A Herdeira dos Black II escrita por Akanny Reedus


Capítulo 24
Conforto


Notas iniciais do capítulo

E ai gente, como estão? É, eu sei, sei que demorei para postar o capítulo e peço desculpas por isso, mas eu tive meus motivos e o capítulo era para sair domingo, só que aconteceu um pequeno acidente comigo: estava eu fritando kibe e quando ia tirar o adorável kibe da panela, ele pulou de volta para o óleo só que ele se empolgou tanto que acabou espirando um monte de óleo quente na minha mão. Quem aqui já se queimou com óleo, água ou até mesmo café quente sabe do que estou falando. Sabe do quanto doí, acho até que óleo doí mais ainda. ç.ç Infelizmente por culpa do kibe eu fiquei mais dias sem postar e sem finalizar o capítulo. Ai só fui conseguir postar algo hoje, antes do natal, não queria terminar o ano ou passar o natal sem ter atualizado.

Enfim, quero agradecer a todos que comentaram o capítulo anterior, amei todos.

É isso, desejo uma boa leitura a todos e vejo vocês nas notas finais ♥



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Por um momento eu estava rindo com Harry de uma brincadeira que tinha dito, mas depois o meu sorriso desmanchou, quando ouvi Dumbledore dizer o nome de Harry que estava escrito no pedaço de pergaminho lançado pelo Cálice. Olhei o diretor na mesma hora com o pedaço de pergaminho na mão, e vi a Profª Minerva indo falar com Dumbledore, que inclinara a cabeça para ela, franzindo ligeiramente a testa.

— Eu não inscrevi meu nome — ouvi Harry dizendo atrás de mim.

Voltei a encara-lo, sem saber o dizer, estava completamente sem reação.

— Vocês sabem que não — disse ele para Rony, Hermione e eu.

Assim como ele não deveria saber o que dizer, nós três não sabíamos o que dizer.

— Harry Potter! — Dumbledore tornou a chamar. — Harry! Aqui, se me faz o favor!

— Vá — murmurei a ele, ajudando a se levantar da cadeira.

— Su, eu não... — dizia ele no mesmo tom, se negando a se levantar.

— Harry, vai logo — murmurei para que ele apenas ouvisse. — Estão te chamando.

Quase que Harry tropeça no próprio pé na hora de se levantar. Disse quase, pois eu segurei na mesma hora. Ele me olhou por uma última vez, eu apenas assenti de leve e dei um leve um empurrão para ele andar.

— Isso só pode ser uma brincadeira — disse em voz baixa, observando Harry passar pela porta que Krum, Fleur e Cedrico passaram. — Só que uma brincadeira de muito mau gosto.

Tanto Rony como Hermione e eu, não dissemos nada quando Dumbledore disse a todos para voltarem a suas comunais. E nos mantivemos assim até a Torre da Grifinória. Meus pensamentos só estavam se mantendo em Harry, só nele, nem se quer prestei atenção nos comentários de Fred e Jorge se perguntando como Harry tinha conseguido colocar o nome no Cálice. Eu me perguntava a mesma coisa, só que junto vinha outra pergunta: será que ele colocou mesmo o nome no Cálice?

— Precisamos comemorar — ouvi Fred dizendo assim que passamos pela passagem da Mulher Gorda.

— Comemorar o que? — perguntei do nada.

— O que poderia ser, ein? — disse Fred em um tom como se resposta fosse obvio. — Comemorar a participação de alguém da Grifinória no Torneio Tribruxo.

— Se anime Susana — diz Jorge com o braço em volta do meu ombro. — Vamos até a cozinhar pegar comes e bebes?

— Não — digo, revirando os olhos. — Vou deitar, tchau!

Eu não queria, mas acho que meu tom de voz acabou saindo um tanto seco, já Jorge me olhou surpreso quando tirei o braço dele e não o deixei me tocar de novo. A verdade é que não estava com cabeça para as brincadeiras dos dois e muito menos para uma festa. Só do que preciso agora é deitar, e assim tentar ver se passa a minha dor de cabeça.

