Meu Primeiro Amor Impossível escrita por Carol Eiko


Capítulo 21
Falsa Verdade


Notas iniciais do capítulo

Hoje eu estava inspirada e acabei escrevendo mais do que o normal. Não sei se ficou cansativo, então... Se tiver ficado, me avisem o/ s2
Espero que gostem *kissu*



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Fomos aos bastidores do auditório e encontramos uma lista com a ordem das apresentações. A nossa apresentação era uma das últimas e, por incrível que pareça, antes da apresentação do grupo do Noah.

— Ei – Chamei a Juuh – Eles que escolhem as ordens?

— Não, provavelmente foi sorteado.

— Então nós temos ou muita sorte ou muito azar.

— Pelo menos vamos ser capazes de vê-lo antes de começarmos e quando terminarmos. – Ela se virou para mim e disse séria. - Lembre-se, temos que ficar atentas. Fale com ele como se não tivesse visto as fotos. Temos que ver como ele vai reagir.

— Entendido. Atuarei o melhor que eu conseguir.

— Eu confio no seu talento.

— Nulo. Mas obrigada. – Nós duas sorrimos e relaxamos um pouco. – Ei Juuh, eu nunca te vi tão empolgada com algo assim. Você geralmente é mais séria e não se envolveria com esse caso.

— Infelizmente, eu não posso não me envolver desta vez. Vocês se gostam. Estava claro no meu aniversário, e até mesmo antes dele.

— O Noah também?

— Sim. Talvez para você fosse um pouco difícil de notar, já que era você que estava vivendo. Mas para quem observava, como é o meu caso, era óbvio. Então... As coisas mudarem assim, é muito estranho.

— Eu fico feliz que você tenha me falado isso. Talvez, eu já soubesse... Mas eu não conseguia acreditar, então nunca parei para pensar.

— Primeiro nós temos que entender o que esta acontecendo. Depois vocês se declaram e começam a namorar.

— N-Não diga isso assim...

— Mas é a verdade. Sabe Lena, eu quero que as coisas com você sejam diferentes das minhas. Então, você precisa seguir em frente e ser feliz.

— Você não pode ficar com a pessoa que você gosta?

— Não...E isso é muito ruim. Então eu quero que pelo menos você consiga.

— É a primeira vez que você me fala isso...

— Me desculpe não ter te contado antes, mas acredito que agora isso é inútil. Nós temos que nos focar.

— Me prometa que quando tudo isso acabar, você vai compartilhar sua dor comigo. Você sempre me ajuda tanto e eu nunca fiz nada por você...

— Você me ajuda do seu próprio jeito. Não se preocupe. – Ela sorriu.

Um professor veio até o bastidor e falou que as apresentações iam começar. Havia cerca de 60 alunos lá. A quantidade de alunos por grupo variava, mas teriam pelo menos 20 apresentações.

Os grupos iniciais já se posicionaram perto do palco. Uma professora ficou encarregada de chamar os grupos para se posicionarem quando for a hora de cada um. Como a nossa apresentação era uma das últimas, ficamos em um canto do bastidor. 

Ficar ali era realmente entediante. Depois de revisarmos o trabalho pela 305125012512 vez, comecei a procurar o Noah pela sala. Se ele já estivesse lá, eu poderia tentar conversar com ele, porém ele não estava.

A Juuh, que percebeu a minha procura, se levantou e foi até a professora responsável pelos grupos. Elas conversaram algo que não consegui ouvir, devido ao cochicho insano que estava naquela sala, e logo ela voltou para nosso cantinho.

— Vá procurar o Noah e traga-o para cá. Pedidos da professora.

— O- O quê?

— Todos os grupos deveriam estar aqui, mas somente o Noah não está. Ela não havia percebido, e como está ocupada, não pode ir procurá-lo.  Isso vai dar a vocês um tempo para conversar. Tente coletar o máximo de informações possíveis, Ok?

— Ok, estou indo. Eu volto logo. – Disse me levantando.

— Não precisa ter pressa. – Ela disse sorrindo – Cada apresentação deve durar cerca de dez minutos. Tenha isso em mente e volte antes da nossa começar.

