A Herdeira dos Black II escrita por Akanny Reedus


Capítulo 13
Explosivins




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Felizmente o temporal da noite passada tinha passado, mas o céu continuou cinza dando o aspecto que iria chover novamente. Torcia para que isso não acontecesse mais uma vez. Por mais que ainda estivéssemos no final do verão, o tempo lá fora mostrava o contrário de um final de verão. E esse tempinho frio era ótimo para ficar na cama, infelizmente não foi possível já que me lembrei que hoje teríamos aula e para não perder o costume, Hermione foi quem me acordou.

Acordei com muita dificuldade até porque minha cama estava tão gostosa, tão quentinha e ela insistia para eu ficar. Falei para Hermione me deixar mais alguns minutinhos, mas obviamente que ela negou.

— Se enrolar mais — ouvi a voz dela abafada, já que estava com o cobertor cobrindo a cabeça — vamos perder o café-da-manhã.

Tirei o cobertor da cara e encarei Hermione, arrumando o cabelo, acho que o certo seria tentar, já que o cabelo dela é um tanto que rebelde demais.

Vamos perder o café-da-manhã? — repeti com um pouco de sarcasmo. — Hum... Quer dizer então que desistiu de fazer greve de fome para apoiar os elfos?

— Claro que não — disse ela. — Na verdade eu pensei melhor, ontem a noite, e decidi que existem formas melhores para lutar pelos direitos dos elfos. 

— Hum... Que bom saber disso — falei coçando os olhos e me levantando.

Tinha desistido de tentar ficar mais alguns minutos na cama. Por isso decidi me arrumar, fui ao banheiro fazer minha higiene matinal, ao sair reparei que as outras garotas já tinham saído só Hermione e eu que estávamos no quarto. Taran e nem Bichento estavam no quarto, provavelmente saíram para matar a saudade de Hogwarts.

Coloquei meu uniforme, que agora estava seco e penteie o cabelo deixando o solto mesmo. Fiz uma maquiagem, usando delineador em volta dos olhos e passando uma sombra cinza-escura deixando meus olhos azuis bem destacados. Quando Hermione terminou de passar um lápis marrom nos olhos, descemos para se encontrar com os garotos que já estavam no Salão Principal tomando café-da-manhã.

Encontramos os dois ao lado de Neville, Dino e Simas conversando.

— Bom dia garotos — falamos Hermione e eu para eles, que retribuíram e me sentei ao lado Harry. 

Dei uma olhada na mesa e vi Fred, Jorge e Lino conversando, provavelmente estavam discutindo sobre o Torneio Tribruxo. Depois iria conversar com eles para descobrir o que eles estavam pensando.

Antes mesmo de me servi com ovos mexidos, apareceu a Profª McGonagal com os horários e com a minha detenção. 

— Droga! — resmunguei socando a mesa, fazendo uns pedaços dos ovos pularem do prato, ao ler o papel com minha detenção.

— O que houve? — perguntou Harry que tinha se assustado, já que estava concentrado examinando os horários. 

— Vou ter que limpar os degraus da escada que dá para as masmorras — falei irritada. — Isso vai levar a noite toda! 

— Toda aquela escada? — perguntou Rony chocado. — É muita escada.

— Aposto que foi o Seboso que deu essa ideia — grunhi. — Maldito! Maldito Ranhoso. 

— Ranhoso?

— É — disse sem paciência para Harry. — Esse era o apelido que Os Marotos deram para ele.

Coloquei o papel de qualquer jeito na minha bolsa e voltei minha atenção para meus ovos mexidos.

— Então como vai ser hoje? — perguntei aos três sobre o horário, já que nem tinha tocado no meu. — Espero que não tenha aula de Poções, senão eu juro que vou matar...

— Não se preocupe, Su, hoje não tem Poções para nossa alegria — disse Rony, que corria com o dedo pelo pergaminho com os horários. — Hoje não é ruim... lá fora a manhã inteira. 

— Quais aulas teremos?

— Herbologia com a Lufa-Lufa e Trato das Criaturas Mágicas... droga, continuamos com a Sonserina...

— O que menos queria ver hoje era a cara da Madame... — digo em tom de lamentação. — E de tarde?

