Bellarke - Antes dos 100 escrita por Commander


Capítulo 12
A Teoria do Caos


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse cap, porque tem Anya, tem Lexa, tem luta, tem língua grounder, tem Bellarke...Então tá daora



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Bellamy ouviu um grito, que, por um segundo, colidiu com o som das espadas tilintando.

Foi completamente perturbador, um grito de dor, de agonia... Ele não precisava ouvir mais nada, era Clarke.
Ele sabia que havia sido idiotice se separar ali, agora seria um verdadeiro inferno achá-la.

Blake pegara uma espada, de um terra-firme morto, e agora estava duelando com três deles. A lâmina da espada era de dois gumes, devia ter setenta centímetros de comprimento e quatro de largura – e ele não fazia a mínima ideia de como usá-la. Tudo que ele sabia era atirar, mas não daria certo nessa distância.

— Incrível. – o rapaz revirou os olhos, vendo mais cinco terras-firme se juntarem ao grupo, atrás dele.

Ele avançou para o terra-firme, golpeando sua cabeça com a espada. Ele não parou para conferir se o mesmo estava morto, apenas continuou derrubando-os como se fosse um castelo de cartas.

Trocando a espada pelo revólver, ele disparou cerca de seis vezes contra os terrestres, antes de notar que ficara quase sem munição. Realmente incrível.

Mais um grito de Clarke.

Aquilo pareceu corroer sua alma. Ele precisava chegar lá antes que o pior acontecesse.

Uma súbita ideia passou pela sua mente. Bellamy correu mais do que nunca correu durante toda a sua vida, seu coração batendo dolorosamente no seu peito. Ele sabia que alguns terras-firme ainda estavam trás dele, mas não podia dar um jeito em todos ali. Não com aquela quantidade de munição.

Então, ele simplesmente correu.

(X)

Ver o corpo de Clarke no chão doeu tanto quanto levar um tiro.

A garota estava caída na terra molhada, seus braços estavam cheios de pequenos cortes e seu rosto possuía um arranhão. Felizmente, ela parecia bem, mas uma terra-firme possuía a espada direcionada a seu pescoço.

Ele não fazia ideia do que acontecia ali. As duas mulheres ao lado de Clarke se vestiam como terras-firme e portavam armas brancas.

Ele não se perguntou quem eram ou o que faziam. Talvez a loira fosse a comandante, Anya, de quem ouvira falar em Tondc. A outra ele não tinha certeza. Ambas pareciam bem, apenas a morena possuía arranhões e sangue por todo o seu rosto.

— Bellamy... - Clarke sussurrou seu nome, desesperada.

Então, elas o notaram ali.

A comandante soltou um grito estridente e partiu para cima dele, com duas espadas em punho. Bellamy bloqueou seu ataque, sentindo a fúria correr em suas veias.

— Resolveu lutar, Bellamy dos que vieram do céu? - ela disse perguntou, se recuperando. Anya empunhou a espada novamente. - Corajoso, visto que você e a garota executaram quarenta dos meus guerreiros.

O moreno ignorou a curiosidade de perguntar como a mulher sabia seu nome. Ele disse, confiante:

— Seus guerreiros não deviam ter atacado nossa nave, comandante.

— Aprecio sua bravura. - ela assentiu, limpando a lâmina de uma de suas espadas. Bellamy resolveu não atacar naquela hora. - Mas vocês causaram um problema na vila, ao atrair os ceifadores. Não foram os primeiros a tentar nos derrubar, devo admitir.

— C-Como assim? - Bellamy gaguejou. - Tem mais gente aqui? Além dos ceifadores... Alguém mais atacou sua vila?

Anya deu de ombros:

— Homens da montanha. - ela fez uma pausa e fitou Clarke por um tempo, que escutava tudo com atenção. - Uma pessoa especial para mim vivia em Tondc, e você a explodiu, junto com seis dos nossos, Bellamy Blake. Você matou a minha garota. Então, nada mais justo do que eu matar a sua. - ela se posicionou, apontando ambas as espadas. - Lexa.

Lexa se abaixou ao lado de Clarke e desceu a espada pelo seu ombro, fazendo uma trilha de sangue, que seguia dolorosamente até seu antebraço. Clarke gritou, se debatendo.

— O-O que você quer? Qualquer coisa. - Bellamy se desesperou, vendo Clarke berrar de dor, enquanto Lexa continuava, parecendo escrever em sua pele com a lâmina. - Como eu faço isso parar?!

