Eu te amo, Lúcio Malfoy escrita por Tia Vênus


Capítulo 1
Eu te amo, Lúcio Malfoy


Notas iniciais do capítulo

Dá pra ler rapidinho... ficou bem fofis!Amo a Narcisa e o Lúcio!! =DE aqui, finalmente tira-se uma dúvida que ficou em aberto desde o Encantamento de Heros!! Hohohohoho *0*



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Eu te amo, Lúcio Malfoy

Cygnus apertou minha mão olhando para a lápide de Lúcio com pesar.

– Sinto muito, avó... – disse ele da maneira séria que ele tinha.

Virgo chorava abraçada com Scorpius. Damasco segurava minha outra mão, chorando em silêncio, encarando a lápide do meu marido. A sua lápide, Lúcio...

E Draco...

Rose o abraçava enquanto ele escondia o rosto nos cabelos dela. Ele chorava como quando era criança. A sua morte foi um baque forte demais para ele.

Os minutos vão passando e eu não consigo parar de olhar para o túmulo de pedra.

Cygnus foi o primeiro a ir embora. Ele nunca gostou de lamúrias e choros. Ele se parece muito com você Lúcio... Tem o mesmo olhar frio, gélido... os mesmo olhos cinzentos. A mesma mania de se distanciar das pessoas e fingir que nada no mundo é capaz de atingi-lo. Ele faz isso igualzinho a você... Você o ensinou tão bem...

E o modo como ele olha a filha de Potter... é o mesmo modo como você olhava pra mim, depois que nos casamos. Aquele desejo insaciável, e, por mais que você se recusasse a aceitar, carinho e amor...

Nosso neto ama a filha de Potter... O que acha disso, Lúcio?

Estou aqui olhando Cygnus ir embora, e só consigo me perguntar o quão diferente de você ele vai ser...

Meu amor por você nunca vai se apagar, Lúcio... como poderia? Eu te amo há tantos anos... Você me fez tão, tão feliz...

Você se lembra de quando nos vimos pela primeira vez? No trem para Hogwarts? Você estava no terceiro ano... E já era tão bonito e popular... Um dos amigos de Bellatrix...

Eu sempre fui o centro das atenções. Todos sempre olhavam para mim mais de uma vez... Eu sempre me considerei a mais bonita das irmãs Black... mas você me ignorou por completo... eu fiquei tão indignada...

Você nem ao mesmo olhou pra mim.

Fiquei amuada, na cabine, enquanto todos faziam piadas e bagunças... Quando Bellatrix notou... Ela sempre soube me ler, a Bella... eu a amava tanto... pelo menos até antes de Voldemort a destruir... mas naquela época, nós éramos amigas... você se lembra do que ela disse? Lembra?

“Lúcio. Essa é minha irmã, Narcisa. Olhe para ela antes que ela pense que você não a achou bonita.”

E você deu aquele seu sorriso debochado... O mesmo sorriso do nosso filho e de todos os nossos netos. O sorriso-Malfoy.

“Como se eu não tivesse reparado. Ela foi a primeira pessoa que eu notei assim que chegamos no Expresso, Bella.”

Eu corei com violência, mas mesmo assim, você não olhou pra mim... Eu me sentia tão pequena perto de você...

No colégio não era diferente... você nunca parecia prestar atenção em mim... e era um mulherengo. Oh. Se era... Lembra quando eu flagrei você com Eva Parkinson na sala de música? Nem sei se você sabia se era eu. Nem se incomodou em parar de transar com ela.

Eu só tinha onze anos... fiquei super assustada...

E quando você veio passar o natal com a gente? Fiquei tão feliz... Ficava olhando pra você às escondidas... mas você só se importava com seus amigos... Nem para Andrômeda você dava bola... Era o grupo fechado, não era? Você, Bella, Rodolfo Lestrange e Marco Goyle...

Eu era apenas a pirralha, irmã da sua amiga. E como eu poderia competir com Bellatrix? Eu era apenas uma garotinha inocente. Bella era sensual e esperta de uma maneira que sempre achei que nunca seria...

E bem... vocês eram amigos, certo?

Eu tinha um tipo de paixão platônica por você... apenas isso... Eu sabia que não conseguiria a sua atenção...

