A Herdeira dos Black II escrita por Akanny Reedus


Capítulo 20
Provocações




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Point of View: SUSANA BLACK

— Não é por nada não, amiga, mas você vai ser a mais bonita dessa festa — disse Hermione após eu ter perguntado como eu estava. 

Ela me olhava de um jeito admirado.

— Mione não exagera — digo.

— Ah, mas eu estou falando a verdade — disse ela se levantando da minha cama. — Aposto que todas vão estar exageradas nessa, principalmente por se tratar de algo vindo da Hopkins, ela é muito exagerada. Você é tão você, simples. Já por natureza você é linda, Su.

— Amiga, se eu não te conhecesse bem, diria que você está me paquerando — provoquei rindo o que fez Hermione também rir.

— Boba! — falou ela batendo de leve no ombro.

Dei uma última olhada no espelho de corpo que ficava entre minha cama e de Hermione. 

— Acho que está bom — disse me olhando uma última vez no espelho. — Vou deixar o cabelo assim mesmo.

Deixei meu cabelo secando de forma natural. Felizmente, ele não era tão rebelde e conseguia ficar comportado quando se secava de forma natural. Retoquei pela última vez minha maquiagem que era os olhos contornados por um lápis preto, junto com uma sombra cinza escuro para deixar bem contrastado meus olhos. Minha roupa era apenas uma calça preta e uma blusa de malha azul, manga comprida com decote redondo e mais aberto no ombro; calcei uma bota sem salto algum e de acessório apenas o colar da minha mãe.

Me despedi de Hermione ao comprovar que nada mais faltava, coloquei minha varinha no bolso da frente da calça.

— Susana apenas me tira uma dúvida.

— Qual? — perguntei distraída.

— Como você vai para as masmorras sem ser vista por algum professor? — Hermione questionou curiosa, franzindo levemente a sobrancelha.

— Mapa do Maroto — respondi, naturalmente como se fosse a coisa mais óbvia. 

Abri a gaveta do meu criado mudo e de lá tirei o mapa.

— Beleza, mas caso você não se lembre, o mapa não vai fazer você ficar invisível. 

— E caso você não se lembre, o mapa mostra quem está andando pelos corredores, mostra Hogwarts todinha.

Hermione emburrou a cara.

— Não se preocupe comigo — a tranquilizei. — Infelizmente não vou conseguir pegar emprestado a capa de invisibilidade do Harry, mas eu estou com o mapa que já é de grande ajuda. 

— Bom, isso é verdade — murmurou Hermione. — Mesmo assim tenha cuidado para não acabar pegando uma semana de detenção.

Antes de sair do dormitório, uma dúvida surgiu do nada.

— Esqueceu alguma coisa? — perguntou Hermione me vendo parada.

— Mione, será que eu estou fazendo certo em ir nessa festa?

 

(...)

 

De fato, eu não fiz o certo de vir nessa festa. Não acredito que aceitei ir a uma festa lotado de serpentes, eu sou uma grifana, o que deu na minha cabeça em me meter naquele lugar?

— Aí se arrependimento matasse — murmurei para mim mesma quando passei pela passagem e fui cercada por olhares curiosos.

Por um momento quase ia fazer o contra da característica principal da minha casa. Pensei em virar as costas e sair de lá, fingir que nada aconteceu, mas chegou a ser impossível de qualquer forma porque Theodore foi mais rápido; felizmente me socorreu.

— Não estava pensando em fugir, certo? — Theodore usava uma camisa de linha branca de manga comprida com os primeiros botões abertos.

— Quase — respondi, olhando para o lado —, também me questionei se fiz certo em vim. 

— Te garanto que fez — disse Theodore, me beijando bem próximo a minha boca, quase me dando um selinho.

— Não acho que eles pensem o mesmo que você — digo.

Ele olhou por trás do ombro e os balançou, não dando tanta importância, principalmente, a um grupo de garotas nos olhando com desprezo.

— Não liga para elas e nem para ninguém, só estão com inveja porque estou ao lado da garota mais linda dessa festa e de Hogwarts — disse Theodore me olhando de cima para baixo sem disfarçar o olhar malicioso. 

Bufei, antes de dizer algo ouvi alguém me chamando.