Você? Você não faz nada. – Anya esboçou um sorriso assustador. Ela cruzou os braços, andando ao redor dele. – Vocês desceram no nosso território, capturaram e torturaram um guerreiro, bombardearam nossa vila, e mataram inocentes... São todos atos de guerra.

Anya atacou novamente. Mas, desta vez, ela investiu com suas duas espadas, e parecia lutar com muito mais vontade agora. Embora Bellamy tivesse conseguido desferir o golpe de uma delas, a comandante girou seu corpo e cortou seu braço esquerdo.

Os dois seguiram assim por muito tempo, atacando e defendendo, numa dança mortal.

Ele recuou, cambaleando para trás, e reprimindo um grito de dor. Ele não ia cair, não na frente de uma terra-firme.

Pelo canto do olho, Bellamy viu Lexa sobre Clarke e ficou furioso. Ele arrancou seu revólver do bolso e, com a pouca munição que tinha, disparou contra Anya.

A mesma desabou, talvez, com alguma sorte, baleada no estômago.

Um impacto no solo fez Bellamy estremecer. As minas que ele deixara na frente da nave antes de saírem estavam fazendo seu trabalho.

Ge smak daun, gyon op nodotaim! – Anya gritou para Lexa, tampando o sangue de seu estômago com os braços.

Lexa se levantou, posicionando a espada. Só naquele momento que Bellamy percebeu o quanto a garota era bonita. Não era tão bonita quanto Clarke, era mais uma beleza... Uma beleza ameaçadora.

Mas, felizmente, a dona da beleza ameaçadora não sairia dali ilesa.

E parece que ela pensava o mesmo sobre ele.

Bellamy sentiu um soco em seu rosto, o fazendo perder o equilíbrio. Ele a empurrou para longe, prensando a garota na árvore e batendo seu corpo diversas vezes contra o tronco, de forma violenta.

— Bellamy, para! - Clarke se manifestou, levantando-se miseravelmente. O sangue em seu ombro ecorrendo por todo o seu braço e pingando no chão. - Você não precisa se tornar um assassino!

Nesse meio tempo, Lexa o empurrou, reunindo toda a força que tinha, e correu em direção á Anya.

Bellamy queria parar, queria mesmo, mas Lexa havia começado aquilo e ele ia terminar.

Ele tirou uma faca da jaqueta e, quando Lexa já estava a uma distância considerável, lançou-a. Uma mira certeira em seu calcanhar, fazendo-a cair de joelhos, e gritar de dor.

Apesar disso, a garota se levantou. A terrestre puxou a faca para fora de seu corpo, mordendo o lábio com força.

Lexa montou no cavalo, o qual Bellamy havia esquecido completamente da
existência. Ela estendeu a mão para a comandante, que subiu, sem relutância.
A aprendiz de Anya se virou para Bellamy, seu olhar transmitindo o ódio para suas palavras:

Jus drein jus daun, skaikru! Stedaunon don gon we, kikon ste enti!

Lexa olhou para Clarke de novo e, então, sumiu na floresta.

Ele não fazia a menor ideia do que ela quis dizer com aquilo, mas tinha certeza que não era: "Está perdoado, somos amigos agora!"

— Clarke! - ele largou as armas no chão e se pôs ao lado da garota, ignorando a dor em seu braço. Ela parecia furiosa e não tirava da trilha que o cavalo de Anya deixou. - Grite comigo depois, nós temos que ir agora!

Suas esferas azuis se focaram no rosto de Blake e ela assentiu, mesmo que contra a sua vontade.

Aquilo já foi o suficiente.

Bellamy a ajudou a se recompor e os dois dispararam para algum lugar seguro, que nem sabiam se existia.

( x )

Por incrível que pareça, ele soube exatamente para onde ir.

Abaixando-se o meio de arbustos e galhos retorcidos, Bellamy abriu um alçapão enferrujado, com certo esforço. Era coberto por terra, passaria facilmente despercebido por qualquer um.

Ele havia achado aquele lugar, mais ou menos uma semana depois se chegar.

Era um tipo de casa subterrânea. Aparentemente, se assemalhava com os quartos da Arca, com luminárias e tudo mais. Prateleiras com roupas e artigos de arte se estendiam no canto das paredes, já gastas.

Provavelmente alguém construiu aquilo para que funcionasse como um abrigo, durante a guerra.

Depois de limpar o sangue do rosto e do ombro de Clarke e terminar seus curativos, o moreno ficou mais tranquilo. Eles passariam por isso e por todas as outras coisas que viriam, como sempre.