E no natal, de quando eu tinha treze anos, eu escutei meu pai, você e seu pai conversarem sobre seu futuro...

Queriam te noivar com Andrômeda ou com Bellatrix. Meu pai queria Bellatrix. Eu me lembro como se fosse ontem. Seu pai queria que você casasse com Bella também... Mas você se recusou.

“Se for pra me casar com uma das irmãs Black, eu caso com a caçula. Narcisa.”

Oh... meu coração se encheu de alegria. Quando meu pai me deu a notícia então... achei que iria explodir. Fiquei tirando sarro de Andrômeda. Bella ria achando graça... Mas Andrômeda, sempre com aquela língua afiada, acabou com minha felicidade.

“Ele prefere você porque sabe que vai ser submissa e obediente. Casar com Bellatrix seria viver uma guerra e ele sabe que eu o desprezo. Sabe quantos tocos eu já dei no seu pretendente a noivinho, sua sonsa?”

Mas eu não acreditei. Claro que não. Eu achava que você era uma pessoa maravilhosa... bem... você era, mas de um jeito muito diferente do que eu imaginava, certo?

Por isso, quando eu estava no quarto ano, eu te perguntei...

Por que eu?

E você respondeu, do mesmo jeito sério e indiferente de Cygnus.

“Porque como caçula, você cresceu sabendo servir.” E você apertou minhas bochechas, me olhando com algo parecido com descaso “Não achou que eu estava apaixonado, não é? Por você? Me poupe... Eu não amo ninguém e nem nunca vou amar.”

“Mas se vai casar comigo, um dia nós vamos nos amar!”

“Quer, amor, Narcisa? Te compro um cachorro. De mim você nunca vai conseguir isso.”

Foi uma facada no meu peito. E eu te odiei... Odiei...

E te odiei de novo quando vi como você olhava para Damasco... Nas reuniões nas férias... Você olhava para ela com aqueles olhares lascivos... Você olhava pra ela de um jeito que nunca olhara pra mim. E ela sabia e fingia não notar, pra não me magoar.

Porque por mais que eu te odiasse... ela sabia que eu já era completamente apaixonada por você... como não ser? Você era a imagem perfeita de um príncipe encantado... Sempre comprando presentes caros pra mim, sempre me mimando e me falando palavras doces... mesmo que sempre com segundas intenções...

No meu quinto ano, e seu sétimo, você finalmente começou a notar que eu existia. Era tão difícil resistir a você... aos seus toques e beijos... Eu era tímida e assustada e isso te divertia de um jeito quase cruel... Você queria que eu agisse como as suas concubinas, como eu e Damasco chamávamos o gritante número de sirigaitas que eram loucas por você... Mas eu não era assim... Eu resistia e afastava suas mãos, por mais que eu as desejasse...

Achei que você ficaria decepcionado... que eu não estivesse atingindo às suas expectativas... mas era isso que você gostava, não era? E quanto mais eu resistia e te afastava, mais determinado em me conquistar você ficava.

E aos poucos eu fui cedendo... na sua formatura, quando nos escondemos nas estufas e eu quase me entreguei a você... Nossa... como eu quis desprezar todas as minhas tradições. Você sabia me tocar e me beijar de um jeito tão avassalador, Lúcio... Foi quando eu me perguntei se eu estava sendo egoísta...

Então pedi para que você me ensinasse a te tocar do mesmo modo como você me tocava... E em todos os feriados, todas as vezes que nos encontrávamos, ficávamos mais e mais íntimos. E quando eu estava no sétimo ano, você me pediu em namoro e prometeu que nunca mais iria ficar com outra mulher além de mim...

Me perguntei se você estaria finalmente se apaixonando por mim.

“Você é minha noiva e é especial, Ciça... Apenas isso... Eu vou honrar meus compromissos.”

Mas eu sabia que você estava derretendo... que cedo ou tarde, meu amor por você iria te atingir de verdade...

Mas então nós brigamos, no dia da minha formatura.

Você se tornou um comensal de morte, por mais que eu pedisse que não fizesse... Você tinha prometido que não se tornaria um deles... Mas você riu de mim e falou que tinha se tornado comensal aos dezesseis e que eu era burra demais pra notar.

