Trapaça escrita por Sara Carneles


Capítulo 28
Últimas Palavras


Notas iniciais do capítulo

Heeeey! Sim, estou viva! kkkkkkkkk
Desculpem pelo atraso, gente, mas é que eu tive uma semana agitada, sem falar que já comecei a desenvolver o próxima fic que substituirá Trapaça. Ela se chamará Luxúria, e já tem capa e sinopse. Amanhã é meu aniversário, e pra comemorar, pretendo postar o prólogo pra vocês, eu só preciso escrevê-lo hoje kkkkkkk
Enfim, eu também demorei um pouco pra postar porque precisei pensar muito no que aconteceria nesse capítulo. Por que? Porque chegou a hora da verdade! ~todas comemoram~
Espero que vocês gostem.
Boa leitura!



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– O quê? Não, Oliver, é muito perigoso! – falei, tentando soar o mais brava possível com o tom de voz baixo que eu usava para ninguém nos escutar.

– Eu preciso. – disse ele – É a nossa chance de terminar com isso de uma vez por todas.

Ele tinha razão, eu sabia que ele tinha. Era egoísta da minha parte querer que ele negasse o convite daquela agente da A.R.G.U.S. mas eu finalmente estava admitindo meus sentimentos por ele, e não suportaria se algo lhe acontecesse sem eu nem lutar contra.

Encarei seus olhos esperançosos que aguardavam minha resposta, e suspirei derrotada.

– Prometa-me que você vai voltar. – falei, enunciando lentamente cada palavra.

Ele entendeu a preocupação e seriedade em meu tom de voz.

– Eu prometo.

– Não precisa ficar tão preocupada, senhorita Smoak – Waller nos interrompeu – o senhor Queen só precisa entreter nosso suspeito enquanto invadimos os servidores da sua empresa de dentro.

Bem, eu não sabia exatamente qual era o plano, mas assim que aquelas afirmações saíram da boca de Waller, meu cérebro processou tudo rapidamente e tirou uma conclusão que me deixava mais que satisfeita – e que em contra partida deixaria Oliver furioso, mas eu não estava ligando muito para isso –.

– Vocês precisam de um hacker? Eu posso fazer isso. – afirmei.

– De jeito nenhum! – Oliver quase atropelou minha frase, seu rosto ficando vermelho de raiva quase que instantaneamente. – Felicity, você não vai... eu não vou...

Respirei fundo e fechei os olhos, controlando meus nervos para não perder a linha e discutir com Oliver. Foquei meu olhar em Waller.

– Você com certeza sabe que eu consigo fazer isso. Aliás, acho até que você esperava que eu me candidatasse à vaga...

Waller deixou o leve fulgor de um sorriso preencher seus lábios por uma fração de segundos. Oliver a encarava com um olhar assassino.

– Se acha que consegue... – incitou ela.

– Por favor, vai ser mais fácil que tirar doce de criança, apesar de que eu nunca tirei doce de criança, mas deve ser fácil se todos dizem...

– Felicity! – Oliver interrompe – Você. Não. Vai. – enfatiza ele.

Sorri irônica para ele.

– Não me lembro de ter pedido sua permissão, Oliver.

Ele pareceu levar um soco com minhas palavras frias. Respirou fundo e me puxou levemente pelo braço, afastando-nos de Waller e dos outros ainda mais.

– Isso pode ser perigoso. – alertou ele com a voz baixa – Nós já sabemos que Malcolm pode ser capaz de muitas coisas, e eu não vou deixar você chegar perto dele depois do que passamos com aquele sequestro. Eu prometi que nada lhe aconteceria e já quebrei essa promessa uma vez; não haverá uma segunda.

Tentei me conter, mas o sorriso idiota surgiu em meu rosto de forma totalmente involuntária.

– Do que está rindo? – perguntou, confuso.

– Você fica muito sexy quando está preocupado. – respondi e logo em seguida senti minhas bochechas esquentarem – Eu disse muito alto? – olhei em volta, Oliver sorriu.

– Eu te amo.

Voltei meu rosto novamente para o seu, sem saber ao certo se eu realmente tinha ouvido aquilo. Era como se eu tivesse perdido uma fala super importante de um filme e não tinha como voltar, pausar e ficar repetindo várias vezes.

