...

— Regina? - disse o homem sorrindo para prefeita, ela estava diferente, mas ele a reconheceria de qualquer maneira.

— Só pode ser brincadeira... - comentou Emma apenas para si, não tirava os olhos da cena a sua frente.

— Você não desistiu de mim, você me trouxe de volta... - disse o homem segurando o rosto de Regina, a prefeita estava tentando processar o que estava acontecendo ali - Você não deixou de me amar - e com essa frase o homem beijou Regina, Emma tentou correr para acabar com aquilo, mas foi impedida por Zelena.

— Emma, não - pediu Zelena. Sabia que se tivesse deixado, Emma iria mandar Daniel de volta ao reino dos mortos.

— Daniel! Não! - respondeu Regina soltando-se do homem, mas não de uma forma rude. Regina imediatamente virou-se procurando sua namorada, pôde perceber que ela estava furiosa, uma postura rígida apesar dos olhos mostrarem tristeza, o que fez Regina se amaldiçoar mentalmente por ter deixado Daniel tocar seus lábios.

— Me leva embora, Ruby - pediu Emma sem desviar seu olhar de Regina.

— Emma... - Regina deixou Daniel e andou em direção a namorada, mas a xerife balançou sua cabeça pedindo para ela não se aproximar.

— Ruby! - pediu Emma novamente, dessa vez em um tom mais incisivo.

— Regina... - Zelena segurou o braço de sua irmã impedindo-a de ir atrás de Emma, a prefeita olhou para sua irmã em busca de respostas para o que fazer - O QUE VOCÊ ESTAVA PENSANDO?! - Zelena elevou sua voz depois que Ruby e Emma saíram.

— Zelena? - o homem se aproximou e sorriu ao ver a figura conhecida.

— O quê? Não fala comigo, eu nunca gostei de você - respondeu Zelena girando os olhos com a aproximação do homem - Regina, resolve isso! - disse apontando para Daniel.

— Eu preciso da sua ajuda - pediu Regina sem saber o que fazer.

— Emma precisa de ajuda. - concluiu a ruiva desaparecendo em sua fumaça verde.

— Regina? Onde estamos? - perguntou olhando em volta.

— Muito longe de casa... - respondeu Regina respirando fundo, a prefeita fez um gesto com a mão e os dois desapareçam.

...

— Emma... - Ruby andava ao lado de sua amiga pela floresta, desde que deixaram aquele porão não deram uma palavra.

— Agora não, Ruby! - respondeu rudemente, a loira estava quase desistindo de continuar a caminhada, sua perna estava lhe matando, o braço onde a flecha atingiu voltou a sangrar, mas o que mais doía era ter presenciado Regina beijando Daniel, não pôde deixar de lembrar das palavras de Facilier.

— Não se preocupe com isso, Regina não vai trocar você por aquele homem - Emma não deu ouvidos e continuou a andar a frente, Ruby girou os olhos com a atitude de sua amiga.

— Encontrei vocês! - Zelena de repente apareceu no meio da floresta onde Ruby e Emma andavam.

— DROGA! - Emma caiu no chão ao tropeçar em um galho - MALDITO GALHO! MALDITA ÁRVORE DE ONDE ESSE GALHO VEIO! - Ruby e Zelena se olharam, intrigadas com a atitude de Emma.

— Okay, deixa que eu ajudo. - Zelena se abaixou e ajudou a xerife, Emma levantou com dificuldade - Você precisa de um médico, imediatamente - comentou a ruiva preocupada com os ferimentos da mulher.

— Estou bem, só quero ir para meu apartamento - disse Emma ignorando sua dor.

— Você não tem escolha, Emma. Nos leve ao hospital, Zelena - pediu Ruby. As três desapareceram na fumaça de Zelena e foram direto ao hospital.

Chegaram ao hospital e logo Ruby chamou por Dr. Whale, Emma ainda argumentou dizendo que estava bem, porém Zelena apertou o braço de Emma a fazendo gritar de dor, então a xerife se rendeu.

— Que dia... - comentou Zelena sentando em uma das cadeiras na sala de espera.

— Você salvou todos hoje. Regina, Emma... Não quero imaginar o que aconteceria se você não chegasse a tempo. Tenho que dizer que mudei minha opinião sobre você, Zelena - disse Ruby sorrindo, Zelena levantou sua mão fazendo hi-five com a garçonete.

