A Filha do Mar escrita por A OLD ME


Capítulo 42
Capitulo 32


Notas iniciais do capítulo

Vooltei como prometido... viu com prazos tudo é melhor!



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As coisas estavam agitadas no acampamento...

A chegada dos novos semideuses nem se fez perceber, o que todos comentavam agora tinha haver com as caçadoras ou comigo, ou com o desaparecimento de Annabeth. O chalé de Atena estava revolto e furioso por não poderem procurar pela irmã, assim como Percy que não falava com quase ninguém e passava o dia tendo leves devaneios. Eu respondia perguntas e mais perguntas e por incrível que pareça as perguntas sobre Apolo foram as menos presentes, acho que ninguém queria fazer uma fofoca deste nível no momento. No fim das contas os que mais me incomodaram foram seus filhos que me pegaram a me arrastar para seu chalé para saber das novidades.

Quando finalmente consegui fugir das perguntas, voltei até Quiron para pegar meu novo cronograma de aulas. Sim. Eu voltaria a ser professora. Assumi de vez o cargo antes pertencente a Luke. Os filhos de Hefesto me mostraram os novos estoques de armas e proteções que estavam disponíveis para treinamento e logo eu estava a par de tudo.

Pouco antes da hora do jantar consegui voltar para o chalé 3, Percy estava deitado em sua cama sonhando acordado mais uma vez.

– Eiiiii! – disse sacudindo-o – Vamos fale comigo, bote para fora tudo que está segurando.

– Eu estou bem, só estou cansado, não precisa mais cuidar de mim.

– Claro que preciso, somos irmãos, sempre cuidamos um do outro.

– Parece meio irônico ouvir isso quando você passou meses fora. – ele diz ríspido.

Eu me afasto e sento em minha cama calada, eu o abandonei, por duas vezes, ele tem o direito de falar isso. Fico parada por alguns segundos olhando para o mar através da porta de vidro recentemente instalada enquanto ele cobre o rosto com o braço. Levanto sem pensar e de uma maneira mecânica começo a tirar coisas das bolsas que provavelmente Afrodite e Apolo deixaram ali. Pego uma muda de roupas, cremes e tudo que preciso e vou para o banheiro, largo tudo lá volto e pego meu celular. Volto para o banheiro ligando uma musica no Maximo de volume, ligo o chuveiro e deixo a água gelada escorrer pelo meu corpo. Assim que finalmente me dou por satisfeita saio do banho. Olho o horário e me visto rápido. Ao abrir a porta Percy cai para trás e eu só tenho tempo de segurar sua cabeça com o pé para que ele não bata no chão.

– O QUE EM NOME DE POSEIDON VOCÊ ESTAVA FAZENDO AI?! – pergunto mais exaltada do que pretendia ser.

– Desculpa... – ele resmunga se levantando, Percy agora é um jovem adolescente em transição para fase adulta, ele está mais forte, mais alto, mais bonito. Assim que se recompõe ele limpa a calça como se tivesse caído na areia da praia assim como limpa a garganta como se tivesse acabado de tossir e fala dessa vez serio – Desculpa pelo o que eu disse... Eu fui idiota e infantil. Sei que você passou por maus bocados e eu não tinha o direito de exigir que você ficasse ou colocar o peso da minha vida em você.

– Percy... Tudo bem, eu merecia ouvir, eu me fechei para todos, tentei fugir, não é muito digno de um herói, eu sei, mas eu não sabia mais que fazer, quando tentei me matar, eu não sei, não pensei, só queria terminar com aquilo, com o peso de profecias e não queria mais ver o Luke, não daquele jeito, então os deuses me salvaram e tudo que aconteceu depois, foi meio que um choque de realidade, tudo que eu tinha, tudo que eu era, eu não tinha mais motivos para fugir eu agora só tenho motivos para ficar, ficar e lutar pela minha família, pelos meus amigos, por você, Tyson, papai e todos os deuses.

– Ah... – ele responde meio perdido – Então estamos bem? Quer dizer, tipo você e eu, sem brigas?

– Sempre vamos brigar Percy, somos filhos de Poseidon, revoltados e indomáveis, mas somos irmãos e eu te amo, é tudo o que importa.

Eu seguro a mão dele que me puxa para um abraço. Ficamos assim por um minuto até que alguém bate na porta. Percy vai em direção a ela enquanto eu vou até meu armário para pegar meu casaco do acampamento.

– Vamos logo estamos atrasados para o jantar você toma banho depois... – escuto Grover falar – Vamos Marina!!!

– To indo seu cascudo mandão!

– Magoou! – ele resmunga para mim piscando os olhos.

– Acho melhor não flertar assim com minha irmã Grover ou terá problemas com um certo Deus... – ele brinca se referindo a Apolo.

– A é esqueci! – diz Grover ficando serio.

Reviro os olhos para os dois abraçando cada um com um braço e assim vamos os três em direção à área de refeição.