Encarei seus brilhantes olhos azuis e me perdi neles por tanto tempo que só percebi que perdi o momento de respondê-lo, quando ele beijou minha testa e então se afastou com um sorriso leve.

Ótimo. Agora eu estava confusa, feliz, e totalmente sem fôlego.

Minha típica reação à Oliver Queen.

***

No fim das contas, Oliver acabou concordando – à contra gosto, porque na verdade ele não tinha escolha –.

Armamos o plano minuciosamente. Eu me disfarçaria de entregadora, Diggle – que à contra gosto de Lyla, ofereceu-se para ajudar – estaria disfarçado de segurança e eu deveria entregar-lhe um Big Belly Buster – recheado de benzodiazepina e sem maionese – que ele "dividiria" com o outro segurança e nos possibilitaria a entrada livre das câmeras que preenchiam todo o prédio.

E foi o que fizemos.

Encontrei com Oliver enquanto ele chamava o elevador depois que fiz minha entrega à Diggle. Entramos rapidamente no cubículo, mas não antes de impedir que um cara todo engomado conseguisse nos acompanhar, mesmo eu apertando incessantemente o botão para que as portas se fechassem logo.

– Vai para onde, Docinho? – perguntou ele, lançando uma piscadela para mim.
Pude ver de relance o olhar furioso que Oliver lhe lançou, mas não me abalei.

– 19º andar. – respondi, totalmente indiferente.

– Que pena, eu vou para o 13º...

Antes que as portas se fechassem ou o cara conseguisse me lançar mais uma cantada, Oliver empurrou levemente os papéis que o homem segurava, fazendo-os voar para fora do elevador e o levando junto. O elevador começou a subir e eu voltei a respirar.

Infelizmente, Diggle não conseguiria nos levar até o 25º andar, onde os servidores se encontravam. O elevador parou no 20º e depois era por nossa conta.
Oliver abriu o teto do cubículo e subiu até ele, eu fiquei para trás com meu tablet e sua maleta. Assim que ele estava lá em cima, passei seu objeto à ele e depois peguei sua mão para que pudesse me ajudar a subir também.

Passada a primeira fase, respirei fundo, pois a próxima era muito pior. Eu já podia sentir meu sangue gelar e meu peito subir e descer rapidamente, procurando por ar.

– Não olhe para baixo. – falou ele, tirando o dispositivo que nos levaria até nosso destino.

– Tarde demais. – respondi num fôlego só enquanto meus olhos involuntariamente encaravam a imensidão quase sem fim que ficava abaixo de nós – Eu deveria ter mencionado que tenho medo de altura... o que eu acabei de aprender.

Oliver pegou minha mão e a apertou suavemente, tentando me acalmar. Foquei meu olhar para cima, tentando pensar em coisas menos assustadoras. Não percebi que Oliver estava parcialmente abaixado até que ele chamou por meu nome.

– Felicity...

– Sim?

– Segure-se em mim com força. – falou ele, ficando de pé novamente, colocando meu braço direito em volta de seu pescoço enquanto sua mão agarrava minha cintura e me puxava para mais perto dele.

– Eu imaginei você dizendo isso em outras circunstâncias... circunstâncias muito... platônicas. – confessei, sentindo seu calor e seu rosto próximos demais do meu.

Oliver me encarou por um segundo, o divertimento claro em seu olhar.

– Podemos resolver isso depois. – falou ele – Agora precisamos manter o foco.

– Certo, você está certo. – desviei o olhar, concordando com a cabeça. Eu estava tonta, e tinha quase certeza de que não era por causa da altura.

Oliver voltou seu olhar para a frente também, atirando uma flecha com o dispositivo que estava na maleta.

– Pronta?

– Sim. – apertei-o ainda mais, ele fez o mesmo.

E então pulamos, meu estômago pareceu virar uma minúscula ervilha e um frio pareceu congelar meus ossos, mas foi rápido, e no outro segundo já senti meus pés tocando algo sólido.

Finalmente estávamos seguros e em nosso destino: o 25º andar.

– Você está bem? – Oliver perguntou, procurando meu olhar.

– Eu estou bem. – falei, era mentira, mas eu continuei – Essa é só minha cara de hacker, você sabe, pra quando eu vou... hackear.

