Trapaça escrita por Sara Carneles


Capítulo 23
Desavenças


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores!
Mais um capítulo da fic, já estamos no 23! Quem diria, não é? hahahaha
Eu nem sei como dizer o quanto eu estou feliz por ter decidido postar Trapaça. Se eu soubesse que vocês iriam gostar tanto, eu teria começado a escrevê-la há mais tempo kkkkkk mas antes tarde do que nunca, certo?! Deixo aqui mais uma vez o meu muitíssimo obrigada, acho que nunca conseguirei agradecer o suficiente...
Bem, hoje teremos a volta da interação entre o Barry e a Felicity, e consequentemente, o nosso Oliver ciumento kkkkkkk espero que vocês gostem!



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O silêncio parecia um abismo entre nós.

– O quê? – perguntei incrédula para ele, um riso nervoso escapando de meus lábios.

Oliver apenas me encarava, a névoa pairando sob seu olhar.

– Já está tudo acertado. – responde ele por fim, a voz totalmente sem emoção – Falei com o supervisor do departamento de T.I. das Indústrias Queen. Você começa assim que estiver recuperada.

Não posso acreditar nisso. Não posso acreditar que Oliver acha que pode me controlar à esse ponto.

– Não! – eu rosno para ele enquanto me levanto da cama, ignorando suas advertências que me dizem para não sair do lugar – Quem você pensa que é para me chutar para qualquer canto assim, do nada? – eu grito.

– Sou seu chefe. – ele diz com acidez, mas tenta disfarçar a raiva que eu sei que está borbulhando dentro dele. – E essa decisão não veio "do nada".

– Bem, pois pode providenciar minha demissão. – digo e Oliver me encara assustado – Se você não me acha boa o suficiente para ser sua maldita secretária, então eu não deveria trabalhar pra você em nenhum lugar da sua preciosa empresa.

– Você acha que é por isso que eu estou te afastando? – ele pergunta, exasperado, e eu vejo fogo em seus olhos – Você quase morreu por minha culpa! – grita – Eu prometi que não deixaria nada perigoso te acontecer e olha só como você está agora – ele aponta para mim como um todo. – Não posso continuar arriscando sua vida desse jeito, não posso.

Por um momento eu fico sem saber o que dizer. A culpa no olhar de Oliver é tão evidente que sinto meu peito doer. Ele se responsabiliza pelo que aconteceu como se tivesse sido ele mesmo quem mandou me sequestrar.

Respirei fundo.

– Oliver... – falei, a voz mais calma – Você não pode se culpar pelo que houve. Não importa que você me convidou para fazer parte dessa investigação, o que importa é que eu aceitei sabendo das consequências. Bem, é claro que eu não imaginava ser sequestrada, mas você conseguiu me salvar, isso é o que importa.

Ele me encarava, a expressão cheia de dor e angústia. Eu não conseguia pensar em nada além de confortá-lo, dizer que estava tudo bem e deixar bem claro que eu não iria desistir dessa cruzada tão fácil.

Me aproximei lentamente, Oliver não se mexeu, apenas me observou sem entender ao certo o que eu iria fazer em seguida. Eu o abracei, sentindo seu coração bater rápido e forte no peito. Não me importei se era algo incomum, apenas agi. E aquilo pareceu certo.

– Se você não vai desistir dessa investigação, eu não vou desistir dessa investigação. – falei.

Senti os braços de Oliver me envolverem e seu queixo apoiar-se em minha cabeça. Ficamos assim por algum tempo, o perfume dele era tudo o que eu absorvia. Mas por fim, suspirei e me afastei, olhando em seus olhos e voltando à falar.

– Obrigada. – eu disse, ele franziu as sobrancelhas, sem entender – Por ir me resgatar. – esclareci.

A expressão de Oliver ficou leve, ele sorriu.

– Considerando que foi por mim que você acabou indo para lá...

– Não comece. – eu o alertei, mas sorri.