— Dois tempos de Adivinhação hoje à tarde — gemeu Harry, fiz a mesma cara de desgosto.

— Vocês dois deveriam ter desistido como eu fiz, não é? — disse Hermione decidida, passando manteiga na torrada. — Então poderiam fazer alguma coisa sensata como Aritmancia.

Fiz a mesma cara de desgosto para Hermione, ela sabia que eu não gostava de Aritmancia. Acho preferia ficar no Estudo dos Trouxas a fazer Aritmancia.

— Você voltou a comer, pelo que estou vendo — comentou Rony, observando Hermione a sua frente, passando generosas quantidades de geléia à torrada amanteigada.

— Já resolvi que há maneiras melhores de marcar posição no caso dos direitos dos elfos — disse ela com altivez.

— É... e pelo visto está com fome — disse Rony, sorrindo, o que me fez também sorrir.

Hermione estava mesmo com fome, pelo tanto de torrada que estava comendo.

A hora do correio tinha chegado e várias corujas entraram pelas janelas abertas trazendo o correio da manhã. Instintivamente, vi Harry olhou para o alto, provavelmente para achar Edwiges, mas nada da coruja. Apenas tinha chegado uma para mim, mas era Bess a coruja dos Tonks, que trazia uma trouxa de pano lotada de bolinhos. Que foi muito bem recebida, por mim e pelo Rony que os olhos brilharam quando viram os bolinhos de baunilha com gotas de chocolate.

Já o Harry eu pude ver o olhar de decepção. Sei que ele estava esperando a resposta de meu pai, só que mais uma vez não veio nenhuma resposta dele. Toquei o ombro dele e ofereci um dos bolinhos, Harry apenas sorriu de canto e aceitou de bom grado.

Ao terminar o café seguimos o caminho para as estufas, e durante o caminho Hermione fofoca no meu ouvido.

— Não sei se você reparou no salão, mas teve uma pessoa que não tirou os olhos de você — comentou ela mais para mim, tentando não deixar os garotos ouvirem.

— Não reparei — menti.

Na verdade, eu reparei na hora que estava saindo do salão, mas só senti um olhar em mim e não virei para ver quem era.

— Sei... Que seja, eu vi quem estava te olhando e só aumenta minhas suspeitas sobre ele em relação a você.

— Suspeitas em relação a mim? — perguntei sem entender. — De quem está falando?

Ela deu uma boa olhada para Rony e Harry que estavam atrás da gente. E como Rony é suspeito, ele apenas fraziu o cenho estranhando a atitude dela. O que me fez rir. Acho que só o Harry que não reparou.

— Cedrico Diggory — sussurrou Hermione. — Ele não tirou um minuto se quer os olhos de você. Acho que ele queria falar com você, mas não deve ter vindo porque estava talvez com vergonha, já que você estava com a gente. 

— Timido? Acho que não, Mione — neguei com a cabeça. — Ele não é tímido.

— Como é que você sabe? — questionou a morena com um sorrisinho malicioso e segurando a risada.

Revirei os olhos e soltei um riso.

— Para de pensar besteira, acontece que ele não tem cara de homem tímido. Ele é...

— Quem não tem cara de ser tímido?

Hermione e eu olhamos assustadas para trás quando o rosto do Rony apareceu entre a gente, sem permissão e já falando.

— Estão falando mal de alguém para terem se assustado? — disse o ruivo com ar de deboche.

— Não seja ridículo, Rony — disse Hermione com rispidez. — Não estávamos falando mal de ninguém.

— Hum... E então de quem estavam falando? — Rony me perguntou, ignorando o que Hermione tinha falado.

— Estávamos falando sobre homens, Rony, interessado?

Hermione não se conteve em segurar o riso.

— Affe! — bufou Rony com a cara fechada. — Ouviu essa Harry?

Harry meio que estava viajando em outro planeta.

— Harry? — Rony o chamou mais uma vez. — Ei, Harry!

Ele piscou os olhos e olhou Rony, parecendo voltar ao momento atual.

Quê?

— Perguntei se você ouviu o que essas duas disseram?

— Como...

— É melhor a gente indo — disse. — Vamos chegar atrasados na aula desse jeito.

