Hontou Seishin escrita por Der Kaiser


Capítulo 2
Violência




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Ano 2012. Kyoto, Japão.

      O golpe soou como um estrondo. O ambiente fechado em estrutura metálica fez o som do corpo do rapaz caindo ao chão ser audível a quem estive naquele lugar. A quadra poliesportiva do colégio Hanamori era um espaço com uma estrutura interessante. Quando construído na época em que seu fundador Saito Hanamori estava colocando aquele colégio nos eixos da sociedade moderna de Kyoto, ele fez questão de fazê-lo para deixar sua mensagem. O símbolo do colégio provindo do nome do diretor era uma grande rosa que se abria em todo seu esplendor, representando o despertar da maturidade da planta. Os alunos são as rosas que irão florescer. E seus professores serão os jardineiros. Foi com esse pensamento que foi feito aquele lugar, agora um dos mais bem frequentados colégios da região. Aquele local, visto de cima, era como uma rosa aberta em estruturas de metal fechando ao centro. Mas naquele momento os alunos presentes não pareciam dar a mínima para esse fato. O rapaz se levantou ajudado pelos companheiros atrás dele. Ele fitava com raiva outro rapaz que acabara de lhe dar um soco em seu peito.

      - O que pensa que está fazendo?

O rapaz, com um sorriso insano de raiva, estala os dedos dos punhos cerrados um a um.

      - O que foi agora? Não foram vocês que começaram com isso?

      - Seu idiota. Está pensando em encarar todos nós? – exclama um deles enquanto os de mais se aproximavam.

      - Sabe... Vocês me deixaram nervoso. E eu não costumo ser paciente ou compreensivo quando estou nervoso. Por isso eu não me importaria de bater em cada um de vocês. – ele continuava com aquela mesma expressão.

Aquela expressão causava um medo instintivo nas pessoas. A gangue a frente ficava cautelosa antes de fazer qualquer coisa. Ele acha mesmo que vai bater em todos nós? Os movimentos se limitaram a pensamentos. Um passo foi dado. Ele andava em direção aos demais com aquele sorriso, sem hesitar. Ele é violento. Ele é perigoso. Em situações de tensão como essa o desespero fluí dentro dos mais fracos. Preciso fazer algo. Foi quando um dos membros da gangue se atira contra com o rapaz gritando. Sem sentido. Desespero leva a dor.

Com um movimento rápido ele desvia o braço do membro da gangue e o acerta uma joelhada no peito. Desespero leva a dor. Dor leva ao medo. Ao ver aquilo, os outros ficaram mais apreensivos. Em tempos de batalha, sempre há de haver um líder para guiar seus subordinados. Foi quando aquela figura maior e mais forte que se destacou e surgiu passando entre os membros da gangue.

      - Ryozaki! O que pensa que está fazendo? – disse o líder da gangue se impondo à frente do rapaz.

      - Yagami. Parece que você não consegue controlar esses cachorros direito. – disse o rapaz em resposta a situação. – Você acha que esse colégio é seu ou faz esse tipo de coisa pra se sentir superior?

      - Não banque o herói aqui, Ryozaki. Eu faço o que eu quiser nesse colégio.

      - É esse tipo de atitude que me deixa puto. E quando eu fico nervoso eu não consigo me controlar. Então você pode sair dessa quadra agora e deixamos isso como está?

      - É claro... Só me deixe...

O soco veio do nada. Sem mais nenhuma palavra o rapaz de maior estatura corporal socou o rapaz de atitude confiante com a maior força possível. Os joelhos de Ryozaki vieram ao chão, enquanto botava a mão ao rosto.

      - Não se ache o tal aqui. Eu fundei essa gangue porque eu tenho o poder para controlá-la! Eu faço o que quiser nesse colégio. Esse colégio é meu! – ele ria enquanto apontava para o rapaz ajoelhado, mostrando seu poder aos outros membros da gangue. Agora eles se sentiam confiantes. Ninguém pode com Hanamori Yagami.

Foi quando sem avisar o rapaz se levantou. Seu cabelo castanho escondia seus olhos cheios de raiva. O poder insano do temperamento explosivo de Sato Ryozaki era temido pelos que o desafiavam. Com apenas 1,72 de altura e um corpo de um estudante normal ele não parecia nenhuma ameaça. Mas seus olhos castanhos avermelhados sempre mostravam a quem o afrontava a fúria e a dor que eles poderiam passar se mexessem com ele. Um poder não explicado pelo seu físico, apenas mostrado pelos seus olhos. Impacto! Um chute bem aplicado no rosto do líder da gangue foi seu contra-ataque. Hanamori Yagami cambaleou, mas estabilizou as pernas alguns segundos depois. Segundos preciosos. O rapaz agora mostrando o ferimento no rosto exibia aquele olhar que causava o medo. Ele avançou com força contra o líder. Por impulso o líder tentou se defender jogando seu corpo contra o rapaz, aproveitando-se de sua maior estatura. Colisão! Os dois bateram ombro a ombro e foram jogados em direções opostas logo em seguida. Recuperaram-se rápido e logo estavam disputando forças mão a mão. Apesar do tamanho diminuto de Ryozaki sobre o de Yagami, eles mediam forças. Os outros da gangue ficaram assustados ao ver aquela cena. Davi e Golias. Logo a força de Ryozaki cedeu sobre o peso de Yagami. Ele tinha a gravidade a seu favor. Mas também contra ele. Um chute rasteiro de Ryozaki fez com que Yagami perde-se a estabilidade conseguindo empurrá-lo. A separação que precedia a colisão. Mas antes que pudessem continuar uma voz aguda ressoou pela quadra. A Diretora interina Inoue Katagiri estava presente no local. Extasiados pelo embate dos dois alunos, ninguém notou ela chegar. Todos surpresos correram deixando os únicos combatentes no centro da quadra. Ela tirou uma das mechas de seu cabelo ruivo de seu campo de visão e com um ar de “não estou surpresa” pronunciou suas palavras finais.

- Sato Ryozaki e Hanamori Yagami, para minha sala. Agora! – não parecia a primeira vez que dizia algo assim.


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