Oliver se afastou, assentindo. Pegou seu paletó que estava na poltrona no canto do quarto e se virou novamente para mim.

– Preciso ir para casa. – falou ele – Mas posso voltar mais tarde se você quiser...

– Não. – falei, me sentindo envergonhada por ele se dar a todo esse trabalho – Eu vou ficar bem, não se preocupe.

Ele não parecia muito convicto disso.

– Ligarei mais tarde, só para ter certeza. – ele avisou, eu concordei com um sorriso.

Acompanhei Oliver até a porta e me assustei com o que vi.

– Mandei instalarem um sistema de segurança enquanto você estava inconsciente. – ele explicou, eu bufei.

– Não era pra tanto. – falei, olhando para a pequena tela cheia de números ao lado de minha porta.

Oliver ignorou minha pequena reclamação.

– A senha é essa. – ele tirou um papel do bolso da calça e me entregou. – Apenas Diggle e eu sabemos ela além de você.

Eu assenti. Oliver me observou atentamente com uma expressão preocupada.

– Vou ficar bem. – assegurei.

Ele suspirou e então abriu a porta para sair, mas ao invés disso, deu de cara com Barry, que estava com a mão esquerda erguida e pronta para bater na porta.

– Ah, ei! – falou ele com um sorriso para mim. Oliver não pareceu muito amistoso, Barry pigarreou – Olá outra vez Senhor Queen.

– Olá. – foi só o que Oliver respondeu.

– Oi, Barry. – eu disse com um sorriso. Ele sorriu de volta – Entre.

Barry passou meio sem jeito por Oliver, que mal se moveu em frente à porta. Eu não conseguia entender por quê ele era tão seco com Barry.

– Eu lhe trouxe isso. – Barry estendeu sua mão direita, que eu nem havia notado estar escondida atrás de si, revelando um pequeno e lindo buquê de flores silvestres. – E um filme... Caso você esteja afim de ver. – ele falou meio sem jeito.

– Obrigada! – eu disse, recebendo as flores – São lindas, nunca tinha recebido flores antes. – eu ri.

Oliver pigarreou, deixando clara a sua presença ainda ali. Olhei para ele sem entender, ele estava de saída, não estava?

– Eu volto mais tarde. – fala ele.

Quase reviro os olhos, mas me contenho.

– Já disse, não é preciso...

– Não me importo. – Oliver me interrompe.

– Tudo bem. – eu digo, dando de ombros.

Ele assente levemente com um sorriso para mim, e um último olhar feroz para Barry.

***

Diminuí o volume da TV quando os créditos finais do filme começaram a subir na tela. Barry espreguiçou-se ao meu lado no sofá, o relógio na parede dizia que eram quase nove horas.

– Bem, isso foi divertido. – comentou ele, ainda rindo.

– Foi sim. – eu concordei, também sorrindo para ele.

Eu não sabia bem o que fazer depois do filme. Não conversamos muito, apenas o normal. Barry perguntou sobre meu "acidente doméstico" (que para todos os efeitos foi o que me causou o esterno fraturado), e comentou sobre a forma como Oliver o abordou na segunda-feira, preocupado comigo e perguntando se eu não tinha me encontrado com ele no domingo à noite. Praguejei baixinho ao me dar conta de que Oliver sabia sobre minha pequena mentira. Eu esperava que ele não me perguntasse nada, nunca.

Sara me ligou à uma altura do filme, perguntando como eu estava, dizendo que havia passado em minha casa no dia anterior e que Caitlin e Alice me desejavam melhoras também.

Tudo isso fez com que eu ficasse calma. O filme era de comédia, e era muito engraçado, mas eu não conseguia tirar de minha mente que aquilo estava parecendo muito com um encontro. Mesmo que não planejado.

Barry sorriu para mim e então se levantou do sofá.

– Acho que eu já vou indo... – falou ele.

Me levantei também, colocando a tigela de pipoca vazia na mesa de centro.

– Tudo bem, eu te acompanho. – falei.

