A Herdeira dos Black II escrita por Akanny Reedus


Capítulo 1
Cedrico Diggory




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Point of View: SUSANA BLACK

 

Papai,

Até que minhas férias não andam tão ruim como eu achei que fosse. Como te disse alguns dias, vim passar as férias em uma casa de praia do meu tio Terry que devo acreditar que já o conheça, afinal ele é irmão da minha mãe…

Voltando ao assunto das minhas férias. Se passaram já faz uns dois dias desde que cheguei em Bournemouth e até que estou me divertindo. Na verdade, acho que em partes, pois o Taran é a minha única diversão aqui, os filhos dele são meio que chatos, não me lembro deles serem dessa forma. Se bem que eles não chegam perto dos sobrinhos da tia Stella que são uns demônios em corpo de criança. Taran é a minha salvação nisso tudo, se bem que não duvido que até ele esteja implorando para voltar a Londres. Como sempre meu gato sendo o melhor das companhias.

Claro que não é apenas o Taran que me faz bem, mas as cartas que ando recebendo dos meus amigos e as suas. Inclusive fiquei sabendo que hoje é o aniversário de Harry pela Hermione, mas não fiquei surpresa de ficar sabendo por ela, só que achei bem curioso a gente fazer aniversário bem perto um do outro. Achei isso muito incrível! Contudo, não nego que senti um pingo de decepção dele não ter dito nada, felizmente consegui mandar o presente dele durante a madrugada que já deve ter chegado.

 

— Susana a janta está na mesa — gritou uma voz feminina do ar de baixo.

— Já vou — gritei de volta, irritada.

Agora falando sobre o aniversário, obrigada pelo bolo que estava delicioso e o livro de azarações. Acho que esse ano vou me divertir muito em Hogwarts; pensando bem, acho que até tenho ótimos cobaias para fazer os testes. Mesmo com todos os presentes, o único que eu queria de verdade é ter tido você comigo, papai. Queria ter tido você ao meu lado no dia do meu aniversário. Será que um dia vamos comemorar juntos os aniversários?

Ouvi a porta abrir com tudo e uma voz bem grave atrás de mim me chamando.

— Susana! Você não ouviu a minha mãe te chamando, a janta está na mesa e se demorar muito a comida vai acabar esfriando.

Antes que manchasse o pergaminho, eu coloquei a pena no tinteiro e me virei com muito esforço para encarar Camille, a minha prima mais velha.

— Eu já disse que estou indo — disse pausadamente e com um sorriso cínico. — Não precisam me esperar.

Voltei minha atenção na carta, tirei a pena do tinteiro e antes de tocar a ponta no papel. Ouvi mais uma vez minha prima falar, mas dessa vez a voz estava mais próxima.

— O que está escrevendo?

Sem enrolação virei o pergaminho ao contrário e olhei furiosa para ela.

— Uma carta — respondi ríspida.

— Para quem?

— Não é da sua conta — respondo do mesmo jeito que ela em tom de ritmo. Achando que era uma música.

— Hum... Por acaso é para o namoradinho? — diz Camille em tom malicioso.

— Não tenho namorado.

— Então é para o ficante?

— Não tenho namorado e muito menos ficante.

— Se não é nenhum dos dois, então é alguma paquera?

Precisei muito contar até três para não mandá-la vazar. Fracamente, ela só sabe pensar nisso?

— Deve ser provavelmente para o tal de Malfoy?

— Quê?

— Afinal de contas quem é Malfoy? É algum garoto de Hogwarts, correto?

— Malfoy?

— Ora, eu que te pergunto, você vive falando o nome dele quando está dormindo. Está tão caidinha assim por esse garoto?

Olhei meio que em choque, soltei uma risada sem ânimo e balancei a cabeça.

— Camille se manca… eu tendo uma quedinha pelo Malfoy? É claro que não!

— Você é doida ou o que? Eu tenho uma “quedinha” pelo Malfoy? Nunca!

Camille abriu a boca para dizer mais alguma coisa, mas eu voltei a falar.

— Preferia mil vez sair com a lula-gigante do que com esse idiota. E nem pensa em dizer mais alguma coisa, eu já ouvi que a janta está pronta, apenas estou terminando de escrever minha carta. Que caso queira saber tanto, eu vou te dizer para quem estou escrevendo. É sim para um homem de 34 anos que se chama Remus Lupin — menti —, caso não se lembre ele é o meu padrinho. Feliz?

