Bellarke - Antes dos 100 escrita por Commander


Capítulo 13
Sobrenatural.


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo: She Will Be Loved - Maroon 5

Esse cap é só de conversas, povo :3 E é o mais normal da fic até agora huehue



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Tudo correu bem nos outros dois dias que se seguiram.

Eles saíam poucas vezes do abrigo e, quando saíam, não demoravam muito. Estavam vivendo, literalmente, engaiolados. Mas hoje, de repente, Bellamy pediu que ela subisse as escadas e o seguisse.

— O que você quer aqui fora? – ela perguntou, visto que Bellamy a ignorava e simplesmente continuava andando. - Olha, está de noite, eu não acho que seja uma boa ideia entrar na floresta...

Ela se deteve, assim que percebeu a atmosfera do ambiente mudar completamente.
A névoa que se formou diante deles possuía uma cor fluorescente, que brilhava e iluminava toda a floresta. Era uma luz extremamente forte, mas incrivelmente bonita.
E pequenas borboletas coloridas se encontravam num tronco retorcido. Tudo ali era tão “sobrenatural”... Quase parecia magia. Ela nunca imaginaria que tantas paisagens como esta existem no mundo.

— Uau. – isso foi tudo que Clarke conseguiu dizer. – Tanta radiação... E ainda estamos vivos! Como isso é possível?

— Um minuto, Clarke. Só um minuto sem pensar em nada inteligente demais. Será que você consegue? – ele riu, se deitando numa pedra.

Ela sorriu, se deitando ao seu lado.

Quando ergueu os olhos para as estrelas, Clarke achou aquilo familiar. Sempre passou horas vendo a Terra da Arca, imaginando o que aconteceu aqui, como ela poderia sobreviver naquele ambiente, e que tipo de segredos a terra escondia.

A mãe de Abby, sua falecida avó, dizia que tudo no universo, inclusive os humanos, havia sido criado por Deus. Mas Clarke, quando criança, nunca entendeu como um homem seria capaz de fazer aquilo tudo.

Depois do mês mais violento e estranho da sua vida, a loira não sabia mais no que acreditar.

— Bellamy. – ela chamou, observando-o, que agora estava de olhos fechados. O moreno arqueou as sobrancelhas. – Acredita que tudo isso foi feito por Deus? Ou por algo maior que todos nós?

— Não acho que exista algo maior que nós. Posso estar errado, mas acho que estamos sozinhos. – ele afirmou, convicto. – Só que, se ele existe... Se essa "força superior" realmente existe... Tenho que me lembrar de perguntar porquê ele nos odeia tanto. Antes de ser mandado para o inferno, é claro.

Ela balançou a cabeça, se lembrando de mais coisas que ouviu quando era criança e não entendia até hoje.

— Acha que devemos ser perdoados por tudo o que fizemos até aqui para sobreviver?

— Vamos ter que continuar, achar um jeito de conviver com a culpa. – ele deu de ombros. – Acho que foi isso o que Lexa disse. Os mortos já se foram; os vivos estão famintos.

Clarke arregalou os olhos:

— Você entendeu o que ela disse?

—Vi algo sobre isso num caderno, nas coisas daquele cara que eu levei para a nave. Lembra? Não é muito diferente da nossa língua, é apenas mais complexa. E eu só entendi o bastante para saber que ela não gostou muito de mim.

Clarke balançou a cabeça, argumentando:

— Claro! Você enfiou uma adaga na perna dela!

— Não. Eu lutei com ela primeiro, depois eu enfiei a adaga. Fala sério, o que acha que sou? – ele revirou os olhos, fingindo um drama. – Mas é sério. Ela não me odeia porque eu lutei com ela, ou porque invadi o território deles... Ela me odeia porque sabe que eu faria de tudo para te salvar.

Não fazia o menor sentido. Por que Lexa faria isso? Era estranho, sim, ela ter se arriscado, mas... Mas terras-firme não parecem ser do tipo "sentimentais". Afinal, Lexa tinha arrancado uma faca do calcanhar e Anya não pareceu dar a mínina.

