A Herdeira dos Black II escrita por Akanny Reedus


Capítulo 3
A Toca




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/613169/chapter/3

Agora, nesse exato momento são quatro horas e quarenta minutos e eu estou na sala aguardando algum sinal ruivo. Sei que é cedo, mas a ansiedade é bem maior e não acho que seja ruim esperar antes da hora. Talvez, eles apareçam mais cedo, mesmo não fazendo ideia de quem virá, acredito que o Rony é uma das pessoas que vem agora me pergunto se o outro é a mãe ou pai dele.

— Ainda está cedo — comentou meu padrinho aparecendo na sala e me encarando sentada na poltrona que dava vista para a janela retangular e a lareira.

A sala da minha casa é um cômodo não muito grande, tem um tamanho ideal, acho que o melhor a dizer do formato é que ela é quadrada. Nela havia um sofá de três lugares um tanto surrado de frente para lareira, do lado direito tinha a poltrona em que estava sentado em direção para janela e virado um pouquinho para a lareira — o que me dava visão de ambos os lados. Uma escrivaninha de madeira ficava perto da janela, onde se tinha duas cadeiras, era quase que uma área de leitura ou até mesmo trabalho já que na parede que dava para o hall tinha uma estante lotada de livros, pergaminhos e algumas fotos sendo uma delas dos pais de meu padrinho, só que a maioria eram minhas quando era pequeninha e algumas minha bebê. Segundo meu padrinho, a maioria dessas fotos estava na casa onde meus pais moravam e ele tirou da casa para guardar.

— Do que você acha que eles virão? — perguntei pensativa e olhando a janela. — Pó-de-flu? Chave de portal? Nôitibus... Ou talvez por transporte trouxa?

— Acho mais provável por Pó-de-Flu — respondeu meu padrinho olhando para o lado de fora, sem desviar os olhos, parecia até que estava procurando algo.

Levantei-me do sofá e fui ao lado dele, olhando também para o lado de fora e agora via para quem ele olhava. Não lembrava o nome, mas o rosto não parecia desconhecido, era a mulher da casa da frente que aparentava estar na casa dos 30, era bem corpulenta e morena. Olhei meu padrinho e depois para mulher tentando entender o porquê ele olhou. Foi aí que algo se acendeu na minha cabeça, o que acabou me fazendo raciocinar alto.

— Você está bisbilhotando a vizinha trouxa?

Meu padrinho desviou o olhar e me encarou.

— Quê?

— Está de olho na vizinha trouxa, padrinho?

— Não!

— Hum... Então está a fim da vizinha trouxa?

— Susana! — exclamou em tom de censura.

— Quê? — exclamei em tom de impaciência. — Padrinho não estou fazendo nada demais. Só não sou burra a ponto de não perceber que você não tirou os olhos da vizinha trouxa.

Ele revirou os olhos e se afastou da janela.

— É sério, eu não sou idiota em não perceber que está a fim da vizinha — digo com a sobrancelha arqueada. — Ou vai negar?

— Exato vou negar porque é a verdade — respondeu meu padrinho. — Eu não estou a fim de vizinha nenhuma. Na verdade, o que estava olhando é pra tentar descobrir por que ela olha tanto pra cá.

Estranhei um pouco a resposta e dei uma olhada novamente na casa da frente, e via que a trouxa não tirou os olhos da nossa casa, mas depois desviou o olhar, quando me viu encarando-a. Parece até que se decepcionou de me ver... Decepcionou? Ai caramba será mesmo isso que estou pensando. Estou com uma leve impressão que essa vizinha queria mesmo é ver o meu padrinho.

— Talvez eu tenha mesmo razão — comentei desviando o olhar da janela — só que em outro lado. Acho que é a vizinha que está a fim de você, mas se for isso mesmo, ela vai ter que passar por mim primeiro para ver se eu a aprovo.

Meu padrinho balançou negativamente a cabeça e rindo.

Ora como se eu tivesse dito alguma besteira para ele. Só disse a mais pura verdade, não vou aceitar qualquer uma com o meu padrinho, principalmente uma que usa um vestido que nem consegue tapar direito a bunda.

