Meu Primeiro Amor Impossível escrita por Carol Eiko


Capítulo 17
Menos Um Dia de Vida


Notas iniciais do capítulo

Já estou escrevendo os próximos. Todos os dias, a noite, até acabar.



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Pouco depois de ouvirmos vozes conhecidas vindo do jardim da casa, nos reunimos perto da porta e ficamos em silêncio. As vozes iam se aproximando e nossa tensão ia aumentando... Elas estavam chegando.  Sinalizei para as pessoas a minha volta uma contagem regressiva com a mão.

Cinco... Tia Deborah tinha pego a chave da casa...Quatro... Estava colocando a chave na porta...Três... Girando a chave...Dois... Abrindo lentamente a porta...Um...

— SURPRESAAAA!!! – No momento em que a porta se abriu, gritamos bem alto, o que deve ter assustado a Julia que fez uma expressão hilária de susto.

— O que vocês estão fazendo aqui? – Perguntou ela.

— Uma comemoração de menos um dia de vida para você. – Respondi sorrindo.

— Vocês não precisavam ter se incomodado com isso, vocês sabem que eu não gosto de festas.

— Calma, Calma... Eu trouxe um presente para você. Toma. – Estendi a cesta que estava na minha mão para ela, e ela a pegou.

— Obrigada, agora já pode ir embora.

— EEEEEE?? Que maldade, todo mundo veio aqui só para te ver.

— Eles podem ficar, só você que vai embora.

—  EEEEEEEEEEEEEEE? M-Mas eu trabalhei tantooo hoje, também quero comeeeer. Sua mesquinha...

— Ta bom, ta bom... Você pode ficar. Só não vá comer toda a comida, tem bastante gente aqui hoje.

— Eu não vou comer tudo!!!!  – Respondi fazendo bico, o que a fez sorrir.

A aniversariante cumprimentou todo mundo e agradeceu a presença. Depois de decidirmos comer o fondue mais tarde, Noah e eu pegamos alguns salgadinhos e sentamos no espaço de jogos. Logo depois o Lucas e a Juuh também vieram e se sentaram com a gente.

— Vocês realmente fizeram uma mudança nessa sala, heim... – Disse a Juuh

— Não é? Nós que pensamos em tudo. – Respondi sorrindo. – Você gostou?

— Sim, não está nada mal. – Respondeu ela tentando passar um ar de indiferença.

— Hehe, eu sei que você realmente gostou. – Disse Lucas sorrindo enquanto bagunçava o cabelo da irmã.

— N-Nem gostei... – Ela corou.

— Por que nós não jogamos alguma coisa? – Perguntou Noah um pouco deslocado.

— É uma ótima ideia. – Disse Juuh percebendo o leve desconforto de Noah. – Que tal... Banco Imobiliário? Da para jogar bastante gente, ai nós aproveitamos e chamamos a Alice também.

Todos concordaram e chamei minha irmã para jogar com nós. Pegamos um saco de Doritis e Koka-Koala e voltamos para o tapete. Depois de decidirmos quem seria o “banco” e separarmos o dinheiro, o jogo começou.

Nós conversávamos, riamos e comíamos enquanto jogávamos. Foi realmente divertido. O jogo durou cerca de quatro horas e, infelizmente, eu fui a primeira a falir. Mesmo sendo apenas um jogo, a competitividade pelo primeiro lugar foi grande. Noah faliu logo depois de mim e uma guerra entre os dois irmãos começou.

Por acaso da sorte, talvez, tivemos que parar o jogo no meio do clímax para comer fondue. Concluímos o jogo como “empatado” e a Juuh ficou indignada com isso, falando que teria ganhado se tivessem continuado.

Depois de um segundo chamado da Tia Deborah, todos sentamos em volta da mesa com a máquina de fondue (os mais jovens no chão e os pais nas poltronas) e comemos. Estava uma delicia. Era cerca de 18:20 quando o tio Edu, pai da Julia, chegou em casa. Ele estava de paletó e seu rosto mostrava claramente o cansaço de um longo dia de trabalho, o qual ele tentava disfarçar sorrindo.

— Boa noite a todos, soube que tem uma garotinha fazendo aniversário por aqui...

— Eu não sou mais criança, pai. – Disse Julia enquanto se levantava. O tio Edu foi até ela e deu um beijo na testa.

— Feliz Aniversario Juju. Me desculpe por ter chego essa hora.