 

(...)

 

— Bom dia alunos!

— Bom dia Profª Sprout! — disse todos ao mesmo tempo.

Ao chegar na estufa número três, fomos recebidos por uma simpática professora, como sempre. Da professora meus olhos foram de encontro para as plantas em cima dos balcões, eram plantas enormes com uma aparência grotesca, como enormes lesmas pretas, que brotam verticalmente do solo, em geral, é muito feia. Cada uma delas se contorcia ligeiramente e tinha vários inchaços brilhantes no corpo que pareciam cheios de líquido.

— Bubotúberas — disse a professora brevemente. — Precisam ser espremidas. Recolh-se o pus...

— O quê? — exclamaram Amanda e Simas, ao mesmo tempo, ambos expressando repugnância.

— Pus, Finnigan e senhorita Bisbal — respondeu a professora —, e é extremamente precioso, por isso não desperdice. Recolhe-se o pus, como ia dizendo, nessas garrafas. Usem as luvas de couro de dragão, podem acontecer reações engraçadas na pele quando o pus das bubotúberas não está diluído.

Pode parecer estranho, mas espremer as bubotúberas era um tanto prazeroso. Claro que não deixava de ser nojento. À medida que estouraram cada tumor, saía dele uma grande quantidade de líquido verde-amarelado, que cheirava fortemente à gasolina. Recolhia conforme a professora orientava e, no fim da aula, havia conseguido encher a garrafa. Assim como outros alunos.

— Isto vai deixar Madame Pomfrey feliz — disse a Profª Sprout arrolhando a última garrafa. — Um remédio excelente para as formas mais renitentes de acne, o pus de bubotúberas. Pode fazer os alunos pararem de recorrer a medidas desesperadas para se livrarem das espinhas.

— Como a coitada da Heloísa Midgen — disse Amanda, tirando com certo nojo as luvas da mão. — Ela tentou acabar com as dela lançando um feitiço.

— Que menina tola! — disse a professora, balançando a cabeça. — Mas, no fim, Madame Pomfrey fez o nariz dela voltar à forma anterior.

A sineta tocou, sinalizando o fim da aula, nós separamos dos alunos da Lufa-Lufa que voltavam para o castelo e a gente, seguimos o rumo descendo o jardim em direção à pequena cabana de madeira de Hagrid, que ficava na orla da Floresta Proibida.

Hagrid estava parado em frente da cabana, segurando a coleira de Canino em uma das mãos. Havia vários caixotes abertos no chão a seus pés, e Canino choramingava e retesava a coleira, aparentemente tentando ver o que tinha nos caixotes. Também olhei curioso, de longe não via nada, apenas quando me aproximei com os garotos e Hermione que ouvi um estranho som de chocalho pontuado, aparentemente, por pequenas explosões.

— Dia! — cumprimentou Hagrid para nós quatro. — Melhor esperar pelos alunos da Sonserina, eles não vão querer perder isso... Explosivins!

— Explo o que? — perguntei.

— Explosivins, Susana — e ele apontou para os caixotes. 

Olhei para dentro do caixote, depois que Lilá soltou um gritinho agudo, e logo que eram explosivins eu fiz uma cara de desgosto. Eram feios demais! Pareciam lagostas sem casca, deformadas, terrivelmente pálidas e de aspecto pegajoso, as pernas saindo dos lugares mais estranhos e sem cabeça visível. Deveriam ter uns cem deles em cada caixote, cada um com uns quinze centímetros de comprimento, rastejando uns sobre os outros, batendo às cegas contra as paredes das caixas. Além de feio, tinham um cheiro forte de peixe podre. De vez em quando, soltavam faíscas da cauda e, com um leve pum, se deslocavam alguns centímetros à frente.

Droga! Só por causa do Hagrid mesmo que continuo em Trato das Criaturas Mágicas.

— Acabaram de sair da casca — informou Hagrid orgulhoso —, por isso vocês vão poder criar os bichinhos pessoalmente! Achei que podíamos fazer uma pesquisa sobre eles!

— E por que nós íamos querer criar esses bichos? — perguntou uma voz fria e conhecida.