“Seu papel não é me proibir de coisa alguma. É ser calada, obediente e estar sempre bonita pra mim.”

Oh... eu fiquei tão furiosa. Tão zangada...

Então, no dia do casamento, eu peguei minha varinha e mudei a cor do vestido. No lugar de verde e prata, eu o deixei preto e branco. Branco como uma afronta aos Comensais de Morte e a Voldemort e suas ideias radicais...

Você ficou furioso... E o Profeta estava acompanhando nosso casamento. Fui foto de capa...

Achei que fosse me matar nas nossa noite de núpcias... Você disse que estava começando a se permitir sentir algo por mim... mas que não deixaria aquilo acontecer... eu fiquei desesperada... Tinha sido infantil e boba.

“Você ainda pode contornar isso.” Disse Damasco para mim, no final do casamento.

“E como?”

“Não faça amor com Lúcio. Trepe com ele. Deixe ele maluco.” Respondeu ela. Damasco sempre tão comportada... me falando aquelas coisas.

“D-Danny?!”

“Eu falo sério. Faça ele pensar que nunca mais vai conseguir com qualquer outra mulher o que vai ter com você. Faz ele esquecer que está zangado. E então, quando ele relaxar, seja doce e gentil. Mansa. Com o tempo ele baixa a guarda de novo.” Ela sorriu para mim segurando minha mão “E quando isso acontecer, não desperdice a chance.”

Concordei com ela e quando chegou a hora de me entregar a você, fingi que nunca tínhamos brigado. Fingi não estar com medo. Fingi que estava louca de desejo, quando na verdade eu queria correr dali.

E não vou mentir, Lúcio. Nossa primeira vez foi horrível.

Fiquei de joelhos, de costas para você, para que não visse meu rosto de desespero e dor.

E quando você finalmente terminou. Eu te dei um tempo e logo te procurei de novo e de novo, por mais que não quisesse aquilo.

Oh, querido... quando fizemos aquilo pela terceira vez, quando eu estava em cima de você, pois você estava cansado... eu lembro do seu olhar para mim... de choque, surpresa... E eu soube que tinha conseguido. Que conseguiria domar você. E então fiz como Damasco disse... te beijei apaixonadamente e te mimei até que caísse no sono.

Sempre com sorrisos, sempre com gentileza... E logo voltamos a nos dar bem... Você me trazia presentes e buscava meus afagos. E sorria quando eu passeava meus dedos por seus cabelos... E logo se dobrava às minhas vontades...

E eu dei o melhor de mim, para ser uma boa esposa. Eu sei que consegui. Eu sei porque, toda a noite, depois do sexo, você me buscava, para me abraçar. Eu sabia que você já não conseguia dormir sem mim, assim como eu não conseguia dormir sem você...

Com o tempo eu já te compreendia tão fácil. Eu sabia quando estava estressado, e sabia como lidar com isso. Sabia quando estava triste e sabia como alegrá-lo, e sabia quando você estava louco de desejo...

E eu tentava de tudo para atender às expectativas. E eu também sei que consegui... Eu me lembro de como você sempre chamava o meu nome e como ficava ofegante e sem ar...

Eu tinha sido uma menina tímida e envergonhada... mas como sua esposa... você me transformou numa pervertida... eu passava o dia desejando que a noite chegasse, apenas para poder te ver de novo...

E quando você finalmente concordou que era hora de termos o nosso herdeiro?

Fiquei tão feliz, querido.. tão feliz.

Passávamos todo o nosso tempo livre tentando fazer um herdeiro. Oh, como eu sinto falta daquele tempo, Lúcio... Com sua respiração ofegante no meu pescoço, depois de ficarmos loucos um com o corpo do outro... Eu amava aquilo. Eu amava tudo o que fazia. Desde quando era carinhoso até quando era um pouco agressivo... aprendi apreciar seus gosto e você aprendeu a respeitar meus limites... e era tão maravilhoso...

Mas o herdeiro nunca vinha... nunca vinha...

Então eu fiz o teste... E descobri que era oca.

Me odiei desesperadamente. Bellatrix era oca também... e agora eu... apenas Andrômeda não era, pois tinha engravidado daquele nascido trouxa... Era uma ofensa do destino. Uma brincadeira de mal gosto...

