Trapaça escrita por Sara Carneles


Capítulo 13
A Proposta


Notas iniciais do capítulo

E como prometido, aqui está mais um capítulo.
Aproveitem a leitura!



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Diggle e eu estávamos encarando Oliver sem entender direito sobre o quê ele estava falando. Bem, ao menos eu não entendia.

– Ajuda no quê, especificamente? – pergunto à ele.

– Ajuda na investigação que eu estou fazendo. – respondeu ele depois de um suspiro – Eu sei, eu vou explicar tudo. – acrescentou quando viu que Diggle e eu não estávamos acompanhando.

– Oliver, você não pode querer bancar o justiceiro. A polícia está investigando, deixe que eles façam o que são pagos para fazer.

– Mesmo? E o que eles descobriram até agora? – Oliver inquiriu, cético. – Eu não tenho tempo para esperar que eles procurem as peças de um quebra-cabeças que eu já comecei a montar!

– Talvez se você desse entregasse essas suas peças para eles...

– Por favor, Diggle! – gritou Oliver.

– Gente, por favor, vamos nos acalmar. – falei, desta vez eu é que estava mediando a situação.

Ambos me encararam. Diggle pareceu aceitar a ideia mais rapidamente, Oliver ainda parecia exaltado.

– Talvez envolver vocês tenha sido uma má ideia. – comentou ele com a voz mais calma enquanto passava a mão pelo cabelo.

– Não acho que tenha sido uma má ideia. – comentei.

Novamente os dois me encararam.

– O que? – falei, olhando para a expressão acusatória de Diggle. – É o que eu acho. – dei de ombros – Além do mais, nós ainda não sabemos se é tão ruim assim.

Diggle suspirou, foi em direção à um dos sofás perto da parede de vidro que mostrava uma Starling City minúscula lá embaixo, e sentou-se.

– Certo. Fale sobre a sua "investigação". – falou ele, fazendo aspas no ar.

Oliver apenas o encarou por alguns segundos, o olhar gélido totalmente direcionado ao seu motorista.

Eu não sabia a quanto tempo eles se conheciam, mas claramente era tempo o suficiente para Diggle não temer o gênio explosivo de Oliver.

– Ainda há muita coisa que eu também não sei, não tive tempo de confirmar a maioria das minhas teorias por causa do atentado, mas em resumo, alguém de dentro das Indústrias Queen está desviando milhões dos caixas da empresa, e isso vem acontecendo há pelo menos 5 anos.

– Os relatórios... – comento em voz alta, Oliver confirma com a cabeça.

– Sim. Eu comecei por ali, era só uma investigação simples, algo para acalmar as minhas dúvidas, mas acho que depois daquele jantar beneficente, tenho certeza de que apenas encontrei o fio da meada. Eu estava prestes à descobrir mais sobre uma pequena empresa que eu desconfio ser fachada para a lavagem do dinheiro, quando o atentado aconteceu, e agora parece que a empresa desapareceu, como se nunca tivesse existido.

– Então essa sua investigação começou por curiosidade? Do nada você resolveu conferir os registros financeiros da empresa?

Oliver parecia relutante com a inquisição de Diggle.

– Não. – falou ele, a expressão dura – Meu pai me alertou sobre algumas coisas.

O silêncio na sala pareceu desconfortável para todos.

– Então aqueles papéis que você me pediu para pegar aqui na semana passada...

– Foi tudo o que eu consegui reunir sobre o assunto. – Oliver completou.

– Certo. – falei – Acho que bastante coisa está fazendo sentido agora. A não ser por um pequeno detalhe: por que nós? – perguntei, indicando à mim e à Diggle – Por que eu?

– Porque vocês são as pessoas em quem eu mais confio. – Oliver confessou – John já sabe disso, mas eu acho que você precisa saber, Felicity. Eu confio em você, sei que você nem sequer olhou para os arquivos quando os levou para a minha casa na semana passada, porque você provavelmente deve ter se achado invasiva. E você é sincera, desde a primeira vez você foi sincera, e eu preciso de pessoas assim. Além do mais, eu li na sua ficha que você é formada em TI.

Oliver sorriu ao terminar seu pequeno discurso sobre mim. Eu não sabia o que dizer, pela primeira vez na vida eu não tinha palavras. Não fazia ideia de que ele me tinha em tão alta estima, muito menos que ele me conhecia tão bem assim.