Olhei para trás e lá estava a Madame, com sua trupe. Não só ele como o resto da Sonserina que tinha chegado. Crabbe e Goyle davam risadinhas de prazer ao ouvir as palavras de Malfoy.

— Quero dizer, o que é que eles fazem? — perguntou Malfoy. — Para que servem?

Hagrid abriu a boca, aparentemente fazendo um esforço para responder; houve uma pausa de alguns segundos, depois ele disse com aspereza:

— Isto é na próxima aula, Malfoy. Hoje você vai alimentar os bichos. Agora vamos ter que experimentar diferentes alimentos... nunca os criei antes, não tenho certeza do que gostariam... tenho ovos de formiga, fígado de sapo e um pedaço de cobra, experimentem um pedacinho de cada.

— Primeiro pus e agora isso — resmungou Simas. 

Acredito que foi mais pela profunda afeição que tinham pelo Hagrid, que fez Harry, Rony e Hermione apanhar mãos cheias de fígados de sapo melados. Já eu fiquei ao lado dele, claro que tinha uma grande afeição pelo Hagrid, mas caramba, isso vale mesmo a pena? Os três ficaram me encarando, vendo se ia fazer o mesmo, eu apenas fechei os olhos e pensei em outra coisa. Coloquei a mão dentro do balde com os fígados de sapo e enchi a mão com eles. Indo então levar para os explosivins.

— É impressão minha, ou eles não têm boca? — murmurei para Harry que estava ao meu lado, tentando dar a comida para o bicho.

— Eu também acho — murmurou ele de volta.

Joguei de volta o resto de fígado de sapo que não tinha dado ao explosivins e fui tentar outro alimento: ovos de formiga.

Ai! — gritou Dino, passados uns dez minutos. — Ele me pegou!

Hagrid correu até Dino, com uma expressão ansiosa no rosto.

— A cauda dele explodiu! — disse Dino zangado, mostrando a Hagrid uma queimadura na mão.

— Ah, é, isso pode acontecer quando eles disparam — disse Hagrid, confirmando o que dizia com a cabeça.

— Arre! — exclamou Lilá outra vez. — Arre, Hagrid, que é essa coisinha pontuda neles?

— Ah, alguns têm espinhos — disse Hagrid entusiasmado (Tanto Lilá como eu retiramos depressa a mão da caixa). 

— E você diz isso só agora? — pergunto olhando-o incrédula.

— Nem todos têm — disse Hagrid sem graça. — Acho que são os machos... as fêmeas têm uma espécie de sugador na barriga... Acho que talvez seja para sugar sangue.

— Bom, se a menor dúvida eu entendo por que estamos tentando manter esses bichos vivos — disse Malfoy sarcasticamente. — Quem não ia querer animaizinhos de estimação que podem queimar, picar e morder, tudo ao mesmo tempo?

— Só porque eles não são muito bonitos, não significa que não sejam úteis — retorquiu Hermione. — Sangue de dragão é uma coisa assombrosamente mágica, mas você não iria querer um dragão como bicho de estimação, não é mesmo?

Sorrimos para Hagrid, que retribuiu com um sorriso furtivo por trás da barba espessa. Sabia por Harry, Rony e Hermione que Hagrid sempre quis um filhote de dragão. Inclusive ele tinha criado um, por um breve período, um dragão norueguês que recebera o nome de Norberto.

— Acho melhor você continuar quieto, Malfoy, todo mundo aqui agradece — falei em tom alto, ganhando vários múrmuros de concordância dos alunos da Grifinória e um olhar fuzilante de Malfoy.

 

(...)

 

— Você deve se achar muito engraçadinha, não é mesmo? — Malfoy me puxou com tudo pelo braço, me virando bruscamente, quase derrubando a minha bolsa no chão.

— Vá se ferrar — mostrei o dedo do meio e tentei me soltar.

Tinha acabado de terminar a aula do Hagrid, depois de uma hora e na subida para o castelo, fui parada pelo Malfoy carinhosamente. Acho que não todos, mas reparei que a turma da Sonserina parou para ver a cena. Harry, Rony e Hermione não devem ter sido diferentes.

— Solta ela, Malfoy! — gritou Harry e Rony ao mesmo tempo, nervosos.