Rony já tinha desaparecido, segundo Hermione, ele já tinha subido para o quarto e não disse uma única palavra. Pelo jeito vou conseguir falar com Rony apenas amanhã. Hermione e eu não trocamos nenhuma palavra, apenas sentamos na cama de cada uma e eu logo coloquei o pijama para deitar.

Quem disse que eu consegui dormi? Nem mesmo depois que a festa na comunal terminou, consegui pegar no sono, aquilo estava sendo uma tarefa muito difícil. Eu me virava para todos os lados, deitei de bruços e também deitei de barriga para cima, só que nada disso funcionava. Queria estar que nem o Taran que dormia ao meu lado tranquilamente. Parei estar tendo um ótimo sono, a respiração dele estava devagar e ele estava todo esticado ao lado da minha perna.

Sentando na cama dei uma olhada no dormitório e tudo estava quieto. As meninas estavam todas dormindo, incluindo Hermione que deve ter consigo pegar no sono. Olhei para o relógio ao lado da minha cama que marcava uma hora e quinze da madrugada. Como não estava conseguindo dormi, decidi descer um pouco na comunal e ficar lá enrolando. Quem sabe conseguia pegar no sono.

Abri devagar a porta para não acorda as garotas e desci as escadas.

— Parece que a festa foi boa — digo ao chegar à sala e ver tudo bagunçado.

Havia papel e copo para tudo conte lado, além de garrafas de cerveja amanteigada no chão e algumas ainda pela metade. Entre tudo isso o que me chamou atenção foi a bandeja de docinhos.

— Quer saber, isso eu não vou deixar jogarem fora — pensei alto, peguei a bandeja e com as pernas cruzadas no sofá que ficava de frente para lareira.

Eram bombinhas de chocolates, eu amava aquilo e seria um grande desperdício jogarem isso fora. E dane-se que seja de madrugada e eu esteja comendo uma bandeja de docinhos.

Assim que fui aproveitar o terceiro docinho ouvi alguém descendo as escadas, mas logo parei, senti que essa pessoa tinha parado na escada e não demorou muito para ela voltar a subir, só que antes eu disse:

— Harry?

— Como você sabia que era eu? — ouvi a voz dele as minhas costas.

Virei para olha-lo e tinha mesmo acertado.

— Não sabia — disse, olhando-o parado na escada do dormitório dos meninos. — Apenas arrisquei e pelo jeito acertei.

Desviei o olhar dele e voltei a focar na bandeja de doces.

Harry ficou parado por um tempo, mas logo se aproximou e sentou ao meu lado.

— Estava sobrando — expliquei colocando outro docinho na boca, assim que senti o olhar dele em mim. — E ia desperdiçar muito se jogassem fora.

Harry não se manteve em silêncio.

— Servido? — ofereci a bandeja com os doces.

— Não, obrigado — disse Harry em voz baixa. Ele fitava um ponto fixo na sala e nem se quer me olhava.

Conseguia ver perfeitamente o semblante preocupado dele. Acho que até o porquê daquilo, e confesso que também quero falar com ele sobre o que aconteceu no Salão Principal. Já que não tinha tirado um minuto se quer a voz de Dumbledore na minha mente dizendo o nome do Harry.

Deixei a bandeja dos doces no chão e me ajeitei no sofá, encostando as costas no braço do sofá e ficando cara a cara com Harry.

— Harry, eu...

— Susana — Harry acabou me cortando e agora me olhava, conseguia ver uma urgência nos olhos deles, além do meu nome que ele disse da mesma forma. — Por favor, eu preciso ouvi de você.

— Ouvi o que?

— Que você não pensa como o Rony.

Franzi o cenho e disse com dúvida:

— Como assim?

— Susana, eu te juro que não coloquei o meu nome no Cálice — diz Harry agora com a voz firme, mas consegui ouvir um pouco de medo na voz dele.

Senti um alivio ao ouvir Harry dizer aquilo.

— Você acredita em mim, não acredita?

Sorri e balancei positivamente a cabeça.