A olhei satisfeita quando vi seu sorrisinho malicioso desmanchar e me olhar com cara de tacho, ela apenas fez um biquinho de insatisfação e virou as costas.

Ela não me disse nada, apenas fez bico e deu as costas.

— Não é para demorar — lembrou-a antes de sair.

Se tinha algo que odiava nessa vida é pessoas curiosas! Se fosse alguém desconhecido já teria mandado se lascar ou até mesmo tacado o vidrinho de tinta na cara. Minha prima era um saco quando queria, quem ela pensa que é para dizer essas porcarias? Eu, Susana Black, a fim de Draco Malfoy?! Só se for na outra vida… e nem isso. Além de que não falo o nome dele dormindo… claro que não falo, eu só sonhei algumas várias vezes com ele depois daquela merda que ele me disse no Expresso de Hogwarts. Tudo o que aconteceu entre a gente me atormenta. Será que é tão difícil desejar férias tranquilas?

Grunhi alto, balançando a cabeça para tirar a imagem daquele loiro da cabeça.

— Saaai desgraça! — exclamei irritada para mim mesma.

Precisava esquecer esse idiota e voltar a me focar na minha carta, focar no que escrevia ao meu pai. Ele é mil vezes mais importante que o Malfoy. 

Infelizmente terei que finalizar a carta por aqui, estão me chamando para jantar e não vão largar do meu pé até que esteja na mesa. Queria poder escrever mais, mas depois te escrevo mais falando sobre os próximos dias e da minha volta para Londres.

Mande um oi ao Bicuço por mim.

Susana.

Reli para ver se não tinha nenhum erro, assim que vi tudo certo, enrolo o pergaminho o prendendo com uma fita e deixei bem guardada nas minhas coisas. Para quando voltar da janta, enviar a carta ao meu pai. Eu não tenho coruja, então teria que pedir emprestado ao tio Terry.

Ter sua própria coruja faz falta em alguns momentos.

Por causa de um convite muito especial do meu tio Terry, acabei aceitando passar minhas férias em Bournemouth, uma cidade do condado de Dorset, na Inglaterra. Obviamente que eu não vim sozinha, Taran como sempre sendo meu escudeiro — antes precisei insistir muito ao meu padrinho para deixá-lo vim comigo. Não sei o que seria de mim sem o Taran.

Desde que entrei de férias tinha recebido apenas três cartas do meu pai. O que era ótimo, pois conversar com ele era tudo para mim. Ele não foi o único que mantive contato nesses dias, pois também tinha Hermione, Rony e Harry, os meus melhores amigos. Dos três quem mais trocava palavras era com a Hermione que se tornou minha melhor amiga, minha melhor confidente, criamos um vínculo extremamente forte. Ela já até me chamou para ir passar uns dias na casa dela, mas não deu certo então deixamos apenas o convite em aberto. Claro que não era diferente do meu contato com Harry e Rony, Edwiges uma hora ou outra aparecia na janela com uma carta de Harry, assim como a mini coruja de Rony que havia recebido o nome de Píchi. Eu achava essa coruja uma gracinha, era tão espontânea e segundo Rony o nome foi dado pela sua irmã caçula, Gina.

Confesso que nunca tinha vindo à praia, principalmente em uma que é lotada por trouxas, inclusive a casa do meu tio passa muitos trouxas. A casa é perto do mar, então não é difícil ir até a praia, muitas vezes vou junto com Taran. Sim, eu vou mesmo com Taran, que simplesmente adora ficar deitado na areia e tomando sol. O que lhe faz receber vários olhares curiosos.

A casa de praia do tio Terry é bem grande, possui vários quartos e em um deles eu divido com Camille. No andar de baixo fica a sala e a cozinha que também é grandona. Hoje como de costume fomos comer do lado de fora da casa, pois a mesma estava bem abafada. Me acomodei ao lado da mãe da minha tia Stella, bem velhinha e muito agradável. Ela era a mais legal da casa.

— Seu nome é Susana, correto?

Quando acabei de me servir uma mulher me chamou, era o cunhado da minha tia — casado com a irmã dela. Seu nome não me recordava, mas também não sentia necessidade de lembrar.

— Sou — respondi, colocando um pedaço de tomate na boca.

— Quer dizer então que ela é sua sobrinha, Terry?

