Trapaça escrita por Sara Carneles


Capítulo 3
Pesamentos Audíveis


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Bom, primeiramente eu gostaria de dizer que estou a-man-do todos os comentários de vocês e toda a receptividade que vocês estão dando pra fic. É a minha primeira fic e eu realmente não esperava tantos comentários positivos, por isso eu agradeço muito mesmo, de verdade.
Para quem está com medo de que eu pare de escrever, eu digo: não se preocupe, enquanto eu tiver vocês me dando suas opiniões, eu vou continuar escrevendo, e espero que vocês continuem gostando do que lêem!
Enfim, chega de enrolar, esse capítulo está maior que o anterior, só peço que vocês não queiram me matar pela forma como ele termina hahahaha
Aproveitem!



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Por mais que eu sentisse falta de estar rodeada de computadores; trabalhar como assistente estava mostrando-se bastante fácil. E trabalhar para Oliver Queen era ainda mais mamão com açúcar.

Tudo porque eu não tinha que encará-lo por mais que cinco minutos em semanas alternadas. Logo nos primeiros dias, notei o padrão: ele aparecia, (geralmente acompanhado de alguma modelo que eu desconfiava ser diferente da semana anterior), olhava seus "compromissos" (haviam vários mas ele não comparecia à metade) e logo depois saía. E era isso, eu não tinha tempo nem de buscar um café e ele já tinha evaporado.

Não que eu estivesse reclamando, longe disso, eu ficava era muito feliz por saber que só o veria dali a alguns dias por mais uns míseros minutos.

Claro que eu desaprovava seu comportamento desleixado com a empresa da família, mas para mim, ele poderia ir se catar na China que eu não daria a mínima, contanto que eu continuasse com meu emprego, tudo bem.

Depois de perceber como as coisas funcionariam por ali, resolvi pedir à Sara que me passasse coisas para fazer, pois é claro que eu não conseguiria ficar o dia inteiro jogando paciência...

Comecei a ajudá-la com projetos dos quais ela tinha que tomar conta, desde contratos de fusão até os de admissão e demissão. Parecia que ela fazia tudo por ali, e eu me surpreendi com todas as suas tarefas e em como ela era competente em cumpri-las no tempo certo.

Era o que eu estava fazendo neste dia. Sara e eu estávamos arquivando papéis de contratos antigos na sala de arquivos – que era especialmente destinada para aqueles documentos –, ao lado da sala de reuniões.

– Por que há tão poucas pessoas para todo esse trabalho? – perguntei-lhe.

Ela riu.

– Pergunte ao seu chefe.

Encarei-a com uma expressão confusa.

– É difícil contratar tantas garotas ao mesmo passo que você tem que demitir o dobro delas. – explicou ela.

– Por que? Ele é tão chato que demite todo mundo quando está de tpm? – perguntei em tom de brincadeira.

– Não. Ele transa com tantas funcionárias que eu não venço contratá-las e demiti-las.

Minhas sobrancelhas arquearam-se em espanto.

– Uau.

– Pois é. A primeira garota que eu contratei para ser sua assistente foi o recorde. Dez minutos depois que ela saiu daqui, ele já tinha feito o serviço dentro da sala do zelador.

– Meu Deus, qual o problema dele?

– Para falar a verdade, acho que o problema é o Senhor Queen, o pai – Sara diz – acho que ele já deveria ter desistido de querer colocar um pouco de responsabilidade no filho. Oliver não gosta de ordens e ele não dá a mínima para a Companhia, como você já deve ter notado.

– E por quê ele continua vindo para a empresa uma semana sim outra não se ele claramente não está nem aí pra isso?

– Porque se ele não vier, será adeus dinheiro do papai, adeus festas extravagantes e modelos de capa de revista. Ele pode não dar a mínima para as Indústrias Queen, mas ele se importa bastante com o dinheiro que ela coloca em seu bolso.

– Que hipócrita. – comentei enquanto guardava mais uma caixa de arquivos no lugar. – Sabe, eu nunca achei que esses bilionários podiam ser tão egoístas como todo mundo diz, mas acho que estou começando a perceber que eles são mesmo.

Senti um pigarrear interromper nossa conversa, e uma voz gélida chamou por mim.