— Então você acredita que não fui eu? — perguntou Harry mais uma vez.

— Claro que eu acredito em você, Harry — disse em um tom calmo. — Por que eu deveria dúvida?

— É que o Rony não acreditou em mim — falou Harry em voz baixa — e por um momento, achei que você e Hermione também não iam acreditar.

Como assim Rony não acreditou nele? Acho que vou ter que te uma conversa muito seria com aquele ruivo.

— Só que fico mais tranquilo que pelo menos você, acreditou em mim e bem, espero que a Hermione também acredite.

— Não se preocupe com a Hermione — disse pensando um pouco nela. — Ela vai acreditar em você. Agora quanto ao Rony... Eu vou ter um papo sério com ele.

Do nada vejo um sorriso surgindo nos lábios de Harry.

— Obrigado — murmurou ele com a cabeça baixa.

— Pelo quê?

— Por acreditar em mim.

Sorri.

— Não precisa agradecer — disse, apoiando minha mão na dele e apertando. — Eu sou sua amiga, Harry, e sempre vou acreditar em você. Pode sempre contar comigo para tudo, estarei sempre ao lado e te apoiando no que for preciso.

Harry voltou a me encarar, sorri mais ainda quando vi que aquela cara de enterro dele tinha desaparecido. Eu o puxei para um braço e disse:

— Você é o irmão que eu nunca tive, Harry.

— Te digo o mesmo, Su — disse Harry retribuindo o abraço. — Você é a irmã que eu nunca tive.

Harry e eu ficamos passando o tempo conversando sobre o torneio, dando palpites de quem poderia ter posto o nome dele no Cálice e Snape era uma das opções.

— Acho que não ­— discordei em tom pensativo, assim que Harry disse o nome do Ranhoso. — Por mais que ele queira ver você se ferrando, ou até mesmo a mim, não acho que Snape faria algo assim bem debaixo do nariz de Dumbledore.

— Bem, a pessoa que colocou o meu nome no Cálice, fez isso bem de baixo do nariz de Dumbledore — diz Harry com a boca cheia de bombinhas de chocolate.

— Mesmo assim — disse colocando o dedo na boca para limpar o resto do chocolate. — Não consigo imaginar o Snape fazer isso. Acho que ele não teria a cara de pau de trair a confiança de Dumbledore. Por mais que outra pessoa deva ter feito isso.

— É, acho que você tem razão — disse Harry com incerteza.

— Quem eu acho suspeito é o Karkaroff — digo. E Harry começa a rir.

— Não — disse Harry balançando a cabeça.

— Por quê?

— Por que ele não me pareceu ter colocado meu nome no Cálice — respondeu Harry. — Ele ficou furioso quando fui chamado.

― Hum... Mesmo assim, eu não vou muito com a cara dele e nem de nenhum da Durmstrang.

― Incrível como você é desconfiada ― comentou Harry.

― Só foi perceber isso agora? ― disse com a sobrancelha levantada. O que fez tanto Harry como eu rir.

A conversa estava tão boa que nem tínhamos reparado que já era quase três horas da manhã. Concordamos que era hora de a gente ir se deitar, e ao deixar a bandeja (vazia) de doces na mesa, voltamos para os dormitórios. Depois que escovei bem os dentes, dentei e logo adormeci.

×××

Como todo domingo, Hermione e eu dormimos até mais tarde, assim como o resto da escola. Nos arrumamos: coloquei uma calça jeans azul-marinho, uma camisa de botões xadrez na cor vermelha e calcei um tênis beje que tinha a estampa de um gato preto. Fiz a maquiagem de sempre e coloquei o colar de minha mãe. Assim que guardei a varinha no bolso da calça, saímos para nós encontrar com Harry e Rony como sempre.

Fomos direto para o Salão Principal já que não vimos nenhum dos dois na comunal. Encontramos apenas Rony tomando café, junto com Simas, Dino e Neville que estava ao seu lado, mas nada de Harry.

― Bom dia meninas ― falou Rony assim que nos aproximamos dele.