Chegando lá, todos já estão acomodados, Percy e eu vamos para a solitária mesa três enquanto Grover se junta aos sátiros. O garoto novo, Nico, se diverte com os irmãos Stoll e as caçadoras se apertam na mesa de Artemis. Quiron anuncia as atividades do dia seguinte, incluindo o caça-bandeira contra as caçadora. Dionísio também diz meia dúzia de palavras e então a comida surgem em nossas mesas.

Nós nos servimos e fomos em direção a fogueira, deixei que Percy fosse na frente, ele atirou um belo pedaço de bife e fez um oração silenciosa, mas querendo ele ou não eu sabia o que ele havia pedido aos deuses. E então foi a minha vez...

“Papai obrigada pela fonte e por favor sabemos que logo Percy fará alguma loucura, guie-o...”

– A fila tem que andar, filha de Poseidon... – comenta alguém atrás de mim.

– É eu estou com fome... – diz um filho de Ares.

– Não adianta reza, nem oração, muito menos chantagem com comida no fogo, foi só um beijo, Apolo é de todas... – diz uma filha de Afrodite.

– Sua mãe é deusa do amor mas nem ela gosta das filhas envolvidas com Apolo, todos sabem disso... – o filho de Ares comenta em minha defesa.

Saio sem dizer nada e me sento em minha mesa, comemos calados e voltamos mais cedo para nosso chalé. Logo ambos estão deitados e acomodados...

– Boa noite mana... – ele sussurra.

– Boa noite Percy.

**********************************************************************

Na manhã seguinte quando acordo Percy não está no quarto muito embora o sol não tenha nascido ainda. Levanto coloco uma legging, uma blusa laranja com acampamento e o casaco também laranja e saio caminhando sem rumo pela neve. O café da manhã é somente em duas horas e está muito frio para ir para a praia então decido ir para o estábulo.

“Senhora... Trouxe açúcar?” Pergunta ele ansioso.

– E eu por acaso venho aqui sem açúcar Guido?

Nesse momento Guido, Jockes, Mambu e Kocher comemoram o que me da um pouquinho de dor de cabeça.

– Onde está blackJack?

“ Ele odeia os estábulos senhora... As vezes ele se acha o Grande Pai Pégasus!” resmunga Mambu.

– E vocês gostam? – pergunto de sobrancelha erguida.

“A noite, no inverno, e com a senhora trazendo café da manhã?” fala Guido “AMAMOS” respondem todos juntos.

Sorrio e saio do estábulo voltando para o chalé, no meio do caminho encontro Nico perto do chalé de Apolo.

– Não devia estar aqui essa hora... As harpias ainda estão por ai, mesmo que estejam sonolentas já.

– Quem são as Harpis?

– Harpias... São um tipo de nifas, meio difícil explicar, o importante é que elas adoram devorar campistas que perambulam por ai antes do horário de levantar ou depois do horário de dormir.

– É que eu não consigo... – ele trava. – Deixa vou voltar.

– Não consegue dormir? – Pergunto antes de ele dar se quer um passo.

– É, não durmo direito no chalé de Hermes.

– Eu também demorei a me acostumar lá, cresci aqui no acampamento, mas só passei a dormir nos chalés depois dos cinco.

– Mas você é filha de Poseidon porque dormia com os de Hermes?

– Somente há alguns anos revelei que era filha de Poseidon, eu sabia mas papai não tinha me assumido ainda. Vai acontecer com você também, um símbolo vai brilhar em cima de sua cabeça e então saberemos quem é seu pai ou mãe divino...

– Não tem como eu saber antes que nem você?

– As vezes, se seus poderes se mostrarem muito específicos, tipo filhos de Atena são bem espertos, os de Apolo geralmente são bons médicos e exibidos não acho que você seja filho de nenhum dos dois, você não parece ser de Afrodite também.

– Nossa você acabou de me chamar de Burro, feio e assinou a sentença que nunca serei medico... – ele diz rindo.

– Olha uma piada e um sorriso, estamos evoluindo, mas falando sério na minha opinião seu parentesco divino é um deus homem...

– Você acha? Alguém mais especifico... – ele diz segurando minha mão.

A mão dele é gelada, fria, morta, a sombra parece seguir o movimento com perfeição. Tenho uma forte sensação e quase consigo ver o símbolo da ligação divina dele, pisco meus olhos novamente e minha visão volta ao normal, mas sei o que vi e o que senti esse garoto tem algo em comum comigo, e que os deuses nos ajudem, ou melhor, que os deuses se ajudem, se acalmem e se controlem, pois quando isso vier a tona será o caos.

– Desculpa Nico realmente só saberemos quando seu pai ou mãe te reclamar... Eu tenho que achar meu irmão, por algum motivo ele também decidiu perambular por ai essa noite.

– Tudo bem... – ele diz tristonho.


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Notas finais do capítulo

Só digo uma coisa... Comentem!



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