— Exato, filha da minha irmã mais nova — respondeu meu tio, mesmo não parecendo, eu senti um pouco de tristeza nas palavras dele.

— A que foi morta?

Engoli seco ao ouvir aquela pergunta desnecessária. Não era nada confortável ouvir menções sobre a minha mãe, muito menos me lembrar que ela não estava mais nesse mundo. Penso que nem o meu tio gosta, afinal olhou o homem sério. Ele não respondeu nada, mas lentamente assentiu com a cabeça.

— Então, Susana, você estuda em Hogwarts?

— Estudo, entrei ano passado na escola — respondi encarando apenas o meu prato.

— Ano passado? — dessa vez quem perguntou foi a irmã da minha tia, que também não fazia a mínima ideia de como se chamava. — Você não entrou no primeiro ano?

— Não. Antes de ir para Hogwarts estudava em Beauxbatons, mas aconteceu que não me dei bem e a diretora me expulsou.

Segurei uma risada ao ver a cara espanto da cara mulher. Era como se tivesse dito o nome do Você-Sabe-Quem na mesa.

— Expulsa? — exclamou.

— É — falei bem tranquila.

Não precisava me estressar.

— Eu aprontava muito naquela escola, vivia de detenção, a diretora e alunos; até mesmo os professores me odiavam. Então no segundo ano, antes de terminar as aulas, Madame Maxime quis me expulsar para minha felicidade. Só que o professor Dumbledore impediu isso e conseguiu uma transferência para Hogwarts.

— E você diz isso tão tranquila? — questionou ela me olhando abismada. — Acha isso bonito?

— Por acaso eu precisaria me preocupar? — perguntei com um sorriso cínico. — Claro que não. Eu queria mesmo sair daquela escola e se para isso eu precisaria ser expulsa, então que seja.

— Isso não é nada bonito — reprovou ela com a mão na mesa e balançando o dedo para mim. — Não lhe dão educação?

— Sou educada do meu jeito — retruquei pegando um pedaço de carne com a mão e depois chupando os dedos.

Ela apenas me olhava com repreensão.

— Claro — disse ela. — O que se pode esperar da filha de um assassino...

Não tinha a intenção de me estressar, mas parece que comigo isso nunca rola e alguém sempre tem que abusar da minha paciência.

— Isso para mim já basta! — exclamei jogando o garfo na mesa e me levantando. — A senhora não tem nenhum direito de falar assim comigo. Nenhum!

A idiota ia abrir a boca, mas foi parada por meu tio.

— Já chega, Adele — disse tio Terry, ríspido. — Não admito que trate dessa forma minha sobrinha.

— Terry…

— Pelo amor, Adele, basta — pediu minha tia secamente. — Terry tem toda razão, deixe-a em paz. Não estrague nosso jantar… tem crianças na mesa.

Adele? Então esse era o nome dela, felizmente vou esquecer dele daqui alguns minutos.

Continuei de pé. Eu queria muito jogar meu prato na cara daquela mulher inconveniente, ela é muito louca em se atrever a mencionar o meu pai. Mesmo que para o mundo ele ainda seja visto como um assassino, mesmo assim não suporto ouvir alguém dizer dele dessa forma e… ah, que essa idiota exploda!

— Susana, querida, volta a se sentar — pediu meu tio.

Olhei-o e respirei fundo.

— Desculpe, mas perdi a fome — digo.

Me virei sem olhar para ninguém, só parei e olhei meu tio ao me lembrar da minha carta.

— Tio, posso pegar a sua coruja emprestada? — pedi. — Quero mandar uma carta para o meu padrinho.

— Claro que pode, fique a vontade — ele me responde simpático, sorri e retribui com um sorriso fraco.

(...)

 

Na manhã seguinte acordei com Camille e sua irmã caçula, Brenna, conversando sobre algo desinteressante.  Tomei um banho morno para ao menos tentar refrescar, antes de vestir o biquíni preto por baixo de um vestido, que segundo Camille se chamava saída de praia, era branco. É aquilo por nunca ter vindo a uma praia, e quando venho é uma lotada de trouxas, precisei de uma ajuda para me adequar aos trouxas. Então foi praticamente a minha prima que me ajudou com o que vestir como roupa de banho.

