Rosa e Rose escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 5
Somos atacados




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Depois do jantar, participamos de um jogo chamado captura da bandeira. O acampamento se divide sob a liderança do chalé de Apolo de um lado e Ares do outro. Ricardo me elege sua co-capitã e eu levo dez de meus irmãos para o lago, enquanto ele cuidava do ataque com o efetivo de alguns dos outros chalés.
–O que viemos fazer aqui e porque estamos em menor número? - perguntou Eddie.
–Porque vamos nos infiltrar pelo bosque e ajudar a porção Atena a atacar - respondi. - Agora fique de olhos abertos,não podemos falhar.
Nesse segundo, algo passa diante de nós, e Eddie levou Owen para persegui-lo. O grito de Quíron reverberou:
–Parem o jogo! Peguem a fera no lago.
O rasto de Owen e Eddie ainda estava fresco então começamos a correr naquela direção.
ROSE
Os times se juntaram em uma única massa correndo em direção ao lago. Me estiquei o máximo que pude para procurar Rosa, mas não a encontrei. Será que ela havia sido pega pela fera? Como ia explicar isso a Jenny?
–Rose! Rose!
Virei-me instintivamente. Quem me chamava era o conselheiro do chalé de Apolo, cujo nome não sabia. Mas se ele era filho de Apolo, provavelmente sabia onde andava minha irmã.
–Cadê a Rosa? - perguntei-lhe.
–Na colina, vamos, eu te levo até lá.
Segui o garoto no fluxo da multidão de campistas. Posso ser filha de Ares, mas ainda não sou muito atlética. Depois de poucos metros, estava cansada e ofegando. O irmão de Rosa abriu os braços e me carregou colina acima. Ele era impressionante. Tinha braços fortes que me fizeram sentir pequena, perdida em meio a todos aqueles músculos. Seu cabelo era preto, liso e curto, e escorria na testa, gotejando um pouco de suor. Vestia armadura prateada, que não parecia retardá-lo enquanto avançava insanamente pelo caminho. Chegamos à planice para onde a fera havia corrido. Alguns dos irmãos de Rosa lutavam contra o monstro, que era um enorme dragão com escamas douradas e cabeça de leão. Rosa liderava a equipe, tentando encontrar o ponto fraco da criatura, e algo indicava que eles estavam perto. O garoto me largou no chão e correu em auxílio. Tentei encontrar a espada de treinamento que eu estava usando, mas lembrei que ela havia caído no meio do tumulto. Estava indefesa, era a uma presa que não tinha como se defender. Eu precisava sair dali ou colocaria em risco a missão. Tentei sair dali sem ser notada, mas o dragão me farejou e veio em minha direção. Não, não! Droga! Ele avançou, e Rosa berrou para que alguém viesse em minha defesa. Dois deles se deslocaram até mim. Eram o garoto que me trouxe e um outro.
–O que fazemos Fernando? - perguntou o garoto que me trouxe.
–Eu sei lá Ricardo! - então esse era o nome dele! - Temos que tirar a menina de um campo de batalha. O que acha que devemos fazer?
–Pegue-a, eu vou te dar cobertura.
Fernando me pega no colo, e a sensação é muito diferente de quando eu estava nos braços de Ricardo. Fernando tem os braços finos e duros, como um catre; já os de Ricardo eram macios, como se fossem moldados para me acomodar. Mas Fernando era rápido, então por mais desconfortável que estivesse, acabaria logo. Em segundos, estávamos de volta à área dos chalés. Eles me trancaram em meu chalé, e eu encostei o ouvido a porta, a fim de ouvir a conversa.
–...frente -dizia Ricardo-,eu vou para trás.
Descolei da porta e deslizei para o outro extremo do quarto, observando Ricardo pela pequena janela. Ele brandia a espada pelo ar com agilidade, era fascinante de se ver. Queria que ele estivesse ali em um dia normal, quando eu não tivesse que me preocupar com a possibilidade de um monstro chegar e nos devorar.
–Está tudo bem - disse-me ele. - Não há como ele passar pela horda de campistas que está lá em cima, e se isso acontecer, nos uniremos a eles na defesa. Tem alguma arma que você possa usar aí dentro?
O chalé de Ares era uma bagunça, então tudo era difícil de achar, exceto armas. Isso havia em todo o lugar. Escolhi uma espada média e um escudo, pronta para saltar a janela quando Fernando desse a ordem.Encolhi-me, à espreita e agarrada à espada, esperando um grito, mas ele não vinha.
–Porque não saimos? - perguntei a Ricardo.
–Por que ainda não é a hora - uma longa pausa. - AGORA!
Pulei, Ricardo me pegou. Corremos, e ajudamos Fernando a seguir. Estávamos indo de encontro à multidão, que atacava a fera com destreza. Fiz um grande esforço para me aproximar de Rosa, e quando conseguimos dar as mãos, a fera parou e abriu a bocarra.
–Filha de Apolo, a única ainda fiel, apresente-se.
Rosa largou minha mão e se destacou na multidão. Eu tentei impedi-la, mas ela me afastou e encarou o dragão.
–Estou aqui.
–Você dentre todas, é a mais teimosa. É egoísta e cruel. Por que se recusa a vir com suas irmãs? Pelos garotos? Pois saiba agora, que nenhum garoto jamais poderá vê-la!
O que aconteceu depois teve um delicado ar de conto de fadas. O dragão se transformou em uma mulher, que com certeza era Ártemis, e mirou uma flecha de ponta quadrada para o peito de minha irmã. Ela disparou, mas Rosa foi mais rápida e mergulhou para o lado, e a flecha acertou um carvalho.
–O que foi aquilo? - Percy perguntou à Quíron.
–Flecha amaldiçoada, cada deus possui várias para usar da maneira como desejar. Aparentemente, Ártemis queria tornar Rosa invísivel aos olhos dos garotos.
Percy engoliu em seco. Não podia imaginar como seria para ele nunca mais poder enxergar Rosa.


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