— Qual é Black, não bastou a detenção? — disse Malfoy, ignorando Harry e Rony. 

— Ora só, então você acaba de dizer que é por sua culpa que ganhei detenção logo no primeiro dia de aula? — digo com um sorriso cínico.

— Minha culpa não — diz Malfoy em tom de deboche —, e sim de você! Não fui eu que azarei o Goyle, e também, não teria como eu mesmo ter me tacado um livro.

— Tadinho do Goyle — digo com sarcasmo — que deve ter ficado o dia todo no banheiro.

Vi-o ficando vermelho, já que estava atrás de Malfoy, mas ouvi algumas risadas sendo segurada. Sorri satisfeita, ao ver Goyle sem graça. 

— Agora sobre a história que eu te agredi, que grande mentira, ein? — provoquei. — Eu apenas lhe joguei um livro na cara, nada demais, só que pelo jeito você aumentou a história falando que eu te agredi.

— A culpa não é minha que o Profº Snape entendeu como agressão — diz Malfoy no mesmo tom de provocação. — Eu falei no expresso que você ia pagar, e assim foi feito, quer mais detenção?

Nesse meio tempo tentando me soltar do aperto dele, consegui me soltar. 

— Não pense que irá se safar dessa — ameacei, preste a pegar a minha varinha da capa.

— Acho melhor pararem por aqui — olhei para o lado e era Theodore, que apareceu ao lado de Draco colocando o braço em volta do ombro de Malfoy. — Antes que a Black azara alguém aqui.

Theodore me lançou o mesmo olhar sedutor com um sorriso provocativo. Ele continuava lindo, isso eu não posso negar e me segurei, para não retribuir aquele sorriso dele.

— Susana, vamos embora, está na hora do almoço — disse Hermione, me puxando pela manga da capa. — Não vale a pena brigar com esse aí.

Malfoy ia abrir a boca para dizer algo, provavelmente para xingar Hermione, mas antes dele fazer isso foi puxado por Theodore.

— Anda logo, Draco, para de enrolação, pois estou com fome! — disse Theo passando por mim, dando uma piscadela.

— Me larga, Theodore! — resmungava Malfoy.

Tentei azarar o Malfoy, mas não consegui por causa da Hermione que também me puxou até o castelo.

— Eu juro que ele me paga — falei para os três, entrando no Salão Principal.

— Só acho que você poderia dar um tempo, não vale a pena ganhar outra detenção por causa dele — disse Hermione.

— Nisso eu concordo com a Hermione — disse Rony. 

— Eu também acho — concordou Harry.

Revirei os olhos e apressando os passos até um lugar na mesa da Grifinória.

Servi-me de costeletas de cordeiro com batatas. Antes de colocar um pedaço de batata na boca, parei para observar Hermione que começou a comer tão rápido. Harry e Rony também ficaram olhando para ela.

— Hum, essa é a sua nova posição em favor dos direitos dos elfos? — perguntou Rony. — Em vez de não comer, comer depressa para vomitar?

— Não — respondeu Hermione com toda a dignidade que conseguiu reunir tendo a boca cheia de couves-de-bruxelas. — Só quero chegar à biblioteca?

Quê? — exclamou Rony incrédulo. — Mione, é o primeiro dia de aulas! Ainda nem passaram dever de casa pra gente!

Ela apenas sacudiu os ombros e continuou a devorar a comida como se não comesse há dias. Em seguida se levantou e disse:

— Vejo vocês no jantar! — e saiu apressadíssima.

Achei um pouco estranho isso de ir à biblioteca, não acredito que ela foi estudar, acho que ela foi fazer outra coisa e iria descobrir.

Confesso que não estava com fome, então comi pouco e quando vi o Malfoy na mesa da Sonserina me lembrei da minha vingança. E já sabia muito bem o que ia fazer. Tomei o suco de abóbora em um gole.

— Não acredito que você também vai para biblioteca? — perguntou Rony quando me levantei.

— Não — respondi. — É outra coisa. 

Coloquei a minha bolsa no ombro e disse:

— Vejo vocês na aula de Adivinhação!

Saí correndo do Salão Principal e fui para o lado de fora do castelo. 