– Certo. – ele concordou, mas era óbvio que percebeu que eu ainda estava assustada por conta da altura – Eu vou falar com Malcolm enquanto você invade os servidores. Seja rápida, e por favor, tome cuidado.

– Tudo bem. – afirmei enquanto ele já se afastava – Tudo bem.

Segui o caminho contrário ao de Oliver, não foi difícil encontrar a sala, eu já tinha visto a planta quando estávamos planejando tudo com Waller e seus agentes.
Diggle estava em silêncio no ponto em meu ouvido, mas eu sabia que ele estava ouvindo tudo. Oh Deus, eu disse aquilo sobre Oliver me segurar platonicamente... Foco, Felicity, foco.

Passei o cartão de acesso e as portas se abriram. Corri rapidamente para os computadores e conectei meu tablet à eles. Alguns cliques e confirmações e o download iniciou. O timing seria perfeito, mais dois ou três minutos e eu podia dar o fora dali...

Eu observava de relance os arquivos que apareciam na tela do meu aparelho enquanto o download era feito, tudo passava muito rápido, mas uma coisa chamou minha atenção. Minimizei a tela que estava em ação e procurei nos arquivos já baixados. Meu coração parou.

Arquivos médicos, receitas, exames, um laudo e fotos fizeram meu corpo tremer. Estava tudo ali, todas as pessoas que morreram ou desapareceram e que faziam parte do suposto Empreendimento, todos eles, ali.

Incluindo Robert Queen.

Não quis abrir as fotos, minha cabeça já estava girando apenas por constatar que a morte do pai de Oliver realmente fora à mando de Malcolm. Até o homem que tinha posse do livro que fomos buscar em Barcelona, Adam Aberlack, estava na lista de mortes bem sucedidas. E isso nem era o pior.

Quando abri uma das últimas pastas, senti a bile subir à minha boca, um gosto amargo e desconfortável.

Eram fotos minhas, amordaçada e desmaiada, um dos olhos machucado, o rosto pálido sendo iluminado pelo flash da câmera enquanto tudo em volta não passava de escuridão.

Eu não me lembrava disso, mas estava ali. Malcolm também era o responsável pelo meu sequestro.

Mas o pânico foi maior ainda quando vi que as fotos não paravam por aí.

Haviam imagens de Oliver falando ao celular, chegando nas Indústrias Queen, saindo de casa, conversando com Thea, saindo do hospital, comigo andando na rua...

Mesmo sentada, podia sentir minhas pernas moles e fracas quando cheguei às últimas fotos, dessa manhã. Oliver e eu chegando ao porão da boate e saindo com Waller, Diggle, Lyla e todo o restante do pessoal da A.R.G.U.S.

Malcolm sempre esteve um passo à nossa frente. Ele sempre soube de nossa investigação, de nosso esconderijo, e por alguma razão desconhecida, deixou que chegássemos até aqui... Foi então que a razão se tornou clara.

Oliver.

Meu Deus, ele estava com Oliver nesse exato momento.

– Dig. – chamei, mas não houve resposta. – Diggle! – gritei para o pequeno microfone em minha jaqueta. Nada.

Retirei os cabos de meu tablet assim que o download terminou e saí correndo da sala, rumo a onde Oliver estava.

Meu coração batia rápido e descompassado. Eu quase tinha certeza de que estava tendo uma ataque cardíaco. Não havia ar suficiente que suprisse meus pulmões, e meus olhos sem permissão começavam a ficar mais úmidos.

Ignorei todos que passavam por mim sem entender o que uma garota com cara de assustada usando uma jaqueta do Big Belly Burger fazia ali no andar da presidência.

A secretária de Malcolm tentou me parar, mas eu não a ouvia, tudo no que conseguia pensar era em Oliver, tudo o que eu ouvia era sua voz em minha cabeça, dizendo que me amava.

Abri a porta num rompante e arfei.

Não havia ninguém ali.


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Notas finais do capítulo

E agora, Oliver? O que será que vai acontecer?
Só pra lembrar: mais um capítulo e o epílogo e aí é bye bye, Trapaça. (pelo menos por enquanto...)
Preparem os lencinhos!