— Quem diria que um dia eu salvaria o dia. Obrigada por confiar em mim e me procurar - comentou Zelena mudando sua opinião sobre Ruby também, poderia sair um boa amizade dali.

— Agora me fala, o que você acha que Regina irá fazer? Esse Daniel sempre foi uma história por aqui, todos sabem que foi o grande amor de Regina. Você acha que ela deixará Emma? - Ruby estava com medo do que pudesse acontecer, Emma ficaria devastada se Regina a deixasse, não queria imaginar como seria lidar com uma Emma sem Regina.

— Sinceramente? Não tenho ideia, Daniel e Emma são duas pessoas completamente opostas. Regina realmente amou Daniel, e tenho certeza de que ela ama Emma, mas não sei o que ela irá fazer. Há alguns dias eu estaria dando pulos de alegria por isso acontecer, certamente eu teria chance com Emma, mas hoje... Depois que eu vi no que Regina se tornou por amar Emma, eu não seria capaz de destruir isso - Ruby sorriu com a declaração de Zelena, os Mills realmente eram uma família surpreendente, supostamente uma família de vilões, mas eram apenas heróis incompreendidos.

— Podem entrar, eu fiz alguns curativos, ela só precisa de repouso, já pode ir para casa - comentou Whale aparecendo na sala de espera - Ela precisa de ajuda para caminhar por causa da perna, vocês podem entrar para ajudá-la? - perguntou o homem, as duas concordaram e entraram.

Emma estava sentada em uma cama, com curativos no braço esquerdo, a calça cortada mostrava o curativo na perna direita, o canto do lábio ainda estava um pouco vermelho. A loira balançava as pernas para frente e para trás, tinha um sorriso nos lábios ao ver as duas mulheres se aproximando.

— Em? Você está bem? - perguntou Ruby desconfiada da repentina mudança de humor da amiga.

— Estou bem, me sinto relaxada, agitada, com um pouquinho de sono e uma vontade de correr - Emma dizia sem tirar o sorriso dos lábios, Ruby gargalhou ao lembrar-se da última vez que esteve com a amiga no hospital.

— O que você fez com ela?! - Zelena puxou Whale pelo jaleco imprensando-o contra parede.

— Ela está bem, Zelena. São os remédios - respondeu Ruby. Whale concordou e Zelena soltou o homem.

— Ei, Swan. Vamos embora - Ruby se aproximou com Zelena para ajudar à amiga.

— Seu cabelo é tão lindo... - Emma pôs sua cabeça no ombro de Zelena inalando o perfume dos cabelos da mulher - Você é tão linda, você é minha namorada? - perguntou Emma para Zelena, Ruby gargalhou e esperou uma resposta da ruiva - Nossos filhos teriam cabelos em uma mistura de loiros e ruivos, loivos, seria o máximo! - falou Emma empolgada.

— Não querida, não namoramos - respondeu Zelena sorrindo.

— Ainda, não namoramos ainda - corrigiu Emma, a loira passou suas mãos sobre os ombros de Zelena, a ruiva girou os olhos e pegou Emma em seus braços.

— Regina não irá gostar nada de saber dessa história, Emma... - comentou Ruby, Emma olhou para Zelena e depois para Ruby.

— Você namora Regina? - perguntou a xerife para Zelena.

— Não, VOCÊ namora - respondeu Zelena, Emma abriu a boca em espanto.

— Eu consegui? Nós nos casamos e agora temos cinco filhos? - perguntou Emma animada.

— Calma ai, Swan. Quem sabe daqui alguns anos... - respondeu Ruby sorrindo, Emma agora brincava com os cabelos de Zelena enquanto descansava sua cabeça no ombro da mesma - Ela perdeu a memória ou quê, Whale? Quantos comprimidos você deu a ela? - perguntou Ruby, estava achando estranho o fato de Emma não se lembrar de algumas coisas como, Zelena e o seu namoro com a prefeita.

— Eu dei a mesma dosagem da última vez, dois comprimidos. Aparentemente, Emma é a única que fica com esse efeito colateral, as outras pessoas ficam com uma simples sonolência - respondeu Whale também não entendo a repentina mudança de Emma.

