Meu Primeiro Amor Impossível escrita por Carol Eiko


Capítulo 22
Perseguição Nyah


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas postei :v
Para comemorar 1k de views totais, fiz uma parte especial no começo do capitulo. Espero que gostem o/

P.S: É provável que o próximo cap. também demore um pouco (1 semana +/-), já que TUDO agora é significativo para a história... Então, sejam pacientes s2



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/612531/chapter/22

[Noah]

Eu havia dito coisas que nunca pensei em dizer. Eu a fiz chorar e provavelmente eu nunca mais veria o sorriso dela novamente. Me senti sem propósito. Eu estava cansado e queria que aquele dia acabasse logo, então me foquei no trabalho e tentei esquecer o que eu tinha feito. Eu sabia que ela estava naquela sala, mas não a procurei. Eu não queria vê-la. Não queria que ela visse meu estado deplorável. O que uma hora tinha que acontecer, aconteceu.

O tempo passou rápido enquanto eu me torturava mentalmente. Nós iriamos nos apresentar depois dela. Ou melhor, delas. A professora nos chamou para “fila” logo depois de chamá-las e disse para nos prepararmos. Meu grupo era de cinco pessoas, contando comigo. Eles eram espertos e “legais”, mas somente como colegas.

Vi quando o grupo anterior ao delas saiu do palco e, simultaneamente a isso, ouvi a professora dizer que “Era a hora”. Sem perceber, me virei para vê-la entrando no palco. Seus cabelos compridos e castanhos estavam soltos e balançavam suavemente no ritmo dos seus passos. Encantadora e determinada, fiquei hipnotizado por ela. Observei cada um de seus passos até que não pude mais vê-la, passando por cortinas grossas que a levavam para o palco.

Meu coração estava acelerado e eu fiz o máximo que pude para acalmá-lo. Eu tinha acabado de rejeitá-la e ainda sim meu subconsciente reagia por ela. Eu não podia me deixar abater. Precisava parar de pensar e seguir a maré que eu mesmo havia me colocado. No fim, a Melissa tinha razão. Eu não podia ficar com ela.   

Perdido em meio a pensamentos depressivos, elas finalmente acabaram. Quem voltou primeiro foi a Julia, confiante e relaxada. Logo atrás veio Helena, cansada, suada e com um sorriso sincero que demonstrava a realização de ter feito um bom trabalho.   

— Está na hora. – Disse a professora que estava ao nosso lado.

Meu grupo seguiu o caminho que levava para as cortinas e eu fui logo atrás. No instante em que a Helena passou por mim, pude ouvir palavras que, provavelmente, somente eu ouvi.

 “Boa Sorte.”

[Helena]

Depois que terminamos a nossa apresentação, fomos para o auditório ver o grupo do Noah apresentando. Ele aparentava estar calmo e a vontade, expressando claramente suas ideias e extraindo todo o potencial do grupo. A apresentação foi impecável e, com certeza, estaria entre as melhores.

— Ei, precisamos ir. Não sabemos se o Noah vai embora agora ou não.  – Disse a Juuh. Concordei acenando com a cabeça e voltamos para a sala do bastidor.

Vimos o grupo do Noah reunidos em um canto, falando sobre o trabalho e se “auto parabenizando”. O Noah disse que precisava ir embora, então se despediu e saiu. Nós esperamos alguns segundos antes de irmos atrás dele, conversando despreocupadamente, para disfarçarmos.

Seguimos ele até a saída da escola e depois fomos andando atrás dele, de uma forma que conseguíamos manter contato visual, mas que não fosse tão perto a ponto dele descobrir. O Noah parecia meio “nas nuvens”, então depois de algum tempo o seguindo, relaxamos um pouco.

Ele parecia estar indo para a casa dele, porém no meio do caminho, ele recebeu uma ligação e parou. Nós nos escondemos atrás de um carro que estava estacionado e nos concentramos em ouvir a conversa:

— Estou indo para casa... Não... Mel...Depois nós conversamos...Você falou que...Ok, estou indo...Em qual?... Cafeteria Nyah?... Tá bom, até. – E desligou.

Dei uma espiadinha para ver se o Noah já tinha voltado a andar, e para minha surpresa, ele estava voltando! Ou seja, indo para nossa direção! Cutuquei a Juuh e nós, ainda agachadas, fomos contornando o carro de acordo com o que o Noah andava. Por sorte ele não nos viu. E voltamos a ficar atrás dele.

