A Sky Full Of Stars escrita por Mrs Abernathy


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Não resisti e fiz mais uma fanfic para o desafio de Abril pq oq é yaoi sem Thorki? :B
(Pra mim, nda) xD
É simplesmente meu OTP ever e eu tinha de fazer ♥
Espero que gostem :)



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As festas do palácio de Odin costumavam ser as mais alegres e fartas, regadas de muita dança e canções sobre a família de Odin, principalmente quando era aniversário de um de seus herdeiros.

Frigga havia preparado pessoalmente todos os detalhes para a festa de aniversário de Loki. O caçula havia quase implorado para a rainha que deixasse ao menos aquela vez passar, mas Frigga fazia questão de comemorar todos os aniversários de seus filhos, por mais que Loki odiasse toda aquela falsidade da corte com ele, ou a alegria estampada nas faces dos guerreiros bêbados, cercados de mulheres aos seus redores. Por mais que a festa fosse sua, nunca era ele quem se divertia, pois ele não via diversão nas futilidades Asgardianas. Loki só queria um pouco de paz, para variar.

Ele estava sentado à mesa, de braços cruzados e encarando cada um ali com desprezo. Encarava Odin que dava vários indícios de sua preferência por Thor no trono de Asgard ao conversar com outros reis. Encarava Volstagg que devorava toda a comida de uma vez só, sem um pingo de higiene ou modos à mesa, não usando ao menos os talheres; ele comia com as duas mãos lambuzando o rosto todo com o molho da carne.

"Repugnante" pensou o deus mago.

Já Hogun que parecia o mais sensato dos três guerreiros, comia com mais modos e limitava-se apenas a conversar formalmente com algumas mulheres vindas de Vanaheim. Fandral, é claro, com toda sua beleza máscula e seu charme, paquerava descaradamente duas Asgardianas ao mesmo tempo, ao lado de Thor que parecia tão bêbado quanto Fandral, conversando alguma asneira com Lady Sif, que provavelmente se achava a última Asgardiana dos reinos com aquele maltrapilho dourado que ela chamava de vestido.

Loki suspirou um pouco mais tranquilo ao olhar para sua mãe, que apesar da insistência em sempre lhe fazer aquelas festas, era a única visão de valor naquele lugar. Ela usava um longo vestido em tons laranjas, com longas tranças loiras em volta de seu ombro esquerdo. Ela conversava sobre algo com Frey, provavelmente sobre dicas para seu jardim particular. Loki sentiu o olhar dela sobre ele assim que ele passara tempo demais a observando e tentou disfarçar sua carranca para não decepcioná-la.

– Vá tomar um ar lá fora, Loki. - Ele a ouviu dizer.

O deus mago agradeceu aos deuses em poder sair um pouco dali, e logo se levantou, saindo do palácio sem olhar para trás.

As noites em Asgard tinham a fama de serem as mais belas dentre os nove reinos, mas nenhuma em um milhão de anos se comparava àquela. Loki olhou maravilhado o céu, se perguntando o por quê daquelas pessoas estarem lá dentro numa noite como aquela.

O deus mago caminhou por algum tempo aproveitando a brisa fresca bater em seu rosto, até chegar aonde queria. A ponte do arco-íris.

Loki olhou para cima fascinado com a vista. Nunca havia visto estrelas como àquelas, nem um céu tão em festa como aquele. Festa. Era irônico, já que era seu aniversário. Podia jurar que aquele céu era só para ele.

O deus mago deitou-se sob a ponte lembrando-se de sua infância quando ele e Thor iam até ali olhar as estrelas. Era um ritual que faziam toda semana, onde os dois irmãos olhavam para o céu e faziam desenhos com as estrelas, imaginavam formas e histórias, prosas e canções. Era uma coisa particular, que só os dois faziam juntos. Loki costumava ansiar por aqueles dias, eram seus momentos preferidos, até Thor convidar Lady Sif e os três guerreiros para ver as estrelas também.

Loki havia ficado furioso com aquilo, sentiu-se traído pelo irmão e desistiu de ver as estrelas com ele. Com o passar dos anos, a adolescência fez com que Thor e os amigos deixassem de ter aquele hábito também, até aquilo virar lembrança.

Loki deu um suspiro perguntando-se porque não havia voltado a ver as estrelas sozinho. Era como ele sempre ficava mesmo. Por mais que tentasse se enturmar com os amigos de Thor, ele sempre acabava sozinho na biblioteca ou tendo aulas de feitiços com sua mãe e Amora. Não que Amora fosse má companhia, mas Loki sentia falta daqueles momentos a sós com Thor. Admitia que sentia falta do irmão.