Na hora da aula do Hagrid eu tinha visto umas formigas no chão, claro que não me importei, mas agora eu pensei e acho que elas poderiam fazer um ótimo papel na minha vingança com o Malfoy.

Olhei muito bem envolta para ver se não tinha sinal de ninguém e nem do Hagrid. Não tinha sinal nenhum dele na cabana, então decidi ir até o início da floresta, provavelmente lá iria encontrar o que queria. Seria ótimo se eu encontrasse um formigueiro. Agachada e olhando bem atenta no chão, vendo se encontrava algum montinho de barro, ou algum sinal de formiga. Eu não queria ficar perto da cabana do Hagrid, mas foi meio impossível, pois tinha achado um formigueiro perto da cabana dele. 

Tomei forças, olhei melhor para ver se tinha algum sinal dele e não vi nada. Com um galho que encontrei no chão cutuquei o pequeno formigueiro. Onde saiu várias formigas.

— Olá queridos, vou precisar da ajuda de vocês — digo, sorrindo e tirando da minha bolsa um frasquinho que usava nas aulas do Snape, junto peguei uma pinça para pegar as formigas.

Fui pegando uma por uma, dando uma grande preferência para as formigas maiores. Elas eram vermelhas e grandes, um dos motivos que as escolhi para o meu plano é que eu sabia que a picada delas doía, coçava muito e deixava umas bolhas horríveis no local picado. Só uma boa essência de ditamno para curar.

— Acho que está bom só essas — digo olhando o frasquinho com umas cinco formigas.

Seria uma pena se o Malfoy começasse a coçar sem parar, pensei com um sorriso maldoso. 

Tampei o frasquinho com uma rolha, ia guardar o resto das minhas coisas e levantar. Até que fui surpreendida.

— O que é a senhorita está aprontando? — disse uma voz de repente, me assustando.

Com o susto eu perdi o equilíbrio e cai de joelhos e me segurando com a mão desocupada no barro que tinha perto.

— Droga! — exclamei furiosa. — Que merda, vai assustar a mãe, filho de trasgo!

Ouvi um riso ao meu lado e tocando meu braço para me ajudar a levantar.

— Desculpe, não foi minha intenção

— Ah, Cedrico! — exclamei surpresa. — Foi mal, não sabia que era você... Caramba... 

Ele ainda ria.

— Tudo bem — dizia ele balançando a cabeça e se agachando para pegar minha bolsa do chão —, eu mereci o xingamento. Não deveria ter lhe assustado.

— Não mesmo — murmurei. — Obrigada... — disse pegando a bolsa dele.

Olhei melhor Cedrico e até de uniforme ele ficava bonito.

— O que está fazendo aqui? — perguntei.

— Trato das Criaturas Mágicas — respondeu ele. — E você... o que... por que está com essas formigas?

Não enrolei e guardei o frasco com as formigas na minha bolsa.

— Ah, isso é... hum... para aula da Profª Trelawney — menti.

— Para a Trelawney?

— É — confirmei um pouco sem jeito. — Você sabe que ela não bate muito bem na cabeça.

Ele franziu o cenho, imagino que ele não estava acreditando na história.

— Droga, meu uniforme está todo sujo — reclamei limpando a meia e a saia. 

— Deixa que eu limpo para você — falou Cedrico pegando a varinha e apontando para o local sujo. — Limpar!

— Valeu — digo.

— Agora dá a sua mão, que pelo jeito também está sujo — e assim o fiz. 

Dessa vez ele tirou lenço e o molhou com a varinha mesmo, limpando-a.

— É muito vê-la de novo, Susana — falou ele me encarando com aqueles olhos claros. — Confesso que...

Antes de ele terminar a sineta tocou, vi o Cedrico dando um sorriso sem graças e soltou minha mão na qual ele estava fazendo carinho com o polegar.

— Acho melhor você indo para não chegar atrasada na aula — falou ele desviando o olhar de mim. 

Confesso que aqueles olhos me hipnotizaram por alguns segundos.

— É — concordei arrumando a bolsa no ombro —, a gente vê por ai.

Despedi-me, acenando e subindo para o castelo com a imagem do Cedrico em mente.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?



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