— Susana. — Era Jessica vindo ao meu encontro e me abraçando. — Que bom te ver por aqui. Então — disse ela olhando para Theodore com um enorme sorriso sacana —, essa é a sua convidada misteriosa, Theo.

— Convidada misteriosa? — olhei os dois um pouco sem entender. 

— É que o senhor Theodore tinha me perguntado se poderia convidar alguém de fora — Jessica começou a explicar colocando o braço dela em volta do braço de Theodore. — Eu disse que sim, mas tudo dependia da pessoa... Sabe que não queria aquela gentinha da Lufa-Lufa. Perguntei quem era, mas ele apenas me respondeu: “É surpresa”. Então eu disse: “Hum... convidada misteriosa”. E foi aí que surgiu a convidada misteriosa.

Para não a ignorar apenas sorri — por mais que deva ter saído um sorriso forçado —, mesmo não gostando muito do andamento da conversa e a forma que algumas coisas estavam sendo ditas.

— Eu disse que não iria trazer qualquer uma — disse Theodore vindo ao meu lado e passando o braço na minha cintura, me deixando desconfortável.

— Imagine, pois não é do seu estilo ficar se misturando com mestiços, sangues-ruins e…

— Eu estou com sede — cortei Jessica. 

Preferi parar essa conversa toda antes que eu ficasse nervosa com eles e fosse embora de vez.

— Onde ficam as bebidas?

— Claro! Merlin, como sou distraída, está tudo naquela mesa. 

Jéssica apontou para uma mesa grande e retangular em dos cantos da comunal.

— Valeu — digo.

— Eu vou com você — Theodore se ofereceu, mas neguei.

— Não, não precisa, eu vou sozinha — dito isso sai de perto dos dois.

Havia me esquecido que aqui poderia a qualquer presenciar assuntos que acho ridículo. Esqueço que aqui se não todos, mas a maioria tem essa visão minúscula sobre os nascidos-trouxas. Ouvir a palavra "sangue-ruim" faz meu estômago todo se revirar; não só isso como ouvir as várias ofensas contra as outras casas. Precisava muito me controlar, me ocupar com algo para não acabasse explodindo e falando merda para quem não deveria.

Ignorando os olhares dos Sonserinos foquei em chegar à mesa de bebidas. Havia muita variação de bebidas, mas decidi ir ao básico, cerveja amanteigada. Além de que ia me ajudar a passar o friozinho. Não imaginava que a masmorras fosse tão gelada. Mesmo com uma blusa de manga comprida 

— Agora deu uma de penetra, Black — disse uma voz fria atrás de mim.

— Para você ver, Malfoy — falei com sarcasmo já que reconhecendo o dono da voz —, estava num tédio lá na Torre da Grifinória e decidi vim até as masmorras tomar um pouco de cerveja amanteigada. Servi... — Virei para provocá-lo só que nada aconteceu como queria, engasguei-me com a cerveja assim que encarei Malfoy.

Me senti muito estranha logo que encarei Malfoy. Não queria ficar olhando, mas era um tanto impossível não deixar de olhar e me dar conta do quanto aquela doninha estava bonita. Malfoy não tinha trocado para uma outra roupa, ele estava com o uniforme da Sonserina, só que sem alguns detalhes ou alguns extras como estar só com a camisa branca aberta por alguns botões, a manga foi dobrada e levantada até um pedaço do antebraço, envolta do pescoço tinha a gravata frouxa. Quanto a calça era a do uniforme; é como disse o Malfoy está de uniforme, e o que da mais raiva é que até assim ele fica ótimo.

Levei a minha mão até a boca para abafar o ataque consecutivo de tosses. Senti uma mão nas minhas costas dando leves batidas, depois que consegui me tranquilizar, encarei melhor a Madame que sorria com provocação.

— Normalmente eu causo isso mesmo nas garotas — provoca com um ligeiro tom convencido.

— Quer dizer que é normal as garotas se assustarem? — rebati sarcástica.

— Sim, se assustam por eu ser — ele se aproximou da minha orelha e murmurou: — lindo.

Todos os pelinhos meu braço se arrepiara junto a todo o meu corpo.

— Sai de perto e não me toca — disse irritada, afastando seu braço de mim. — Você é um idiota isso sim, não existe nada demais em você até porque está apenas com o uniforme da Sonserina.