— Emma... - chamou a garçonete - Quantas balinhas brancas deram a você? - perguntou Ruby, Emma sorriu e mostrou dois dedos, dizendo que tinha tomado apenas dois.

— Dr. Frankenstein me deu duas balinhas, mas passou uma enfermeira muito bonita por sinal, eu disse que estava com muita dor e ela me deu mais duas, e eu tirei mais três do avental dela... Acho que dá um total de vinte balinhas... - Zelena gargalhou com a conta que Emma havia feito, o peso da loira estava começando a incomodar seus braços.

— Wow! Sete? Agora está explicado essa falha na memória, mas não se preocupem, ela vai dormir e quando acordar voltará ao normal, só evitem dar bebidas alcoólicas para ela - recomendou Whale.

— Okay, vamos, meu braço está começando a doer - comentou Zelena ainda com Emma em seus braços.

— Espera aí, cadê minha mulher?! - perguntou Emma se referindo a Regina.

— Oh querida, nunca mais use essa expressão, Regina lhe mataria se ouvisse - respondeu Zelena sorrindo, Ruby gargalhou e as três desapareceram da sala.

...

— Onde estamos Regina? - perguntou Daniel entrando na mansão.

— Estamos na minha casa, não estamos mais no nosso reino Daniel. Aqui é Storybrooke, estamos em um reino sem mágica - explicou Regina vendo o homem olhar cada canto de sua casa, ele estava maravilhado.

— Você... - Daniel parou ao ver uma foto de Regina e Henry - Você tem um filho? Você está casada? - perguntou com tristeza.

— Sim, eu tenho um filho, o nome dele é Henry, mas não sou casada - Regina viu o rosto do homem se iluminar novamente ao ouvir que a prefeita não era casada.

— Você realmente esperou por mim, meu amor... - disse o homem. Regina já estava para argumentar quando alguém a interrompeu.

— Querida? Você encontrou Emm - Cora não completou a frase, a figura em sua sala deixou a mulher simplesmente sem palavras - Regina? - Cora olhou para sua filha em busca de resposta.

— Cora? - o homem correu e abraçou a mulher, Cora olhava para Regina desesperada por uma explicação.

— Daniel? Mas... Você estava morto... - respondeu Cora saindo delicadamente do abraço do homem.

— Regina me trouxe de volta. - respondeu. Quando Cora iria voltar a falar, o estômago do homem fez um barulho estranho - Desculpem-me.

— Oh querido, você deve está com fome. A cozinha fica no final desse corredor, sinta-se em casa - respondeu Cora, o homem agradeceu e saiu. A mais velha assistiu Daniel desaparecer e voltou a olhar para filha - Mas o que você fez, Regina?! Você saiu daqui em busca de Emma e volta com Daniel? Como você conseguiu fazer isso?! Por que fez isso?! - Cora mantinha sua voz baixa, quase sussurrando, porém em um tom firme.

— Eu não fiz isso! - Regina respirou fundo, fechando os olhos por alguns segundos - Vou contar de um jeito prático. Robin sequestrou Emma, eu fui resgatá-la, Facilier estava por trás de tudo, Facilier! Como ele veio parar aqui? Enfim, Emma parecia está sem poderes e muito ferida, Robin conseguiu tirar meu coração, Zelena apareceu e me salvou e depois tirou o coração de Robin. Facilier trouxe Daniel de volta com o coração de Robin! E esse foi o meu dia - respondeu sentindo uma pontada infernal em sua cabeça - Ah, e para piorar tudo, Daniel me beijou na frente de Emma, ela está furiosa... - Cora ainda estava processando a parte de Zelena salvando o dia.

— O que você vai fazer? Não está pensando em deixá-lo aqui, não é? - Cora acompanhou sua filha que estava sentando no sofá.

— Ele não tem para onde ir – confessou.

— Você o deixa aqui e no mesmo momento seu relacionamento está acabado. - Regina olhou para sua mãe horrorizada - Você acha mesmo que Emma vai aceitar que você abrigue Daniel em sua casa? - Cora então resolveu perguntar o que mais temia - Regina... Você ainda ama esse homem? - perguntou estudando todos os movimentos e expressões da filha.

— Olha o que eu encontrei roubando sua cozinha, meu amor. Um ladrãozinho - Hook apareceu na sala puxando com seu ganho Daniel por sua vestimenta.