E quando eu finalmente te contei... você ficou tão frustrado... eu via seu olhar perdido... Você tinha se casado comigo e gostava de mim... Mas eu não poderia te dar filhos... eu via o quão perdido você se sentia... começamos a tentar vários métodos para aumentar a fertilidade. Você precisava de um herdeiro...

Mas eu tinha tanto medo dos efeitos colaterais... E se nascesse um aborto, sem um pingo de aptidão mágica? Mas você aceitou correr os riscos.

Até que Voldemort resolveu se meter... Ele disse que Damasco se parecia comigo... Que ela poderia engravidar no meu lugar.

Aquele maldito nunca gostou de mim, pois sabia que eu não o aprovava... então começou a te empurrar para Damasco... me pergunto se ela sabia...

Mas digo que eu notei, Lúcio... Seus olhares para ela. Ela tinha ficado linda... Não era mais uma garotinha... ela era uma mulher e era minha melhor amiga... e você não conseguia tirar os olhos dela.

O fim da picada foi quando estávamos juntos e você errou meu nome... Não chegou a falar o nome dela inteiro, mas eu entendi... E fiquei tão furiosa, tão zangada... eu queria matar você...

“Do que está reclamando, sua oca?”

E mais uma vez eu te odiei. Odiei profundamente.

Mas me odiei ainda mais, porque eu sabia que eu era uma frustração na sua vida. Eu não podia cumprir com meu papel de esposa... simples assim.

Eu estava tão desesperada... eu não queria nem olhar pra você... mas semanas depois você veio e me pediu perdão... ficou de joelhos e me abraçou e disse que independente de qualquer coisa, você só não queria me perder, porque gostava demais de mim...

“Vamos continuar tentando Ciça... me perdoe por favor.”

Você nunca tinha pedido desculpas pra ninguém... te ver de joelhos me pedindo perdão me deixou completamente em choque. Não podia cogitar não perdoar e logo estávamos bem novamente.

E quando Damasco veio tirar satisfações comigo, sobre Voldemort insinuar coisas estranhas entre ela e você... eu contei tudo. E ela ficou horrorizada.

“De jeito nenhum! Nunca. Jamais!” disse ela segurando minhas mãos “Você é uma irmã pra mim e se alguém vier com esse papo vai pagar caro!”

E eu sabia que ela estava apaixonada por Sirius... vamos ser sinceros... era tão óbvio... E eu vi minha amiga entrar em desespero, cada vez mais, com a aproximação do casamento dela. Ela chorava pelos cantos... mal conseguia se concentrar em preparar o próprio vestido...

E Régulus... Régulus também notou... e ele estava igualmente desesperado. Eu sabia que os dois não iriam durar como Comensais. Eles iriam pular fora...

Você achava que não, mas eu tive certeza... Eu deveria ter ficado de bico calado em relação às coisas que você me contava... eu nunca deveria dividir os planos com Damasco... mas no fundo, eu desejava que ela fosse o que eu suspeitava que ela era. Eu queria que ela ajudasse a acabar com aquele Voldemort...

Eu o odiava, Lúcio. Como eu o odiava...

E então... eu descobri que estava grávida. E Danny também... Era maravilhoso tê-la na nossa casa, imaginar nossas crianças crescendo juntas... E quem sabe um dia...

Olhe para eles, Lúcio... Draco a ama tanto e ela o ama demais... Eu os vejo ali, abraçados, cúmplices, amigos... Nosso pequeno bebezinho, hoje o Malfoy mais velho... tantas responsabilidades...

Eu lembro quando ainda estava grávida de Draco... Eu lembro que você ficou tão feliz, que até mesmo cantava no chuveiro. Eu adorava ouvir, mesmo quando você desafinava. E adorava, quando você achava que eu já estava dormindo e ficava falando baixinho com a minha barriga... Mesmo que fosse uma coisa que eu julgava estúpida, como as 348 regras de conduta da família, que você sabia de cor, e fez Draco decorar também, quando ele tinha apenas cinco anos de idade...

