Há muito, muito tempo atrás... Havia um pequeno reino chamado Illumini. Esse reino livre de guerras era governado pela família real Illuminus. Seu rei estava muito doente há algum tempo, por isso seu reino ficou ao encargo de sua única filha, Hikari. A princesa Hikari era uma pessoa doce, gentil e muito amável. Sem contar que era muito bonita, pois possuía muitos pretendentes. Ela tentava de tudo para diminuir as injustiças de seu reino e foi em uma caminhada pela cidade que ela o viu. Era um rapaz de cabelos castanhos e olhos de mesma cor. Tinha um físico lindo e andava sem camisa, ajudando a carregar algumas sacas. Ao ver aquele rapaz ela corou. Ele a fitou de longe com admiração e ela logo se recompôs. Porém ela percebeu que a vida daquele misterioso rapaz não era tão boa quanto seu sorriso mostrava.

- Ryozaaaaaki! – outro rapaz o chutou jogando-o no chão. - Por que tanta demora? Não temos o tempo todo. Se você não acabar logo, Katagiri-sama vai nos punir, seu monte de merda.

- Tudo bem... Estou fazendo o melhor que posso Yagami-sama. – ele se levantou e começou a trabalhar o mais rápido que pode.

Ao ver aquela cena, a princesa ficou muito triste. Ele fazia de tudo para que todas as pessoas vivessem bem, mas sempre encontrava coisas como essa pela cidade. Ela voltou ao seu castelo e ficou pensativa sobre o rapaz que havia observado. Na sua varanda em seu quarto com o chá quente e biscoitos sobre a mesa, ela ficava pensando o que ele estaria fazendo agora.

\t Mais tarde naquele dia, ela desceu até o pátio do castelo. Vestindo um sobretudo. Ela se esgueirou até o portão do castelo e deu a volta até a floresta. Ela fazia aquilo toda a noite. No meio a floresta havia várias crianças sentadas em volta de uma fogueira. Eles sorriram ao vê-la e deram um lugar para ela se sentar. A princesa Hikari gostava de ler histórias para as crianças que moravam por ali, mesmo não podendo sair do castelo desacompanhada. Ela lia e encantava as crianças com diversas histórias e contos em livros e até mesmo os que ela inventava. Mas naquele dia, eles tinham um visitante diferente. Em cima da árvore algo se mexeu. Aquele mesmo rapaz de cabelos castanhos caiu da árvore desajeitadamente. As crianças se assustaram, mas a princesa as acalmou. Ela foi até o rapaz.

- Você está bem? – ela perguntou com um sorriso.

- Sim... – ele virou o rosto e corou. – Você não é a... – ela pôs o dedo em sua boca em sinal de silêncio antes que ele terminasse.

- Será que você pode guardar esse segredo? – ela sorriu novamente.

O rapaz assentiu e logo depois ele se juntou as crianças. Ele riu e se divertiu com as histórias dela. Logo o tempo voou e as crianças foram para suas casas. O rapaz olhava enquanto a princesa se arrumava para voltar ao imenso castelo.

 - Você é incrível. Eu nunca ouvi histórias tão boas assim. – o rapaz parecia encantado.

 - Não é nada de mais. A maioria eu tiro de livros que já li. São muito bons! Se quiser eu posso emprestar alguns a você, o que acha?

- Bem... – ele pareceu encabulado. – É que eu não sei ler...

A princesa pareceu encantada com ele. Era tão singelo e carinhoso, mas ao mesmo tempo forte e destemido. Ela se aproximou dele.

- Se você quiser... Eu posso te ensinar a ler. – ela sorriu.

 - Sério? Pode mesmo? – ele parecia empolgado com idéia. – Não, mas a senhorita é...

- A princesa? Não se preocupe com isso. Se você guardar o meu segredo eu guardarei o seu. Assim podemos nos ajudar, tudo bem? – ela estendeu o dedo mindinho em sinal da promessa.

Ele usou o mindinho e selou a promessa dos dois. Depois daquele dia, todos os dias tarde da noite a princesa ensinava o rapaz a ler. Logo ele já conseguia ler para as crianças e todos os dias eles se divertiam muito. Depois de um tempo, o rapaz tomou uma decisão.

- Hikari-sama. Eu irei me tornar um Cavaleiro! – ele disse enquanto ajoelhava em frente a menina.

Por dias ele passou por testes intensos e depois de algumas semanas ele havia se tornado um cavaleiro honorário. A princesa o indicou como seu guarda real e agora os dois estavam mais próximos do que nunca. Tudo parecia melhorar, até que...

 - Preparem-se, povo de Illumini! – uma voz grave soou por toda a cidade. Um homem de cabelos castanhos jogados para trás usando uma roupa de um mago ancião estava sobrevoando a cidade num grifo. – Seu destino final está por vir! O ano da libertação chegou! – ele começou a jogar chamas por toda a cidade.

Os cavaleiros e arqueiros revidavam, mas nada conseguiam fazer contra a magia de seu inimigo. Ele entrou pela janela do castelo e chegou até a princesa Hikari.

- Quem é você? – ela perguntou assustada.

 - Eu sou lorde Nekozawa, senhorita. Eu vim aqui para acabar com esta cidade e causar uma guerra contra as outras nações.

- Não! Você não pode!– ela exclamou.

- Sim, eu irei. É meu destino. Mas para conseguir isso, eu preciso de você princesa. – ele se aproximou com um sorriso maligno.

- Princesa! – Ryozaki entrou no quarto na hora exata que o homem se apoderava de Hikari. – Solte-a!