Clarke revirou os olhos:

— Hã... Não. Eles são terras-firme. Você acha que ela iria contrariar a comandante dela, só para me ajudar, uma garota que ela nunca viu antes e que matou seus guerreiros? Que tipo de idiota faria isso?

— Eu. – ele deu de ombros. – Sem pensar duas vezes.

— Com você é diferente. - ela cruzou os braços sobre o peito, desviando o olhar.

— Por que seria diferente? - ele perguntou, provocando.

Clarke revirou os olhos. Ela sabia o que Bellamy estava fazendo. Ele queria que ela confessasse que gostava dele, mesmo que já soubesse. Não, não, definitivamente não ia acontecer.

— Porque eu já sei que você é um idiota

— Claro. É por isso. – Bellamy sorriu, convencido. Mais silêncio. – Me senti estranho quando lutei com Lexa. Foi como se nós estivéssemos segurando uma corda. Eu segurei uma ponta da corda, ela segurou o outro lado. Arrebenta sempre no lado mais fraco, eu acho.

Clarke balançou a cabeça, rindo, e voltando a olhar para o céu:

— O que está dizendo? Que é mais forte que ela ou que todos eles juntos?

Ele sorriu:

— É claro, eu sou incrível. Na verdade, vou me candidatar à "Rei Rebelde dos Terras-Firme".

— Curvem-se diante do Rei Blake, vadias! - Clarke disse, tentando imitar a voz do moreno, e só depois percebeu que estava sorrindo.

Conversar com Bellamy proporcionava uma sensação tão boa. Apenas estar ali, olhando as estrelas, discutir coisas sérias e, de repente, mudar e falar sobre qualquer besteira. Era uma coisa única e realmente simples, ao mesmo tempo.

— Por apenas um segundo, parece que pertencemos a esse lugar. Quem suspeitaria que caímos do céu? É como se fôssemos donos de tudo isso. – a loira se aproximou de Bellamy, a medida que ele se virou para ele.

Ele assentiu:

— É um novo mundo, princesa. Não temos muito tempo, temos que aproveitar o resto de paz que ainda temos.

Clarke pensava nisso. Quando a Arca chegasse, tudo mudaria. Ela e Bellamy passariam um longo tempo separados, já que ele teria que lidar com o crime que cometeu e cuidar de Octavia, e ela provavelmente começaria a trabalhar na ala médica. Definitivamente, um novo mundo.

— Até quando vai me chamar de princesa?

— Não gosta?

Aquele apelido começou como um deboche, desde a primeira vez que eles se viram, quando Bellamy ainda costumava achar que Clarke era uma dos "privilegiados". Agora tinha um novo significado.

— Posso me acostumar com isso. O que quer dizer com "não temos tempo"? – ela parou de sorrir.

— Por enquanto, agora, podemos viver na base do “faremos o que quisermos”. Daqui a um mês, os 100 vão estar aqui. E vai ser nosso dever fazer com que um bando de adolescentes não se matem. Realmente, um paraíso.

Bellamy olhou para a pulseira, meio manchada de sangue, ainda presente no braço de Clarke. Só de pensar que, há algumas semanas atrás, ele estava disposto a matá-la para tirar aquilo de seu braço o fazia pensar que tudo aquilo foi um sonho bem maluco. Eles evoluíram bastante, desde que começaram. Foi um longo caminho.

— É, eu preciso contar com você. Tem que prometer que vai manter tudo sob controle, se eu for embora. – ela falou, com uma pontada de tristeza na voz.

— Como assim, “ir embora”? Está pensando em ir embora? – ele se afastou um pouco. – C-Clarke, isso é perigoso, você não...

Ela acariciou o rosto de Bellamy com sua mão, delicadamente, o puxando para perto novamente. Clarke não quis estragar aquele momento discutindo, não agora, eles teriam muito tempo para aquilo depois.

— Só me abrace agora, ok? Podemos resolver isso amanhã.


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Notas finais do capítulo

Já comecei aquela fic Bellarke que eu tinha prometido, então... aqui o link: http://fanfiction.com.br/historia/628531/Bellarke_-_The_Wedding/

Beijos *u*



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