— Posso estar com o uniforme, mas ainda sou o melhor dessa festa.

Por um momento olhei as masmorras, por mais que não quisesse admitir isso audivelmente uma voz na minha cabeça concordou com as palavras dele, realmente ele era o melhor de toda a festa. Aqui existia aqueles garotos que poderíamos classificar como verdadeiros rascunhos, mas também existia outros que não conseguia encontrar palavras para definir e o Malfoy era uma delas. O que me deixou mais irritada é do meu corpo se esquentar só com ele por perto, sendo que aqui na masmorra estava frio.

— Toma, bebê para aliviar a tosse. — Era Malfoy me oferecendo um copo d’água que aceitei muito contragosto. Minha garganta ficou muito irritada quando me engasguei, então precisei aceitar a água ao invés de desperdiçar na cara dele.

 — Espero que não tenha veneno.

— Não vou desperdiçar veneno com você, mas se quiser eu experimento.

— Para pegar seus germes? Não, obrigada, prefiro o veneno.

Ele balançou a cabeça e revirou os olhos, mas juro que pude ver um discreto sorriso, o que me fez sorrir, felizmente foi disfarçado quando coloquei o copo na boca para tomar um pouco da água.

Encostei-me na mesa de bebidas para observar o redor da sala, por momento pensei que ficaria sozinha, achei que Malfoy iria se afastar, mas não o fez. Ele acabou fazendo o mesmo que eu ao meu lado. Do nada um clima estranho se formou ele a gente, e devo ressaltar que foi um clima muito agradável.

— Quem te convidou? — perguntou Malfoy de repente.

— Theodore.

 

Point of View: DRACO MALFOY

 

Claro! Obvio que foi ele, mesmo que tivesse um pingo de duvida que poderia ter sido a minha prima, mas não foi ela e sim, Theodore Nott. Não conseguia me entender, mas uma raiva repentina sempre me domava quando ficava sabendo dele perto dela, dele falando com ela e ainda a convidado para cá.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntou Black no momento que soltei minha insatisfação.

— O que? — rebati estupidamente.

— Eu que pergunto o que, idiota — rebateu ela no mesmo tom de voz.

A encarei irritado e ela da mesma forma, mas antes de se iniciar mais uma roda de provocações me apareceu Pansy, praticamente pulando no meu pescoço.

— Draco já estou de volta. Desculpe a demora... o que você está fazendo aqui? — perguntou Pansy entre os dentes, no momento que viu a Black.

— Comendo uma tortinha de abóbora, servida? — No maior cinismo, Black ofereceu a tortinha já mordida.

Precisei segurar uma risada, o que fez Pansy me olhar de cara fechada.

— Saia daqui sua... sua... 

— Sua? — insistiu Black com a sobrancelha levantada.

— Sua nojentinha — disse Pansy emburrando mais a cara.

No entanto, Black não parecia se afetar nenhum pouco com as palavras de Pansy, tanto que a forma que a olhava era num jeito bem debochado.

— Vou pegar apenas mais uma tortinha e ai saiu do seu território. — Black se virou pegando um papel para colocar as duas tortinhas que havia pegado. — É até melhor eu sair logo, pois acabei de tomar banho, lavei meu cabelo e não estou a fim de pegar sarna.

— Ei! — Pansy a chamou ao ver a outra indo para um lado contrário. — A saída é naquela direção.

— Obrigada por me lembrar, Parkinson — disse Black com um sorrisinho cínico. — Mas eu vou ficar mais um pouquinho, ok?

— Só que não, pois eu ordeno que saia daqui.

— E eu estou saindo... ai socorro, foi só ficar uns segundos do seu lado e já estou me coçando — Black fingiu um ataque de cocegas, fazendo o gesto no braço. — Que horror...

Ela se afastou rindo o que de certa forma me contágio. 

— Do que está rindo, Draco?

— Nada de mais — respondi divertido.

Era incrível como aquela garota tinha o dom da palavra, e não refiro a que está do meu lado, mas sim a que ia em direção a lareira. Contudo, todo o meu animo ficou amargo quando vi Nott se aproximando dela. Ele a abraçava, tentava a todo custa roubar um beijo dela, mas para o meu agrado ela o ignorava. Isso aliviou um pouco o amargo.

