Meu Primeiro Amor Impossível escrita por Carol Eiko
Notas iniciais do capítulo
Demorei mas postei :v
Para comemorar 1k de views totais, fiz uma parte especial no começo do capitulo. Espero que gostem o/
P.S: É provável que o próximo cap. também demore um pouco (1 semana +/-), já que TUDO agora é significativo para a história... Então, sejam pacientes s2
[Noah]
Eu havia dito coisas que nunca pensei em dizer. Eu a fiz chorar e provavelmente eu nunca mais veria o sorriso dela novamente. Me senti sem propósito. Eu estava cansado e queria que aquele dia acabasse logo, então me foquei no trabalho e tentei esquecer o que eu tinha feito. Eu sabia que ela estava naquela sala, mas não a procurei. Eu não queria vê-la. Não queria que ela visse meu estado deplorável. O que uma hora tinha que acontecer, aconteceu.
O tempo passou rápido enquanto eu me torturava mentalmente. Nós iriamos nos apresentar depois dela. Ou melhor, delas. A professora nos chamou para “fila” logo depois de chamá-las e disse para nos prepararmos. Meu grupo era de cinco pessoas, contando comigo. Eles eram espertos e “legais”, mas somente como colegas.
Vi quando o grupo anterior ao delas saiu do palco e, simultaneamente a isso, ouvi a professora dizer que “Era a hora”. Sem perceber, me virei para vê-la entrando no palco. Seus cabelos compridos e castanhos estavam soltos e balançavam suavemente no ritmo dos seus passos. Encantadora e determinada, fiquei hipnotizado por ela. Observei cada um de seus passos até que não pude mais vê-la, passando por cortinas grossas que a levavam para o palco.
Meu coração estava acelerado e eu fiz o máximo que pude para acalmá-lo. Eu tinha acabado de rejeitá-la e ainda sim meu subconsciente reagia por ela. Eu não podia me deixar abater. Precisava parar de pensar e seguir a maré que eu mesmo havia me colocado. No fim, a Melissa tinha razão. Eu não podia ficar com ela.
Perdido em meio a pensamentos depressivos, elas finalmente acabaram. Quem voltou primeiro foi a Julia, confiante e relaxada. Logo atrás veio Helena, cansada, suada e com um sorriso sincero que demonstrava a realização de ter feito um bom trabalho.
— Está na hora. – Disse a professora que estava ao nosso lado.
Meu grupo seguiu o caminho que levava para as cortinas e eu fui logo atrás. No instante em que a Helena passou por mim, pude ouvir palavras que, provavelmente, somente eu ouvi.
“Boa Sorte.”
[Helena]
Depois que terminamos a nossa apresentação, fomos para o auditório ver o grupo do Noah apresentando. Ele aparentava estar calmo e a vontade, expressando claramente suas ideias e extraindo todo o potencial do grupo. A apresentação foi impecável e, com certeza, estaria entre as melhores.
— Ei, precisamos ir. Não sabemos se o Noah vai embora agora ou não. – Disse a Juuh. Concordei acenando com a cabeça e voltamos para a sala do bastidor.
Vimos o grupo do Noah reunidos em um canto, falando sobre o trabalho e se “auto parabenizando”. O Noah disse que precisava ir embora, então se despediu e saiu. Nós esperamos alguns segundos antes de irmos atrás dele, conversando despreocupadamente, para disfarçarmos.
Seguimos ele até a saída da escola e depois fomos andando atrás dele, de uma forma que conseguíamos manter contato visual, mas que não fosse tão perto a ponto dele descobrir. O Noah parecia meio “nas nuvens”, então depois de algum tempo o seguindo, relaxamos um pouco.
Ele parecia estar indo para a casa dele, porém no meio do caminho, ele recebeu uma ligação e parou. Nós nos escondemos atrás de um carro que estava estacionado e nos concentramos em ouvir a conversa:
— Estou indo para casa... Não... Mel...Depois nós conversamos...Você falou que...Ok, estou indo...Em qual?... Cafeteria Nyah?... Tá bom, até. – E desligou.
Dei uma espiadinha para ver se o Noah já tinha voltado a andar, e para minha surpresa, ele estava voltando! Ou seja, indo para nossa direção! Cutuquei a Juuh e nós, ainda agachadas, fomos contornando o carro de acordo com o que o Noah andava. Por sorte ele não nos viu. E voltamos a ficar atrás dele.