A distância até a porta nem era tão grande. Mas nós dois andávamos devagar e sem saber o que dizer. Sorrimos, ambos nervosos quando chegamos ao destino. Abri a porta para ele e ele saiu, virando-se logo em seguida.

– Eu realmente me diverti hoje. – falou ele.

– Eu também. – concordei – Foi muito bom.

Barry concordou.

– Bom, eu... eu te ligo.

Concordei.

– Certo. – sorri.

Ele parecia relutante em ir, mas devagar começou à andar em direção as escadas.

Eu estava quase fechando a porta quando uma mão me impediu. Barry tinha voltado.

– Eu não me despedi direito. – ele disse, e então me beijou.

Eu retribuí o beijo, percebendo que lá no fundo estava esperando que ele fizesse isso durante todo o filme.

Seus lábios foram macios e gentis, e suas mãos seguravam meu rosto com delicadeza. Eu não fazia ideia de quanto tempo o beijo durou, só sei que estava sem fôlego quando nos separamos.

– Boa noite. – Barry falou, com a voz rouca e os olhos verdes brilhando.

– Boa noite. – eu respondi, com um sorriso idiota.

Eu o observei ir embora e só então voltei para dentro.

Não havia dado nem um minuto da saída de Barry quando ouvi outra batida na porta. Era Oliver.

Senti um arrepio ao me dar conta de que por pouco ele não flagrou Barry e eu nos beijando.

– Oi. – eu disse, mas ele não respondeu, apenas assentiu seriamente. – Barry já foi. – falei, achando que era por isso que ele estava tão sério.

– Eu sei, eu o vi sair. – Oliver falou, entrando em meu apartamento e me olhando nos olhos.

Engoli em seco. O que isso queria dizer? Ele o viu sair do prédio, ou ele o viu sair de meu apartamento? Eu não sabia se deveria perguntar sobre isso.

– A sessão filme foi divertida? – ele perguntou, senti um tom de sarcasmo em sua voz.

Sim. Ele sabia do beijo.

Senti raiva pela forma acusatória como suas palavras saíram, como se eu tivesse feito algo de errado, como se eu devesse alguma satisfação de minha vida pessoal à ele.

A lembrança do flagra entre ele e aquela mulher na Espanha me veio novamente.

– Sim. – respondi, no mesmo tom sarcástico – Barry é uma ótima companhia.

Deixei Oliver com cara de poucos amigos e fui até meu quarto. Ele me seguiu.

– Você já jantou? – perguntou ele, a voz mais calma.

– Ainda não. – falei.

Oliver assentiu.

– Vou pedir uma pizza.

– Tudo bem. – falei – Vou tomar banho. Os números estão em cima da geladeira, fique à vontade.

Não me demorei muito no banho. Quando saí do quarto, me deparei com a cena cômica de Oliver procurando pelos talheres em minha cozinha.

Jantamos calmamente. Eu não sabia como ele tinha adivinhado que pizza de calabresa era minha preferida, mas agradeci por isso. Por sorte eu ainda tinha um pouco de vinho tinto, e nós o bebemos enquanto conversamos sobre coisas aleatórias. Foi divertido, pena que o vinho tinha um efeito muito rápido sobre mim, e logo eu estava mole e bocejante.

Escovei os dentes e fui para cama, Oliver checou todas as janelas do apartamento e então se aproximou de minha cama.

– Descanse. – falou ele.

Meus olhos já estavam pesados, então eu apenas assenti.

– Boa noite. – falei.

– Boa noite. – respondeu.

Eu já estava caindo na inconsciência quando algo veio à minha mente e eu me despertei parcialmente.

– Oliver?

– Sim?

– Quem trocou minhas roupas depois que você e Diggle me resgataram?

Ouvi seu riso baixo no escuro.

– Boa noite, Felicity.

Pensei em relutar e insistir na pergunta, mas o sono me carregou para longe antes que eu conseguisse protestar.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo tem previsão para domingo. Então até lá! :*



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