– Loki...?

O deus mago abriu os olhos percebendo que havia tido aqueles devaneios por um bom tempo. Ele ergueu-se se sentando; e olhou para cima avistando Thor o encarando.

– O que faz aqui? Tem uma festa rolando lá dentro, sabia? - Indagou Thor sentando-se ao lado do irmão.

– Só estava dando um tempo.

– Você não gosta mesmo de festas, né? Tentei dizer pra nossa mãe que fizesse só um jantar em família, mas quem disse que ela escuta?

– O quê? Você negando festa? - Indagou Loki surpreso.

– O aniversário é seu. - Disse Thor dando de ombros. - Não é justo que fique entediado nele.

– Você parece bem sóbrio levando em conta a última vez que o vi.

– Ah... - sorriu Thor meio sem graça. - Bem... é que eu sem querer acabei derrubando uma estátua da nossa mãe agora há pouco. Ela quase me matou, mas em punição me deu uma poção pra curar a bebedeira e me proibiu de tomar um gole de álcool o resto da noite.

Loki riu abafado, aquilo era típico, Thor era um completo desastrado.

– E você resolveu sair pra não ficar de cara com a tentação, acertei? - Indagou Loki.

– Não. Eu dei falta de você na sua própria festa e imaginei que tivesse saído do palácio.

Loki nada respondeu, apenas limitou-se a voltar a contemplar as estrelas.

– Lembra que vínhamos aqui quando éramos crianças? - Indagou Thor recordando-se.

– Sim. Até você trazer Lady Sif e os três patetas.

Thor sorriu com a provocação do irmão.

– Desculpe. A ideia me pareceu boa na época, mas acabou não sendo.

– Não?

– Não. Não era a mesma coisa com eles, era mais legal só com você.

Loki deu um sorriso discreto satisfeito em ouvir aquilo.

– Aquelas parecem uma garrafa de hidromel. - Disse Thor apontando para o alto, onde estrelas se juntavam formando um desenho.

– Viciado. - Disse Loki balançando a cabeça em negação. - Não mesmo, elas parecem a cabeça de um dragão.

– Jura...? - Indagou Thor virando a cabeça de lado, tentando visualizar o tal dragão. - Devo estar alto ainda, porque eu ainda vejo a garrafa de hidromel.

– Fala sério, o que vê naquela ali? - Indagou Loki apontando para um outro lado.

– Um monstro não identificado. - Disse o loiro com convicção. - Não! Espera, pode ser um bebê também.

Loki deu uma leve risada da imaginação fértil do irmão.

– Pra mim é um balão.

– O que é um balão? - Indagou Thor confuso.

– Uma coisa que tem em Midgard, onde as pessoas costumam usar em festas de aniversário. Alguns voam, mas acho que a pronúncia certa seria bexiga.

– E como sabe sobre isso?

– Andei pesquisando. - Disse o deus mago dando de ombros. - Midgard parece um bom lugar para se governar. Sabia que lá eles acham que somos deuses?

– E não somos? - Indagou Thor com um sorriso convencido.

– Eu com certeza sou, já você...

Thor deu um leve empurrão em Loki, o fazendo inclinar-se para o lado.

– Vou te jogar dessa ponte, daí veremos se é deus o suficiente pra sobreviver.

– Me viraria facilmente dessa situação. Posso não ter um Mjölnir, mas tenho minha magia. Quem sabe não dou até um passeio por Midgard?

– Humanos são fracos, por quê governaria o mundo deles?

– Por isso mesmo, mostrariam clemência à seu superior.

– Você é muito exagerado. Não é assim que se governa um mundo.

– E como seria? Entrando em guerra com outros? - Indagou Loki.

– A guerra é necessária, para mostrar o mais forte.

– Não parece uma ideia tão diferente da minha.

– Talvez sejamos muito novos para o trono então.

– Eu não acho. - Discordou o mais novo. - Acho que tenho maturidade suficiente para governar Asgard.

– Prepotência não é qualidade para um rei. - Disse Thor.

– Em Midgard seria. Lá todos são prepotentes, corruptos, cheios de sede de poder. Devíamos ir lá qualquer dia, eles estão em 1922, estão praticamente em luto por uma guerra ocorrida há uns anos. Momento perfeito para dois deuses aparecerem de supetão prometendo-lhes a paz eterna, quando na verdade, terão de nos servir. - Sorriu Loki, divertido.

