irritada, passando furiosa por ele antes dele me dar passagem, batendo com tudo no ombro do mesmo.

— Su... — Malfoy ia pronunciar meu nome só que parou ao reparar que o ignorei.

Peguei o Rony pela manga da capa que estava com uma de tacho, junto com Harry, mas ele foi puxado por Hermione. Não virei para trás, não soube como foi a cena, entretanto pude ouvir Malfoy reclamar:

— Sai do meu pé...

— O que foi aquilo entre você e o Malfoy? — perguntou Rony resmungando.

— Aquilo o que?

— Aquilo de vocês dois se olhando.

— Nada — respondi seca, apressando meus passos até o Salão Principal. — Não foi nada, apenas trombamos e pronto. Agora quanto a buldogue essa vai se ver comigo. Quem ela pensa que é para me chamar de idiota?

— Que garota doida — diz Fred assim que sentamos na mesa.

— Como assim xingaram Susana Black de idiota? — falou Jorge em seguida fingindo surpresa.

Revirei os olhos e disse:

— Melhor vocês pararem com isso.

Lino que estava ao meu lado começou a rir.

— Quem em sã consciência teve a coragem de te provocar?

— A cachorra da Sonserina — respondi, enquanto me servia arroz e depois o picadão.

  — Tem cachorro na Sonserina? — diz Lino pensativo. — Até onde sei se tem cobras...

— Ela está falando da Parkinson, cabeção — diz Fred.

Então o meu amigo Lino sem alternativa riu do seu pequeno momento lesado.

— Você não deveria fazer nada com a Parkinson — avisou Hermione.

Balancei os ombros para ela ignorando.

— Sabe que pode acaba complicando as coisas para o seu lado.

— Mione, não adianta dizer isso para ela, sabe que a Susana está ignorando — diz Harry.

Segurei um riso ao ver a cara emburrada que ela fez para Harry que também riu.

— Mesmo que eu esteja sendo ignorada, vou continuar a dizendo para ter cuidado, porque ela ainda está cumprindo a detenção por ter mandando o Snape para aquele lugar.

— Fique a senhorita sabendo que já está terminando meus dias de detenção — a lembrei com um sorriso cínico.

Não teve outra, depois daquele um mês de detenção fiquei mais uma semana cumprindo, porque decidi infernizar a vida da Parkinson que me deixava irritada só pelo fato de existir nesse mundo. Só que ela não era única que sofria nas minhas mãos, a idiota da Greenganss também decidiu me provocar, então acabei brincando com ela.

— Definitivamente você é filha do seu pai — Profª Minerva me olhava furiosa, mas antes de estourar comigo, ela tentava respirar fundo para não quebrar meu pescoço (acredito que essa seja a vontade dela nesse exato momento).

— Bem, isso não tem como ter dúvidas já que eu pareço muito com ele.

— Não me trato apenas de aparência porque nesse caso você puxou mais os traços dele do que de sua mãe — dizia a professora tirando os óculos e massageando os olhos. — Nesse momento estou me referindo mais em suas atitudes que são iguaizinhas as de Black quando frequentava Hogwarts.

— Isso é ruim? — indaguei, lançando a ela meu sorriso amarelo.

— A senhorita ainda me pergunta se é ruim? Claro que é.

Minha relação com a professora Minerva sempre foi boa, por mais que ela me adorasse, assim como eu adoro ela, isso não era razão para não levar belas broncas, ficar de detenção e perde pontos. Conforme as semanas foram se passando o meu número de detenções só foi aumentando já que não aguentei ficar sem lançar azarações nos outros alunos (principalmente os da Sonserina e os de Beauxbatons). Outro com quem acabei brincando foi com Filch, junto de Fred e Jorge que me acompanharam muito na hora de pregar brincadeiras nos alunos e no próprio Filch.