— Hook? O que você faz aqui? Solte-o, nós o conhecemos - respondeu Regina já esgotada daquele dia. Hook olhou para Cora esperando alguma aprovação.

— Esse é Daniel, querido. Lembra? Regina e Daniel? - disse Cora, esperando que ele se lembrasse de quando ela havia contado a história de sua filha. Os olhos de Hook se arregalaram e o pirata soltou-o imediatamente.

— Você estava morto! - disse Hook mantendo distância.

— Ele não é um fantasma, pirata - respondeu Regina, Hook estreitou seu olhar para o homem, ligando os pontos em sua cabeça.

— E quanto a Swan? - perguntou Hook para Regina - Swan sabe sobre isso? - Hook simpatizava com Emma, principalmente agora que eles seriam da mesma família.

— Daniel beijou Regina e Emma assistiu, querido - comentou Cora. Daniel apenas observava a conversa sem sentido dos que estavam ali.

— Mamãe! - repreendeu Regina. Hook imediatamente foi até Daniel e o imprensou contra parede, apertando o pescoço do homem.

— Você não pode atrapalhar o amor verdadeiro das pessoas, marinheiro - dizia Hook enquanto apertava ainda mais o homem, Cora sorriu orgulhosa de seu rapaz, Regina apenas girou os olhos e levantou sua mão tirando Daniel daquela situação - Estou de olho em você - disse o pirata para o outro homem.

— Preciso falar com Emma, você pode olhar ele por mim? Quando voltar resolvo tudo - pediu Regina. Cora concordou - Daniel, precisamos conversar, quando eu voltar nós resolveremos tudo - Daniel apenas concordou.

...

Emma estava dormindo em sua cama, agarrada com um unicórnio de pelúcia, Zelena sorriu ao lembrar de Emma implorando para que Zelena conseguisse um unicórnio de pelúcia para dormir, a ruiva teve um enorme trabalho em fazer Emma tomar banho, se Regina soubesse que ela havia presenciado a figura de Emma como veio ao mundo, provavelmente lhe mataria. Ruby havia deixado a xerife sobre os cuidados de Zelena, não queria deixar Granny's pelo resto do dia nas mãos de Tinker. A ruiva deitou-se ao lado de Emma, não poderia deixá-la sozinha sem ter a certeza de que quando acordasse estaria normal. Zelena ouviu um barulho na sala, parecia alguém abrindo a porta, não se importou em olhar quem seria, logo pensou que poderia ser Ruby.

— Emma? - Zelena logo reconheceu a voz, não era Ruby. A voz continuava a chamar por Emma e se aproximava cada vez mais - Emm...Zelena?! - Zelena pediu para a mulher baixar seu tom de voz, mostrando Emma adormecida - O que você está fazendo aqui? Por que Emma está seminua e o que isso?! Um unicórnio? - Regina disparava perguntas, não queria imaginar o por que de Emma está seminua ao lado de Zelena na mesma cama.

— Ela está dormindo, vamos para sala - pediu Zelena levantando-se e acompanhando Regina, antes de sair a prefeita olhou mais uma vez para aquela adorável criatura agarrada a um unicórnio de pelúcia.

— Quer me explicar ou quer que eu acabe com você logo? Achei que tinha desistido de Emma! Como fui confiar em você?! - Regina andava de um lado para outro, furiosa. Logo passou pela sua cabeça que Emma havia ficado tão chateada a ponto de ter "dormindo" com Zelena.

— Regina, não aconteceu nada. - respondeu a ruiva girando os olhos - Quando você ficou tão insegura? Emma não seria capaz de trair você e eu estava falando sério quando disse que não iria ficar no caminho de vocês - Regina ficou mais calma e deixou-se descansar no sofá de Emma - Quando eu deixei você e Daniel, fui procurar Emma e Ruby, encontrei-as no bosque. Emma estava muito cansada e o sangramento no braço só aumentou, eu a levei para o hospital e fizeram todo o necessário, ela está bem só precisa descansar. - Zelena sorriu ao lembrar-se de Emma no hospital, o sorriso não passou despercebido por sua irmã - Porém, Emma parece que é um pouco fraca para os medicamentos e ficou um pouco... Dopada. Parecia bêbada.

— Oh não, Emma é incontrolável quando está sobre efeito de medicamentos - respondeu Regina se lembrando da ultima vez.