– Por acaso haviam câmeras no carro? Como você sabe que eu não espiei nem uma páginazinha? – perguntei em um tom leve, tentando disfarçar meu desconforto depois do que Oliver havia dito sobre mim.

Ele riu.

– Não haviam câmeras. Acho que isso é só convivência.

Apenas concordei com a cabeça, um sorriso idiota surgindo sem ser convidado estampou minha cara. Oliver retribuiu o sorriso, mas logo em seguida voltou ao assunto principal.

– Bem, é isso. – falou ele, encarando Diggle e eu – Eu sei que isso pode ser perigoso, mas preciso investigar à minha maneira, e está na cara que não conseguirei sozinho. – confessou – Então eu preciso saber: vocês vão me ajudar nessa cruzada?

Encarei Diggle, esperando que ele se pronunciasse primeiro. Ele suspirou ao perceber nossos olhares, pensou por um tempo que pareceu longo demais, o silêncio apoderando-se do momento a cada segundo.

– Sua mãe não me colocou como seu guarda-costas pessoal pra que eu te deixasse viver uma aventura obviamente mortal. – falou ele, apontando para o peito de Oliver, insinuando sobre o tiro.

– Eu estou vivo, então claramente a aventura não é tão mortal assim. – Oliver comentou acidamente, já se fechando depois da recusa de Diggle.

– Eu não terminei. – Diggle levantou-se, encarando Oliver – Sua mãe não me colocou como seu guarda-costas pessoal pra que eu te deixasse viver uma aventura obviamente mortal. – repetiu ele – Mas acho que de um jeito ou de outro você vai continuar com isso até o fim. E com a minha ajuda, essa aventura provavelmente vai passar de obviamente mortal, para levemente perigosa.

Oliver observou-o por alguns segundos, depois riu, Diggle riu também.

– Obrigado. – falou ele enquanto apertava a mão de seu mais novo companheiro de time.

Eu estava sorrindo também, até que os olhares se voltaram para mim.

Ah não... minha vez.

Eu odiava ser o centro das atenções, mas não tinha como dar uma resposta sem ponderar sobre o assunto.

À começar por Oliver.

Será que eu deveria me preocupar com esse meu novo chefe? Já era hora para começar a suspeitar de uma possível abdução alienígena ou uma lobotomia parcial?

Quem era esse Oliver Queen? Certamente não era o mesmo que me contratou pouco mais de 8 meses atrás.

É claro que eu já tinha visto os sinais de sua mudança desde antes da morte do pai; e isso só se intensificou mais ainda depois de seu enterro.

Ele não era mais visto em festas com a frequência de antigamente, não estampava tantas capas de revistas quanto os paparazzi gostariam, nem sequer trazia mais modelos para o trabalho. Aliás, agora ele trabalhava mesmo. Comparecia às reuniões do conselho, lia os relatórios, cumpria sua agenda... Tudo isso antes do atentado. E esse ocorrido só pareceu deixá-lo ainda mais obstinado sobre o assunto. Eu não podia culpá-lo.

Mas eu queria aquilo para mim? Queria me envolver em um assunto que claramente poderia colocar a minha vida em risco constante?

Bem lá no fundo, eu já sabia a resposta. Suspirei.

– Tudo bem, estou dentro.

Oliver sorriu. Um sorriso tão grande que o fez parecer um menino de colegial por alguns segundos. Não pude deixar de achar graça.

– Obrigado. – ele estendeu-me a mão, hesitei por um instante, mas então aceitei seu cumprimento.

Sua mão grande apertou a minha, o toque quente provocou uma sensação estranha em meu estômago, que subiu para meu peito até alcançar meu rosto e se transformar em um sorriso desajeitado.

– Prometo que não vou deixar nada perigoso te acontecer. – Oliver falou.

Concordei com a cabeça enquanto fitava seu par olhos azuis tão claros que pareciam transparentes. A sensação estranha em meu estômago pareceu se intensificar com o contato de seu olhar, e por uma fração de segundos, tive a absoluta certeza de que de alguma forma, eu já estava em perigo.


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Notas finais do capítulo

E então pessoas, o que estão achando da história no geral? Acham que está indo muito devagar? Detalhado demais? Está interessante?
Eu não planejo transformar o Oliver em Arrow, mas preciso saber se vocês preferem que eu mantenha isso da série ou não.
Enfim, dêem suas opiniões. O próximo capítulo sai sexta-feira. Até lá!



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