A Love Like Ours escrita por Sky


Capítulo 14
And I Love Her


Notas iniciais do capítulo

Olá olá, capitulo do dia dos namorados atrasado...acho que ficou um pouquinho grande o capítulo
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/611883/chapter/14

...

— Por favor, vovó – pediu Henry seguindo sua avó até a cozinha.

— E sobre o que é esse vídeo, querido? – perguntou a mulher enquanto preparava o café da manhã.

— Sobre a coisa mais poderosa do mundo – respondeu Henry preparando sua câmera, enquanto sua avó fazia perguntas.


— Mágica? – perguntou Cora voltando sua atenção para o neto.


— Amor – respondeu. Cora sorriu e concordou com a cabeça, Henry animado ligou a câmera - Pronta? – Cora confirmou ao ouvir a pergunta – O que é amor para você? – perguntou Henry já dando play para gravar.

— O que é o amor? – perguntou Cora recebendo uma afirmação de seu neto.

Henry havia amanhecido com uma câmera na mão, estava designado a fazer um vídeo para passar durante o jantar dos namorados que Granny's iria oferecer.

— Amor é... – Cora parou de falar por alguns segundos, sua mente preenchendo imagens de Hook. Henry continuou gravando, gostava da expressão boba que sua avó tinha. – Amor é como se fosse uma batalha perdida – Cora foi em direção à sala, sentou-se no sofá com seu neto acompanhando cada passo sem desviar a câmera de seu rosto – Você vai preparado, pega suas melhores armas para se defender, mas então você percebe que seu oponente é mais forte, é nesse momento que você cai... Você luta para não se entregar, para não perder a batalha, porém, você sabe que aquela já está perdida. Você não tem outra opção a não ser se render, se entregar, e acredito que isso é o amor, é se entregar mesmo sabendo que pode acabar se machucando. – Henry pensou em desligar a câmera ao ver a lágrima solitária descer do olho direito da avó, mas desistiu quando viu uma leve sombra de sorriso se formar no rosto da mesma – Mas vale a pena, apesar da luta diária, vale a pena, meu querido... – Cora sorriu e chamou seu neto, Henry pausou a gravação e foi abraçar sua avó.


— Você aceita ser meu par no jantar hoje? – perguntou Henry enxugando a lágrima de sua avó, Cora sentiu seu coração inflar com a gentileza do neto.

— Oh querido, eu adoraria, mas você deveria convidar aquela doce garotinha, Grace – Cora beijou o topo da cabeça do garoto, que apenas sorriu.


— Não, vovó, Grace pode esperar. Quero que você seja meu par, não diga a mamãe, mas tenho certeza de que você será a mais bela do jantar – respondeu Henry em adoração a mulher, Cora não aguentou tanto carinho e desmanchou em lágrimas, orgulhosa por sua filha ter criado um verdadeiro cavalheiro.


— Eu fui a primeira a dar o depoimento? – perguntou enxugando as lágrimas e sorrindo.

— Não, minha mãe já deu seu depoimento – respondeu Henry segurando a câmera, revendo o vídeo de sua avó. Cora ficou curiosa para saber o que Emma havia falado, mas resolveu esperar até o jantar para descobrir. Os dois foram tirados de seus pensamentos ao ouvir a companhia – Eu atendo – respondeu Henry correndo para atender a porta, já sabendo quem seria.


— Ei, companheiro! – Emma abraçou seu filho que sorria enquanto tentava se soltar do abraço sufocante de sua mãe – Você tem que parar de crescer – respondeu Emma bagunçando o cabelo do filho, parecia que ele estava crescendo dois centímetros a cada dia.

— Mamãe ainda não desceu, entra – Henry deu espaço para sua mãe entrar, a loira logo reconheceu Cora levantando e se aproximando.

— Como estão os ferimentos, querida? – perguntou Cora percebendo que Emma ainda tinha um curativo próximo do olho.


— Não foi nada demais, Regina se preocupa a toa, estou bem – Cora sorriu aliviada e se aproximou de Emma, entrelaçando sua mão pelo braço da xerife.

— Vou ver se mamãe já vai descer – respondeu Henry subindo para o quarto de Regina, deixando as mulheres sozinhas.