— Para de falar besteiras, Susana e vai ver se colocou tudo que precisa na mala — disse meu padrinho se sentando no sofá. — Ainda falta um pouco para os Weasley chegarem.

Olhei o relógio que tinha perto da porta para o hall e realmente faltava pouco, mas já tinha arrumado tudo. Portanto iria apenas pegar algo para beber e depois iria atrás de Taran para colocá-lo na cestinha.

Chegando na cozinha peguei um copo no armário e a jarra de suco de abóbora da geladeira*, deixando tudo na pia e depois me servindo. Quando me virei, vi em cima da mesa os bolinhos com uvas-passa enviados pela Andrômeda. Aquilo era uma verdadeira tentação e eu amava, por tanto eu precisava pegar um bolinho, mas antes mesmo de chegar na mesa a campainha tocou.

— Caramba, será que os Weasley? — me perguntei, indo apressada até a porta com o copo ainda cheio de suco na mão.

Meu padrinho não estava na sala, mas ouvi que ele mencionou descer só que antes já avisei que iria atender. Eu não tinha dúvidas que era os Weasley, pois quem mais iria tocar a campainha? Raramente os vizinhos daqui tocam.

Abri a porta dizendo:

— Oi... Rony?

— Olá.

— Você não é o Rony — resmunguei.

— Parece que estava esperando outra pessoa — disse a mulher.

— Sim, eu estava esperando — respondi seca.

Que merda! Não era o Rony e nem nenhum ser ruivo, mas sim a vizinha que anda de olhares para o meu padrinho.

A trouxa que não sabia o nome estava com o mesmo vestido um tanto vulgar ao meu conceito. Antes achava que a bunda não era tampada direito, agora vendo de frente percebo que os peitos dela também queriam respirar e a qualquer momento pularia na minha cara para o meu desespero. Nunca entendi como as mulheres trouxas conseguiam andar em público com essas roupas que mais pareciam estar andando semi-nuas e nunca entendi como não sentiam o frio de Londres. Se bem que essa louca na minha frente se estivesse pelada ia dar no mesmo; o “convite especial” para o meu padrinho ficaria mais óbvio. Afinal eu sei perfeitamente o porquê de ela estar vestida assim.

— O que você quer? — perguntei seca e tomando um gole do suco.

— É bem... Eu é…

— Olha se não tem nada para dizer então sai, tchau. — Fiz menção para fechar a porta, mas a mulherzinha impediu dizendo:

— Eu queria falar com o seu pai?

Olhei para ela.

— Ele é o seu pai, não é mesmo?

— Se está falando daquele homem que você ficou olhando alguns minutos atrás na janela — ela naquele momento desviou o olhar e parecia estar tentando fazer uma cara envergonhada, mas não funcionou muito bem, comigo isso não funciona. — Se é isso mesmo então a resposta é sim. Ele é o meu pai.

Não desviei um minuto sequer o olhar dela e a olhava muito séria.

— Bem, será que ele se encontra? — perguntou ela.

— Não — respondi.

— Jura? — insistiu ela. — Eu jurava ter ouvido você falar com alguém quando veio atender.

— Hm então estava ouvindo por trás da porta?

— Não — negou ela no mesmo momento. — É que você disse alto e consegui ouvir do lado de fora.

— É, ele está sim, mas não quero você fale com ele — digo.

— Por que ele... — A fala dela foi cortada por um estrondo vindo da sala, parecia que algo tinha caído no chão com tudo. — Que barulho foi esse?

Tentava olhar para sala do hall mesmo, mas não vi nada e então ouvi duas vozes, uma delas era conhecida.

— Desculpe, papai, acabei tropeçando na grade da lareira. — Sabia que era o Rony falando, pois era a voz dele e depois veio uma outra voz grossa que imaginei ser do pai dele.

— Tudo bem, Rony — disse a segunda voz.

Então eles já tinham chegado e vieram pela rede de flu.

Ouvi meu padrinho descendo as escadas, então sem deixar a mulherzinha vê-lo fechei a porta atrás de mim, deixando apenas uma parte aberta, mas que eu mesma tampei a visão ficando na frente.

