A Filha do Mar escrita por A OLD ME


Capítulo 66
Capitulo 56




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O primeiro dia no palácio foi calmo, a nereidas mais novas que serviam o palácio me mostraram tudo menos os quartos íntimos. O segundo dia também foi visitação, conheci os pontos onde os filhotes ficavam e era ótimo, embora um pouco estranho brincar de pique-pega com um filhote de lula e outro de tubarão.

Somente na segunda noite consegui ver meu pai a sós, nós jantamos juntos e ele me explicou o que vinha acontecendo, ele tentou varias vezes atacar o navio do Luke, mas oceânidas os estava protegendo e o máximo que papai conseguiu foi alguns aranhões na proa. Por isso Quiron surgiu com a ideia do ataque, que aconteceria a qualquer momento. Percy e Charlie estavam planejando isso a quase um mês.

No terceiro dia logo pela manhã uma batalha foi travada, papai me convocou para o gabinete de planejamento logo cedo e eu acabei ficando animada. No caminho para lá, indo por onde um tubarão indicou, encontrei com Tritão. Ele me ignorou, mas correu na minha frente. Foi recebido pelo papai com um olhar severo.

– Você está atrasado!

– Mas ainda cheguei antes da semideusa. – ele disse assim que entrei e me aproximei

– Mas você é capitão de um dos exércitos, ela está aqui porque sugeri, podia ou não vir.

– Oi papai... – eu disse e ele sorriu gentil e acolhedor para mim.

– Que seja. – disse em resmungo.

– Bom estamos sendo atacados por monstros antigos com mais frequência a cada dia então nossa guarda não pode se dispersar demais.

– Mas senhor o povo a norte precisa de ajuda. – Diz o comandante golfinho.

Eu observo o mapa dele, os pontos de onde surgem o ataque são óbvios, foram descuidados em não os camuflar. Os ataques a norte também deixam a desejar, eles não estão preparados para Tritão e parecem querer desacreditar os exércitos mostrando que papai não os ajudará.

– Delphin está certo... – todos me olham assim que abro a boca. – Desculpa vou ficar ali no cantinho, calada.

– Não, Marina. – meu pai me chama – O que você ia dizer?

– É só que, a estratégia deles é clara no momento, quanto mais desacreditado e fraco seu povo fica mais eles atacam o palácio. O norte é forte, se quebrar, virão com tudo pra cá. Alguém deve ir para lá.

– Interessante. – diz Anfitriate. – Tritão irá.

– O que? Não vou ficar aqui.

– Você vai, irá lutar com o exercito do norte.

– Mas...

– Agora!

– Muito bem Marina. Você é realmente muito sabia com estratégias de combate, os boatos do olimpo não são atoa. – elogia Delphin.

– Obrigada.

– Tem realmente espirito de líder. – Anfitiatre completa.

Eu sorrio e papai sorri de volta, parece orgulhoso. Algo raro de se ver. Mas aqui no fundo do mar, muitas coisas em papai me surpreenderam, no olimpo tudo tem que parecer tão mais, formal!

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No fim daquele dia recebi um comunicado de que deveria ir ao salão principal pouco antes do jantar. Chegando lá, papai e Tyson me esperavam. Os dois me explicaram que os cavalos marinhos acharam Percy afundando no meio do mar e o trouxeram para cá. Ele ainda está desacordado. Corri para o quarto dele com Tyson em meu encalço. Quando cheguei meu irmão estava vermelho, a água o estava curando. Tyson me explicou o que os cavalos marinhos virão e eu comecei a chorar. Não podia acreditar. Deixei todos para trás e corri para fora do castelo me escondendo por entre os corais. Charlie Beckendorff, filho de Hefesto e um dos meus melhores amigos, estava morto. Junto com ele diversos semideuses do lado de Cronos.

Não sei quanto tempo fiquei escondida entre os corais, papai sabia exatamente onde eu estava pois já havia falado em minha mente de alguma forma para que eu tomasse cuidado. De repente, uma explosão ecoou atrás de mim. Houveram gritos e um urro monstruoso. Corri na direção do caos e topei com um grande polvo gigante que atacava um vilarejo ao redor do castelo. Eu não podia feri-lo com água obviamente, mas ainda tinha as sombras ao meu favor, saquei minha espada, e mergulhei nas sombras surgindo atrás do monstro, desviei de dois tentáculos e os cortei fora, o monstro urrou mais uma vez, porém dessa vez de dor e virou-se para mim, mas mergulhei novamente nas sombras, no fundo do mar era muito mais fácil, tudo aqui eram sombras, havia só o brilho do reflexo mas eu me movia muito melhor.

Ataquei mais uma vez o monstro e ele recuou. Os tubarões que estavam presentes para defender o vilarejo comemoraram assim como as nereidas.

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– Querida? – disse papai me acordando.

– Sim, meu senhor?

– Não precisa de tanta formalidade. Você está bem?

– Não sei mais como responder essa pergunta papai. – disse sentindo as lagrimas brotarem.