— Então, Whale deu dois comprimidos para ela, porém, ela acabou tomando sete, o que a deixou um pouco mais elétrica e a fez perder parte da memória - Regina levantou-se preocupada com o que havia escutado.

— EMMA NÃO SE LEMBRA DE MIM?! - Regina elevou sua voz, não conseguiria imaginar como lidaria com Emma sem lembrar-se dela.

— Ela se lembra de você, só não se lembra do relacionamento. Mas não é nada preocupante, Whale disse que ela só precisaria dormir, quando acordasse seria tudo como antes. Quando ela acordar lembrará que namora você, e mais importante, lembrará de Daniel e do beijo de vocês - Zelena estava impaciente com a situação, queria saber de imediato o que Regina iria fazer.

— É por isso que eu estou aqui, preciso conversar com ela, preciso explicar que aquele beijo não significou nada – explicou.

— Volte amanhã, quando Emma acordar ela precisará de tempo para digerir a ideia de Daniel. Resolva tudo com ele, explique o que aconteceu durante o tempo que ele estava morto, volte a falar com Emma amanhã com uma resposta definitiva, e, por favor, não me diga que você vai deixá-lo em sua casa - e era nessas horas que Regina gostava de ter uma irmã como Zelena, ela sempre a ajudava com conselhos sensatos.

— Você tem razão. Eu vou vê-la - Regina levantou e foi até o quarto, tirou o celular do bolso de seu casaco e capturou a cena de Emma agarrada com o unicórnio, a cena mais adorável que já vira. Abaixou-se e beijou a testa da loira - Não se preocupe, meu amor... Eu sou sua. - sussurrou Regina, percebeu um sorriso se forma nos lábios da loira, como se estivesse tendo um bom sonho. Regina fez seu caminho até a sala onde sua irmã estava - Se acontecer alguma coisa com ela, por favor, me avise - pediu Regina, Zelena concordou e acompanhou sua irmã até a saída - Sem gracinhas, Zelena. Não olhe muito para ela e assim que Emma acordar faça-a vestir algo decente - Zelena girou os olhos com os ciúmes da irmã, Regina então foi embora, esperando ansiosamente que Emma acordasse.

...

— Oh minha querida, Regina escapou mais uma vez... Mas não se preocupe, ela irá sofrer... - Facilier falava com uma imagem de sua filha em um colar antigo. - Eu trouxe Daniel de volta, sei que você provavelmente deve ter odiado a ideia, mas era necessário. Regina não passa de uma fraca, o amor é uma fraqueza, e a dúvida entre Daniel e Emma vai destruí-la - concluiu o homem sorrindo e deixando uma lágrima cair ao lembrar-se de sua filha.

...

— Ótimo! Você acordou... - respondeu Zelena ao ver Emma tentando levantar da cama.

— O que aconteceu? Por que eu estou assim? E de quem é esse unicórnio? - Emma olhou para si mesma e depois para Zelena, então ficou espantada com os pensamentos que estava tendo - Por favor, não me diga que eu e você... - Zelena balançou a cabeça negando e Emma respirou aliviada.

— Você foi para o hospital e quando chegou adormeceu, eu fiquei para ter a certeza de que você ficaria bem... - Zelena andou até o guarda roupa de Emma e tirou uma roupa para ela - Está com fome? - perguntou entregando a roupa para a xerife, Emma concordou com a pergunta e a ruiva sorriu - Te espero na cozinha - Emma começou vestir-se, olhou para o unicórnio se perguntando de quem era aquilo.

— Obrigada por ter ficado, não precisava - comentou Emma aparecendo na cozinha, sentou-se na cadeira diante de Zelena, a ruiva deu de ombros como se não fosse nada de mais, entregou um prato com hambúrguer e fritas para Emma - E é por isso que amo a Ruby - respondeu Emma sabendo que havia sido Ruby a trazer o lanche.

— Como está se sentindo? - perguntou Zelena acompanhando Emma e comendo hambúrguer.

— Minha perna e braço ainda doem um pouco, mas nada de mais, não vai ser isso que vai me derrubar - Emma evitava os olhos da ruiva, não queria ser questionada por outros assuntos.

— Ótimo, mas eu me referi ao fato de Daniel está vivo - disse Zelena, Emma parou de comer, deixando o hambúrguer de lado, sua fome havia ido embora com a simples menção do nome de Daniel.

