Hontou Seishin escrita por Der Kaiser


Capítulo 6
Sonho




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Agora ele era como o vento. Não sentia forma nenhuma em seu corpo. Ele não possuía um corpo. Era apenas sua consciência vagando em um céu de estrelas sem fim. Sato Ryozaki não estava entre as pessoas, estava entre as estrelas. Para todo lado que olhasse apenas via um céu azulado de cor escura cheia de luzes. Pontos brilhantes, luminosos em todos os tipos de cores que ele podia se lembrar. Sua consciência não estava mais na Terra. Ela havia alcançado o Espaço. Logo ele sentiu seu corpo voltando, ele havia tomado forma novamente. Sentiu o chão frio. Ao olhar para baixo, não havia nada que o segurasse. Ele estava em pé no céu azulado, como se uma parede invisível segurasse seu corpo acima do show de luzes que era aquele estranho universo. Ele caminhou com cautela. Tinha medo de cair. Quando finalmente se sentiu confiante para andar, ele continuou em frente olhando a sua volta. Onde estou? Ele andou mais um pouco, sem conseguir ver o horizonte a sua frente. Tudo parecia a mesma coisa. Foi quando a silueta de algo diferente apareceu em meio às estrelas. Ryozaki congelou. Mas o que é isso? Ele ficou estático quando via aquela criatura. Uma serpente gigante com escamas esverdeadas ondulava no céu para se locomover. Ela parecia olhar e identificar a presença de Ryozaki, mas apenas rondava o rapaz sem se aproximar muito. Foi quando ela parou. O dragão de olhos cor de safira usou seu corpo para cercar o rapaz enquanto olhava firmemente para ele. Ryozaki queria se mover, mas não conseguia. O dragão encheu os pulmões de ar e soprou. O vento chegou até Ryozaki tirando-lhe novamente seu corpo e transportando sua consciência pra outro lugar. Quando ele sentiu seu corpo materializar-se novamente, ele estava rodeado de pessoas.

[...]

Sato Ryozaki acordou. A sua volta estava pessoas que ele mal reconhecia. Mas logo ele percebeu seu professor ao fundo, pedindo ajuda. Ele estava de volta ao museu. Sua cabeça latejava. O que foi aquilo? Ele foi se levantando devagar, enquanto a equipe médica do museu chegava e pedia para que ele não se movesse. Depois do tumulto causado na ala norte do museu, houve uma breve calmaria. Ryozaki havia se encontrado novamente com Hikari, que estava sentada segurando uma bolsa de gelo a sua cabeça.

      - O que aconteceu? – perguntou Ryozaki confuso.

      - Você desmaiou repentinamente. Eu tentei te segurar, mas acabei batendo a cabeça também. – respondeu com uma voz calma, dando um leve sorriso. – Parece que esses anos de leitura não me deram muita força física.

      Ele se desculpou com a menina. Mas sua mente não conseguia se desviar do que tinha visto poucos instantes de ter acordado no chão do museu. Um céu estrelado, um dragão. O professor se aproximou dos dois.

      - Como estão se sentindo? – perguntou Yagiri.

      - Bem, apesar de tudo. – respondeu Hikari.

      - E você Ryozaki?

      - Bem... Não entendi o que aconteceu comigo. Desculpe.

      - Tudo bem. Os médicos disseram que foi apenas um desmaio por falta de sono. Você não dormiu bem ontem?

      - Acho que não. Quer dizer, nada fora do normal.

      - Entendo. Os médicos sugeriram que você fosse para casa descansar um pouco. Eu posso levá-lo daqui a pouco.

      - Não é preciso. Eu estou bem.

      - Eu sei que você está passando por um castigo aqui, mas não precisa mostrar nada para mim. Sua saúde é o mais importante. – insistiu o professor.

      - Eu posso levá-lo professor. – exclamou Hikari. – Não seria incomodo nenhum para mim.

      - Mas você também não está em condições. – alegou Yagiri.

      - Eu estou bem. Você ainda tem os outros alunos a olhar. Só vou levá-lo até a minha casa aqui perto e peço para meus pais o levarem depois. Não vai ser nenhum incomodo para eles.

      Yagiri franziu o cenho e depois assentiu.

      - Tudo bem. Assim que chegarem lá, me telefonem. – ele tira um pedaço de papel do bloco que estava em seu bolso e entrega a Hikari.

      Os dois foram até a saída norte do museu. Ryozaki parecia distraído, enquanto era puxado por Hikari. Eles desceram as escadas de mármore do museu e foram em direção ao ponto de ônibus. Um homem os observava do outro lado da rua. Ele tirou o celular do bolso e o levou até a boca seca. Ele pronunciou algumas palavras em voz baixa e desligou.


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