    Dessa vez na minha detenção iria ter um acompanhando que tenho o prazer de chamar de Madame ou Doninha. Por culpa desse idiota que me provocou, ao me ver conversando com Cedrico, eu acabei lançando um Cocerus, porém ele acabou devolvendo o ataque me lançando a azaração da perna bamba. Isso tudo no meio do corredor que acabou resultando em uma detenção dupla.

  A detenção seria do lado de fora. Nosso trabalho era tirar as grandes camadas de neve do caminho, principalmente as que estavam ao lado dos cavalos alados de Beauxbatons porque eles estavam escorregando.

— Isso é trabalho para empregado — resmungava Malfoy a cada segundo.

 — Será que você pode calar a merda dessa sua boca — retruquei furiosa. — Se não eu juro que te taco nesse lago.

 O tempo já estava péssimo, eu adoro o inverno, mas só gosto quando estou em um lugar quentinho e não de ficar ao lado de fora. Aí esse mané me vem reclamando toda hora. Juro que isso estava sendo o suficiente para odiá-lo.

— Isso é tudo culpa sua.

— Quê? Minha culpa?

— Se você não tivesse me azarado nada disso teria acontecido.

— Ora seu... fique você a culpa é sua por ter me irritado!

Esquecemos completamente as pás para focar só em nós dois. Um de frente ao outro, gritando, xingando e para descontar a nossa raiva ficamos jogando bola de neve um na cara do outro.

— Que merda você viu no Diggory?

— Você é um idiota!

— Ele é um Lufano!

— Ele não é um Doninha!

— Primeiro foi o Potter agora o Diggory!

— Agora é você e a Parkinson!

— Hã? Ai! Porque fez isso? Não era sua vez — Malfoy reclamou passando a mão no rosto tirando o resto da bola de neve que joguei com tudo na cara dele.

— Por precaução — respondi, segurando a próxima bolinha.

Ele revirou os olhos e bufou.

— Por me dizer que história é essa minha e da Pansy?

— Você é que tem que contar a história — joguei a bolinha que dessa vez ele desviou — de como consegue ficar com uma cachorra.

— Ficando com a Pansy? — exclamou ele abismado.

— Não, você e o Canino.

— Pansy e eu não estamos ficando... por acaso está com ciúmes? Ai!

— Até parece que ia sentir ciúmes de você — disse entre os dentes, depois que taquei a bola de neve na minha mão novamente na cara dele.

— Sei... — reparei que ele deu um leve sorriso.

Até parece que vou sentir ciúmes dessa Madame.

— É melhor você voltar ao que estava fazendo — falei irritada, pegando a pá e voltando ao meu trabalho.

— Ok — diz ele ainda com aquele maldito sorriso vitorioso dele.

Depois da pequena guerra com bolas de neves que tivemos, ficamos sem se falar durante os próximos minutos o único ato que tivemos foi troca de olhares. As vezes não conseguia tirar os olhos dele. Malfoy é tão lindo mais tão lindo que nesse momento não consigo pensar em nenhum garoto mais belo que ele. Nem ao menos conseguia imaginar o Cedrico que também é lindo. Agora só conseguia pensar em Draco Malfoy.

O nosso silêncio durou por um tempo, durou até terminarmos, depois disso voltamos a discutir com ele voltando a falar do Cedrico. Malfoy já estava me irritando em sempre colocar o Cedrico no meio da briga, xingar ele e tudo do mesmo gênero. Não aguentando eu acabei colocando a Parkinson no meio do assunto. E assim ficamos por um bom tempo... Até que meu cachecol saiu voando até uma arvore perto do lago negro ficando presa em um galho.

— Droga o meu cachecol — olhei para ver se conseguia pega-lo, mas percebi que a largura do meu braço até ele não era possível.

A maldita arvore está praticamente na boca do lago, e o meu cachecol ficou preso bem no galho que fica de frente para o lago junto com alguns troncos e pedras escorregadias por causa da neve. Eu não ia conseguir, mas sei que Malfoy conseguiria então contra a minha vontade pedi ajuda para o mesmo.