Nós suspiramos de alívio e caímos sentada no chão:
— Por que ele decidiu voltar? Quase fomos descobertas. – Disse a Juuh.
— Cafeteria Nyah? Isso não fica no Centro Comercial? - Perguntei.
— Sim. Ele deve ter ido encontrar a “Mel” lá. – Disse Juuh enquanto se levantava. – Ele provavelmente esta indo para o ponto de ônibus, só que será muito suspeito se nós subirmos no mesmo ponto que ele...
— Então nós vamos subir um ponto depois?
— Daqui é mais rápido ir para um ponto antes. Além de que é melhor, já que as pessoas prestam mais atenção nas pessoas que sobem do que nas pessoas que já estão dentro. – Ela sorriu. – Deve passar um ônibus daqui a pouco, vamos indo.
— Juuh, eu sabia que você era inteligente... Mas não sabia desse seu cérebro para perseguição. – Disse enquanto me levantava rapidamente.
Ela me ignorou e seguimos a passos rápidos até o ponto de ônibus. Por sorte, um minuto depois que nós chegamos, o ônibus também chegou. Subimos nele e sentamos em acentos no fundo.
— Ei Lena, se o Noah olhar para cá vai perceber que é a gente. Prenda o seu cabelo e coloque a touca da blusa. – Disse a Juuh.
— Mas e você?
— Eu tenho um jornal. – Ela sorriu. – Ah! – Ela tirou da bolsa um óculos de sol e o estendeu para mim. – Coloque isso também.
— Ok.
Como o esperado, um ponto depois do nosso, o Noah subiu. Ele pagou o cobrador e se dirigiu para um dos poucos acentos vagos do ônibus, que era bem a nossa frente. Juuh e eu ficamos paralisadas esperando que ele não nos desmascarasse. E por sorte, nada aconteceu. Noah apenas sentou e encostou a cabeça no vidro do ônibus. Pelo reflexo do vidro, pudemos ver que ele havia fechado os olhos e, com o passar do tempo, tive quase certeza de que ele estivesse dormindo.
— Ei – Cochichei bem baixinho para a Juuh. – E agora?
— Fica quieta, e se ele acordar?
— Mas esse é o problema – Eu disse.- Logo nós vamos chegar no Centro Comercial e ele esta... Dormindo? – A Juuh ficou em silêncio e fez um sinal de que estava pensando.
— Vamos cutuc... – Nós duas paralisamos novamente quando vimos que Noah tinha se mexido. Ele provavelmente tinha acordado. E isso era bom e ruim ao mesmo tempo. Esperávamos que ele não tivesse escutado nossas vozes.
Nós deveríamos descer no ponto seguinte. Noah se levantou e apertou o botão que sinalizava que iria descer. Ele ficou na porta do ônibus e mais algumas pessoas aleatórias também se reuniram lá. Isso era bom. Havia cerca de seis pessoas além de nós e o Noah, então pudemos nos misturar.
O ônibus parou e todos descemos. Noah seguiu para a rua principal enquanto as pessoas iam se espalhando. Seguimos o Noah devagar, deixando abrir um “espaço” entre nós. As vezes parávamos para olhar algumas lojas e seguíamos andando, para que não o perdêssemos de vista.
Noah chegou finalmente na Cafeteria Nyah. O local não era grande, porém havia um espaço interno e externo, com algumas mesinhas e guarda-sol. Na parte externa, havia uma menina acenando e percebemos que era para o Noah. Ele foi em direção a ela e se sentou na frente dela. Chegamos mais perto e vimos que era a mesma menina loira das fotos, “Mel”.
— Temos que nos aproximar mais. Vamos tentar sentar naquela mesa atrás deles... – Disse a Juuh.
— Isso é muito arriscado. – Eu disse.
— Nós precisamos tentar... Mas antes... – A Juuh tirou da bolsa um outro óculos de sol e o colocou. – Estaremos mais perto agora, precisamos nos prevenir.
Depois de totalmente “armadas” e preparadas, fomos em direção ao café e sentamos em uma mesa atrás da deles. Uma garçonete veio nos atender com os cardápios e pedimos dois cappuccinos. Ninguém desconfiou de nós.
Ficamos em silêncio enquanto prestávamos atenção ao que a outra mesa dizia.
— Nhoum Ah! O que você quer beber? Como foi a apresentaçãum? Aposto que vochê foi muiiito bom. Como sempre. – Ela se levantou, arrastou sua cadeira até ficar do lado da do Noah, sentou-se novamente e o abraçou. – Estava com saudadiiiis.