— Quero agradecer por ter dado uma lição naquele homem, tenho certeza que ele não será capaz de incomodá-las novamente – Cora falava enquanto direcionava Emma até o jardim.


— Não sei, Cora. Tenho medo de que ele venha atrás de Regina novamente – Emma parou e voltou sua atenção para Cora – Quero pedir que me avise se algo acontecer, mesmo que não seja nada demais, se ele ao menos aparecer aqui quero que me fale, Cora. Se ele se atrever a procurar Regina novamente, eu não sei nem o que sou capaz de fazer – Cora sorriu ao ver que Emma realmente se preocupava com sua filha, Regina estava em boas mãos.


— Não se preocupe, querida. Serei sua principal fonte de notícias – Emma sorriu aliviada e as duas terminaram de fazer o caminho até o jardim.

Regina descia as escadas ao lado do filho que tinha seu braço ao redor da cintura de sua mãe enquanto andavam. Henry explicava o que estava produzindo, dizendo que Regina era fundamental para o pequeno vídeo dos namorados, a prefeita sorriu com a animação do garoto, se pegou pensando no quanto seu relacionamento com Henry havia crescido, seu amor por aquele garoto era algo muito maior do que ela mesma. Enquanto caminhavam até a cozinha, Henry explicava mais sobre o que era o vídeo e o que Regina precisaria fazer.

— O que sua mãe está fazendo aqui? - perguntou Regina curiosa para saber o que a xerife estava fazendo ali em sua casa, havia deixado bastante claro o quão irritada estava pelo o acontecido no dia anterior, apesar dos beijos irritantes e prazerosos que Emma havia dado em Regina, não tinha diminuído a sua chateação.

— Não faço a mínima ideia - respondeu Henry desviando seus olhos dos de sua mãe, seus olhos sempre lhe entregavam quando estava mentindo. O garoto sabia exatamente o por que de Emma está ali.


— Por que será que não acredito? - respondeu Regina sem tirar sua atenção das duas mulheres em seu jardim, depois de muito olhar, Emma acabou pegando a prefeita em flagrante, Regina imediatamente desviou sua atenção, não percebendo o sorriso que Emma havia dado ao vê-la.

— Mamãe... Vai me ajudar ou não? Você é um dos principais depoimentos que eu tenho que gravar - Regina olhou para seu filho, procurava algum indício de segundas intenções na insistência do garoto, mas só o que pôde perceber foi o olhar esperançoso de Henry.


— Apesar de saber que você está tramando algo, vou fazer - Henry sorriu já voltando a ligar sua câmera - Espera um pouco Steve Spielberg, você quer gravar agora? Tenho certeza que encontrarei um tempo para gravar antes do jantar - respondeu Regina se recusando a gravar naquele momento, não queria que houvesse uma plateia enquanto falava.


— Você não terá outro momento, mamãe... Por favor - pediu Henry, Regina hesitou por alguns momentos, suspirou dando a entender que estava cedendo - Ótimo, preparada? – perguntou.

— O que tenho que fazer? - questionou Regina, olhando seu reflexo na porta espelhada.

— Simples, só responder minha pergunta. - Henry observou sua mãe conversando com Cora, e depois voltou sua atenção para Regina - O que é amor para você? - perguntou Henry focando a gravação no rosto de Regina, a prefeita parecia hipnotizada, estava paralisada com a pergunta.


— Hã.. É... - Regina balançou a cabeça como se estivesse tentando tirar algo de sua mente - Mas que pergunta, Henry. Talvez devêssemos fazer esse vídeo outra hora - pediu virando de costas para seu filho, abriu a torneira para lavar as mãos que nem sequer estavam sujas. Henry apenas pausou a gravação.

— Mamãe, não precisa ficar envergonhada. Sou eu, Henry, seu filho... Lembra que um dia você falou que sempre poderíamos conversar sobre tudo um com o outro? - Regina enxugou suas mãos enquanto observava o garoto a sua frente, um completo cavalheiro. Henry percebeu que sua mãe iria ceder e gravar naquele momento, então ligou novamente a câmera.