Sai da sala e andei pela escola, tentando encontrá-lo. Eu procurei pela escola inteira e de uma coisa eu tinha certeza, ele não estava lá. Eu só conhecia um lugar que ele poderia estar, e foi para lá que eu fui.

Eu, pessoa não atlética, fui correndo até o parque. Levei cerca de 10 minutos para chegar lá. Eu estava arfando e suando um pouco. Felizmente, o Noah estava lá. E sozinho. Levei um tempo para controlar minha respiração e fui até ele.

Ele estava sentado no mesmo banco em que eu o conheci, apoiando seus antebraços nas coxas e olhando para baixo, ele pareceu não perceber que eu me aproximava. Ao parar cerca de um metro dele, eu não sabia o que falar. Já que eu não tinha nada planejado, decidi falar a primeira coisa que veio na minha cabeça:

— P-Parece que vai chover... – Ele levantou a cabeça e pareceu um pouco surpreso ao me ver.

— Não acho que vá chover. – Disse ele.

— Da outra vez você disse isso, e choveu. –Ele se levantou e ficou de frente para mim. Seu rosto parecia cansado e seus olhos expressavam algo que eu não conseguia entender.

— Então é melhor você ir logo, se não vai se molhar.

— Eu vim te buscar. Não posso voltar sem você.

— Eu acho que vou ficar mais um tempo aqui. Pode ir na frente, depois eu vou para a escola.

— Então...Eu vou ficar com você. – Noah me olhou e percebeu que eu iria insistir, então com um gesto de rendição ele voltou a se sentar.

— Faça como você quiser... – Eu me sentei ao seu lado e fiquei olhando-o.

— Ei, Noah... Você está bem? Parece meio deprimido.

— Só não acordei disposto hoje...  – Disse ele fechando os olhos.

Instintivamente, levei minha mão a testa dele, com a intenção de checar a sua temperatura. No momento em que o toquei, ele ficou paralisado e, alguns segundos depois, pegou a minha mão e a retirou de sua testa.
— Huum, você não parece estar com febre. – Eu disse, tentando disfarçar aquela situação um pouco constrangedora.

 Ele ainda estava segurando minha mão, mas pareceu não ter notado. Sua mão estava gelada, então supus que ele tivesse passado um bom tempo fora de casa.

Respirando bem fundo, Noah abriu os olhos e disse:

— Eu gostaria de ficar sozinho, você não pode mesmo voltar para a escola?

— Ficar sozinho é pior. E eu prometi voltar com você. Por favor, não se exclua de todos...

— Eu não estou me excluindo...

— Está sim!  Noah, o que está acontecendo? Você me ajudou tanto... Eu também quero te ajudar. – Ele hesitou por alguns segundos e disse:

— Eu já falei... Apenas acordei indisposto...

— Noah... – Ele me interrompeu.

— Eu acho melhor nós voltarmos para a escola. Está frio aqui e eu não... – “quero que você fique doente”. Eu entendi o que ele quis dizer, mas ele não terminou a frase. Quando ele se levantou, percebeu que ainda estava segurando minha mão e a soltou. – Me desculpe, eu não...

— Ah, não se preocupe. – Sorri para ele. – Se você quiser, eu posso esquentar sua mão..

— Não, eu estou bem... – Disse ele se virando e andando a passos largos.

O alcancei e calculei cerca de quinze minutos até a escola. Ele não estava com cara de que ia falar algo, então decidi apelar.

— Noah... Hoje de manhã me mandaram umas fotos suas... – Ele parou de andar. – Com uma menina.

— Ah, é? – Ele voltou a andar.

— Eu queria saber se...

— Se as fotos são reais? – Perguntou ele.

— Sim... – Ele respirou fundo e disse:

— Sim, as fotos são reais. – Ele parou e me olhou. – Mais alguma pergunta?

— Sim. Eu tenho. Quem é ela?

— Uma menina ai.

— Sua prima? – Ele ficou quieto por alguns segundos.

— Por que quer saber? Está com ciúmes? – Disse ele com um tom convencido, mesmo sendo visível que ele não queria falar isso.

— Noah... – Ele voltou a andar. – Decida-se! Ou ande ou pare.

