Meu Primeiro Amor Impossível escrita por Carol Eiko


Capítulo 18
Segunda Quase Normal


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo deveria ter saído antes, mas eu me vi contra eu mesma. Não apressarei o ciclo natural por conta de ansiedade s2 Espero que gostem.



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Acordei bem tarde no domingo e passei o dia escrevendo. Estávamos na metade do mês e só restavam mais duas semanas de aula.

O dia acabou rápido e a fria segunda-feira havia chegado. Como sempre, a Juuh estava me esperando na porta de casa com um olhar assassino.

— Você sabe que horas são? – Perguntou ela de braços cruzados.

— Eu atrasei cinco minutos!

— Ah, sim. Claro. CINCO minutos...

— Hoje não tem nada importante, não precisamos ser tão pontuais.

— Você nunca é pontual!

— Sou sim, tá? Quando eu não me atraso...

— ...

— O que?

— Vamos logo, conversar com você é impossível. Ainda mais sobre pontualidade. – Ela saiu andando na minha frente e eu logo a acompanhei.

Enquanto andávamos, reparei que ela estava usando o cachecol que eu havia feito. E como reflexo da minha felicidade, fiquei sorrindo igual boba para ela.

— Olha para frente, você vai cair se continuar me olhando com essa cara.

— Se eu cair você vai me ajudar, então não me preocupo com isso, hihihi.

— Quem disse que eu vou te ajudar?

— ... Não vai?

— Olha sua idade, você consegue muito bem se levantar sozinha.

— ... Se você não tivesse nascido humana, certeza que você seria uma bruxa. Você é muiiito máaa!! – Disse infantilmente.

— E você seria a princesa idiota que não faz nada.

— Eu preferia ser o príncipe que salva a princesa.

— Voce não consegue nem cuidar de si mesma, imagina de alguém.

— Consigo sim, tá? Eu já cuidei do Noah e da Alice.

— Provavelmente foi sua mãe que te ajudou nos dois casos.

— ... Não posso negar.

— Viu? Já estamos chegando na escola. Acelera o passo porque estamos dez minutos atrasadas.

— Pelo menos vamos poder falar que chegamos só dez minutos atrasadas.

— Isso é ruim!

— Mas é melhor que quinze ou vinte.

— Você não deveria se acostumar a isso. Ser pontual é uma lição para a vida.

— Quando eu for adulta eu serei pontual!

— Tem coisas que não mudam do nada.

— Eu...

— EI MENINAS – Uma professora que estava no portão da escola chamou nossa atenção – Estão fazendo uma palestra no auditório. Deixem suas mochilas na sala e vão para lá.

— Muito obrigada, Professora Marly. – Disse a Juuh – Tenha um bom dia.

— Para vocês também. – Disse ela sorrindo. Eu acenei com a cabeça em sinal de entendimento e segui a Juuh para dentro da escola.

Como a professora disse, deixamos nossas mochilas nas salas vazias e fomos para o auditório. Entrando lá, nos deparamos com uma mulher desconhecida no palco falando coisas aleatórias. Sentamos no fundo e ficamos ouvindo ela falar.

A Juuh, como toda nerd, prestava muita atenção ao que aquela mulher dizia. Já eu, tinha vontade de dormir. Ao que entendi, era uma palestra sobre DST. Entediante.

— Ai, Lena. Você tem que aprender mais sobre isso. – Juuh cochichou na minha orelha.

— Ué, por quê?

— Vai que o Noah tenha alguma doença?! – Ela riu baixinho.

— Eu não sabia que você conseguia fazer piadinhas tão ruins! – Cochichei para ela com os olhos arregalados.

— Nunca subestime uma bruxa. – Ela deu uma piscadela.

Até pensei em prestar atenção na palestra, mas era realmente muito chata. Decidi, então, procurar pelo Noah no meio daquele um monte de cabeças de alunos. Eu estava entediada e com bastante tempo sobrando.

De um a um, fui tentando descobrir onde ele estava. Uns altos demais, outros tão baixos que eu mal conseguia ver...Ruivos, Morenos, Loiros diferentes do Noah... Seria inacreditável se eu encontrasse o Noah no meio de tanta gente.