- Receio que seja tarde, meu nobre cavaleiro. A princesa agora é minha! – ele soltou uma risada maligna e pulou até seu grifo.

Ryozaki em ímpeto pulou na hora que o grifo saiu voando com os dois. Ele conseguiu se agarrar a calda do animal e suportava o vento que tentava derrubá-lo.

- Que persistente! – praguejou o homem.

Ele fez seu grifo girar no ar até que a mão de Ryozaki cedeu a pressão e ele caiu. Ele foi de encontro ao chão gritando o nome de Hikari enquanto ela chorava por clemência. Quando o corpo de Ryozaki atingiu o chão ele sentiu uma dor imensa. Quando abriu seus olhos, ele ainda estava vivo. Ao seu lado estava um homem com uma capa preta.

- Você... – ele tentou se levantar.

- Descanse jovem cavaleiro. Você ainda está muito fraco. – ele advertiu mostrando os ferimentos do rapaz.

- Você salvou minha vida?

O homem assentiu. Ele parecia ser um mago assim como o raptor de Hikari. Ele provavelmente havia usado magia para impedir a queda mortal de Ryozaki.

- Quem é você? – Ryozaki perguntou.

 - Sou Kaitov. Eu sou um mago caçador. Aquele que você viu era um dos magos renegados que eu estava caçando. Minha missão é detê-lo, mas sua magia é forte.

- Por favor, deixe-me ajudá-lo. Eu preciso salvar a princesa.

- Não, ele é poderoso de mais. Não posso arriscar sua vida em minha missão.

O rapaz insistiu e o mago acabou cedendo. Ele parecia perceber a vontade de fogo do rapaz. A vontade de um dragão.

- Tudo bem, mas use isto. – ele deu um grande escudo ao cavaleiro. – Isso é um escudo de escamas de Dragão. Ira te proteger das magias de Nekozawa.

O rapaz assentiu e logo os dois foram ao castelo sombrio onde Hikari era mantida como refém. Mas na porta, vários guardas esqueletos estavam a espera deles. Os dois lutaram bravamente, mas eram muitos.

- Você tem que salvar a princesa! Eu cuidarei deles! – o mago Kaitov sugeriu enquanto destruía os esqueletos com suas correntes mágicas.

Ele abriu o caminho para Ryozaki e o rapaz disparou até o salão principal. Quando chegou lá, Hikari estava presa a uma cruz e a sua frente estava o mago Nekozawa.

- Então você sobreviveu, jovem cavaleiro. Mas pensa que pode me vencer? – ele sorriu.

Ryozaki disparou contra ele, mas ele o retardou usando bolas de fogo. Ryozaki usou seu escudo para se defender das magias e chegou próximo a Hikari.

- Entendo, esse escudo lhe protege de minhas magias. Mas não pense que não estava esperando por isso. Elizabeth! – ele exclamou em voz alta.

Logo um gigante gato preto de mais de 10 metros adentrou o salão destruindo tudo. Ela possuía um laço vermelho amarrado a sua coleira o que indicava que era uma fêmea. Ela lambeu os bigodes quando viu Ryozaki. O cavaleiro investiu contra o gato gigante, mas de nada adiantou. Com apenas uma patada ela tirou-lhe o escudo e arrancou parte de sua armadura. Ela pisou sobre o corpo machucado de sua presa. Ryozaki tentava resistir, mas não passa de um mero rato preso. Mas quando o grito de desespero de Hikari ao ver aquela cena ecoou pelo local, a espada de Ryozaki começou a brilhar. Ela cintilou e foi se esticando quase chegando ao queixo do animal.

- Não pode ser! – disse o mago. – É o poder de Ilumini!

Foi quando com uma estocada que Ryozaki abateu o feroz gato. Ela caiu sobre seu dono e o castelo começou a desmoronar. Ryozaki segurou Hikari no colo e a levou para fora do castelo a tempo. Em uma colina, os dois ao lado do mago Kaitov olharam o castelo desmoronar por completo.

- Vencemos essa batalha. Mas ainda haverá muitas outras. – o mago disse aos dois.

- Nós sabemos. – disse Ryozaki. – Mas desde que fiquemos todos juntos, tudo dará certo. – ele abraçou a princesa com carinho.

- Ryozaki-kun... – ela aproximou seu rosto do dele.

Os dois fecharam os olhos e foram se aproximando lentamente seus lábios até que...

- Hikari! Hikari! – Ryozaki sacudiu levemente o ombro da menina.

- Hã? Ryo-kun? – ela tirou os óculos e esfregou os olhos.

- Já chegamos em nosso ponto, nós temos que sair. O trem já está saindo de novo. Vamos? – ele estendeu a mão à menina.

Ela segurou e os dois saíram do metro. Foram conversando como sempre até a livraria onde sempre se separavam.

- Bom, vejo você amanhã. – Ryozaki disse.

- Tudo bem... – ela parecia desapontada, mas feliz.

- Ah, a propósito. Você estava falando bastante enquanto cochilava no trem. No que estava pensando? – ele perguntou curioso.

A menina corou e se lembrou de todo o sonho que teve. Ela se sentiu bem e sorriu para ele.

- Apenas um sonho bom, jovem cavaleiro. – ela acenou e foi embora.

Ryozaki evidentemente não entendeu nada do que ela queria dizer com isso. Mas ela parecia feliz, então ele não se importava. E foi assim que eles continuaram a viver suas vidas... Felizes para sempre, no ponto de vista de certa pessoa.

Fim.