— Amar é... - Regina de repente havia parado de falar, seus olhos seguiram o som de uma gargalhada, conseguia ver perfeitamente o sorriso de Emma e o quanto estava empolgada com algo que Cora havia falado, Henry deu um closer no rosto de sua mãe, ela tinha uma expressão tão sincera e hipnotizante que Henry sabia que ela não precisaria dizer mais nada se não quisesse, porque o seu olhar falava mais do que qualquer outra coisa. Henry acompanhou a câmera para onde sua mãe estava olhando e focou na imagem de Emma, o garoto deixou um sorriso escapar e continuou gravando, pigarreou apenas para chamar atenção de sua mãe novamente - Oh, desculpe... - pediu envergonhada, voltando a olhar para câmera - Amar é uma insanidade aceitável, é você pular de um penhasco e saber que sua vida provavelmente vai acabar quando chegar ao chão, amar é deixar todos os seus medos para trás, não porque você quer deixar, mas porque a pessoa que você ama faz você se esquecer deles... - Regina falava enquanto não podia parar as imagens de Emma em sua mente, e cada vez que ouvia o som da voz de Emma vindo do jardim, seu coração parecia inflar - Amar não é algo fácil, é exaustivamente difícil, porém é algo que vale a pena, por muito tempo achei que fosse bobagem ou algo seletivo, onde só alguns poderiam amar e ser amados igualmente, mas me enganei, não importa o quanto demore, há sempre alguém para cada um, e quando esse alguém chegar... - Regina respirou fundo e olhou uma última vez para Emma, mas dessa vez a xerife olhava para ela, como se pudesse ouvir tudo o que estava dizendo, a loira tinha um semblante tão radiante que Regina começou a se questionar se realmente estava vivendo aquilo, se Emma estava mesmo com ela - Quando esse alguém chegar, você não pode deixar escapar, porque nada vale mais a pena do que poder compartilhar sua vida com um amor verdadeiro - Henry percebeu que essa era as ultimas palavras de sua mãe e pausou a gravação, percebendo que Regina ainda olhava para sua mãe. Sorriu com a cena e foi até a prefeita.


— É ela, não é? - perguntou Henry abraçando sua mãe, Regina sorriu e plantou um beijo no rosto de seu filho, achando que com o isso deixaria claro sua resposta.


— Não deixe essa escapar, querida - comentou Cora sorrindo para Regina quando entrou na cozinha - Emma é um encanto de pessoa, amável - respondeu a mais velha olhando para a xerife.

— Diria que amável demais - respondeu Regina com sua famosa sobrancelha arqueada direcionada a Emma - Parece que nasceu com um feitiço para encantar todos - Emma gargalhou ao ouvir a ultima declaração de Regina, provavelmente a prefeita ainda estava chateada com o Strip Poker.


— Mais um motivo para não deixá-la escapar, se têm tantas pessoas querendo um pedaço da xerife, é porque vale a pena - Emma corou violentamente com o comentário de Cora, Henry gargalhou ao ver a expressão de Emma.

— Okay, vocês poderiam parar de falar como se eu não estivesse aqui? - pediu Emma olhando para os três - Enfim, já está pronta, Regina? - perguntou Emma pegando uma maçã da mesa e limpando-a na manga de sua blusa, logo tirando um pedaço.

— Pronta? - repetiu Regina sem entender o que Emma estava querendo dizer.


— Sim, vamos fazer uma pequena viagem - respondeu Emma como se estivesse lembrando Regina de algum compromisso. Henry já estava sabendo de tudo, assim como Cora que havia sido informada em sua conversa com Emma.


— Viagem? Eu não vou a lugar algum, principalmente sem você ter falado comigo antes - Regina não era muito fã de surpresas, odiava não saber o que estava por vir.


— Ah você vai, se não for por livre espontânea vontade, vai por pressão, algemo você e vamos. Qual vai preferir? - respondeu Emma como toda sua pose confiante, pedindo aos céus para Regina não jogar uma bola de fogo em seu rosto por ser tão petulante. Cora escondeu o sorriso enquanto observava a cenas das duas, Henry se aproximou de Cora por segurança, caso sua mãe ficasse irritada e fizesse algo com Emma.

— Amável? - indagou Regina olhando para sua mãe - Insuportável a descreveria melhor - respondeu Regina fazendo seu caminho para as escadas, provavelmente indo para seu quarto. Emma não falou nada, sabia que Regina desceria minutos depois com tudo que precisaria para a viagem.


— É, parece que você domou a fera - comentou Cora gargalhando.