— Ficamos sabendo que a Black está aqui — comentou Daphne se aproximando com Tracy.

— Infelizmente — disse Pansy apontando para onde Black estava —, ela é mesmo uma ridícula. Theodore está sendo um tonto caindo na laia dela. 

Tanto a Daphne como a Tracy olharam, mas cada um teve uma atitude diferente por mais que ambas pareciam ter uma caidinha por ele. A loira parecia furiosa com a aproximação de Theodore com a Black; Tracy, no entanto, criou uma expressão triste — outra diferença é que ela sim parecia gostar de verdade do Nott — tentou disfarçar que não ligava com um pequeno comentário.

— Ele parece está se divertindo.

Daphne apenas revirou os olhos.

c Tonta — murmurou ela, olhando Davis com arrogância.

Percebendo onde poderia chegar todo esse acido e o clima, preferi me retirar de perto delas. 

 

Point of View: SUSANA BLACK

 

A festa até que estava agradável, exceto os momentos em que a buldogue tentou me provocar, o que não deu muito certo. Ela tentava a todo custo me fazer passar vexame na frente de todos os Sonserinos, inclusive a Greengrass tentou ajudar. Repito ela tentou, pois não deu em nada a ajudinha dessa garota com cabelo de água de salsicha. 

No decorrer da festa, Theodore me fez bastante companhia, tentando na maioria das vezes me roubar um beijo, só que sempre virava o rosto e agradeci muito mentalmente quando Tracy Davis apareceu no exato momento em que meus lábios estavam prestes a ser tocados pelos de Theodore. Beleza, ele pode até beijar muito bem, mas agora não queria nada disso e muito menos beijá-lo em frente de todas essas serpentes.

O único que consegui me manter afastado por um bom tempo foi a maldita da Madame, mas como Merlin me ama e obviamente coopera muito com os meus pedidos, ainda mais um pedido feito na casa dele, ele mais uma vez preferiu não me escutar e voltou a colocar o Malfoy na minha cola.

— Francamente, você é um pé no saco, doninha — disse irritada para o loiro que apareceu ao meu lado.

— Para de me chamar de Doninha — retorquiu Malfoy.

— Ok, Doninha Albina.

— Do que me chamou?

— Doninha Albina — respondi, o encarando. — Agora se me irritar mais falo o nome todo. 

Ele e eu estamos bem no meio da sala comunal discutindo. No entanto, fomos se tornando a maior atenção da festa quando o nosso tom de voz começou a elevar e um tentava falar mais alto que o outro. Isso chegou num nível que aproximou outras pessoas. 

— O que está acontecendo com vocês dois? — questionou Theodore parando do meu lado.

— Acontece que você não deveria ter convidado essa garota — respondeu Malfoy furioso.

— Tenho a mesma opinião, Theo — disse uma voz irritante se aproximando da gente e parando próxima de Malfoy, mas ela não se conteve em apenas parar, foi preciso passar mão no braço do outro.

— Ah, cala a boca os dois — rebateu o moreno revirando os olhos. — Draco já te disse uma vez que não tenho culpa de ficar todo nervosinho por me ver próximo a Susana. Sinto muito se o sortudo que tem ela como convidada sou eu. 

— Está pedindo por outro soco? — perguntou o loiro em voz baixa e bem acida.

— Como se ele precisasse de companhia se já tem uma — disse a Buldogue se grudando com o loiro.

Senti um desconforto gigantesco quando a vi abraçando-o de lado que foi retribuído por ele. Por um momento queria vomitar, tudo em mim fervia, eu queria arrancar a buldogue daí e transformar em algo que pudesse esmagar, podendo jogar em algum lugar que nunca voltasse. Ela me lançou um sorriso todo debochado com uma mistura de vitória, não sei no que ela venceu. Tentando me provocar mais ela chegou ameaçar de colocar a mão dentro da camisa de Malfoy.

Juro que não sei o que deu em mim, mas fiquei tão doida da vida com o que estava presenciando que para provocar virei o rosto de Theodore e o beijei. Não teve língua e nem nada de primeira, mas quando nos separamos com Theodore me olhando surpreso com o que aconteceu, olhei para o Malfoy que parecia mais chocado ainda, além de irritado. Ele não disse nada e fez o mesmo que fiz com o outro, pegou a Parkinson e a beijou.