— Acho melhor você indo embora — disse com sarcasmo e fazendo um gesto com dedo para ela se virar e ir embora. — Pois como você ouviu, estou com visita.

— Tudo bem, mas será que poderia chamar o seu pai?

— Não.

— Mas eu só queria... — ela estava insistindo a todo custo, mas quando viu que não iria dar certo, apenas esticou o refratário. — Será então que poderia entregar isso a ele?

— E o que é isso? — peguei o refratário e tirei o embrulho.

Não acredito que essa mulherzinha de quinta, veio trazer comida para o meu padrinho. E ainda por cima pavê e eu odeio pavê, se fosse algo bom até que iria aceitar e mandar ela ir embora, mas era pavê então eu não queria.

— Pode levar embora, meu pai odeia pavê — mentira, meu padrinho adora pavê, mas eu não gosto, por tanto nada de pavê.

— Jura? — disse ela com a voz de decepção. — Que pena, eu jurava que ele gostava, até porque todo mundo gosta de pavê.

— É, mas agora você soube que não é todo mundo, ele não suporta isso — devolvi o refratário na mão dela e coloquei de qualquer jeito o embrulho.

Sorri vitoriosa e antes de mandá-la ir embora daqui alguém abriu a porta atrás de mim, assim surgindo uma cabeleira ruiva ao meu lado.

— Vai demorar muito para entrar? — perguntou ele olhando de lado.

— Já estou entrando. Só estou mandando essa mulher ir embora daqui, mas agora que reparei que ela é surda.

A mulher abriu a boca em indignação.

— Por tanto surdinha, vá embora — ordenei, indo até ela virando e empurrando para sair. — Tchau!

— Ei... — Claro que não a deixei terminar, pois fechei a porta na cara dela.

Me virei para Rony que segurava o riso, mas não consegui conter por muito tempo.

— Você não mudou nada — comentou-o entre risos.

— Cala boca e você também não mudou nada, exceto esse cabelo grande. Ficou rebelde?

Rony não disse nada e eu apenas o abracei bem forte. Estava com tantas saudades desse ruivo. E devo dizer que não é verdade que ele não mudou, ao contrário, Rony mudou bastante. Agora ele estava bem maior do que eu, o que não é novidade já que todo mundo é maior que eu; também estava mais corpulento, sem contar no cabelo que estava bem grande.

— Que saudades de você, Rony — digo ao me separar dele e sorrindo ao mesmo.

— Também estava com saudades — retribuindo o sorriso.

— Só veio você e o seu pai? — perguntei enquanto íamos até a sala.

— Sim, papai está na sala conversando com o Lupin.

Chegando à sala vi o pai de Rony que conversava empolgado com meu padrinho, dando uma leve sensação de que ambos já se conheciam a muito tempo. Quando os dois me viram, o Sr. Weasley me encarou e disse:

— Você que é amiga de Rony, Susana?

Assenti.

— Já está com suas coisas prontas?

— Sim, está tudo no meu quarto — respondi. — Vou pegar.

— Rony vai junto com ela para ajudar — disse o Sr. Weasley.

Rony me acompanhou até meu quarto e no caminho ele ia dizendo:

— Fred e Jorge queriam vir, mas acabou desistindo no último minuto porque estavam muito ocupados, segundo eles. Então pediram desculpas por não virem.

— Agora fiquei magoada, o que é mais importante do que eu? — disse em um tom falso de ofendida. — Esses dois vão me ouvir.

— Eu também não sei, mas eles andam bem “ocupados” ultimamente — comentou Rony. — Sabe, sempre se ouvi muito barulho vindo do quarto dos dois, eu ando achando que eles estão fazendo experimentos. Mamãe anda furiosa com eles, principalmente com a nota deles nos N.O.M.S.

— Fiquei sabendo da nota deles, mas parece que estão nem aí — digo.

— E é isso que deixa a mamãe furiosa — confessou Rony.

— Mas agora fiquei curiosa com esses experimentos — disse pensativa e dando um sorriso maroto. — Vou descobrir o que eles andam fazendo.

Paramos em frente a porta do meu quarto

— Bem-vindo ao meu canto — falei após abrir a porta do quarto e dando passagem para Rony.

— Quarto legal ein! — elogiou Rony observando tudo.