Olhando em volta, já sem esperanças de encontra-lo, eu o vi. Fazia sentido eu não tê-lo encontrado antes, já que ele não havia chegado. Noah chegou por uma entrada oposta a minha e começou a olhar em volta, como se procurasse alguma coisa. Será que ele estava me procurando? Ou será que era só um lugar para sentar?

Por questão de segundos, senti que nossos olhos se encontraram, mas logo ele os desviou e seguiu em direção ao que ele estava procurando. Um provável amigo dele, o qual eu não conhecia, estava sentado em uma das pontas do corredor e fez um gesto com a mão chamando Noah.

Noah sentou em uma cadeira que havia sido reservada pelo seu amigo e depois não virou mais para minha direção. Era improvável que Noah tenha me visto do outro lado do auditório, então conclui que tudo havia sido minha imaginação.

Parando para pensar, aquela tinha sido uma das poucas vezes que eu o via com outras pessoas. Me repreendi mentalmente por “prendê-lo” comigo e decidi incentiva-lo a sair mais com os amigos dele.

...

...

...

Mary poderia incentivar o John a sair mais com os amigos também. Agora que eles tem filhos, o John está ficando muito cansado de tanto trabalhar para sustentar família e ele esta ficando sobrecarregado... Sair com os amigos ajuda a relaxar... Então... EU PRECISO CRIAR AMIGOS PARA ELE!!! Talvez amigos de trabalho... ou quem sabe amigo de infância? Mas os dois também são amigos de infância, então os amigos seriam os mesmos... Isso daria uma ótima reunião de ex-alunos!!

— LENA!

— OII?

— Estava pensando em Mary e John?

— Como você sabia?

— Você estava fazendo caretas estranhas enquanto balbuciava alguma coisa.

— ... Não percebi.

— Eu sei que não. Enfim, acabou. Vamos.

— Vamos?

— ... Só levante e me siga. Nós não vamos mais ter aula hoje.

— Viu? Eu disse que não tinha problema em se atrasar.

— Nós vamos para minha casa.

— EEEEEE?

— Sim. Eu terminei nosso trabalho interdisciplinar que vai ser entregue essa semana. Você precisa dar uma estudada nele.

— Táaa...

Não encontrei Noah para avisa-lo que eu ia para a casa da Juuh, então mandei uma mensagem para ele no whatsapp.

Passei o dia estudando o trabalho, mas era grande e um pouco complexo, e como estava ficando tarde, decidimos deixar o resto para o dia seguinte.

— Vamos fazer amanhã uma simulação da apresentação, ok?

— Como você quiser... – Disse eu já cansada até de falar.

— E eu ainda tentei facilitar para você...

— Eu prefiro ler ficção, não isso ai.

— Não reclame. Você só precisa ler, entender e apresentar bem.

— Eu sei, eu sei.  Agora eu vou indo.

— Ta bom, até amanhã.

— Até.

Depois de nos despedirmos com um aceno, fui andando lentamente para casa. Era cerca de 18:30 e o céu estava escurecendo. Eu adorava aquele cenário.

Cheguei em casa e, ao invés de escrever sobre os amigos do John, decidi desenhar.

(...Algum tempo depois...)

— Não, eu definitivamente não sei desenhar! – Disse para mim mesma.

Minha obra feita com lápis de cor tentando reproduzir a paisagem do final da tarde se tornou apenas... rabiscos. Estava engraçado e não parecia nenhum pouco com o que eu queria fazer. 

Minha mãe entrou no quarto para me chamar para jantar e acabou vendo o desenho.

— Meu deus, filha! Você desenha muito bem, heim? – Disse ela sorrindo.

— EI, para de rir de mim.

— Não, é sério! Muito bom.

— ... É por isso que eu só escrevo. Desenhar não é meu forte!

— Mas deveria tentar. Tudo nessa vida é questão de aprendizado. Faça o que você tiver vontade de fazer.

— Isso agora virou um conselho motivacional?

— HEHE, desculpa. Vamos jantar, está na mesa já.

— Estou indo, vai indo na frente.

Deixei o desenho em cima da mesa, guardei os lápis que eu estava usando e fui jantar com minha família. Como todas as noites normais, conversamos sobre coisas normais, assistimos programas de televisão normais e depois fomos dormir.


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Notas finais do capítulo

...



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