― Bom dia, Rony ― disse, enquanto me sentava ao seu lado e ainda tentando procurar Harry.

Será que ele ainda não tinha acordado? O que acho menos provável, achei muito estranho só o Rony estar aqui já que os dois sempre tomavam café juntos.

― Cadê o Harry? ― perguntei depois de um tempo, vendo que Harry não aparecia. ― Ele ainda não acordou?

Rony não respondeu nada, apenas balançou o ombro sem tirar os olhos da torrada dele.

― Você não esperou ele?

― Eu não sou obrigado a espera-lo ― murmurou Rony em um tom bem seco. O que assustou tanto Hermione como eu. ― Ele não é nada meu.

― Ele é seu amigo ― retruquei ríspida. ― Seu melhor amigo, Rony, ou por acaso você esqueceu disso?

O ruivo não me olhou uma única vez, apenas chacoalhou o ombro e deu uma mordida na torrada como se eu tivesse dito nada a ele.

― Rony, por que está falando assim?

― Por que ele é um bobão ― respondi a pergunta de Hermione, o que fez Rony me olhar de cara feia quando eu o chamei de bobão. ― Não adianta me olhar desse jeito, eu sei muito bem o que você disse ao Harry sobre o torneio.

― Como...? ― Rony começou a falar, mas antes dele termina cortei a frase dele.

― Harry me contou hoje de madruga, não tinha conseguido dormi e ele também não. Nos encontramos na sala e ficamos conversando, e ele me disse que você não acreditou nele. O que achei um absurdo! Como pode duvidar da palavra do seu melhor amigo?

― E você acredita nele? ― perguntou Rony em um resmungo.

― Claro que eu acredito! ― disse em tom firme. ― Harry me disse que não foi ele, e se ele disse que não foi ele, então eu acredito.

Do Rony me virei para encarar Simas que tinha segurado uma risada.

― Jura mesmo que o bobão aqui é o Rony, Susana? ― diz Simas com sarcasmos. ― Acho que a bobona aqui é você por acreditar tão fácil no Harry.

― Cala boca, Simas! Ninguém aqui te chamou para conversa ― disse ríspida o fuzilando com os olhos.

Ele se calou na mesma hora, e ignorando-o, voltei minha atenção ao meu querido ruivo que pela primeira vez, estou com vontade de tacar a tigela de cereais na cara dele.

― Escuta aqui, Rony ― disse em tom sério. Não queria falar assim com Rony, não gosto de falar assim com meus amigos, e sem contar que nunca falei nesse tom com Rony, mas aquele ruivo estava precisando levar uma boa bronca.

Rony me olhou de canto e eu apontei o dedo na bochecha dele.

― Você está sendo muito injusto com Harry! Ele é seu amigo, seu melhor amigo, e mais do que todos você deveria dar um apoio a ele e acreditar no que Harry disse. Porque você sabe muito bem que ele não mente. Harry não mente! ― Aproximei mais do ouvido de Rony que agora estava vermelho, e disse em voz baixa: ― Acha mesmo que Harry colocou o nome dele no Cálice? Pensa melhor sobre isso, Rony. Eu sei no fundo, você sabe que Harry não fez nada disso.

Virei para Hermione e disse que ia subir para ver como Harry estava. E levar algumas torradas para ele, já que daqui alguns minutos o café seria retirado e Harry ia ficar sem comer nada. Ela concordou e se levantou junto comigo, ao contrário de mim, Hermione acenou para o Rony e logo veio atrás de mim até a Torre da Grifinória.

Asnice ― Hermione disse a senha, assim que chegamos no retrato da Mulher Gorda.

Assim que o retrato abriu a passagem, demos de cara com Harry saindo.

― Olá ― exclamou Hermione e eu ao mesmo tempo.

Olhei atrás do ombro de Harry e vi alguns alunos tentando ficar no pé dele.

― Quer dar uma volta? ― perguntei.

― Boa ideia ― respondeu ele agradecido.

― Trouxe para você... ― falei estendendo a pequena pilha de torradas no guardanapo.

― Valeu ― disse ele, pegando as torradas.