Nós suspiramos de alívio e caímos sentada no chão:

— Por que ele decidiu voltar? Quase fomos descobertas. – Disse a Juuh.

— Cafeteria Nyah? Isso não fica no Centro Comercial? - Perguntei.

— Sim. Ele deve ter ido encontrar a “Mel” lá. – Disse Juuh enquanto se levantava. – Ele provavelmente esta indo para o ponto de ônibus, só que será muito suspeito se nós subirmos no mesmo ponto que ele...

— Então nós vamos subir um ponto depois?

— Daqui é mais rápido ir para um ponto antes. Além de que é melhor, já que as pessoas prestam mais atenção nas pessoas que sobem do que nas pessoas que já estão dentro. – Ela sorriu. – Deve passar um ônibus daqui a pouco, vamos indo.

— Juuh, eu sabia que você era inteligente... Mas não sabia desse seu cérebro para perseguição. – Disse enquanto me levantava rapidamente.

Ela me ignorou e seguimos a passos rápidos até o ponto de ônibus. Por sorte, um minuto depois que nós chegamos, o ônibus também chegou. Subimos nele e sentamos em acentos no fundo.

— Ei Lena, se o Noah olhar para cá vai perceber que é a gente. Prenda o seu cabelo e coloque a touca da blusa. – Disse a Juuh.

— Mas e você?

— Eu tenho um jornal. – Ela sorriu. – Ah! – Ela tirou da bolsa um óculos de sol e o estendeu para mim. – Coloque isso também.

— Ok.

Como o esperado, um ponto depois do nosso, o Noah subiu. Ele pagou o cobrador e se dirigiu para um dos poucos acentos vagos do ônibus, que era bem a nossa frente. Juuh e eu ficamos paralisadas esperando que ele não nos desmascarasse. E por sorte, nada aconteceu. Noah apenas sentou e encostou a cabeça no vidro do ônibus. Pelo reflexo do vidro, pudemos ver que ele havia fechado os olhos e, com o passar do tempo, tive quase certeza de que ele estivesse dormindo.

— Ei – Cochichei bem baixinho para a Juuh. – E agora?

— Fica quieta, e se ele acordar?

— Mas esse é o problema – Eu disse.- Logo nós vamos chegar no Centro Comercial e ele esta... Dormindo? – A Juuh ficou em silêncio e fez um sinal de que estava pensando.

— Vamos cutuc... – Nós duas paralisamos novamente quando vimos que Noah tinha se mexido. Ele provavelmente tinha acordado. E isso era bom e ruim ao mesmo tempo. Esperávamos que ele não tivesse escutado nossas vozes.

Nós deveríamos descer no ponto seguinte. Noah se levantou e apertou o botão que sinalizava que iria descer. Ele ficou na porta do ônibus e mais algumas pessoas aleatórias também se reuniram lá. Isso era bom. Havia cerca de seis pessoas além de nós e o Noah, então pudemos nos misturar.

O ônibus parou e todos descemos. Noah seguiu para a rua principal enquanto as pessoas iam se espalhando. Seguimos o Noah devagar, deixando abrir um “espaço” entre nós. As vezes parávamos para olhar algumas lojas e seguíamos andando, para que não o perdêssemos de vista.  

Noah chegou finalmente na Cafeteria Nyah. O local não era grande, porém havia um espaço interno e externo, com algumas mesinhas e guarda-sol. Na parte externa, havia uma menina acenando e percebemos que era para o Noah. Ele foi em direção a ela e se sentou na frente dela. Chegamos mais perto e vimos que era a mesma menina loira das fotos, “Mel”.

— Temos que nos aproximar mais. Vamos tentar sentar naquela mesa atrás deles... – Disse a Juuh.

— Isso é muito arriscado.  – Eu disse.

— Nós precisamos tentar... Mas antes... – A Juuh tirou da bolsa um outro óculos de sol e o colocou. – Estaremos mais perto agora, precisamos nos prevenir.

Depois de totalmente “armadas” e preparadas, fomos em direção ao café e sentamos em uma mesa atrás da deles. Uma garçonete veio nos atender com os cardápios e pedimos dois cappuccinos. Ninguém desconfiou de nós.

Ficamos em silêncio enquanto prestávamos atenção ao que a outra mesa dizia.

— Nhoum Ah! O que você quer beber? Como foi a apresentaçãum? Aposto que vochê foi muiiito bom. Como sempre. – Ela se levantou, arrastou sua cadeira até ficar do lado da do Noah, sentou-se novamente e o abraçou. – Estava com saudadiiiis.

