Abro os olhos devagar, a luz os machuca forçando-me a ir testando-os aos poucos, quando finalmente me acostumo e abro-os encontro com lindos olhos azuis de Apolo. Não falo nada por um segundo e então meus olhos desviam para as deusas Artemis, Hera, Afrodite e Atena. Logo começo a lembrar o que havia acontecido e começo a perceber que esse não era o resultado que eu esperava. Sento-me rapidamente e vejo que estou coberta pelo velocino de ouro, jogo-o para longe de mim e levanto da cama me afastando dos deuses.

– Marina! – exclama Tia Afrodite enquanto todos os outros me olham confuso.

Sinto-me tonta e me apoio na parede. A corrente não está mais em meu pulso.

– Porque me salvaram? Achei que não poderiam interferir! – grito para eles.

– Will a salvou. Hades sentiu que você estava morrendo e Will a trouxe para o olimpo. – explica Hera.

– Não deviam ter me salvado! Agora ele ficará com raiva e quando voltar virá atrás de mim! – falo me abaixando no chão frio de mármore.

Afrodite se aproxima colocando o braço em volta de mim me ajudando a levantar, Artemis faz o mesmo e as duas me levam de volta a cama.

– Querida explique melhor. – pede Atena gentilmente.

– Cronos quer que eu o traga de volta, com meu sangue ele voltará mais forte, eu era uma maneira de ele voltar mais rapidamente, de antecipar a profecia.

– Então Luke não tentou matá-la, você tentou se matar? – pergunta Apolo pesadamente.

Faço que sim com a cabeça.

– Marina, alguém iria te salvar, eu mesmo faria isso se Quiron não tomasse providencias essa semana! – exclama ele.

– Calma Apolo... – avisa Afrodite.

– Você tentou se matar para atrasar Cronos, é isso? – pergunta Artemis.

– Não é só isso! – sussurro – Eu o ouvi, em um sonho, Cronos falava com Luke, ele não sabe a verdade, achava que se eu não cooperasse ele me mataria, mas ele não quer me matar, quer que eu o traga de volta e me torne sua esposa. Quando Luke saiu do sonho, Cronos caçoou dele e eu ouvi seus planos.

– Mas se como você disse seu sangue o traria de volta, você estaria morta, como ele a tomaria como esposa? – questiona Atena

– Talvez ele soubesse que Hades não a permitiria morrer assim. Afinal, foi Hades quem avisou a todos que você estava morrendo. – sugere Afrodite.

– Não importa agora... Temos hum – Hera limpa a garganta – Mais coisa a tratar no momento. – ele indica a mim com o queixo – Levaremos o que Marina disse a Zeus, mais tarde.

–Marina querida – Afrodite chama minha atenção, Apolo passa a mão na cabeça e vira para a parede e Artemis senta ao meu lado como Afrodite. – Quando você tomou o veneno, ele a estava matando aos poucos, demorou mais a fazer efeito mesmo com aquela correndo cortando todos os seus poderes herdados de Hades e Poseidon. Porem quando Will chegou aqui com você tivemos que esperar Apolo não conseguiu cura-lá e tivemos que chamar Hefesto para tirar as correntes, só o seu amigo Will lembrou que tínhamos o velocino a nossa disposição e ele a salvou, mas não fomos rápido o bastante e seu bebê, o veneno agiu mais rápido nele.

– Meu o que? – pergunto confusa.

– Marina, você estava grávida. – explica Artemis. – Você não sabia, não é mesmo?

– Eu... não. Eu não estava eu... De onde tiraram isso? – grito.

– Você estava Marina, por que mentiríamos para você! – repreende Hera.

Sinto falta de ar e tenho que fazer força para conseguir respirar, a luz no quarto começa a diminuir e começo a sentir frio. Afrodite aproxima um copo de água falando alguma coisa e o copo em sua mão explode cortando-a. A sombra feita pela cama começa a subir e me atinge fixando-se ao meu redor. Apolo se aproxima de mim segurando minha cabeça entre as mãos, aos poucos volto a escutá-lo...

– Marina, respire fundo. – ele diz com os olhos fixados nos meus – Respire, lembre-se de respirar. – ele demonstra e eu o imito.

– É verdade? – pergunto em um sussurro para que só ele me escute, mesmo sabendo que as outras escutaram.

– Sim... Sinto muito, eu juro que não queria que fosse assim.

– Não é sua culpa, é minha. Eu o matei.

– Você não sabia... – ele tenta me consolar.

– Não muda o fato de ser minha culpa... Eu... deveria saber! – falo com raiva e começo, sem querer, a chorar.

As duas deusas ainda ao meu lado me consolam. Apolo larga meu rosto se abaixando a minha frente com a mão em meu joelho Hera e Atena continuam me observando, não como observavam quando queriam me ver morta, mas com compaixão. Muitos minutos se passam quando finalmente cesso por um minuto e choro só para pedir que me deixem sozinha. Apolo tenta protestar assim como tia Afrodite, mas acabam convencidos por Hera e Artemis e todos eles se vão.

Assim que saem eu caio no chão frio sem forças e volto a chorar...