Trapaça escrita por Sara Carneles


Capítulo 29
No Escuro


Notas iniciais do capítulo

Olá meu leitores lindos e maravilhosos! Sim, demorei, desculpem, mas aqui está o último capítulo de Trapaça :(
Gostaria de deixar o meu hiper ultra mega muito obrigada à llana e à langdon (Laura) pelas recomendações maravilhosas. Thanks, girls! Esse é o melhor presente para uma escritora: saber que minhas simples e meras palavras agradam vocês.
Ah, pra quem não sabe, eu já postei o prólogo de Luxúria aqui no Nyah, então se vocês quiserem acompanhar essa fic também, eis o link dela: http://fanfiction.com.br/historia/626711/Luxuria
Enfim, chega de enrolar!



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– Onde está? – perguntei para a secretária, que parecia confusa – O senhor Queen deveria estar aqui. – expliquei.

– O senhor Merlyn e o senhor Queen saíram juntos agora a pouco...

Não esperei para ouvir mais do que a mulher falava, apenas fiz o caminho de volta, em direção aos elevadores. Quando as portas se abriram, encontrei um Diggle sem fôlego e nervoso.

– Você está bem? – perguntou ele, checando-me com os olhos – O que houve? A comunicação ficou muda de repente, pensei que tinha acontecido o pior.

– Comigo não. – falei – Mas o Oliver... Diggle, Malcolm o levou.

Minha voz não saiu mais alta do que um sussurro, era dolorosa a ideia de que Oliver pudesse estar ferido. Diggle me encarou por segundos que pareceram horas, o espanto cravado em seu olhar como a espada que parecia afundar cada vez mais em meu peito por não ter dito tudo o que eu queria à Oliver.

E se eu não tivesse essa oportunidade outra vez?

Não. Eu não podia pensar dessa forma.

– Precisamos voltar para a Verdant. – falei, Diggle assentiu.

Contei tudo o que havia descoberto sobre Malcolm nos arquivos baixados, John contatou Waller, avisando que tínhamos conseguido completar a missão, mas que Oliver estava desaparecido.

Desci as escadas num rompante e fui direto para os computadores.

Depois do incidente do meu sequestro, coloquei um rastreador no celular de Oliver e Diggle; meu sexto sentido dizia que eu provavelmente usaria isso em algum momento. Eu odiava estar certa.

– Conseguiu algo? – Diggle perguntou depois de alguns minutos.

Suspirei alto.

– Não. – respondi – Algo está bloqueando o sinal de Oliver, vai levar mais tempo do que eu previa.

Nesse momento, meu celular vibrou. Era uma mensagem, de Oliver, com um arquivo anexado.

Senti uma fria corrente elétrica atravessar os nervos de minha coluna, o arquivo era um vídeo.

Segurei a respiração e dei play.

Oliver apareceu em cena algemado, de pé e com os braços para cima; a camisa social aberta, alguns pequenos cortes visíveis em seu abdômen, o lábio inferior ensanguentado e os olhos mal abertos.

Não havia som algum, nem uma voz de fundo, e não foi preciso. Meus olhos começaram a derrubar lágrimas que dificultavam minha visão, não consegui ver o restante do vídeo, entreguei o celular para Diggle e me afastei.

Malcolm não precisava dizer nada no vídeo, sua ameaça era muito clara: se divulgássemos os arquivos baixados para a A.R.G.U.S. Oliver estaria correndo perigo de vida.

Com muito esforço, sequei minhas lágrimas. O inferno que eu deixaria Oliver nas mãos daquele monstro!

Retornei para o subsolo, John estava encerrando uma chamada por celular.

– Era Waller – explicou ele –, ela concordou em nos ajudar a resgatá-lo.

Respirei aliviada, pois era exatamente isso o que eu ia falar com ele.

– Bom.

Sentei-me novamente em frente aos computadores e prometi à mim mesma que não sairia dali até conseguir rastrear o paradeiro de Oliver.

Demorou mais ou menos uma meia hora, e cada minuto dilacerava meu peito com a ideia de que ele poderia estar sendo torturado enquanto eu precisava manter minha mente concentrada ao invés de agir fisicamente.

– Consegui! – falei, soltando um suspiro de alívio que foi replicado por Diggle.

Passei o endereço à ele, que entrou em contato com os agentes da A.R.G.U.S.

– Felicity... talvez seja melhor você ir para casa e esperar por notícias lá. – Diggle falou.

– O que? Você... eu não... Não! De jeito nenhum, não! – falei convicta quando me dei conta de suas palavras – Eu não vou abandoná-lo, John. Além do mais, você precisa de mim aqui.

– Sim. – ele assente – Mas não é seguro para você ficar aqui sozinha, Malcolm está à solta, e ele já te sequestrou uma vez.

– Se ele quisesse me sequestrar de novo, teria me levado de sua empresa. – rebati – Não sou o alvo dessa vez. Eu não vou embora, está decidido.

Diggle encarou-me seriamente, ponderando, mas por fim percebeu que não teria como se opor à minha decisão e suspirou.