— Nós nos vimos hoje, Mel. – Disse Noah com voz de cansado. Ele não se afastou do abraço dela.

— Eu xeeiiii... Mas passamos a manhã inteira sem nos vermos... Fiquei tão sozinha na sua casa.

— Eu disse que você poderia sair.

— Mas eu não queria ir sozinhhaa, é tão chatoo... – Disse ela fazendo voz de “bebê” irritante.

— Por quanto tempo você vai continuar com isso? 

— Como assim, amorzinho?

— Mel, eu estou cansado. Não quero brincar de ser o seu namorado hoje.

— Eu imagino, amorzinho, mas se você não brincar com a Mel, a Mel vai machucar o amorzinho. E isso. Não. É. Legal. – Ela deu uma risadinha. – E então, amorzinho, você já se livrou da ratinha?

— Eu já falei para você parar de chama-la assim...

— Nhaum Nhaum... A ratinha é a ratinha. Você sabe disso. Eu sei disso. – Ela deu outra risadinha. – E então? Se livrou dela?

— Sim... – Disse ele lentamente.

— Yupiii. Agora você é só mew.

— Melissa, é errado nós ficarmos juntos...

— Nhaum é nhaum amorzinho. Nós somos primos de 3º grau e... Nós não temos o mesmo sangue.- Ela não riu dessa vez. – Então tudo bem...

— Mel...

— Não tenha dó de mim. – Ela deu uma pausa. - Noah, eu só preciso de você. – Ela parecia séria dessa vez.

— Mas Mel, eu...- Ela deu um tapa no rosto dele e o som foi tão alto que várias pessoas que estavam em volta olharam para a mesa.

— Você não pode me rejeitar. – Ela disse com uma voz ameaçadora - Você não quer que a ratinha descubra sobre o passado de vocês, não é mesmo, a-mor-zi-nho?

—Melissa...

— Só estou te ajudando, amorzinho. – Ela se inclinou na direção do Noah e encostou seus lábios molhados nos dele, fechando os olhos logo em seguida.

... (Inspira)...

...(Expira)...

... (Inspira)...

...(Ex...pira)...!

Me levantei usando a mesa como apoio e, sem conseguir me segurar, fui até os dois e os separei, empurrando a Melissa de volta para sua cadeira.

— Já é o suficiente, não é? – Eu disse enquanto olhava para ela.  

— Quem você pensa que você é para me afastar dele?!?! – Disse Melissa furiosa.

— O que você está fazendo aqui? – Perguntou Noah surpreso e pálido.

Melissa se levantou e ficou na minha frente, com os olhos em chamas. Ela, infelizmente, era um pouco mais alta que eu, o que a tornou mais ameaçadora.

— Você precisa de umas lições para aprender a NUNCA mais me atrapalhar, ratinha?

— Está me ameaçando? – Eu a estava encarando, pronta para dar uma na cara daquela “priminha atirada”. 

— VOCÊ ACHA? – Ela riu alto. Com um gesto de que ia continuar, Noah a interrompeu pegando seu braço e a puxando de leve para longe de mim.

— Eu acho melhor nós encerrarmos isso – Disse Noah.

— Encerrar? Mas isso é só o começo! – Eu disse para ele.  – Quero explicações, Noah. O que está acontecendo aqui?!

— Ele não te deve satisfações! Porqu...

— Eu não falei com você. – Disse séria e bem grossa. Ela riu.

— Está com ciúmes? Está revoltada porque o Noah é meu? – Ela riu de novo - DESISTE GAROTA, nós estamos namorando.

— Namorando?? Pois não foi isso que eu acabei de ouvir!

— Além de intrometida você também é bisbilhoteira?! – Ela sorriu - Ele estava brincando, como sempre. Não é, meu amorzinho?

— Eu acho melhor nós irmos embora. – Ele tirou uma carteira do bolso e colocou uma quantia de dinheiro em cima da mesa. – Garçonete, fique com o troco. E desculpe pelo incomodo.

Ele puxou a Melissa pela mão e eles saíram da cafeteria, sem nem olhar para trás.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

(sem comentário do Noah)

hihihi :3 Só uma curiosidade: Eu estava pensando em um nome para a prima, ai... Eu vi "Mel"... então foi Mel o/ A mel não é má, mas é um ótimo nome *--* ésse dois mel ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Primeiro Amor Impossível" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.