— Valeu — agradeci.

Meu quarto tinha um tamanho bem legal, logo do lado da porta já tinha o guarda-roupa que pegava a parede toda, ele era bem grandão. Minha cama ficava na outra parede que fazia um L com a parede do guarda-roupa. Era uma cama de solteiro, o que achava grande para uma cama de solteiro. Ela estava arrumada bonitinha, com meus bichinhos de pelúcia, eu não ligo que tenho 14 anos e admito sim que tenho bichinhos de pelúcias. Tinha apenas três na cama, um eu tinha ganhado do meu padrinho que era um gato. Ganhei-o quando tinha acho que uns oito anos, meu padrinho tinha me dado um, pois sabia como sempre quis um gato, mas ele não tinha condições de me comprar um, então em um certo dia ele me apareceu com esse gato de pelúcia. Lembro até hoje o que meu padrinho me disse:

“Como você sabe, no momento não posso lhe dar um gato de verdade, então decidi comprar esse gatinho para recompensar o seu gatinho que você ainda não ganhou, mesmo sendo de pelúcia ele também merece muito amor e carinho.”

Mesmo sendo de pelúcia, eu me lembro perfeitamente que fiquei tão feliz por ter ganho um gato e assim poderia dizer a todos que tinha um gato. Foi uma das melhores coisas que ganhei do meu padrinho, por isso não consigo me desfazer dele é um presente muito especial.

As outras pelúcias que tinha na cama era um ciclope e o outro é um dragão. Obviamente que não tinha apenas esses, eu tinha mais pelúcias no meu guarda-roupa e na minha cabeceira tinha outro, além de alguns bonequinhos, inclusive uma fênix.

— Eu não acredito — exclamou Rony do nada. — Que você gosta disso?

Olhei para Rony confusa e fui até ele, olhando o meu guarda-roupa.

— Do que está falando?

— Disso — e ele apontou para meu pôster enorme da minha banda favorita. — Você gosta de As Esquisitonas?

— Eu os adoro — disse. — É minha banda favorita.

Rony bufou e revirou os olhos.

— E eu que estava começando a elogiar seu ótimo bom gosto — debochou Rony, recebendo um soco de leve no ombro, que riu em seguida.

— Só que eu tenho um bom gosto, As Esquisitonas é demais.

— Não mesmo — discordou Rony. — Eu até gostava deles, mas não curto mais por causa da Gina que é obcecada por esses caras.

Soltei uma risada divertida.

— Acho que terei um ótimo assunto para tratar com a sua irmã.

— Ninguém merece — resmungou Rony também rindo.

Não enrolamos mais no quarto e Rony foi quem pegou minha mala. Eu fiquei encarregada do Taran que não estava no meu quarto para colocá-lo na cestinha.

— Onde está o Taran? — perguntou Rony.

Parei para pensar e acho que sabia onde ele estava.

— No quarto do meu padrinho, dormindo — respondi.

Peguei a cestinha e fui até a porta que fica próximo a minha. A porta estava aberta, Rony ficou me esperando no corredor, entrei no quarto e lá estava o Taran como imaginei deitado na cama do meu padrinho. Todo esparramado.

— Desculpe te acordar, Taran, mas já vamos para a casa do Rony — disse acariciando a cabecinha dele.

Taran resmungou em desaprovação. Mesmo sendo impossível, tentei colocá-lo com jeito na cestinha, mas logo acordou e me olhava com reprovação. Não é novidade que ele não é nenhum pouco fã de cestinha. Ele odeia ficar preso, odeia mais ainda quando é acordado.

Já com tudo pronto desci as escadas com Rony, o Sr. Weasley e o meu padrinho nos aguardavam na sala.

— Tudo pronto?

— Tudo sim — respondeu Rony ao pai.

— Ótimo — exclamou o Sr. Weasley se virando e esticando a mão ao meu padrinho. — Remus, foi muito bom revê-lo, com certeza nós veremos mais vezes.

— Digo o mesmo Arthur — falou meu padrinho retribuindo o aperto de mão. — Pode ter certeza que nós veremos.

— Susana, iremos pelo Pó-de-Flu, ok? — informou o Sr. Weasley.