Hilário como apenas Scorpius se deu ao trabalho de ler e decorar o código... Nem nossa pequena Virgo, tão decidida a honrar o nome da família, ou o neto-prodígio, se deram ao trabalho de ler aquele livro... mas eu não os julgo... Eu prometi que o leria quando a gente se casou... mas eu parei na regra vinte e três...

Eu me lembro, meu amor... Quando minha barriga começou a crescer e você ficou com medo de me tocar. Oh... eu fiquei desesperada, porque achei que você estivesse com nojo de mim... Ficava chorando infeliz pelos cantos.

Mas então eu te flagrei se masturbando com uma foto minha. Você ficou tão sem graça... desculpe por rir disso até hoje... E então você me explicou que tinha medo de me machucar. E quando eu te tranquilizei e disse que o curandeiro tinha garantido que era seguro... achei que não conseguiria andar no dia seguinte... de tão sedento por mim que você estava...

Oh, Lúcio... eu te amo tanto... tanto...

Me lembro de você todo bobo, olhando os sapatinhos de bebê que eu comprava. E quando você aparecia, constrangido, com roupas? Você as guardava escondido, com vergonha de que eu visse que você tinha comprado coisas por si só. Mas eu sempre sabia e sempre ficava feliz quando você o fazia.

Você era sempre tão gentil, tão meigo... nem parecia mais aquele homem frio e distante, mesmo que nunca tivesse dito que me amava...

Mas no dia que Draco nasceu, você disse.

Você pegou nosso filho no colo e sorriu de um jeito que quase nunca sorria. Sorriu puramente feliz e emocionado... achei que você iria chorar... então você me devolveu Draco, me beijou na testa e disse...

“Eu te amo tanto, Ciça... tanto... mesmo que eu te comprasse o mundo, não seria o suficiente para te agradecer por ele... ele é perfeito, meu amor... perfeito...”

E depois disso, você sempre dizia. Era sempre baixinho e apenas para que eu ouvisse... Normalmente quando achava que eu já estava dormindo. Normalmente depois de um beijo na têmpora...

E Draco foi crescendo e você começou a estar sempre ausente por causa de Voldemort... Mesmo a noite... você chegava tão exausto, tão consumido... se enfiava naquele escritório e ficava lá, se perguntando em que buraco estava se enfiando...

Damasco mais uma vez veio ao meu socorro.. minha melhor amiga...

Conversávamos sobre tudo... e víamos como Rose e Draco brincavam juntos... Goyle trazia o filho para brincar também, mas Draco já gostava mais de Rose... parece que já estava escrito... Com Goyle, eles choravam, se mordiam e se unhavam... mas Rose... ele sempre era tão delicado com ela e era tão gostoso ouvir as gargalhadas dos dois...

E quando Draco aprendeu a beijar, ele ficava beijando Rose o tempo todo, arrancando gargalhadas dela.

“Se Sirius ver isso, ele vai ficar louco.” Dizia Damasco, sempre que Draco beijava Rose nas bochechas.

E nós dois vimos o quanto aquilo poderia ser promissor no futuro... Rose Black seria um bom partido.

“Eu tenho uma boa experiência com uma esposinha da casa Black... Eu recomendo a Draco...” brincou você um dia qualquer.

Eu comecei a falar com Damasco e eu tenho certeza que ela gostou da ideia. E sempre que víamos os dois bebês gargalharem um com o outro, sorríamos pensando num futuro romance... pensando em que um dia estaríamos nos reunindo para um chá – apesar de Damasco não gostar de chá – e então flagraríamos Draco roubando um beijo da menina, ou então Draco contando que ela seria sua namorada...

Eu queria tanto noivá-lo logo com ela...

Mas devemos ter cuidado com o que desejamos, não é, querido?

Meu sangue ferve só de lembrar daquele dia... o dia em que nossa vida quase perfeita virou uma bagunça... Ainda lembro da sua cara de pânico, quando o Lorde ameaçou me matar... e Draco estava no meu colo...

“Meu Lorde! O que houve? O que está fazendo? Por favor, eu imploro! Não machuque a minha família! Se fiz algo errado, por favor, castigue a mim.” Pediu você de joelhos...

Eu tive tanto medo... medo que ele machucasse a Draco... e quando eu entendi que tudo o que estava acontecendo era culpa minha... por eu ter falado tudo para Damasco... Eu me odiei profundamente... e mais... eu a odiei... eu a odiei tanto por colocar nossa família em risco... por ter traído a nossa confiança...