Calcei apenas meu chinelo, penteei o cabelo deixando-o secar naturalmente. Antes de colocar meu acessório para guardar a varinha. Não saberia dizer o nome exato, mas seria justamente para que pudesse carregar minha varinha já que não tinha nenhum bolso comigo. Era tipo um cinto com um bolsinho para varinha que ficava preso na minha coxa. Achei bem simples, prático e discreto porque ficava escondido dos trouxas — ao menos a varinha.

Mesmo assim ainda era vítima de alguns olhares maliciosos, inclusive alguns era tão cara de pau que olhava até o que não devia sem ao menos disfarçar. Isso que não me achava tão maravilhosa assim, meu corpo era estranho, magro e não tinha uma curva se quer, tudo bem que tinha apenas 14 anos, mesmo assim tenho a sensação de que meus hormônios estão com preguiça de trabalhar. Além de que fico me perguntando se meus sutiãs é que laceia rápido ou eu é que não tenho bagagem o suficiente para preencher esse maldito bojo. Por isso que às vezes prefiro andar livre, leve e solta. É por isso que não entendo para que tantos olhares para mim, existem mais mulheres com muito mais corpo que eu.

— Não entendo por que você leva a varinha para todo lugar que vai — diz Camille enquanto descíamos as escadas para tomar café. — Acha mesmo que você vai ser atacada?

— Isso se chama prevenção — digo.

— Mas você sabe que é proibido fazer magia fora da escola, não sabe?

— Claro que eu sei — falei impaciente. — Mesmo assim gosto de andar prevenida, nunca se sabe o que pode acontecer. Correto?

Após o café sai com Taran para a praia. Sentei-me em uma tal cadeira de praia, pelo que soube esse era o nome da cadeira, nunca tinha visto, só sei que é coisa de trouxas. Taran ficou aproveitando a sombra de baixo do guarda-sol que era outro objeto trouxa muito útil por sinal.

Observando o mar, via algumas trouxas jogando alguma coisa. Não sabia o que era, mas era estranho porque tinha algo no centro, tipo uma rede e de cada lado havia uma quantidade de trouxas batendo em uma bola. Na minha humildade era algo bem tosco, chato… cheguei em um nível de concordar que quadribol era o melhor esporte do mundo, isso que não sou uma viciada tipo o Rony.

O mar era mil vezes mais interessante. Ouvir as ondas se batendo, se quebrando, era tão relaxante. Cheiro da água salgada, o barulho das aves em volta e sentir a areia no pé era muito gostoso. Até fechei os olhos quando senti uma brisa passando por mim, que me fez pensar em tudo à minha volta; pensar na minha vida — principalmente os últimos acontecimentos. Uma coisa engraçada é justamente estar sentindo falta da escola sendo antes o que mais queria era ficar longe de Beauxbatons. Tonks mesmo até achou que estava doente ou que era alguém usando a poção polissuco. Não posso fazer nada se eu gostei de Hogwarts e é lá que tenho meus amigos; os meus três melhores amigos.

De repente senti algo batendo com força na minha cabeça.

— Merda de trasgo! — exclamei furiosa pelo susto, levantando-se irritada da cadeira.

Olhei para todos os lados tentando achar os responsáveis, fiquei mais puta quando vi que Taran foi também uma vítima, se quer me ver puta é só mexer com o meu gato! Ninguém mexe com o Taran!

Taran tinha levantado em um pulo, se afastando um pouco de mim e olhando a bola colorida com reprovação.

— Moça!

Tentei encontrar o dono da voz.

— Ei moça! — Foi aí que vi um dos trouxas que estavam jogando aquele jogo sem noção, correndo em minha direção.

Não disse nada, apenas peguei a bola do chão e voltei a encarar o garoto trouxa, mas olhava ele bem seria. Principalmente pela sua cara de deboche. Deve estar provavelmente querendo rir da minha cara porque os amigos deles estavam fazendo isso. Esses idiotas foram rir da pessoa errada! A vontade de sacar minha varinha era muito grande, tudo que queria era azarar esses trouxas. Nunca tive nada contra os trouxas, mas existem uns que não merecem nenhum pouco meu respeito.

— Desculpe pela bolada, foi sem querer — diz o idiota.

— Acredito — disse sarcástica.

— Hum... Será que poderia devolver…

— Isso? — digo mostrando a bola.

— O que você acha? — diz ele em tom de deboche.

— Acho que você faz o típico papel de um trouxa idiota. — Então joguei a bola com força nele, que me olhava sem entender, o que me fez rir.