Ah, ele queria me provocar?

Beijei mais uma vez o Theodore.

Malfoy e eu paramos para depois voltarmos a beijar nossos “parceiros”. Perdi a total noção do quanto isso durou bem no meio do salão comunal da Sonserina com todos olhando o nosso show.

 

— Pode me explicar o motivo daquele beijo repentino? — perguntou Theodore logo que saímos da sala comunal da Sonserina. Ele insistiu em me acompanhar quando avisei que iria embora depois da cena que aconteceu momentos atrás.

— Teve motivo nenhum, oras — murmurei controlando meu tom de voz. — Apenas foi um beijo ou vai dizer que não quis depois de caçar vários meus durante a festa?

— Acontece que teria gostado se não fosse um beijo apenas para causa ceninha para o Draco — ele rebateu, mudando totalmente o tom da voz para algo mais grave. — Você me usou para provocar o Draco não?

Eu não o respondi e nem o olhei, continuei andando, queria voltar para o canto e deitar na minha cama para esquecer tudo o que aconteceu hoje. Só que antes de dar mais um passo, parei de forma brusca e fui puxada pelo pulso da mesma forma, trombando com Theodore que pressionava contra ele.

— O que está fazendo? Me solta! — disse nervosa tentando me soltar do seu aperto, mas ele era bem mais forte que eu e maior.

— Não — respondeu alterado. — Você vem comigo!

— Para... me larga... o que está fazendo? — Ele tinha me puxado para dentro de um armário de vassoura, tentei sair, mas ele me bloqueou com os braços. 

— Quieta! Eu estou fazendo o mesmo que fez comigo agora pouco, por isso é a minha vez de brincar com você, Susana. — Olhei-o assustada com tais palavras como assim... ele não poderia fazer isso, droga, isso eu não quero. — Juro que estava me segurando para não acreditar nisso. Mas depois que vi vocês dois se comportando e a sua atitude com o Draco, acha que não vi que ficou cheia de raiva quando a Pansy chegou perto dele?

— Me solta, Theodore... ok, eu não fui legal com você, admito que errei, desculpa. Agora me deixa ir — digo.

— Não!

— Sim! Me deixar ir!

Tentei sair de novo daquele local, mas foi impossível, ele me segurou impedindo minha saída e colocou de volta na parede com tanta força que senti um estralo nas minhas costas. Doeu muito!

— Juro que você não soltar eu vou gritar muito alto que toda a escola vai escutar, por isso me larga que eu prometo não dizer nada a ninguém do que aconteceu... Por favor, você está muito alterado. Tinha bebida naquelas coisas que tomou?

Ele revirou os olhos e bufou, pegou no meu queixo e ergueu para que o encarasse. Nott ameaçou de beijar, mas eu virei o rosto não queria aquilo e senti um medo gigantesco quando jurei senti a mão dele tentando alçar certas partes do meu corpo. Merlin, o que estava acontecendo com ele?

Arrisquei em pegar minha varinha no bolso da calça, mas não conseguia ele me impedia de me mexer.

— Primeiro vamos fazer o que eu quero e ai eu te largo, ok?

Balancei a cabeça em negação, não eu não quero, isso eu não quero. Comecei a me mexer freneticamente, cheguei a bater o pé na prateleira de produtos e baldes que tinha ao lado que fizeram barulho. Theodore me mandou ficar quieta e quando me deu uma brecha, ergui o joelho e bati bem no meio das pernas dele. O moreno se curvou com a mão no local que foi nocauteado, aproveitei para sair, abri a porta do armário que ele tinha fechado logo que entrou.

— Susana, volta aqui, ainda não acabamos... — Ele tentou me segurar só que eu fui mais rápida, retirei a varinha do meu bolso e disse:

Impedimenta!

Nott foi jogada para a prateleira, bateu e caiu no chão reclamando de dor.

Eu saí o mais rápido que pude de lá, estava tão nervosa que nem parei para olhar o mapa e ver se tudo estava livre para ir. O que foi um grande erro porque bem quando estava para subir as escadas para ir embora das masmorras, a voz de Severus Snape se fez presente.

— Posso saber o que a senhorita faz a essa hora fora da comunal?