— Nós nos vimos hoje, Mel. – Disse Noah com voz de cansado. Ele não se afastou do abraço dela.
— Eu xeeiiii... Mas passamos a manhã inteira sem nos vermos... Fiquei tão sozinha na sua casa.
— Eu disse que você poderia sair.
— Mas eu não queria ir sozinhhaa, é tão chatoo... – Disse ela fazendo voz de “bebê” irritante.
— Por quanto tempo você vai continuar com isso?
— Como assim, amorzinho?
— Mel, eu estou cansado. Não quero brincar de ser o seu namorado hoje.
— Eu imagino, amorzinho, mas se você não brincar com a Mel, a Mel vai machucar o amorzinho. E isso. Não. É. Legal. – Ela deu uma risadinha. – E então, amorzinho, você já se livrou da ratinha?
— Eu já falei para você parar de chama-la assim...
— Nhaum Nhaum... A ratinha é a ratinha. Você sabe disso. Eu sei disso. – Ela deu outra risadinha. – E então? Se livrou dela?
— Sim... – Disse ele lentamente.
— Yupiii. Agora você é só mew.
— Melissa, é errado nós ficarmos juntos...
— Nhaum é nhaum amorzinho. Nós somos primos de 3º grau e... Nós não temos o mesmo sangue.- Ela não riu dessa vez. – Então tudo bem...
— Mel...
— Não tenha dó de mim. – Ela deu uma pausa. - Noah, eu só preciso de você. – Ela parecia séria dessa vez.
— Mas Mel, eu...- Ela deu um tapa no rosto dele e o som foi tão alto que várias pessoas que estavam em volta olharam para a mesa.
— Você não pode me rejeitar. – Ela disse com uma voz ameaçadora - Você não quer que a ratinha descubra sobre o passado de vocês, não é mesmo, a-mor-zi-nho?
—Melissa...
— Só estou te ajudando, amorzinho. – Ela se inclinou na direção do Noah e encostou seus lábios molhados nos dele, fechando os olhos logo em seguida.
... (Inspira)...
...(Expira)...
... (Inspira)...
...(Ex...pira)...!
Me levantei usando a mesa como apoio e, sem conseguir me segurar, fui até os dois e os separei, empurrando a Melissa de volta para sua cadeira.
— Já é o suficiente, não é? – Eu disse enquanto olhava para ela.
— Quem você pensa que você é para me afastar dele?!?! – Disse Melissa furiosa.
— O que você está fazendo aqui? – Perguntou Noah surpreso e pálido.
Melissa se levantou e ficou na minha frente, com os olhos em chamas. Ela, infelizmente, era um pouco mais alta que eu, o que a tornou mais ameaçadora.
— Você precisa de umas lições para aprender a NUNCA mais me atrapalhar, ratinha?
— Está me ameaçando? – Eu a estava encarando, pronta para dar uma na cara daquela “priminha atirada”.
— VOCÊ ACHA? – Ela riu alto. Com um gesto de que ia continuar, Noah a interrompeu pegando seu braço e a puxando de leve para longe de mim.
— Eu acho melhor nós encerrarmos isso – Disse Noah.
— Encerrar? Mas isso é só o começo! – Eu disse para ele. – Quero explicações, Noah. O que está acontecendo aqui?!
— Ele não te deve satisfações! Porqu...
— Eu não falei com você. – Disse séria e bem grossa. Ela riu.
— Está com ciúmes? Está revoltada porque o Noah é meu? – Ela riu de novo - DESISTE GAROTA, nós estamos namorando.
— Namorando?? Pois não foi isso que eu acabei de ouvir!
— Além de intrometida você também é bisbilhoteira?! – Ela sorriu - Ele estava brincando, como sempre. Não é, meu amorzinho?
— Eu acho melhor nós irmos embora. – Ele tirou uma carteira do bolso e colocou uma quantia de dinheiro em cima da mesa. – Garçonete, fique com o troco. E desculpe pelo incomodo.
Ele puxou a Melissa pela mão e eles saíram da cafeteria, sem nem olhar para trás.
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(sem comentário do Noah)
hihihi :3 Só uma curiosidade: Eu estava pensando em um nome para a prima, ai... Eu vi "Mel"... então foi Mel o/ A mel não é má, mas é um ótimo nome *--* ésse dois mel ;*