— Bom, acho que é óbvio o que vai acontecer agora - Emma levantou e levou prato até a pia, Zelena seguiu a loira com o olhar, esperando a continuação do pensamento de Emma - Daniel está de volta, Regina não tem por que continuar comigo - Zelena levantou e aproximou-se da loira.

— Não pense assim Emma, o que Regina sente por você é muito mais verdadeiro e forte. Tudo vai ficar bem - comentou Zelena. Emma queria muito acreditar nas palavras da mulher, mas na situação em que se encontrava era difícil.

— Não sei Zelena, realmente não sei... - Emma respirou fundo e tentou tirar os pensamentos negativos - Eu vou visitar minha mãe, obrigada por me ajudar. - Emma abraçou a mulher, sempre soube que ela era uma boa pessoa - Você pode ficar se quiser, volto logo.

— Não, preciso ir para casa. Mas se precisar de mim, sabe onde me encontrar, ah, não perca seu tempo com pensamentos desnecessários - pediu Zelena, Emma concordou com um sorriso e viu a mulher desaparecer .

...

— Daniel muita coisa aconteceu desde que você morreu... - Regina fechou a porta de seu quarto, pensando no quão estranho era conversar com o homem - Eu não sou mais aquela Regina que você conheceu, eu fiz coisas horríveis, matei centenas de pessoas, eu costumava ser chamada de Rainha Má. Eu lancei uma maldição por vingança, destruí várias vidas com isso - Regina falava enquanto Daniel olhava atentamente para a mulher.

— Você mudou - Daniel se aproximou de Regina, segurando sua mão - Posso ver que você mudou, tenho certeza de que você teve seus motivos, meu amor. Você tem um bom coração, sempre teve. Eu amo você Regina e nada mudou - Daniel se aproximou para beijá-la, mas Regina o impediu.

— Foi difícil superar a dor da sua morte, Daniel. Céus sabe o quanto sofri, mas tudo mudou, eu conheci outra pessoa... - Daniel se afastou um pouco, mas continuava a observar sua amada - Eu não esperei por você Daniel, eu não trouxe você de volta - concluiu Regina, a mulher sentia-se mais leve ao ser sincera com o homem.

— Eu entendo você, eu estava morto, era necessário você seguir em frente, mas eu me lembro do que tínhamos, Regina. Eu estou de volta, vou mostrar a você que podemos ficar juntos novamente, amor verdadeiro lembra? - Regina negou com a cabeça, mas Daniel não se importou, beijou o rosto da prefeita e a fez uma promessa - Nós vamos ficar juntos - concluiu - Eu posso passar a noite aqui? Prometo que amanhã procuro outro lugar - Regina concordou e acompanhou Daniel a um quarto de hóspedes.

Regina levou Daniel até o quarto de hóspedes, quando voltava a seu quarto encontrou Hook na porta, já estava para argumentar, porém o rapaz foi mais rápido.

— Você está fazendo errado. Você tem ideia do quanto Swan ficará devastada com isso, Rainha? - Hook mantinha uma expressão séria - Ela não merece ficar no meio da sua confusão - Hook saiu ao terminar de dar seu recado, Regina se perguntou se seria assim agora, Hook andando pela sua casa e lhe dando lição de moral.

...

— Emma?! O que aconteceu?! Regina fez isso?! Sabia que ela iria aprontar alguma coisa! - Snow viu Emma entrando no seu apartamento e logo percebeu os machucados.

— Não aconteceu nada, foi só acidente de trabalho, ser xerife às vezes tem seus pontos negativos - Snow não acreditou muito na história de Emma, ela parecia triste, parecia que estava com dor, uma dor muito mais profunda - Onde está Neal e David? – perguntou.

— Charming foi dá uma volta com Neal - Snow pegou a mão de Emma e a levou para o sofá - Eu amo você... - Emma não entendeu a repentina declaração, mas aceitou as palavras - O que aconteceu, meu amor? Você parece triste, você está triste - Emma deitou sua cabeça nas pernas de sua mãe. Olhou para a televisão e sorriu ao ver o rosto de seu pai estampado na televisão.

— O que David está fazendo na televisão? - perguntou Emma.

