Bellarke - Antes dos 100 escrita por Commander


Capítulo 14
Os homens da montanha.


Notas iniciais do capítulo

OI POVO o
Eu sei que eu disse que esse ia ser o último cap, mas eu sou muito indecisa huehue E percebi que tem uma coisa que eu preciso fazer na história (vamos dizer que eu abri um monte de portas e não fechei uma), então vai ter mais alguns capítulos (nada muito, porque eu tbm não quero ficar arrastando o enredo até sair do foco da fanfic), então é isso



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Bellamy sentiu um olhar sobre ele.

Ele se levantou da cama, percebendo que não estava mais na casa de artigos de artes. E Clarke não estava mais ao seu lado.

Era um quarto estranho. Não possuía nada, além de uma cama e grades ao invés da porta. Na verdade... Realmente se parecia muito com a prisão da Arca, por onde ele teve um breve contato, como guarda.

O que estava acontecendo?

Assim que seus olhos ainda atordoados se acostumaram com a luz, ele pôde identificar uma garota. Uma garota de cabelos castanhos, os olhos doces, porém mantendo uma postura firme. Ela vestia roupas rasgadas e possuía um pequeno corte na testa. Aquela era...

— Octavia! – o moreno correu até a irmã e jogou seus braços ao redor dela, em um abraço apertado. Octavia retribuiu. – Vocês conseguiram! A Arca está na Terra?!

Como ele não percebera o barulho da nave Exodus aterrissando? E como sua irmã o achou na casa, debaixo da terra? Ele queria fazer muitas perguntas, mas uma delas se sobressaiu:

— E a Clarke? Para onde eles a levaram? Por que eu não estou junto com ela?

Ele não sabia bem o motivo, mas tinha um péssimo pressentimento sobre aquela conversa. Octavia conduziu Bellamy até a cama, e começou a percorrer as mãos pelo seu rosto, de forma protetora:

— Ele está morta.

— Ela... Ela o quê? – o ar pareceu parar de circular pelos seus pulmões por um segundo. – Não pode ser ela. V-você tem certeza? Ela é loira, tem o...

Octavia suspirou:

— Eu sei quem é Clarke, Bell. Sinto muito. Quando chegamos aqui, ela já estava morta. O filho do Chanceler não conseguiu fazer nada. – Octavia segurou a mão do irmão e a apertou, forte, passando toda sua firmeza para ele. – Vocês... Vocês eram próximos?

Ele estava tão chocado e havia tanta tensão acumulada em si, que ele não conseguia nem mesmo falar. Não, isso não era possível. Clarke sobreviveu a tudo, eles sobreviveram... Isso não estava acontecendo.

— Eu sou um idiota! Como eu deixei isso acontecer?! Eu não devia ter deixado ela sozinha, eu não...

Em um ato de fúria, Blake lançou tudo que estava sobre a mesa ao chão, chutando e socando qualquer coisa que conseguia.

— Ei, Bellamy, para! Me escuta. – Octavia segurou seu rosto, obrigando-o a olhar para ela. - Não tinha nada que você podia fazer. Ela se foi, ok? Ela se foi!
.
Bellamy acordou, assustado.

Seus olhos piscaram várias e várias vezes, até ele perceber que tudo havia sido um sonho. Um sonho péssimo e muito realista, mas um sonho. Apenas mais um sonho com Octavia, entre todos os outros.

— Ah, que bom que acordou. Já estava quase indo sem você. Vista-se, temos que chegar até a nave antes dos terras-firme. – a voz de Clarke o encheu com um sentimento que até então ele desconhecia: alívio.

Ele se virou, tendo uma visão da loira, que agora já estava vestida e destravando uma arma.

Ela ia dizer mais alguma coisa, porém Bellamy não a deixou terminar, apenas correu até garota e a abraçou. Um daqueles abraços tão fortes que poderiam desmontar alguém. Ele temia que tivesse quebrado as costelas da garota.

— Está viva... – ele sussurrou, enterrando o rosto em seu ombro.

— É, acho que estou. – Clarke sorriu, á medida que ele se afastou. – Mas... Quem é você e o que fez com o Bellamy?

Ele franziu a testa:

— Como assim?

Ela cruzou os braços:

— Uma das primeiras coisas que você me disse foi "tente não morrer", depois de ter me deixado sozinha com uma mutação, então você quase me matou porque queria tirar uma pulseira do meu braço. E, agora, você me enche de abraços e está feliz só porque eu voltei viva?

Ele sorriu e, apenas depois de alguns minutos, reparou no rosto da loira:

— Por que o sangue?

— Alguém tem que salvar nossa pele, enquanto a dama descansa. – ela respondeu, irônica, e apontou para o alçapão. – Pronto?

Bellamy assentiu, e os dois seguiram o caminho até a nave.

(X)
Aquilo não era normal.

Mesmo que mais nada fosse "normal" para Clarke desde que ela chegou aqui embaixo, a fumaça vermelha não parecia também. Não era possível ver mais nada, de onde eles estavam, parecia um tipo de véu que avançava sobre a floresta.