Naquele momento senti uma vontade gigantesca de chorar por toda a raiva que estava sentindo. Não bastava agora pouco ter quase sido obrigada a ter relações que vão muito além de um beijo na boca por alguém que achava ser o oposto do que foi mostrado hoje; para agora ter encontrado a pessoa que menos gosta de mim da escola toda. Ele ia me destuir!

— Boa noite, professor — digo. Me esforcei muito para não parecer fraca, busquei o meu melhor tom e o olhei de cabeça erguida, não iria chorar e nem demonstrar fraqueza alguma, Susana Black não baixa a cabeça.

— Não me venha com suas gracinhas, senhorita Black — disse ele friamente. — Você está muito encrencada, pois caso não se recorde já passou da hora de recolher.

— Hum... não me diga.

Snape crispou os lábios, ele ia acabar comigo, ia mesmo.

— O que está fazendo a essa hora nos corredores? — perguntou novamente.

— Bom eu...

— Estava comigo — disse uma voz masculina.

Snape se virou para ver quem era, olhei e se tratava de Malfoy.

— Professor ela estava comigo — voltou a falar ao se aproximar mais da gente. 

— Como você?

— Estávamos fazendo trabalho de Astronomia e acabamos perdendo a noção do horário.

Ok, tudo está bem estranho.

 

Point of View: DRACO MALFOY

 

Depois daquela cena que realizei com Pansy por causa da Black, consegui me livrar da outra que acabou ficando mais grudenta só por causa do bendito beijo. Será que ela não se tocou que fiz aquilo para provocar a Black que beijou o Theodore na minha frente?

Detalhe que beijar ela foi nada bom quando penso nos lábios da outra que é outro nível.

Quando consegui me livrar de todos aproveitei para sair da comunal, mesmo sendo tarde, queria respirar outro ar. Durante o caminho presenciei uma cena nem um pouco legal do Theodore com a Black. Só que dessa nada parecia ser muito amigável. Não depois que ele a puxou para um armário bem contra a vontade dela.

Ameacei de ir até lá para parar tudo, não ia ficar aqui quieto, sabendo o que poderia acontecer, mas parei quando vi a Black cuidando de tudo sozinha e saindo do armário depois de lançar um feitiço no outro. Pouco me importei em saber como Nott estava, minha preocupação era a outra, ainda mais quando teve o azar de encontrar com o Snape.

Consegui chegar a tempo antes de tudo ficar pior para ela, expliquei a situação para o professor, contando uma história que a Black e eu ficamos fazendo trabalho. Ele pareceu não duvidar no que disse e apenas mandou que a outra voltasse rápido para a sala comunal dela.

 

— Bom você fica aqui — disse a Black depois que a acompanhei até a escadaria para a torre da Grifinória.

Ela não havia me dito nada o caminho todo, nem me questionou quando me convidei em levá-la até a comunal dela.

— Por que me ajudou? — perguntou quando subiu o primeiro degrau.

— Eu vi o que o Theodore tentou fazer com você. Então achei que seria muito cruel você se ferrar por causa dele — respondi.

Ela assentiu.

— Espero que depois dessa você não volte a ficar perto dele — falei em voz baixa. — Eu o conheço a um bom tempo e posso te dizer que ele não é ala uma boa pessoa. É por isso que te recomendo a se afastar dele.

— Obrigada pelo aviso — disse soltando um longo suspiro. — Então vou nessa, não estou querendo ser pega pela McGonagall dessa vez ou por outro professor. Boa noite, Malfoy.

— Boa noite, Black.

Nós dois nos viramos para seguir nossos caminhos, porém eu parei e raciocinei, não de forma consciente, mas eu voltei a sentir aquela vontade absurda de fazer algo com a Black. Algo que deveria fazer e me fazer lembrar que era algo superior.

— Ei... espera...! — chamei Black depois que me virei, ela parou e pareceu não entender aquela pressa.

Só que antes dela perguntar ou reagir, segurei o seu braço sem força e a virei deixando a tombar um pouco, pois ela tinha subido alguns degraus e então finalizei tudo aquilo selando nossos lábios.

Eu a beijei, simples assim, eu a beijei.

E um detalhe muito importante é que aquele beijo foi retribuído.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?