Mesmo que no fundo eu quisesse ver aquele Voldemort destruído...

Mas quando eu a escutei gritar... Céus... aquilo me embrulhou tanto o estômago... ela era minha amiga... minha melhor amiga. Eu sempre recorria a ela e ela sempre recorria a mim... Quando éramos jovens, eu a amava tanto. Eu queria que ela fosse minha irmã no lugar de Andrômeda e Bellatrix... e quando eu ia pra casa dos meus tios, nós dormíamos juntas, de mãos dadas... Damasco dormia assim com as primas dela e quando eu estava lá, ela sempre queria dormir assim comigo... pobrezinha... morria de saudades de casa, ainda mais com Sirius a importunando todo o tempo...

Então ouvi-la gritar daquele jeito partiu meu coração. E você gostava dela também... sempre gostara. Eram amigos... eu olhei pra você, querido... e vi no seu rosto que você sentia muito por aquilo... sentia tanto, que fechou os olhos e se recusou a olhar... segurou minha mão, angustiado, traído, confuso, perdido...

Mas quando o Lorde voltou a prestar atenção em nós, você voltou a agir como se não ligasse... Colocou a máscara de indiferença e interpretou, da mesma maneira que Cygnus aprendeu tão bem a fazer...

Porém, quando Voldemort disse que mataria Rose...

Eu olhei para Damasco e ela me olhou... foi nossa infância toda novamente passando diante dos meus olhos... Eu não aguentaria... Eu me coloquei no lugar dela... poderia ser Draco ali... aquela torturada poderia ser eu e a criança a ser morta poderia ser Draco... poderia ser Draco...

Então eu implorei a você e você pediu a Voldemort, insistiu... não só por mim... eu sei que não... fez por Danny também, e pela própria Rose...

Você sempre gostou dela...

Sempre...

E então aquele monstro... aquele maldito monstro...

Ele amaldiçoou as duas crianças... os únicos ali naquele quarto que eram simplesmente inocentes de qualquer coisa...

Você me segurou, para que eu não interferisse... Mas eu sei que não era apenas isso... você buscou apoio em mim... e me pediu desculpas novamente... não é querido? Você se sentiu responsável por tudo aquilo...

E então você mudou... ficava trancado no seu escritório... bebendo tanto, tanto... você sumia por dias... eu não entendia e fiquei com raiva... mas então você finalmente parou de desaparecer e eu notei que o escritório tinha mais e mais livros... eu entendi o que você estava fazendo... você queria saber como ajudar Draco... como salvá-lo.

E então procurou Damasco. Você queria matar o Lorde das Trevas e ela disse que te ajudaria.

Mas no dia seguinte... no dia seguinte os Potter morreram e Voldemort desapareceu por treze longos anos...

Eu não sabia que você e Damasco tinham se encontrado... não na época. Fui no julgamento de Sirius... eu queria abraçá-la, confortá-la... mas eu tive medo... eu fui covarde... e eu não queria que ela me visse ali. Eu ainda guardava rancor, apesar de tudo...

E quando ela gritou pela minha ajuda, eu fingi que não escutei e fui embora, com Draco no meu colo...

Ela desapareceu depois disso...

E por algum tempo, nos permitimos esquecer essa história... Você soube se esquivar de todas as acusações... quem diria, graças a ela... Quando ela apareceu para depor a seu favor, eu fiquei ainda mais envergonhada... ela te defendeu e disse que você não era um comensal... que estava sob efeito da maldição Imperius...

E então ela foi embora, sem se despedir, sem falar com a gente... foi o último ato dela, em nome da nossa amizade...

Eu mandava cartas pra ela, você também... mas ela nunca as respondia... Eu sentia tanta falta dela, mas não tive coragem de visitá-la... não depois de ter virado as costas pra ela durante o julgamento de Sirius...

Mas nós dois sabíamos que cedo ou tarde... cedo ou tarde teríamos que ir atrás dela... Víamos nosso filho brincar pela mansão, mudando as cores das nossas rosas para preto, sem entender o porquê daquilo... mas nós sabíamos... nós sabíamos...