Descemos, atravessamos depressa o saguão, e pouco depois estávamos caminhando pelos jardins em direção ao lado. Harry foi contando ― enquanto comia as torradas ― tudo para Hermione o que aconteceu depois que ele se retirou da mesa da Grifinória. Assim como eu, Hermione aceitou a história sem duvidar. O que não achei surpresa, pois eu imaginei que ela ia acreditar nele.

― Bem, é claro que eu sabia que você não tinha se inscrito ― disse ela quando Harry tinha terminado de contar a cena na câmara vizinha ao Salão Principal. ― A cara que você fez quando Dumbledore o chamou! Mas a pergunta é, quem inscreveu você?

― Era essa mesma pergunta que a gente estava se fazendo hoje de madrugada ― disse. ― Com certeza, não foi nenhum aluno... como o Moody disse, nenhum estudante teria sido capaz de enganar o Cálice de Fogo nem anular o feitiço de Dumbledore...

― Vocês viram o Rony? ― Harry me interrompeu.

Hermione e eu hesitamos por um segundo.

― Hum... vimos... estava tomando café ― disse Hermione.

― Ele ainda acha que eu me inscrevi?

― Sim ― disse, mas Hermione disse o oposto em seguida.

― Não, acho que não... não para valer.

― Que é que você está querendo dizer com esse não para valer?

― Também quero saber ― digo, olhando-a curiosa.

― Ah, gente, não está na cara? ― respondeu Hermione desesperada. ― Ele está com ciúmes!

Com ciúmes! ― repetiu Harry sem acreditar. ― Com ciúmes de quê? Será que ele quer fazer papel de babaca na frente da escola inteira?

― Olha ― disse Hermione pacientemente ―, é sempre você que recebe todas as atenções, você sabe que é. Sei que não é sua culpa ― acrescentou ela depressa, vendo Harry abrir a boca, indignado.

― Até que faz sentido ― digo. Pensando melhor sobre o que Hermione acabou de dizer. ― Não parei para pensar nesse lado. Harry, calma, sabemos que não é sua culpa e também que não quer isso mas, faz sentindo que Hermione disse... sabe, Rony tem todos aqueles irmãos competindo com ele em casa, e você é o melhor amigo dele e é realmente famoso, Rony é sempre deixado de lado quando as pessoas veem você, e ele aguenta isso sem reclamar, mas acho que mais essa vezinha foi demais...

Hermione apenas concordou com a cabeça.

― Ótimo ― disse Harry com amargura. ― Realmente ótimo. Digam a ele que troco de lugar quando ele quiser. Digam a ele que o meu lugar está às ordens... gente olhando de boca aberta para a minha cicatriz para todo lado que vou...

― Não vamos dizer nada a ele ― digo.

― Não mesmo ― falou Hermione com rispidez. ― Diga você mesmo, é o único jeito de resolver isso.

― Não vou correr atrás dele para fazer ele crescer! ― disse Harry, tão alto que várias corujas pousadas em uma árvore próxima levantaram voo assustadas. ― Talvez ele acredite que não estou me divertindo quando me partirem o pescoço, ou...

― Isso não tem graça ― disse Hermione baixinho. ― Não tem a menor graça.

As corujas me fizeram lembrar de algo, bastante importante, e que deveria ser feito logo.

― Harry, agora eu lembrei que você precisa fazer algo importante... você sabe o que é, não sabe?

― Sei, tacar no Rony um bom chute na b...

Revirei os olhos e disse:

Escrever para o meu pai. Você tem que contar a ele o que aconteceu. Ele pediu para você o manter informado de tudo que estivesse acontecendo em Hogwarts... é quase como se ele esperasse que uma coisa dessas fosse acontecer. Vou correndo até a comunal para pegar pergaminhos e uma pena...

― Corta essa! ― exclamou Harry, olhando à volta para verificar se havia alguém ouvindo; mas os jardins estavam muito desertos. ― Susana, ele voltou ao país só porque a minha cicatriz doeu. Provavelmente invadiria o castelo furioso se eu contasse que alguém me inscreveu no Torneio Tribruxo...