— Ok — digo.

Fui até meu padrinho e o abracei.

— Tchau padrinho, eu irei sempre escrever para te dizer como estou.

— Tchau, minha querida — disse ele quando nos soltamos. — Se comporta e vou aguardar suas cartas — e ele me deu um beijo na testa.

Parei em frente da lareira com os Weasley e Rony me disse:

— Você precisa dizer A Toca.

Assenti.

— Você primeiro, Rony — pediu o Sr. Weasley.

Rony entrou na lareira, se despediu do meu padrinho e pegou o pó brilhante que ofereci. Não demorou muito e Rony desapareceu.

— Susana, agora é a sua vez — disse o Sr. Weasley. — Eu vou logo atrás com as suas coisas.

Entrei na lareira com Taran em mãos, meu padrinho me ofereceu o pó brilhante e sorriu.

— Se cuida, ok? — Apenas assenti e disse:

— Até padrinho.

Joguei o pó e gritei:

— A TOCA!

 

(...)

 

Não demorou muito para chegar a cozinha dos Weasley. Rony estava logo na frente me aguardando. Ao sair da lareira com Taran resmungando na cestinha, dei uma breve olhada na cozinha e vi que era um cômodo pequeno e um tanto apertado. Havia ao centro uma, mas de madeira muito escovada e cadeiras. Reparei que na mesa havia algumas pessoas sentadas, todas ruivas; uma senhora baixinha e um tanto cheinha, mas com um semblante tão bondoso veio em minha direção.

— Seja muito bem-vinda, minha querida — e ela me abraçou.

Retribui o abraço caloroso.

— Muito obrigada Sra. Weasley — digo ao me soltar dela.

— Seu nome é Susana, correto?

Assenti.

— Rony falou muito sobre você — disse a Sra. Weasley sorrindo e lançando um olhar ao Rony.

— Jura? E falava bem ou mal? — disse em tom de brincadeira, olhando Rony que soltou apenas uma risada e eu fiz o mesmo.

Dei mais uma olhada na cozinha e reparei que tinha mais duas pessoas desconhecidas. Acho que eram os outros dois irmãos de Rony: Carlinhos e Gui. Lembro que ele tinha me mencionado bastante sobre os dois. Inclusive que um trabalhava com Dragões e o outro trabalhava para o Gringotes. Agora qual dos dois trabalhava com o que eu não sabia, Rony tinha falado, mas nem lembro.

Ambos se levantaram e vieram me cumprimentar.

— Carlinhos Weasley — disse ele esticando a mão e sorrindo.

Retribui o aperto e consegui sentir calos e bolhas. Foi aí que imaginei que ele fosse o que trabalha com dragões. Ele tinha o mesmo físico dos gêmeos, mais baixo e mais forte do que Percy e Rony, que eram compridos e magros. Seu rosto era largo e bem-humorado, castigado pelo sol e tão sardento que quase parecia bronzeado; os braços eram musculosos e em um deles havia uma grande e reluzente queimadura.

— E eu sou Gui Weasley — disse o mais alto, esticando também a mão e retribui.

Gui é bem descolado. O cabelo era comprido e estavam presos em um rabo-de-cavalo. Usava um brinco de argola com um berloque pendurado que parecia um dente canino.

— Susana Black — digo.

Ouvi em seguida um estalo atrás de mim e ao olhar vi que se tratava do Sr. Weasley.

Após alguns minutos Gina apareceu e pelo que a Sra. Weasley me disse, eu iria dividir o quarto com ela e Hermione também que iria chegar um pouco mais tarde. Só Fred e Jorge que ainda não tinham aparecido. Confesso que fiquei de mal deles por não terem vindo falar comigo. Poxa, afinal de contas eles dois são meus amigos. Outro que não apareceu foi Percy, mas devo confessar que não senti falta, nunca tive papo com ele e não curto muito ele. Agora vendo os outros Weasley, percebo o quanto o Percy é diferente deles.

— Vem vou te mostrar o meu quarto e levar suas coisas para o quarto da Gina — disse Rony pegando minha mala e eu peguei a cestinha com Taran ainda dentro; seguindo Rony por um corredor estreito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?