– Senhorita Smoak? Poderia vir até a minha sala, por favor?

Oliver Queen estava parado na entrada, e eu podia sentir seus olhos azuis queimando minhas costas com um olhar tão gélido quanto o tom de voz.
Mas que merda, o que ele estava fazendo ali?

– Claro Senhor Queen, um instante. – não tive coragem de virar-me para encará-lo, ao invés disso observei a expressão de nervosismo de Sara, que ao contrário de mim, não estava de costas para ele.

– Agora. – foi só o que ele disse.

Ah Deus, é agora que eu vou ser demitida?

Mesmo que todos os meus instintos de sobrevivência profissional me dissessem para não segui-lo eu o fiz, afinal, querendo ou não, em tese ele ainda era meu chefe.

Quando eu o alcancei, Oliver já estava sentado em sua mesa; e foi só então que eu percebi que ele estava totalmente vestido como um empresário, usando um terno cinza escuro que meu Deus, eu não podia negar, pois claramente ficava lindo nele.

– Como estão as coisas por aqui, Senhorita Smoak? – perguntou ele de uma forma gélida.

Sem que eu quisesse, minha expressão foi claramente de surpresa, à começar pelo fato de que ele sabia meu nome. Ele mal me dirigia a palavra toda vez que aparecia.

E outra: por que ele estava me perguntando isso? Quero dizer, ele deveria querer saber, óbvio. Mas por que agora?

– Algum problema? – sua voz me despertou.

Merda, eu estava encarando-o.

– Não, desculpe. Tudo está muito bem, Senhor. Alguma dúvida em especial?

Ele me lançou um olhar que eu não consegui decifrar.

– Na verdade sim. – ele inclinou-se para a frente e colocou as mãos entrelaçadas sob a mesa – Há algum desconforto seu sobre mim, Senhorita Smoak?

Congelei. Minha expressão, meu corpo, meu estômago, minha voz, tudo estava congelado com aquela pergunta.

Não consegui formar uma resposta em palavras, então optei por negar com a cabeça.

– Tem certeza? Seu comentário anterior me pareceu bastante pessoal.

– Foi apenas um pensamento que eu deixei escapar em voz alta. – respondi, mas claramente só piorei minha situação.

– Pois eu sugiro que você mantenha seus pensamentos mais bem guardados em sua mente, de preferência em um lugar bem longe de sua boca. Sei muito bem que sou um babaca, como você mesma me alertou uma vez, não preciso de lembretes, não gosto deles.

Ah. Meu. Deus.

Ele não esqueceu daquele incidente.

– Por hora é só, Senhorita Smoak. Pode voltar aos seus afazeres.

Eu não sabia bem como reagir, nem raiva eu conseguia sentir no momento, apenas uma mistura de incredulidade com espanto e um leve desconforto por saber que essa foi a primeira vez que levei uma bronca do chefe.

Contudo, voltei para a sala de arquivos, onde Sara me recebeu com uma expressão de expectativa.

– O que aconteceu?

– Acho que acabei de levar uma bronca das grandes.

– Mas você ainda está empregada, certo?

– Por incrível que pareça...

***

Quando cheguei em casa, a única coisa que eu queria era um banho e minha cama.

Meus braços estavam doendo por conta das caixas pesadas e cheias de papéis que eu e Sara tivemos que organizar; eu estava me perguntando como uma Companhia tão moderna ainda precisava de uma sala de arquivos. Era praticamente um insulto ao meu eu tecnológico que ficou o dia todo gritando em meu subconsciente "isso tudo caberia em um único computador".

Eu já estava em meu confortável pijama, pronta para deitar e só levantar quando o mundo fosse dominado por robôs, quando a campainha tocou.

Eu poderia jurar que estava em um universo alternativo, ou possivelmente já dormindo e sonhando quando percebi quem estava do outro lado da porta.

– Senhor Queen?

– Olá Senhorita Smoak. – cumprimentou-me ele – Posso entrar?

Ele sorria como uma criança enquanto eu tentava acordar e voltar à realidade.


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Notas finais do capítulo

E aí, consegui deixar vocês curiosos para o próximo capítulo? hahahahah espero que sim.
Não deixem de comentar o que acharam/estão achando da história até aqui.
Beijos e nos vemos no capítulo 4! :*