― Meu pai iria gostar que você contasse a ele ― disse rispidamente.

― Harry, Susana tem razão, você precisa escrever ao Sirius ― disse Hermione seria. ― Ele irá descobrir de qualquer jeito...

― Como?

― Harry isso não vai poder ser abafado ― disse sem paciência. ― Esse torneio é famoso e você é famoso. Eu ficaria realmente surpresa se já não tiver saído alguma coisa no Profeta Diário sobre a sua entrada no torneio... você já aparece em metade dos livros que tratam Você-Sabe-Quem, sabia... e meu pai iria preferir saber por você, eu sei que sim. Mas caso você não conte, eu conto.

No final de tudo Harry decidiu escrever ao meu pai sobre o Torneio Tribruxo.

DRACO MALFOY © POV

Acho que nunca tinha presenciado um domingo tão chato como esse em Hogwarts. Blásio estava ocupado com uma garota de Beauxbatons; Crabbe e Goyle é a mesma coisa que nada, são dois mongos, não fazem nada que presta. E o Theodore é quase um nada também, não estava falando muito com ele desde o dia da festa. Na verdade, estamos sem se falar direito desde o começo do ano. Nossa amizade não é a mesma desde o primeiro dia de aula. Isso agora me fez lembrar da única pessoa que poderia deixar meu domingo ótimo.

Levantei do sofá das masmorras, e antes de Crabbe e Goyle fazerem o mesmo, eu disse para eles ficarem onde estavam que ia andar sozinho. Eu iria tentar procura-la em todo canto do castelo que eu possa imaginar que ela esteja, mas caso eu não encontre ela só poderia estar na Sala Comunal da Grifinória e lá, eu realmente não iria. Dei uma breve olhada do lado de fora, mas não vi nenhum sinal dela e era de se imaginar que ela não estaria já que o vento ficou mais gelado.

― Onde você poderia estar? Exceto na comunal da Grifinória ― pensei alto com franzindo de leve as sobrancelhas.

Sorri ao lembrar de um suposto lugar que ela poderia estar: biblioteca. Já a vi muitas vezes na biblioteca, acompanhada pela Granger, e eu poderia tentar. Quem sabe eu tenha sorte.

A biblioteca se encontrava até que movimentada, tanto pelos alunos de Hogwarts como alguns alunos de Beauxbatons e Durmstrang. Entrei, dei uma pequena olhada nas mesas de estudos e nada dela, então decidi dar uma olhada entre os corredores dos estandes. Até que do nada uma voz conhecida me fez parar.

― Só me escute, por favor, só peço isso.

Era a voz de Theodore.

― Não tenho nada para escutar, e nem para falar com você ― diz uma segunda voz, em tom firme, que logo reconhecia como a voz de Susana.

O que esse idiota está querendo agora com ela?

Quase avancei para ver melhor o que estava acontecendo, mas apenas encostei na prateleira e aproximei melhor o ouvido para escutar melhor.

― Eu sei que errei, sei que aquilo não tem perdão ― Theodore abaixava o tom de voz para que ninguém escutasse ―, mas eu me arrependo.

Susana soltou uma risada bem cínica.

― Não me faça rir, Theodore, eu posso não ser da Corvinal, a casa que tem os alunos mais inteligentes, mas isso não quer dizer que eu seja burra ― retrucou Susana com grosseria.

― Por mais que você não acredite eu realmente sinto muito pelo que fiz, e se eu pudesse, voltaria ao tempo e impedia o que fiz. Não estava em um dia bom, e misturando com a bebida, tudo ficou pior e acabou que descontei em você.

Ouve uma pequena pausa de silêncio, tentei dar uma espiada para ver o que estava acontecendo; Theodore estava de costa para mim e Susana olhava com um semblante bem sério.

― Se é perdão que você quer? Então você vai ter meu perdão ― Theodore parece ter ficado feliz, pois se aproximou mais dela e tentou tocar o rosto dela, mas para minha felicidade ela se afastou dele e fez o mesmo com a mão dele. ― Eu te perdoei, mas isso não quer dizer que vamos voltar a ser como éramos antes.