Ele nunca entendia o porquê de nunca querer se livrar de dois brinquedos de quando era bebê... a girafinha e um pianinho... Ele não sabia que era porque ele e Rose sempre brincavam com eles...

Ele nunca entendia o porquê de gostar tanto de olhar as fotos da minha família... Ele estava procurando por ela sem saber, e nós sabíamos disso... e quando ele a viu na Floreio&Borrões e veio me perguntar sobre ela... os olhos brilhantes, cheios de ansiedade...

E quando ele ia dormir, ficava repetindo o nome dela...

E quando voltou para escola... foi quando nosso pesadelo recomeçou...

Ele dizia que ele a odiava... eles viviam brigando... Draco sempre fora comportado, mas recebemos várias cartas falando que ele arrumara problemas com ela... ele não entendia. Ele não compreendia. Mas nós sim...

E você saía desesperado, atrás de Damasco... querendo acertar aquilo tudo... mas ela ignorava você... Mas você tinha seu orgulho, não é meu amor? Não podia ficar correndo atrás dela... então eu fui... e conversei com ela e ela resolveu cooperar...

E para o nosso alívio, quando Draco terminou o segundo ano, ele te contou... te contou que estava apaixonado. E então Sirius fugiu da cadeia e Rose teve que vir para a nossa casa... e quando ele te contou que estava namorando com ela... ficamos a olhar os dois namorarem no nosso jardim, como eu sonhara certa vez, quando eles eram dois bebês...

“Eles podem ser felizes, como nós dois, Ciça...”

“Eu espero que sim, meu amor... eu espero que sim...”

E sempre que Draco voltava pra casa, ficávamos ansiosos por novidades... para saber se tudo estava indo bem... e você contou a verdade para os dois... achei que Draco não iria aguentar... mas lá estava ele, todo galante com Rose, andando pelos nosso jardim, de mãos dadas com ela, ansioso pela Copa Mundial de Quadribol...

O mundo pra eles parecia tão simples... ele era apenas um menino...

Com quinze anos e um menino... mas você foi preso e ele teve que virar um homem... ele teve que assumir a responsabilidade... Oh, Lúcio... se você o visse teria ficado tão orgulhoso... Como ele mantinha a pose, como ele aguentava a barra...

E como ele seguia apaixonado por ela.

Ele achava que eu não sabia que ele estava fugindo para se encontrar com ela... ele podia enrolar Rodolfo, Rabastan e Bellatrix... mas não poderia me enrolar... ele saiu de mim, oras... eu o conheço tão bem...

E eu vi o quão devastado ele ficou, quando Dumbledore morreu...

Mas então, ele mudou... ele estava sempre sério... mas sempre olhando o relógio, sempre indo dormir cedo, para levantar tarde...

Você também notou e você também sabia... sabia a verdade... eles estavam se encontrando... E quando você entrou no quarto dele um dia qualquer e viu as costas arranhadas dele, tivemos certeza... Você o avisou para tomar cuidado e então ele se tornou aflito... e nós entendemos que ele não estava mais se encontrando com ela...

E você, meu amor... Você via nosso filho daquele jeito e sofria... porque se culpava, não é mesmo? Você via Draco definhar e sofrer e se culpava... e a noite procurava consolo em mim, mesmo que seu rosto fosse de indiferença, mesmo que fingisse não notar...

Mas eu sabia que você estava sofrendo, que você se culpava... e dormia com a cabeça no meu colo, se corroendo de culpa... porque se achava responsável por ter destruído a nossa família...

E quando a Batalha de Hogwarts aconteceu... Quando Draco disse em alto e bom tom que escolheria Rose a Voldemort... oh, você o olhou com tanto orgulho, Lúcio...

Enquanto eu só conseguia me desesperar, pensando no perigo que nosso filhinho estava passando, você só enxergava o homem que ele tinha se tornado e confiou completamente nele... Você me escondeu e disse quer deveríamos confiar no nosso filho e tudo deu certo como você sabia que daria...

Lembra, meu amor? Quando flagramos os dois? Eu estava com tanto medo do que seria deles... e se Rose não gostasse mais dele? E se ele acabasse com o coração partido?

Mas eles se amavam, Lúcio, como você sabia que se amavam...