— Pedi para o Zé Bonitinho do Diggory — retrucou Malfoy com sarcasmo.

— Idiota!

— Você está louca? Você cair — exclamou ele ao me ver tentando subir os troncos e passar pelas pedras.

Eu apenas lhe mostrei o dedo do meio e fui tentando me aproximar.

— Susana! — ele chamando meu nome era como uma dose alto de emoção. — Porra, garota, por que você é tão teimosa?

— Eu tinha pedido para você que veio falando merda — dizia sem olha-lo, agora esticando o braço para tentar pegar o cachecol — então agora aguenta se vou ou não cair... consegui... ah!

A única coisa que senti foi o baque do meu corpo com água congelando do lago, vindo junto com Malfoy gritando meu nome, depois disso tudo apagou.

+++

— Por que ela ainda não acordou?

— Meu jovem se acalma!

— Eu não vou me acalma até ela abrir os olhos!

No meu tempo fui tentando raciocinar o que estava acontecendo, onde estava, e de quem eram as vozes. Não demorou muito para reconhecer a primeira voz masculina era impossível não saber que era de Malfoy; sua voz era irreconhecível. Já a segunda voz não fazia ideia de quem era, sabia apenas que era de uma mulher e nada mais.

— Primeiro o senhor se controla — disse uma terceira voz que não me era reconhecível — depois me explique direito o que aconteceu no lago negro.

— Acho que é meio obvio que a culpa disso tudo é da própria senhorita Black. — Não tinha dúvidas que é o Snape falando. — Ela sempre gostou de chamar atenção.

— Não acho que a Srta. Black seja capaz de se jogar em um lago gelado, Severo.

Sabia!

— Sr. Malfoy agora que está mais calmo — disse a terceira voz que imaginei ser da Profª McGonagall. — Será que poderia explicar o que houve no lago?

— Bom, eu... hum... ela estavamos cumprindo a detenção quando...

— Quando eu decidi subir naquela arvore para ver qual era o tamanho dela — falei do nada com a voz baixa e abrindo os olhos.

Agora que pude ver que estava na ala hospitalar com Malfoy ao meu lado, Profª McGonagall e Snape de frente para mim, olhando Malfoy e Madame Pomfrey do lado esquerdo da cama. Todos me olharam quando abri a boca para contar a história. Só que ao mesmo tempo não queria contar a história verdadeira.

 — Srta. Black como se sente? — perguntou a professora parecendo aliviada.

— Bem — respondi, tentando me sentar na cama só que foi impossível.

 — A senhorita precisa ficar um pouco deitada — diz Madame Pomfrey.

Eu não queria ficar deitada, então me esforcei mais um pouco para ficar apoiada com as costas no encosto da cama. Percebendo o que queria, Madame Pomfrey me ajudou e mais uma vez disse para não me mexer muito.

— Como a senhorita acordou — dizia a professora me olhando — pode explicar melhor o que aconteceu no lago?

Não o olhei, porém senti o olhar de Malfoy.

— Então como disse antes, eu decidi subir naquela arvore por vontade própria para saber o tamanho dela, e provar que não sou tão baixinha. Malfoy tentou me impedir, mas não o ouvi e bem, a minha teimosia acabou custando caro — fiz um gesto me referindo sobre a enfermaria.

— Eu disse que ela queria apenas chamar atenção — diz Snape com um sorrisinho triunfante. — É como o pai dela, adora se aparecer na frente dos outros.

Ele sorte que estão sem força, se não juro que ia pular no pescoço dele e soca-lo até não aguentar mais. Outro motivo é que a professora está ao lado dele com uma expressão que queria também me estrangular.

— Menos dez pontos para Grifinória — murmurou ela, fechando os olhos e respirando ofegante.

— Por quê?