― Que você quer dizer com isso?

― Fica longe de mim, não fale mais comigo... Suma da minha frente! Quero você longe de mim, Theodore, antes que eu te azaro.

Só não ri mais alto, justamente por que estava na biblioteca, todo mundo ia achar que eu era um idiota e não quero revelar minha presença aos dois. Ouvi aquelas palavras saindo da boca de Susana, me fez ter uma das melhores sensações que já tive. Depois dessa tenho a boa sensação de que Theodore nunca mais vai se aproximar dela.

― Agora se você não se importa ― continuou Susana sarcástica. ― Eu quero voltar a ficar sozinha. Será que poderia se retirar?

Não ouvi nenhuma palavra de Theodore, apenas passos que deu para ser ouvido e logo ele saiu do corredor. E passou reto nem deve ter percebido a minha presença. Entrei o corredor que Susana estava, depois de confirma que Theodore se encontrava longe, bem longe da onde ele tinha saído e que não iria voltar.

― Oi ― disse assim que entrei no corredor, Susana se virou com tudo já com um livro enorme em mão, ameaçando jogar.

― Eu já não mandei você... Ah, você ― ela abaixou o livro e balançou a cabeça ― desculpe, achei que era outra pessoa.

― Essa outra pessoa deve ser o Theodore ― comentei risonho. ― Sinto muito, mas acabei escutado a conversa de vocês dois e devo dizer que curti o fora que você deu nele.

A expressão seria dela desapareceu e pude ver um pequeno sorriso se formando nos lábios dela. Mesmo estando usando uma roupa simples, bem casual, ela continuava linda. Susana carregava vários livros, e estava guardando-os em seus lugares na prateleira. Até que um dos livros acabou escorregando da mão dela, mas antes de cair eu peguei e sem perceber, estávamos bem próximos um do outro.

― Obrigada ― diz ela em voz baixa, tocando no livro para tirar da minha mão, naquele mesmo momento senti o toque dela na minha mão e antes dela dizer mais alguma coisa eu a beijei.

Com a mão desocupada toquei no rosto dela, Susana tinha uma pele tão macia e os movimentos dos lábios dela eram perfeitos. Nos separamos rápido assim que ouvimos passos se aproximando e um grupo de alunos passando reto pelo corredor que estávamos.

― Acho melhor a gente ir para outro lugar ― digo, assim o ultimo garoto do grupo desaparece de vista.

― Também acho ― Susana concordou, tentando disfarça a pequena mordida que ela deu no lábio inferior. ― Podem pegar a gente e Madame Pince não vai gostar muito disso.

Ajudei-a guarda os outros livros já que ela era mais baixa do a estante e sempre precisava ficar na ponta do pé para guarda. Susana ficou apenas com um livro e antes da gente sair do pequeno corredor, ela disse:

― É você indo na frente, se não podem suspeitar de algo, encontro você em seguida.

― Tudo bem ― disse. ― Vejo você no mesmo lugar de sexta.

Susana sorriu e assentiu, me dando um selinho logo em seguida que foi um tanto demorado.

É bom senti-la tão perto.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Antes que me taquem algo, esse momento Drasana no final vai ter continuação e vou tentar postar esse capítulo antes de acabar o ano. Eu digo tentar, porque final de ano é sempre corrido e cansativo, ai já sabem eu não sei se vou conseguir terminar o capítulo a tempo. Se não vai ter o capítulo só no ano que vem. rsrs

Uma coisa que quero muito saber: O que vocês acharam dessa atitude da Susana com Harry? E dela também com o Rony. Vocês já suspeitavam dessa resposta da Su para o Harry?

Quero saber a opinião de vocês sobre isso.

Bem é só isso que tenho a dizer, até a próxima gente e comentem! E também desejo a todos um FELIZ NATAL maravilhoso e caso não poste antes do ano novo: desejo a vocês também um ótimo Ano Novo. Beijoos e até