— Oh, lembra-se dos depoimentos que Henry passou no dia dos namorados? Bom, eu pedi uma cópia para Henry do depoimento do David. - respondeu. O rosto de Emma estava vermelho de vergonha ao lembrar que também tinha gravado.

— Espera ai, você... hum...você viu meu vídeo? Storybrooke toda viu meu vídeo? - perguntou Emma preocupada, não queria que seu vídeo fosse exposto para todos, Henry havia prometido não passar o seu.

— Infelizmente não, quando seu depoimento estava para começar, a televisão começou a pegar fogo, eu desconfio que Cora causou aquilo, ela não tirava o sorriso dos lábios. Infelizmente não passou... - Emma ficou aliviada, um mico a menos em sua vida. Snow passava suas mãos pelos cabelos dourados de sua filha, esperando que ela finalmente contasse o que estava acontecendo.

— O que houve com Daniel? - perguntou, Snow abriu a boca diversas vezes, mas nada saia.

— Regina já foi encher sua cabeça com isso? Céus! Quando ela vai superar e acreditar que eu não tive má intenção? - Snow já não aguentava mais ser culpada por Regina.

— O que realmente houve? - perguntou Emma, Snow fechou os olhos relembrando tudo.

— Quando Regina me salvou, nós ficamos muito próximas. Eu passei a frequentar seu castelo e tudo, eu amava Regina. Na época havia um homem que estava sendo procurado por todo o reino, um dia eu fui escondida aos estábulos, Regina havia me proibido de ir até lá, mas eu só queria ficar um pouco com os cavalos, foi então que eu dei de cara com um homem próximo ao cavalo de Regina, era ele, era o homem que estava sendo procurado. - Emma ouvia com atenção as lembranças de sua mãe - Então eu corri o mais rápido que pude e contei ao meu pai, contei a ele que o homem que estava sendo procurado havia invadido a propriedade de Regina. Eu não queria que aquele homem fizesse algum mal a Regina, eu estava com medo, então meu pai mandou seus guardas irem em busca dele. Mas quando eles chegaram ao estábulo, ele estava morto... Daniel havia morrido. Regina soube que eu tinha falado sobre Daniel, ela sabia que ele estava sendo procurado, eu não sabia que ela o amava... Desde então ela me culpa pela morte dele, apenas porque eu disse onde ele estava. Ela costumava dizer que se eu não tivesse contado nada, ele ainda estaria vivo... - Emma olhava para sua mãe, os pensamentos correndo pela sua mente, estava confusa.

— Descobriram quem o matou? - perguntou Emma.

— Não, pelo menos não que eu saiba, Regina disse que viu Daniel ser morto, mas não pôde fazer nada, não conseguiu ver quem era, a pessoa estava com uma capa, o capuz escondendo o rosto, mas ela tem certeza de que era um homem - explicou Snow já cansando do assunto - Por quê pergunta, meu amor?

— Ela o amava?

— Ela até hoje me culpa por isso, Emma, não há dúvidas de que ela o amava - respondeu Snow percebendo que não era resposta que sua filha queria ouvir.

— Hum... Preciso ir... Vejo você amanhã - Snow segurou sua filha impedindo-a de ir embora.

— Daniel está no passado, querida - respondeu Snow, não era fã do relacionamento entre sua filha e Regina, mas não queria ver sua filha sofrendo.

— O passado sempre volta para atormentar... - respondeu Emma. A loira beijou o rosto de sua mãe e saiu, sem esperar que ela a questionasse por algo mais.

...

Zelena saiu do banheiro enrolada em uma toalha, abriu o guarda roupa e pegou uma confortável roupa para dormir, vestiu-se e foi até a sala apagar a luz, quando voltou, sua janela estava aberta, olhou em volta e não tinha ninguém, ainda desconfiada fechou a janela, seus olhos perceberam um objeto que não era seu na escrivaninha, era um pingente, um pingente que ela conhecia bem, o formato era igual ao seu verde, porém em uma cor diferente, fechou os olhos por alguns momentos deixando as lembranças invadirem sua mente, voltou a olhar para o pingente branco, com receio do que pudesse estar prestes a acontecer.

...

Emma girou a maçaneta e entrou no seu apartamento, só queria tomar algum remédio e dormir sem pensar nos últimos acontecimentos, foi ao seu quarto e ficou surpresa ao ver Regina sentada em sua cama, olhando para um ponto fixo na parede.

