E-l-i-s-a escrita por Liz Setório


Capítulo 1
Confissão - Capítulo Único -


Notas iniciais do capítulo

Essa é a minha primeira one. Se por acaso você tiver alguma crítica a fazer, sinta-se à vontade. Críticas construtivas sempre serão bem vindas.Boa leitura!



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Aula de física. Tédio total. O maldito barulho dessa maldita sala não me deixa prestar atenção nas explicações do professor. Para ser sincera, nunca vou conseguir prestar atenção na aula do Diogo. E isso tem dois motivos: O primeiro e mais óbvio é o barulho dos meus amados coleguinhas. Fico impressionada com o fato de eles serem tão barulhentos e o Diogo tão lerdo. Ele não consegue controlar a sala de jeito nenhum, na verdade ele nem tenta. O professor parece não se importar se vamos aprender ou não. O segundo motivo é que como diria minha mãe: eu só presto atenção no padre e esqueço da missa.

Até tento prestar atenção na aula do Diogo, mas não dá. física é algo que não entra na minha cabeça. Na verdade não só ela. As suas amiguinhas matemática e química também são de difícil compreensão para mim, mas como os professores destas disciplinas não são nem um pouco atraentes, a compreensão delas torna-se mais fácil para mim. Já com física, é completamente diferente. O Diogo é um sonho. Ele é completamente o meu tipo. Mais alto que eu... Barba... Inteligente...

 Sei que esse ano deveria prestar mais atenção em todas as aulas, já que é o meu último. E no final do ano ainda tenho que prestar aquela tortura em forma de prova que é o Enem... Só que infelizmente não dá pra prestar atenção em Física. O Diogo me tira dos eixos...

Maldito barulho que não permite que eu me concentre. Maldito Diogo. Por que ele tem que ser tão bonito?!

Já que está impossível prestar atenção na aula, eu vou escrever. Gosto muito de escrever. Acredito que essa seja a forma de poder amenizar todas as minhas tensões. Quando estou com papel e caneta em mãos consigo alcançar o meu perfeito equilíbrio.

 Escrever é o que me faz fugir da realidade e encarar a vida de uma maneira mais leve. O fundo do meu caderno é cheio de textos aleatórios. Mas sobre o que vou escrever agora? Poderia escrever sobre como o dia está bonito lá fora. Ou sobre como eu odeio o barulho dessa sala. Quem sabe eu deva escrever sobre o Diogo? Acho que escrever sobre ele é uma boa ideia. Colocar no papel tudo o que sinto pode ser muito bom para mim. Dessa forma, estarei pondo para fora todos os meus sentimentos. Tiro o caderno da matéria dele, abro em uma página em branco e começo a escrever.

Terceiro ano colegial. A maioria dos alunos pretende deixar uma marca no colégio, pelo menos é o que eu penso. E que marca eu quero deixar nessa escola? Bom, a minha marca não será em toda a escola. Ela não estará exposta a todos. Ela estará visível somente a ele, somente ao meu adorado professor de física.

A minha meta para o terceiro ano colegial é dar um beijo nele. Um beijo desses de tirar o fôlego, porém sei que isso não será nada fácil. Ele é meu professor desde o primeiro ano e até hoje o máximo que eu consegui dele foi dar um beijo em seu rosto, num dia aleatório que resolvi fazer isso. Um abraço, no dia em que o vi pela primeira vez neste ano e também consegui dar um beijo em seu pescoço, porém esse último era pra ter sido no canto da boca, entretanto ele virou o rosto de tal forma que acabou sendo no pescoço.

No dia seguinte do último beijo, ele sorriu para mim. Foi o que disse a minha amiga, mas ele sempre sorri para todas.

 Será que ele gostou do beijo que dei nele? Será que ele está gostando do meu atrevimento? Nunca fui atrevida assim. No entanto tenho que deixar a minha marca na vida desse homem. E terceiro ano... Tá tudo liberado. Eu tenho o direito de buscar os meus objetivos. Quem sabe eu não deva me conter? Isso pode ser perigoso para mim...

Certo dia, quando ele pronunciou o meu nome, eu quase me derreti. O jeito com ele disse cada letra do meu nome chegou aos meus ouvidos de uma maneira tão doce... E arisco dizer que até orgasmática. Adoro o jeito como ele pronuncia o meu nome: E-L-I-S-A. Ah, isso é música para os meus ouvidos...

Às vezes, praticamente corro atrás dele pelos corredores desse maldito colégio para tentar conseguir o mínimo de atenção do meu adorado Diogo. Algumas vezes obtenho sucesso, outras não.

Eu reclamo tanto do barulho dessa maldita sala, todavia nem sempre ele é ruim. Tem vezes que para poder ouvir alguma dúvida ou pergunta minha, o Diogo tem que se aproximar um pouco de mim, pois eu falo um pouco baixo por ser tímida e também por adorar o fato dele ter que se aproximar de mim. Quando isso ocorre o meu coração bate tão rápido que até parece que vai sair pela boca.

Ver as cadelas do meu colégio em cima dele me dá vontade de matar uma por uma. Ah, Diogo, meu adorado Diogo como queria que você soubesse o quanto eu enlouqueço só de te ver.

Meu amado professor, como eu queria que soubesse o quanto o meu coração bate forte quando o senhor se aproxima de mim. Ah, como eu queria que o senhor parasse de falar sobre física. Eu pouco me importo com Eletricidade ou qualquer outro assunto dessa tediosa matéria. O que mais desejo é que o senhor venha para perto de mim e cole os seus lábios aos meus. Ah, como eu desejo isso ardentemente... Mas sei que não vai acontecer. O senhor não é como os professores do mundo das fanfics que se deixam levar por suas alunas... O senhor é um homem sério. Um homem que nunca vai olhar para mim...

 Sou muito idiota por te desejar assim tão ardentemente. É loucura, da minha parte, achar que vou ser correspondida...

 Deveria te entregar esse texto/bilhete/confissão, mas nem ao menos tenho coragem de fazer isso. Ou será que tenho? Será que vale a pena me atrever a esse ponto?

O sino acabou de bater, essa é a minha última aula. Então, eu fecho o meu caderno. Já estou prestes a colocá-lo dentro da mochila, mas não eu não posso ser tão frouxa assim. Tenho que entregar o que escrevi ao Diogo. Mesmo que não dê em nada quero que ele saiba o que sinto por ele.

A dúvida está me consumindo. Continuo sentada na minha cadeira com o caderno na mão. Boa parte dos meus colegas já foram embora. Daqui a alguns instantes será só Diogo e eu aqui nessa sala.

As últimas pessoas que estavam na sala vão embora. Essa é a minha chance. O professor ainda está organizando suas coisas.

— É agora ou nunca — penso.

Abro o caderno com um pouco de pressa e começo a procurar desesperadamente pelo que acabei de escrever.

— Achei — sussurro animada.

Destaco a folha da minha confissão. Dobro-a em quatro partes. Levanto-me e a entrego a ele.

— Que papel é esse, Elisa? — pergunta. O som de sua voz junto ao meu nervosismo faz com que eu me arrepie.

— Leia — digo abandonando a sala com passos rápidos. Eu estou praticamente correndo.


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Notas finais do capítulo

Ficou curioso para saber a reação do professor? Bom, então é só você ler essa pequena continuação aqui:

https://fanfiction.com.br/historia/670399/Desculpe-me/

Espero que eu tenha conseguido te agradar. Se por acaso não consegui me diga o porquê. Assim como a Elisa eu também amo escrever e se tiver alguma dica para que eu melhore a minha escrita pode deixar ela nos comentários.Muito obrigada por ter lido.