– Tudo bem. – concordou – Mas fique atenta às câmeras ao redor da boate, e saia ao menor sinal de perigo, entendeu?

– Entendi. – confirmei. – Boa sorte.

Ele acenou levemente.

– Ei – Diggle chamou minha atenção – Não se preocupe, vou trazê-lo de volta.
Sorri superficialmente para ele, tentando cravar aquelas palavras em minha mente como um mantra de esperança e calma.

Entreguei o comunicador à ele para que pudéssemos manter contato, Diggle armou-se como se estivesse voltando ao campo de batalha no Afeganistão, e então se foi, levando todas as minhas esperanças de rever Oliver consigo.

Monitorei os passos de Diggle através do rastreador. Eu não podia ver nem ouvir nada do que acontecia se ele não ativasse o microfone, e desconfiava que ele estava me privando dos acontecimentos de propósito, provavelmente achando que isso iria me deixar menos nervosa, o que claramente era o contrário.

Ou talvez ele estivesse com medo de ser tarde demais e não quisesse que eu ouvisse a sua primeira reação ao encontrar Oliver...

Não. Isso não aconteceria, não podia acontecer.

De vez em quando, Diggle perguntava qual lado seguir, qual porta entrar, qual câmera evitar. Eu o guiava através da planta do local que consegui hackear, e só por ela já era possível ver o labirinto que era. Provavelmente Malcolm escolheu esse lugar justamente por ser dessa maneira, para nos atrasar caso quiséssemos tentar salvar Oliver.

– Felicity... – Diggle chamou, mas sua voz no comunicador parecia muito distante, pressionei o ponto em meu ouvido, tentando entendê-lo melhor – Acho... Oliver... Abaixem-se...!

– John? John, fale comigo! – eu gritava, tentando alcançá-lo, meu coração adquirindo um ritmo mais rápido.

Ele não respondia, mas o microfone continuou aberto, o que só me deixou ainda mais nervosa, porque os estrondos que se seguiram eram claramente de tiros.

Tentei me manter o mais concentrada possível, mas estava cada vez mais difícil.

– Diggle, por favor, responda! – chamei mais uma vez, minhas mãos tremiam na frente do teclado, mas ele continuou incomunicável.

Ouvi uma explosão mais alta e estrondosa que as outras e logo em seguida, o microfone ficou completamente mudo e o rastreador de Diggle e Oliver desapareceram.

Arranquei o ponto de meu ouvido e afastei-me da mesa. Eu não sabia bem o que estava fazendo, meu corpo era um amontoado de tremores e lágrimas estúpidas que banhavam meu rosto.

Era impossível, isso não estava acontecendo, não poderia, não, não, não...

Eu estava totalmente no escuro, o tempo passou, podem ter sido horas ou milésimos, eu não tinha mais noção nenhuma. Não havia notícia alguma deles, e a cada segundo uma dor maior ainda crescia dentro de mim.

Peguei meu celular sob a mesa e disquei o número de Lyla que Digg havia deixado para contato antes de sair. Digitei errado três vezes, meus dedos tremiam tanto quanto o restante de meu corpo, e antes que pudesse apertar o botão de chamada, meu próprio aparelho começou a tocar, o número era desconhecido.

– Alô? – falei, minha voz estava rouca por causa do choro.

– Felicity. – uma voz cansada chamou por mim.

Apenas uma palavra, e então meu mundo tinha esperança novamente. Senti como se meu corpo estivesse sendo absolvido de carregar uma carga muito pesada.

– Oliver! Oh Deus, obrigada! Oliver, eu... – comecei a chorar novamente, mas desta vez de alívio. Eu tinha tanto para falar, e mesmo assim não conseguia verbalizar nada.

– Tudo bem, amor. – tranquilizou-me ele – Eu estou bem, Malcolm está preso, está tudo resolvido.

Respirei fundo para me acalmar e sequei minhas lágrimas.

– E Diggle? – perguntei – Eu perdi o contato com ele, o rastreador de vocês também parou de funcionar e eu... eu só... – não consegui formar o restante da frase.

– Ele está bem. – Oliver confirmou – Explicarei tudo pessoalmente, tudo bem?

– Parece uma boa ideia. – falei, tentando sorrir, mas o som saiu meio engasgado no meio do choro incontrolável.

– Preciso ir. – avisou ele – Só liguei para te deixar mais tranquila. Vá para casa, nos falamos daqui a pouco.

Assenti com a cabeça, mesmo sabendo que ele não podia me ver.

– Certo, então até daqui a pouco. – respondi, já mais controlada de minhas emoções. Só a sua voz já me trazia uma paz sem igual.

– Ah e, Felicity?

– Sim?

– Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso. Lembrando que ainda teremos o epílogo, viu, então segurem as lágrimas pro final.
Eu pretendo escrever ele ainda hoje, por isso não se preocupem que não vai demorar muito.
Espero que vocês tenham gostado, tanto desse capítulo, quanto da fic em si.
Nos vemos em breve. Beijos!