— Você acha que vão voltar para o jantar na Granny's? - perguntou Henry pensando em algo.

— Provavelmente não, companheiro. - respondeu Emma fazendo seu caminho até a sala, sendo acompanhada pelos dois.

— Volto já - respondeu Henry correndo para o caminho do seu quarto, Emma seguiu o filho com os olhos, mas não o questionou.


— Vai ser bom vocês terem um momento sozinhas e distantes disso tudo - comentou Cora, Emma por um momento pensou em Zelena, precisaria conversar com ela, mas tentou não se deixar perturbar com isso agora.

— Me faz um favor? Não deixe que a notícia de que Regina e eu estamos tendo algo chegue a toda Storybrooke. Quero que Snow saiba por mim, e não por outro alguém, preciso conversar com Zelena também - Cora concordou manter em segredo, mas sabia que seria impossível, já que boa parte já sabia, a notícia chegaria aos ouvidos de Snow em pouco tempo.


— Ao mesmo tempo em que estou feliz por Regina, meu coração está quebrado por Zelena. Ela não ama você, querida... Só está procurando alguém que conserte seu pobre coração, pode não parecer, mas Zelena é uma boa pessoa... - Emma sabia que Zelena era uma boa pessoa, ela sentia, por isso que não queria que ela saísse magoada.

— Wow! Acho que me esqueci de comentar que a viagem seria de apenas um dia, amanhã nós voltamos... - respondeu Emma ao ver Regina descendo com duas malas.


— Só estou preparada para qualquer tipo de evento indesejado - explicou Regina.

— Certo... Enfim, vamos? - chamou Emma, Regina confirmou com a cabeça e foi se despedir de sua mãe.


— Espera! Espera! - disse Henry descendo as escadas correndo, Regina estava para lhe dar um sermão de "Não correr dentro de casa", mas o garoto parecia bem apressado - Só quero me despedir - explicou o garoto, Regina sorriu e foi abraçar seu filho, enquanto Emma falava algo com Cora - Mamãe, leva isso com você - Henry entregou um pen drive para sua mãe, garantindo que Emma não visse - Você precisa assistir esse vídeo, ah, de preferência sem Emma por perto - comentou o garoto sussurrando, Regina não entendeu o por que, mas guardou o objeto no bolso enquanto beijava a testa do filho.

— Já sabem, qualquer coisa podem ligar para mim - respondeu Emma carregando uma das malas de Regina até o lado de fora - Ah, Henry, cuide da sua avó, você é o cavalheiro da casa - comentou Emma, Henry inflou o peito e concordou com sua mãe - Até amanhã - respondeu Emma indo em direção ao carro e sendo acompanhada por Regina.

— Não façam nada que eu faria - gritou Cora tampando os ouvidos do neto.


— Sério? Vamos nesse carro? - perguntou Regina vendo Emma guardar suas malas no fusca amarelo - Ele ao menos chega até a saída de Storybrooke? - Emma olhou em descrença, sentindo-se magoada.

— Ei, não fala assim... Um pouco de respeito seria bom aqui - comentou Emma abrindo a porta para Regina entrar.


— Não se admire se um dia desses seu carro simplesmente desaparecer de Storybrooke - comentou Regina se acomodando no pequeno carro.

— Você não seria capaz... - Emma olhou para a mulher ao seu lado, preocupada com seu lindo carro.


— Eu não seria capaz, mas você sabe que esses garotos perdidos do Pan estão por todos os lados. Você mesma viu o que eles fizeram com meu carro... - comentou Regina com sua atenção total em Emma, queria saber se ela iria continuar mentindo sobre ter furado os pneus de seu carro.

— É... Garotos perdidos... - Emma sentiu uma ponta de culpa e completamente desconfortável com Regina olhando-a como se soubesse de algo - Mas não se preocupe, amanhã trago alguém para consertar seu carro - disse Emma, Regina apenas sorriu e deixou a xerife dar partida no carro.

— Então, para onde vamos? - perguntou Regina enquanto via as casas de Storybrooke ficarem para trás enquanto Emma seguia para a saída da cidade.

— Para um lugar - respondeu sem tirar os olhos da rua, não precisava olhar para a mulher ao seu lado para saber que ela estava prestes a dar uma resposta sarcástica.