– Às vezes você me assusta com essas suas ideias. - Disse Thor encarando o irmão. Loki tinha um brilho intenso no olhar enquanto dizia aquilo, e os finos lábios rosados se abriam num sorriso, conforme a mente dele imaginava tais coisas.

– É só uma ideia. - Disse o deus mago dando de ombros.

– Sempre cheio de ideias. Lembra quando pensava em governar Jotunheim quando éramos crianças?

– Escravizá-los. - Corrigiu Loki. - Combinamos de você matar metade dos gigantes de gelo e eu escravizar a outra metade.

Thor sorriu com a lembrança.

– Não fomos crianças muito normais, não é?

– Com certeza não. - Sorriu Loki. - Até por que, somos superiores a crianças normais.

– Se continuar a se achar superior à todos, nunca vai arranjar uma mulher, irmão. - Sorriu Thor.

– Não me importo com essas futilidades.

– Vai me dizer que nunca deu bola para a Amora? - Indagou Thor desacreditando.

– Amora só tem olhos pra você, só você é tolo o bastante para não ver. E de qualquer maneira, ela não me interessa nem um pouco. Muito oferecida pro meu gosto, me lembra até Lady Sif.

– Sif não é oferecida. - Defendeu Thor.

– Pros outros homens não, mas para você...

– Você insulta tanto a Sif que eu diria que está apaixonado por ela, Loki. - Zombou o loiro.

– Ah, por favor, não seja estúpido. Sabe que odeio aquela mulher.

– Então está apaixonado por mim! - Provocou Thor em zombaria.

Loki arqueou a sobrancelha encarando o mais velho com certa carranca, fazendo com que Thor instantaneamente caísse em gargalhadas.

– Engraçadinho.

– Desculpe... - ria Thor. - Mas não pude evitar... é que tudo se encaixa. Você parece odiar todas as mulheres que chegam perto de mim e só aceitaria alguém à sua altura. Desculpe irmão, não sei se percebeu, mas o único a sua altura sou eu.

Loki bufou cruzando os braços. Aquilo era uma completa bobagem, - fazia certo sentido -, mas continuava sendo um absurdo.

– Nem nos meus piores pesadelos.

– Ah, admite, vai.

– Já chega, Thor. Sabe que não gosto dessas suas brincadeiras idiotas.

– Você é muito chato, sabia? E injusto também. Vive pregando peças por aí, mas quando é com você, não aguenta.

– Se sou tão chato, está fazendo o quê aqui ainda? - Desdenhou Loki.

– Não sei, talvez você seja um chato legal.

Loki revirou os olhos voltando a olhar para cima.

– Eu sinto sua falta Loki.

– O que foi? Os três patetas não são mais tão agradáveis assim?

– É sério. Você é meu irmão, sinto falta de ficar perto de você.

Loki deu um suspiro voltando sua atenção ao loiro, que o encarava.

– Eu também.

Thor deu um sorriso se aproximando do irmão e pousando a cabeça no colo dele, enquanto observava as estrelas.

– Você bem quem podia ir lá dentro pegar uma garrafa de hidromel pra mim...

– Nem vem. - Disse Loki dando um peteleco na cabeça do mais velho.

– Ai! Isso dói! - Resmungou Thor massageando a parte dolorida.

– "O deus do trovão", derrotado por um peteleco. - Zombou Loki.

– Muito engraçado, Loki.

Loki sorriu de modo convencido, voltando a olhar para o céu, assim como Thor, enquanto passava a mão nos fios loiros do irmão, afagando-os.

Thor fechou os olhos gostando do carinho, enquanto aconchegava a cabeça mais próximo ao irmão. As mãos de Loki eram delicadas e cuidadosas.

Loki olhou para baixo observando que Thor apreciara o contato, enquanto as palavras dele martelavam em sua cabeça. Não que ele estivesse cogitando a hipótese de admitir todas as afirmações, mas em uma coisa Thor talvez estivesse certo. Não havia outra pessoa dentre os nove reinos que fosse digno para o deus das trapaças, senão o próprio deus do trovão.

– Feliz aniversário Loki.

– Provavelmente nem é mais meu aniversário. - Disse Loki.

– Não estraga o momento, cara.

Loki deu um riso nasal, não dizendo mais nada. Os irmãos apenas apreciaram a noite e as estrelas no céu, dizendo um ao outro o que viam nas formas delas. Loki registrou aquele como um de seus melhores aniversários já tidos.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, o yaoi ficou bem, mas BEM subentendido, mas achei melhor assim u.u