— O que é isso? – Bellamy perguntou, observando alguns terras-firme caírem, enquanto a fumaça se alastrava pela floresta. – Estão morrendo?

— Não parece. Talvez sejam soníferos, ou até drogas. É impossível ter certeza. – Clarke balançou a cabeça, observando a fumaça se dissipar.

E foi naquele momento que tudo começou a ficar mais estranho.

Homens, que estavam armados e uniformizados com trajes especiais (como se fosse para manter o oxigênio dentro) começaram a carregar os terras-firme. Clarke não conseguia ver até onde estavam os levando, por conta da distância e pela fumaça ainda presente no lugar.

— Olha. – Bellamy disse, baixo, apontando para baixo. – Estão levando Anya.

Clarke posicionou a arma sobre o ombro, tendo a cabeça de um dos homens em sua mira:

— Sem chance. Atire em todos, na cabeça.

Ele arregalou os olhos:

— Vai matá-los? Mas nem sabemos quem são! E se for alguém da Arca?

— Conheço os guardas da Arca, não são eles. – depois de sustentar o olhar de descrença de Bellamy sobre ela, Clarke bufou. – Se conseguirmos atirar no capacete, eles vão ter que respirar a fumaça. Então, se ficarem apagados por um tempo podemos ver quem são. Não estarão mortos, apenas inconscientes. Agora, atira. Nem sobre o meu cadáver eles vão levar aqueles terras-firme.

Eles dispararam contra os soldados, ainda abaixados atrás de uma barricada improvisada. Sentindo o impacto dos disparos e o estrago que cada um causava aos seus ouvidos, Clarke atirava nas cabeças, um por um, enquanto desviava dos contra-ataques.

— Acho que foi o suficiente. – Bellamy disse, ainda mantendo as mãos sobre a arma. –Temos que ir, antes que acordem.

Os dois deram passos silenciosos, até terem certeza que não havia mais ninguém de pé ali. A primeira coisa que Bellamy fez foi checar os pulsos de, pelo menos, quatro terras-firme. Todos estavam vivos, apenas inconscientes.
— Anya... – Clarke disse, se pondo ao lado da mulher. Ela parecia bem, com exceção de um ferimento no braço. Usando a corda que levava na mochila, ela amarrou as mãos e as pernas da comandante, como se fosse um animal selvagem (na verdade, era).

— Clarke, vem ver isso. – Bellamy apontou para um dos soldados, que agora estava se contorcendo no chão. O rosto dele agora estava sangrando, várias feridas, como queimaduras, iam surgindo em sua pele. Isso acontecia com todos eles.

— Não parece surpresa. – ele observou. – Você sabia que eles iam morrer e mesmo assim atirou?

— Não fomos nós que fizemos isso. Foi a radiação. Estão morrendo aos poucos. – ela deu de ombros, se impressionando com a frieza que falou aquilo. – Vamos levar Anya.

(X)

Anya acordou, no meio do caminho para a nave.

Fazer a comandante se acalmar, sem a ajuda de Bellamy, foi uma das coisas mais difíceis que Clarke já fez na vida. Depois de longos e dolorosos minutos, ela conseguiu conter Anya e amarrá-la na árvore de novo.

— Vocês os atraíram. Agora os homens da montanha sabem que estão aqui. – ela cuspiu um pouco de sangue no chão.

— Quem são esses homens da montanha? O que eles querem com o seu povo? – Clarke perguntou, ainda mantendo uma distância segura da terra-firme. Percebendo que Anya não iria dizer nada, ela suspirou. – Olha, eu não te trouxe aqui porque quero te matar. Muito pelo contrário. Eu posso te oferecer um favor.

Ela pareceu estar interessada:

— Que tipo de favor?

— Daqui a um mês, mais 100 de nós virão. E, logo depois deles, a Arca, nossa casa. Não há só soldados e armas lá em cima, também temos médicos, engenheiros, fazendeiros... Pessoas que podem ajudar ambos os povos. Podemos parar essa guerra.

— Promessas vazias. – ela rolou os olhos. – Espero um motivo bom o suficiente para me fazer esquecer os guerreiros que o seu povo matou. O que garante que eles não matarão mais pessoas, quando chegarem?

Clarke respirou fundo:

Eu garanto. Se esses homens da montanha estão por aí, se eles são perigosos para vocês, por que não nos deixa lutar? Vamos lutar contra eles, e não entre nós.

— Aquela montanha vêm nos transformando em monstros, nos trancando em gaiolas, roubando nosso sangue como se fosse precioso. Isso acontece por anos. Se você provar que podem derrubar a montanha, posso conseguir uma reunião com a nova Heda.

A loira tinha muitas perguntas, porém tinha certeza que Anya não responderia nenhuma delas. Ela sabia o que tinha que fazer: soltar Anya. Mas não tinha como saber se a mulher não ia matá-la.

Clarke teria que confiar em uma terra-firme.


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