E quando Draco casou... o seu olhar de orgulho era tanto que transbordava de você...

Ele segurou tanta barra, não é, meu amor? Você o ensinou a ser forte... a ser homem... é por isso que ele está tão desolado... Draco sempre recorria a você quando tinha algum problema... agora ele sabe que serão os filhos quem irão recorrer a ele... eu espero que ele seja um bom pai...

Eu vejo nossos netos e acredito que ele esteja indo bem... Scorpius é desleixado, é verdade... mas quando ele quer, ele parece demais com você... Só que mais debochado, como Sirius... E Cygnus... Cygnus é um perfeito Malfoy... Virgo é ainda mais...

Sim, Lúcio... eu acho que tudo vai ficar bem... Nossa família vai prevalecer...

Mas não posso deixar de pensar no buraco no meu peito... de quanta saudades de você eu vou sentir... nós cumprimos nosso dever nesse mundo... eu espero poder me encontrar com você em breve...

Sabe o que é, meu amor?

Eu não acho que saberei viver sem você... eu te amo tanto... tanto...

Mas eu sei que você não vai me deixar... Eu sei, mesmo que você não vá mais falar comigo, mesmo que não vá me abraçar a noite... Mesmo que não possa mais te beijar e rir com você, enquanto bebemos um bom vinho...

Eu sei que poderei entrar no escritório e ver seu retrato olhando pra mim... e sei que você continuará olhando pela nossa família, pelos anos que virão...

Eu sei que quando eu entrar naquele escritório, você vai sorrir pra mim e eu sei que não vou estar sozinha... nunca... e quando minha hora chegar, eu vou encontrar você de novo...

– Mamãe... vamos?

Olho para Draco e só vejo você... céus como vocês se parecem...

– Sim, vamos... – minha voz quase não sai... beijo as pontas dos meus dedos e toco sua lápide, num beijo de despedida... ou talvez de até breve, quem sabe? – Adeus, meu amor...

Sinto Draco e Damasco darem os braços para mim. Vejo nosso filho respirar fundo e vestir a máscara de indiferença... Pena que o rosto dele está inchado e vermelho...

O percurso para a mansão é rápido e silencioso. O cemitério da família não é longe da mansão.

E quando finalmente volto para a minha antiga casa, cheia com os convidados de Rose, sangues ruins e traidores do sangue... isso me aperta o peito, por mais que eu fique repetindo pra mim mesma que não deveria pensar assim...

– Ciça, quer ir para seu quarto? – pergunta Rose gentilmente para mim... nossa amada norinha, sempre tão gentil conosco... ela sempre foi tão grata a você, Lúcio... ela sempre teve um carinho especial por você... – Eu vou mandar os elfos prepararem um chá...

– Eu... eu gostaria de ir para o escritório...

– Eu vou com você. – diz Draco beijando minha mão.

Cygnus está abraçado com Lílian Potter... Rose Weasley com Scorpius... Damasco consola nossa neta, que se tudo der certo, vai arrumar um bom marido um dia...

Concordo com Draco... Ele é o dono da casa, afinal... não posso pedir para ele não ir para o Escritório, mas eu sei o que ele realmente quer... ele quer o mesmo que eu...

Ele quer ver seu rosto. Apenas isso...

E quando entramos no escritório, olhamos imediatamente para o seu retrato. Lá está você, todo sério, como todos os outros Malfoy... Me pergunto... será que vou ver seu sorriso mais uma vez, querido?

– Olá, pai... – murmura Draco... E então você nos olha...

E sorri... sorri feliz. Aquele sorriso que vocês não costumam sorrir. E te vejo me olhar nos olhos e me mandar um beijo...

Como não sorrir? Mesmo que as lágrimas ainda escorram pelo meu rosto.

Eu sei que você nunca me deixará só, meu amor...

Eu te amo, Lúcio Malfoy.


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Notas finais do capítulo

Owwwn!!! x3Pra quem não sabe, qual o mistério revelado, é sobre o Lorde ficar empurrando a Damasco pro Lúcio, quando ela ainda não casou... ^^Ele queria que a Danny tivesse um filho do Lúcio =PÉ isso!Espero que tenham gostado!Comentem e Recomendem!!! =D



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