— O que está fazendo aqui? - perguntou Emma trazendo Regina de volta para realidade, a prefeita olhou para Emma e levantou-se, indo em direção a namorada.

— Você está bem? - perguntou olhando para os ferimentos, Emma afirmou com a cabeça, mantinha um olhar firme em Regina. - Podemos conversar? - pediu a prefeita sentindo-se vulnerável.

— Regina, eu não estou com cabeça para conversar, amanhã talvez - respondeu desviando da mulher.

— Emma, aquele beijo não significou nada - comentou Regina, a prefeita olhou para Emma, mas a loira mantinha seu olhar no chão - Eu estou com você, eu sou sua Emma... - respondeu se aproximando, Emma novamente desviou.

— Eu... É complicado para mim, como eu posso competir com seu grande amor? É Daniel... Cansei de ouvir você se referir a ele como seu grande amor, agora ele está de volta e você simplesmente não sente mais nada? É difícil, Regina... É difícil para mim - confessou Emma com um nó incomodando sua garganta, Regina se aproximou novamente, agora segurando a mão da xerife.

— Ninguém falou que seria fácil, Emma. Principalmente um relacionamento entre nós duas... - disse Regina ainda segurando a mão de Emma.

— Mas ninguém disse que seria tão difícil assim... - Emma soltou-se de Regina, os lábios trêmulos entregavam a vontade de chorar.

— O que isso quer dizer, Emma? Você está desistindo? Você está desistindo de mim? De nós? Depois de tudo? - perguntou Regina, as lágrimas saíam da prefeita, em uma mistura de medo, fúria e tristeza.

— Você acha que quero desistir de você? Você acha que quero que uma das poucas coisas boas que aconteceu na minha vá embora? Não, eu não quero. - a voz de Emma falhava toda vez que ela tentava elevar seu tom, as lágrimas começaram a aparecer com a dor sufocante no peito.

— Então não faça, não desista. Eu quero que você fique, fique comigo, não solta minha mão e diz para eu seguir em frente - Regina agora olhava diretamente nas órbitas verdes da loira - Eu não sei o que o futuro nos reserva, não sei o que acontecerá amanhã ou daqui a uma hora, eu só sei que quero você ao meu lado em todos os momentos, Emma... Você não pode se prender a algo do passado, não posso garantir que tudo vai ser um paraíso, porque não vai, nós provavelmente teremos que enfrentar um dragão por dia, mas se estivermos juntas, nada será grande ou poderoso o suficiente para nos destruir - pediu Regina.

— Eu amo você... - Emma sorriu, mas Regina percebeu algo que não estava lhe agradando, Emma havia hesitado, algo estava por vir - Eu acho que você deveria ir... - pediu Emma plantando um beijo na testa de Regina, demorado demais, como um beijo de despedida.

— O que isso quer dizer? - perguntou a prefeita com medo da resposta, não suportaria perder Emma.

— Eu só preciso dormir um pouco, preciso descansar um pouco - pediu Emma, mas essa não era a resposta que Regina queria ouvir.

— Emma... Você está terminado comigo? - perguntou estudando a loira, Emma parecia perdida nos castanhos dos olhos de Regina, estavam em um tom mais claro, provavelmente por causa das lágrimas - Emma! - disse Regina agressiva.

— Nos leve ao parque - pediu Emma - Por favor - Regina despareceu com Emma em sua fumaça reaparecendo no parque de Storybrooke.

Emma pegou a mão de Regina e a levou até o gramado, a xerife deitou-se ali e chamou Regina para fazer o mesmo, a prefeita não hesitou e deitou ao lado de Emma. A xerife trouxe Regina para mais perto, a prefeita descansou sua cabeça sobre o peito de Emma e a loira passou seu braço sobre o ombro de Regina, trazendo-a ainda mais para perto de si. Desde criança esse era o modo como Emma aguentava seus problemas, ela sempre deitava em algum parque e ficava horas e horas olhando as estrelas, algo nelas a acalmava.

— Você é meu destino, não posso deixá-la ir... - sussurrou Emma apertando-se ainda mais a Regina. Foi então que a prefeita soube que não estava acabado, que Emma continuava ao seu lado, naquele momento ela só queria ficar assim pelo resto da noite, deitada ao lado de Emma sobre as estrelas enquanto esqueciam do mundo.