– Eu sinto muito, por seu amigo, sei que o garoto de Hefesto era um dos lideres e vocês eram próximos.

– Beckendorff não era o tipo que falava muito, mas quando falava, todos obedeciam, ele era um bom líder e um ótimo irmão e amigo.

– Sei que está em um momento difícil, e vou entender se quiser permanecer aqui sozinha por mais um tempo, mas o povo gosta de você, e a maneira como os protegeu ontem deu a eles esperança e força, gostaria que você se juntasse a nós no conselho de guerra até que seja a hora de voltarem para o acampamento, até que seu irmão acorde.

– Tritão não irá gostar...

– Tritão é mimado demais, sei que tenho culpa nisso, mas você como ele é minha filha, quero você do meu lado hoje.

– Tudo bem papai... Eu irei.

– Você pode voltar a dormir, alguém virá avisa-la quando estiver na hora.

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Quando acordei novamente alguém batia a porta do meu quarto. Levantei e abri, o cavalo marinho me informou que o conselho logo começaria, me arrumei rápido colocando um vestido azul marinho, quase preto e prendi meus cabelos em um coque alto. Antes que eu saísse alguém bateu a porta.

– Já estav... – parei quando vi a esposa do meu pai. – Oi... Achei que era alguém me apressando.

Ela riu e eu notei que estava de armadura, ela também ia pro conselho.

– Não estamos atrasadas seu Poseidon ainda está nos aposentos particulares dele.

– Ah, que bom...

– Eu vim lhe trazer isso. – ela diz me entregando uma caixinha de madeira rustica.

Abro e encontro dentro dela um par de brincos, feitos da mesma pérola das minhas paredes.

– São simples, mas não incomodam nem são pesados.

– São lindos, e combinam perfeitamente com meu colar. Tia Afrodite sempre fica brava por eu não usar brincos, mas os que ela comprou para mim não muito grandes. Esses são perfeitos.

– Que bom que gostou...

– Posso perguntar uma coisa?

– Claro.

– Porque você é tão boa com os demais filhos do papai, você é esposa dele e ele mesmo tendo sido proibido com risco de acabar com o mundo foi infiel a você.

– Você pergunta isso por mim ou por seu envolvimento com Apolo? – ela perguntou como se já esperasse que eu perguntasse isso a ela a dias.

– Como você consegue suportar?

– Você conhece minha história com seu pai não é? – faço que mais ou menos corando e ela continua – Eu não queria me casar, mas seu pai queria, estava cansado e queria um relacionamento e herdeiros, no inicio ser imortal ainda não era como hoje, nós estávamos cansando de ser imortal, hoje já não damos bola pra isso, um ano e um dia podem ser a mesma coisa para nós. Seu pai começou a me perseguir e eu então propus um acordo, se me casasse com ele, ele me deixaria ser livre, não me perturbaria e eu não me ofenderia com possíveis deslizes como Zeus cometia com Hera. Não odiaria seus filhos com outras e assim nenhum outro deus também me incomodaria.

– Então foi por conveniência, meu pai queria você e você não queria ser perturbada, casando com ele os outros não mexeriam com você também.

– Isso. Não me entenda mal, com o tempo acabei me apaixonando por seu pai, mas preso mais por minha liberdade, não sou um ser domado. Você é minha enteada. Não a odeio, você é parte do mar, Hera não vê como eu. Sei que Apolo nutre sentimentos por você, seu pai comentou comigo quando voltou do aniversário de Percy e não pense que ele esqueceu, mas como eu disse, tempo para imortais é diferente, ele vai focar na batalha aqui, para não socar Apolo no Olimpo.

– Então ele não aprova?

– Você é o grande tesouro do seu pai, ele vai aprovar se vir que você pode ser completamente feliz com isso. E está obvio para mim que você também nutre sentimentos por Apolo, mas a muito em jogo Marina, Apolo carrega um passado e você terá que carrega-lo também se quiser ficar com ele. E também terá que carregar o futuro, se ele a ama mesmo talvez passe mil anos só com você, mas um dia haverá um deslize ou outro e você não pode acabar um casamento olimpiano de uma hora para outra, terá que aceitar e ver o lado positivo da situação ou acabará rancorosa e desconfiada como Hera.

Nos encaramos por um tempo, eu não sabia o que responder. Eu já havia pensado nisso mas ela passa por isso e entregou meu futuro em minhas mãos e ele é liquido, escorre sem que eu possa controla, mas no fim lembro de um detalhe, eu sou filha do mar e descendente da morte, não posso controlar meu futuro mas posso molda-lo. Afasto quaisquer pensamentos confusos da minha cabeça e me sinto mais leve na hora.

– Obrigada. Acho que eu sempre soube isso mas precisava ouvir de alguém que está nessa situação, você está certa. Entre tanto meu futuro agora não é esse, estamos em guerra, temos que proteger nosso lar.

– Então é melhor irmos ou acabaremos chegando depois do seu pai.

Ela sorrio para mim confiante e eu retribui então corremos para o pavilhão onde acontecia a reunião do concelho de guerra.


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