— Por ser tão irresponsável.

Emburrei a cara.

— A senhorita poderia ter morrido naquele lago congelante, por sorte o sr. Malfoy lhe tirou a tempo da água e te trouxe às pressas para cá. Se não poderia ter acontecido o pior de todos por uma irresponsabilidade sua — a professora soltou um suspiro cansado. — Eu realmente espero que a senhorita tome jeito.

Ela saiu furiosa da enfermaria com Snape logo atrás que disse para Draco não enrolar aqui.

— Por que fez aquilo? — perguntou Malfoy depois que saímos da enfermaria.

Madame Pomfrey havia me dado mais uma poção para me aquecer, depois de uma hora ela me liberou para jantar e comunicando que recebi alta.

— Você deveria ter ficado feliz que te salvei — retruquei.

— Ai que está, você não é esse tipo de pessoa que decidi do nada salvar os outros, principalmente eu que você diz tanto odiar.

— Cala boca, Malfoy! Você não me conhece.

— Conheço o suficiente para saber que você é muito teimosa.

— Se você não gostou do que fiz, então vou agora mesmo falar com a Profª McGonagall a verdadeira história que você não quis me ajudar a pegar o meu cachecol que deve estar agora com a Lula Gigante. Assim eu aproveito para recuperar os dez pontos que perdi... Ai!

Malfoy do nada me puxou com tudo para um poste; olhando para o corredor como se procurasse algo.

— Seu idiota essa doeu!

— Xiu! Fala baixo senão ela vai escutar.

— Quem? — Malfoy se aproximou mais de mim.

A nossa distancia era mínima, meu corpo estava quase sendo prensado com o corpo dele e o poste que minhas costas está apoiada. Sentia muito bem sua respiração, ele virou um pouco o rosto me olhando bem atento.

— O que está fazendo? — indaguei um pouco nervosa em meios ao meu coração acelerando.

— Apenas finja que está me beijando — respondeu ele em voz baixa.

Seu olhar percorreu todo meu rosto parando em minha boca.

 — Porém eu não aguento ficar só te olhando.

Antes que pudesse dizer algo meus lábios foram selados com os deles. Segundos depois Malfoy mudou o selinho demorado para algo mais significativo; iniciando um beijo caloroso. Em nenhum momento consegui força para afasta-lo, só deixei minhas mãos apalpadas em seu peito que logo uma percorreu um caminho até suas costas lhe deixando mais próximo de mim. Sem delongas Malfoy pediu passagem com a língua que deixei ter contato com a minha.

Naquele momento nada mais me importava só conseguia pensar nele. Nem mesmo o grito histérico que ouvi junto com passos rápidos se afastando, me despertou. Isso não foi comigo apenas já que Malfoy continuou o que estava fazendo. Distribuindo caricias pelo braço até minha cintura, apertando com força, e depois indo direto para minha cocha, acariciando de leve. Só aquele simples toque por cima da calça jeans me fez sentir um formigamento desconhecido entre minhas pernas.

Fizemos uma pequena pausa para recuperar o folego, Malfoy beijou o canto da minha boca e depois meu pescoço, voltando em seguida para minha boca. Ficamos nos beijando por um tempo no corredor mesmo, sem se importa novamente com nada e esquecendo um pouco o jantar.

Durante esse tempo senti um certo volume do Malfoy tocando minha perna; logo deduzi da onde vinha esse volume. Imaginando no que poderia acabar resultado tudo aquilo. Achei melhor interromper nosso momento e seguir caminho para o Salão Principal com os pensamentos a mil.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Eu particularmente amei escrever esse final se deixasse ia fazer a continuação dele, só que como eu vi que ia ficar enorme, decidi fazer a pausa nesse momento. :D

Bom, eu quero saber de vocês: quem vocês acham que poderia ter aparecido?

Espero que tenham gosto e até o próximo capítulo, beijos.