— Não tem problema... – Ela sussurrou.

— Bom, vou me trocar. Deixem um pouco de chocolate para mim.

O Tio Edu foi e voltou rápido. Ele se sentou em uma das poltronas e passou o resto da noite conosco, conversando sobre coisas banais e divertidas.

Depois de enjoarmos de chocolate, nos separamos. Meus pais e os pais da Juuh foram para o espaço destinado a eles, onde eles ficaram assistindo TV enquanto conversavam sobre assuntos entediantes de adulto. E nós, jovens adultos, voltamos para o aconchego do tapete e decidimos jogar UNO, que era o jogo mais fácil e rápido que tinha.

O tempo passou rápido. A Juuh estava sorrindo e, independente dos problemas que ela tivesse, eu desejava vê-la sorrindo daquela forma para sempre.

Quando deu dez horas, meus pais me chamaram para ir embora. Depois de darmos uma arrumada na casa, mesmo a Tia Deborah negando ajuda, nos despedimos e fomos embora. Um pouco antes de sair, a Juuh me chamou para o quarto dela e disse:

— Obrigada por hoje, Lena.

— Não foi nada, você sabe que sempre pode contar comigo. – Respondi sorrindo.

— O presente... O cachecol... Foi você que fez? – Perguntou ela sem graça.

— Sim, mas foi realmente muito difícil, viu? Tive que passar horas e horas para fazê-lo. – Ela riu.

— Eu não consigo imaginar você fazendo algo manual. Você é muito desastrada para isso.

— Nem eu sei como eu consegui. Noah me ajudou bastante.

— Foi o Noah que te ensinou a tricotar?

— Sim, sem ele eu não iria conseguir.

— Estarei torcendo por vocês dois.

— Q-Que? N-Não ... É-é... É tão óbvio assim? – eu estava corada.

— Sim. Qualquer um consegue perceber. – Disse ela rindo de mim. – Boa sorte.

Talvez pela primeira vez desde o começo da nossa amizade de nove anos... Ela me deu um abraço. Eu estava feliz... Tão feliz que comecei a chorar.

— H-hã? Por que você esta chorando? – Perguntou ela depois de se afastar um pouco de mim.

— V-V-Você nunca me deu um abraço!!!!! – Eu disse enquanto tampava meu rosto com as mãos.

— Você sempre me abraçava... E-Eu não sabia como reagir... E você sabe, não é meu estilo ficar agarrada com alguém... E-Então, pare de chorar. É muito ruim ser o motivo de alguém chorar, sabe?

— Me deixaaa... Estou completamente tocada pela sua alma gentil. – E me agarrei a ela – Obrigada por ser minha amiga. – Eu disse em meio a lágrimas. 

— Mas que besteira, Lena. Não precisa agradecer por isso. – Ao invés dela me afastar, como ela sempre fazia, ela apenas envolveu seus braços ao meu entorno e fechou os olhos. – Eu que deveria agradecer... Obrigada.   

Ficamos abraçadas até eu me acalmar e parar de chorar. Não sei se demoramos muito, mas logo minha irmã veio me chamar para ir embora. Já no carro, nos despedimos com um “até segunda” e em poucos segundos eu já não conseguia mais a ver.

No carro, agradeci ao Noah por tudo o que ele tinha feito. Ele ficou sem graça, mas era a verdade. Sem o Noah nada daquilo teria acontecido. Eu estava muito grata. Infelizmente a conversa não se estendeu muito, já que chegamos rápido na casa dele. Nós nos despedimos e ele se foi.

Chegamos em casa poucos minutos depois, todos estávamos satisfeitos e cansados. Sem energia para escrever Mary e John, apenas tomei banho e me joguei na cama.

 


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Notas finais do capítulo

"Naquela noite sonhei com um parque de diversões cheio de luzes e cores. Meu pai estava segurando minha mão e minha mãe estava carregando a Alice, que deveria ter uns dois anos.
— Papai, quando vamos ir brincar? – Perguntei ansiosa.
— Já já – Respondeu ele. – Estamos só esperando eles chegarem.
— Táaa...

Mesmo sabendo que eu conhecia “eles”, eu não conseguia me lembrar deles. Foi como se eu estivesse voltado para um corpo que não era meu. Minha consciência e minhas ações eram diferentes.

Aquela.

Não.

Era.

Eu. "



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