— Vamos continuar andando.

— Finalmente uma decisão lógica vindo de você.

— Todas as minhas decisões são lógicas.

— Não é o que parece.

— Está zombando de mim?

— Não. Estou só tão confusa quanto você. Por que você não me fala a verdade?

— Que verdade?

— Para de ser teimoso! – Ele estava começando a me irritar. Respirei fundo e fiquei quieta por algum tempo. Eu sabia que logo chegaríamos a escola e eu não havia conseguido nada que me ajudasse a resolver o caso, já que ele insistia em omitir. Então comecei a pensar em algo que o fizesse falar. Para minha surpresa, quando chegamos no quarteirão da escola, Noah  parou e disse:

— Ei, você quer mesmo saber a verdade?

— Sim... – Eu parei também e me virei, ficando de frente com ele.

— Eu e minha prima já ficávamos quando eu morava em outra cidade...

— Então... Ela é mesmo sua prima?

— Sim. Ela veio para cá ontem e está passando um tempo na minha casa. – Ele deu uma pausa e continuou – Ela queria passear então acabei levando ela para o Centro Comercial e lá acabamos... “ficando” mais uma vez. – Ele deu outra pausa. – Eu percebi como gostava dela e a pedi em namoro.

— Então vocês estão namorando? – “Que péssima mentira”, dizia meu subconsciente.

— Sim. E como ficaria desconfortável para ela, eu gostaria que você parasse de falar comigo.

— O- O quÊ?! – “Ela está dando um jeito para eu me afastar dele!”

— Eu não quero que ela sinta ciúmes de você, então acho melhor parar agora.

— Você... Você está me descartando? – Perguntei com lágrimas, falsas, nos olhos.

— Me desculpe... Eu encontrei o... Amor... Da minha vida. – Como se não aguentasse mais aquela situação, ele andou a passos largos até a escola e sumiu da minha vista.

(...)

(...)

(...)

— Que idiota. – Falei baixinho para mim mesma. Sequei minhas lágrimas falsas que eu achei uma boa ideia na hora e pensei “Eu deveria ser escritora E atriz”.

Suspirei, um pouco decepcionada, e andei lentamente até a escola. Ele havia mentido para mim de novo. Eu sabia que havia verdades naquele meio, mas dizer que havia encontrado o “amor da vida” dele...E ainda mais... Querer se afastar de mim por causa da menina... Era. Muito. Idiota.

Encontrei a Juuh na sala do bastidor e vi que Noah já estava com seu grupo. Sentei-me no chão ao lado dela e contei o que havia acontecido.

— Parece que a menina está fazendo uma lavagem cerebral nele. – Disse a Juuh perplexa.

— O Noah não seria burro a tal ponto, seria?

— Eu não sei, você conhece ele melhor que eu. Mas parece que, desde que ela chegou, ele anda diferente.

— Mas se for pensar. No domingo, depois do seu aniversário, eu e ele não nos falamos. Na segunda eu não o encontrei e na terça ele já estava estranho.

— Isso quer dizer que eles se falaram no domingo?

— Sim, é uma possibilidade. Ela poderia ter avisado que iria viajar para cá.

— Mas o que eles conversaram no domingo que o fez mudar tanto?

— Isso é um mistério.

 Ficamos conversando sobre Noah, a menina, e coisas aleatórias até que eu me lembrei do Chris, e contei dele para a Juuh.

— Muito estranho. – Disse ela. – Tem certeza que não é um estuprador? Antes de conhecer o Noah, você era mais desconfiada dos outros...

— Ah, eu nem pensei se ele era um ou não. Ele era um pouco diferente das pessoas “normais”...

— Oo Lena. Estamos em uma missão para descobrir o segredo do seu homem e agora você vem e se interessa por outro?

— Hehe, calma calma. Eu achei ele interessante e legal, mas é diferente.

— Espero que seja mesmo. Não quero ter todo o trabalho de fazer uma perseguição para depois você dizer que não o quer mais.

— P-Perseguição? – Perguntei intrigada.

— Ah, eu não te falei?

— Não...

— Hoje, depois das aulas, nós vamos seguir o Noah.


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