Olhei Taran que olhava o trouxa com cara de poucos amigos.

— Do que foi que você me chamou...?

Revirei os olhos e disse ao Taran:

— Taran, vamos sair daqui.

O meu gato apenas olhou para o trouxa e lhe mostrou os dentes, deixando claro seu humor e o quanto desgostava do trouxa. Ele então virou a cara, andando com o rabo peludo levantado na minha frente.

Não segui o caminho de volta para casa, apenas andei pela praia com Taran ao lado, deixando a água tocar no pé — diferente do meu gato que por um momento estava perto, mas do nada estava afastado. Era engraçado, pois sempre que água chegava próximo a patinha dele, ele dava um pulinho e corria, mas depois voltava quando o chamava.

— Taran, você é muito bobo — disse rindo, vendo-o correndo da água e dando uma batida com a patinha na água como se aquilo fosse machucar o mar.

Ele apenas me olhou e miou, acredito que reclamando do quanto estava sendo insensível. O que não era verdade porque não tinha culpa que as cenas eram fofas. Até mesmo de cara amarrada meu gato era fofo. Se bem que quando ele toma banho fica bem estranho e desconhecido.

Só parei de rir quando vi uma cabeleira loira passando por mim, fazendo meu coração pular e o mais rápido que pude olhei na direção da cabeleira. Só que da mesma forma senti uma enorme pontada de decepção no peito, por não ser quem eu queria ver…

Affe! Isso já é demais. Não acredito que você, Susana Black, estava pensando em Draco Malfoy? Como assim você fica triste por não ser ele? Você deveria ficar feliz e não triste.

Droga, deveria ouvir mais a voz na minha cabeça que tem absoluta razão. Eu só podia estar ficando louca querendo porque queria ver a Madame.

Fechei os olhos para tentar me despertar, balancei a cabeça. Contudo, nada parecia funcionar. A imagem de Malfoy era muito persistente, me deixando nervosa comigo mesma e com ele.

— Que merda! Nem mesmo fora Hogwarts você me deixa em paz, Madame! — exclamei furiosa, coisa que não deveria ter feito, não deveria ter dito o nome de Hogwarts tão alto.

Olhei para os lados e vi apenas alguns trouxas me olhando de lado como se tivesse problema. Devem ter pensado que eu era doida. Afinal, que merda era Hogwarts? Esse deveria ser o pensamento deles, pois nosso mundo ao menos é desconhecido aos trouxas.

— Hogwarts...? — disse uma voz masculina atrás de mim. — Bem que eu imaginei que você era uma — senti uma respiração no meu ouvido e logo em seguida um murmuro: — bruxa.

Merda! Eu realmente não deveria ter dito Hogwarts em voz alta. E esquece, nosso mundo não é tão desconhecido aos trouxas...

Virei assustada para ver quem era. Minha boca abriu um pouco, ao ver um homem muito bonito ao meu lado. Ele era bem bonito, cabelo castanho claro, alto e olhos acinzentados. Fiquei um pouco sem reação, o que fez ele rir e voltar a falar:

— Não me parece algo muito natural trouxas andarem com um gato pela praia, além de que você carrega na sua coxa direita, o que imagino ser uma varinha. Correto?

— Quer dizer então que você estava olhando minha coxa?

Ele riu alto balançando de forma negativa a cabeça.

— Não era bem isso que queria dizer — diz ele entre risos, o que me fez soltar um riso abafado.

— Se você é tão esperto assim em reparar nesses detalhes do meu gato e no que eu carrego na minha coxa. Então, me responda, o que eu carrego na minha coxa?

Mais uma vez ele voltou a se aproximar e respondeu em voz baixa:

— Uma varinha.

Ele acertou.

— E sobre o gato, bem não é difícil diferenciar um gato mágico de um gato comum. Gatos mágicos são mais espertos e sabem se virar mais, um gato comum nesta praia ia sair correndo e deixar o dono. E não o acompanhar de ladinho na praia.

— Deixa-me adivinhar o resto — disse. — Se você conhece Hogwarts então você é um bruxo e é um estudante…?

Ele apenas assentiu.

— Cedrico Diggory, sou da Lufa-Lufa — disse ele sorrindo e estendendo a mão.

— Susana Black, sou da casa dos leões, Grifinória — retribui o sorriso e o aperto de mão.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?