Não era mais que sua obrigação.

— Você...não...precisava...ter feito aquilo com ela. - Clarke disse pausadamente, encostando-se ao sofá. - Lexa fincou o punhal na terra, quando Anya pediu que ela me matasse. Ela sabia que o corte no ombro não me mataria, nenhum desses iria.

— Lexa? Lexa não fez nada por você.

— Sim, ela fez. - Clarke rebateu, com a voz baixa, se sentando no sofá. - Anya me queria morta, ela queria nós duas em uma batalha. Talvez Lexa seja algum de tipo de aprendiz de Anya e a comandante queria testá-la. Mas ela estava fingindo, eu sei que estava. O que ela fez lá salvou a minha vida.

Bellamy escutou tudo aquilo de olhos fechados. Ele não podia acreditar que Clarke estava defendendo aquela mulher. Ele não podia acreditar que ela estava sendo tão ingênua.

— Errado. Eu salvei a sua vida, Clarke! Eu te ajudei a andar até aqui. Eu atravessei uma floresta cheia de gente armada, pronta para me matar, só porque eu queria ter certeza que você estava bem. Eu, não a Lexa, eu! Tudo que aquela vadia fez foi te torturar.

— Acha que tudo isso é sobre eu e você? É algo mais que nós, maior até que eles. O planeta é gigante, Bellamy... Pelo que sabemos, os tais "homens da montanha", que Anya mencionou, podem ser os verdadeiros inimigos. Só que você e eu estamos muito ocupados, brigando, e nunca percebemos alguma coisa, até que ela esteja prestes a nos matar.

Clarke cambaleou para trás, se sentindo tonta. Ela não podia se mexer daquele jeito, ou os pontos que Bellamy dera em seu ombro abririam. A loira deixou-se cair na cama, com a visão turva.

— Você está bem? - Blake perguntou, hesitante.

Ela balançou a cabeça negativamente:

— Cansei de brigar, Bellamy. Eu estou tão, tão cansada de tudo isso.

Eles não deviam ter que lidar com esse tipo de coisa, não deviam ter que lutar desse jeito, não deviam ter que brigar como brigavam.

Não deviam ter que fazer corações inocentes pararem de bater. Os dois eram muito jovens para terem tantos fantasmas.

Não aguentando mais sustentar o olhar de Clarke, ele se deitou ao seu lado na cama, encarando o teto.

— Também estou cansado, princesa. - ele fez uma pausa, observando os olhos dela fecharem lentamente. O moreno sussurrou, mesmo sabendo que ela não estava escutando. - Sempre vai haver uma nova chance de tentar amanhã. Só queria que nós tivéssemos essa chance.

(X)

Clarke acordou, sem a menor noção do tempo, e com as mãos geladas. Ela sentiu o ar frio entrar em contato com suas costas descobertas pela blusa e puxou o cobertor sobre si.

— Bellamy. - ela o chamou, baixo. - Você está acordado?

Ela se virou, a tempo de ver o rapaz abrir os olhos castanhos vagarosamente e levantar as sobrancelhas.

Clarke diminuiu a distância entre eles no sofá, fitando os olhos escuros do garoto. A loira repousou sua mão no pescoço de Bellamy, se aproximando cada vez mais.

— O que você sentiu quando achou que eu fosse morrer hoje? - ela perguntou, baixo.

— Achei que eu ia perder a "Doutora Griffin". - ele sorriu, com a voz sonolenta, enquanto se esforçava para manter os olhos abertos.

— Você não vai.

Então, num rápido movimento, seus lábios se encontraram. Em seguida suas línguas, e, por um segundo, Clarke conseguiu esquecer tudo que estava acontecendo lá fora.

Instintivamente, Bellamy levou suas mãos até a barra da camisa da garota, a levantando sutilmente. Ele deu um tempo para que Clarke se afastasse, e, como ela não o fez, ele continuou.

Eles se separaram por um tempo, para tomar fôlego, e Bellamy se pôs sobre ela, beijando seu pescoço.

Aos poucos, todas as suas peças de roupa estavam jogadas em algum canto do quarto. Sem roupas, apenas pele. Todo o tempo que eles juntos que eles não tiveram estava sendo recompensado naquele momento perfeito.

.
E eles fizeram de novo. E de novo. Até seus corpos serem tomados pela exaustão e se acolherem um sobre o outro, noite a dentro.


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