— Sério? E eu aqui achando que iríamos ficar dirigindo sem rumo - respondeu Regina, o sarcasmo preenchendo o veículo.

— Não sei como você fazia no seu reino, mas aqui nós fazemos algo chamado "encontro", onde duas pessoas que se gostam compartilham um pouco da sua vida uma com a outra. - Regina estava atenta à figura ao seu lado, Emma por mais que quisesse manter sua atenção em Regina, não conseguia, seus olhos estavam focados na estrada - Eu quero que você conheça um pouco sobre mim... - Emma rapidamente olhou para Regina, voltando sua atenção para estrada. A prefeita não sabia exatamente o por que, mas saber que Emma, uma pessoa completamente reservada, queria que ela, Regina, lhe conhecesse melhor, fez com que a prefeita se sentisse especial.


Com trinta minutos de viagem Regina já estava completamente entediada, Emma parecia não gostar muito de conversar enquanto dirigia, então não pôde fazer nada além de ficar com seus próprios pensamentos. Ficou pensando no que poderia ter no pen drive que Henry havia lhe dado e na sua ordem de "não deixar Emma ver", quando a estrada ficou muito entediante para olhar, voltou sua atenção para Emma, os olhos atentos à estrada, a mão direita no volante enquanto o braço esquerdo descansava sobre a janela aberta do carro, parecia que Emma estava em uma bolha isolada do mundo, o que deixou Regina um pouco preocupada. Pensou que provavelmente estaria indo para Boston, onde Henry foi buscar Emma há alguns anos, sabia que a mulher teria muito para compartilhar, e Regina estaria ali, atenta para ouvir toda sua história.


— Você sabe que podemos chegar onde você quiser em um passe de mágica, não é? - comentou Regina quebrando o silêncio, Emma olhou para a mulher com uma leve curva nos lábios.

— Não, quero aproveitar todos os momentos com você, e caso você tenha esquecido, já saímos de Storybrooke, nossa mágica não funciona aqui - Regina havia esquecido do pequeno detalhe sobre sua magia fora de Storybrooke, virou sua cabeça para janela sentindo o vento beijar seu rosto.


— Odeio viagens longas! - respondeu a morena fechando os olhos, na tentativa de conseguir dormir um pouco.


— Posso te perguntar algo? - perguntou Emma, lembrando de algo que há muito estava martelando em sua cabeça.


— Não - respondeu Regina ainda de olhos fechados, esperando que adormecesse a qualquer momento.

— Naquele dia do jantar, você... Você estava lendo minha mente? - perguntou Emma. Regina abriu os olhos mecanicamente, sem ao menos piscar, ainda tinha a cabeça virada para o lado oposto ao de Emma, não poderia dizer a verdade.


— Eu possuo diversos poderes, mas o de ler mente ainda não está entre eles - respondeu Regina na tentativa que Emma acreditasse, porém um dos poderes de Emma era sempre saber quando Regina estava mentindo.

— EU SABIA! - respondeu em alvoroço, o que fez Regina se assustar um pouco - Mas como você conseguiu? Eu também posso ler mentes? Você ainda consegue ler a minha? O que eu estou pensando agora?! Regiiiiiiina, você tem que me ensinar! - Emma falava animada, alternando seu olhar entre a estrada e Regina.

— Não, nós não somos capazes de ler mentes e mesmo se EU fosse, jamais ensinaria a você, seria um caos você lendo os pensamentos dos outros, além de ser imoral - respondeu Regina, a loira então percebeu outra coisa.


— Então como você conseguiu ler a minha? - perguntou.

— Uma bebida maluca da Maleficent, e não, eu não sabia que no outro dia, além da dor infernal de cabeça, eu acordaria lendo seus pensamentos - Emma tinha outra pergunta, mas resolveu ficar calada - E só para constar, minha torta de maçã é incrível - Emma engoliu a seco ao ouvir Regina, ela sabia que se tentasse consertar as coisas só iria complicar ainda mais o seu lado.

— Ei... - chamou Emma, Regina voltou a olhar para a mulher ao volante - Você é meu amorzinho - Regina virou o rosto e sorriu quando percebeu que a xerife não poderia ver -

...

— Quando você vai sair da minha cola, marinheiro? - Hook andava em direção ao seu barco sendo seguido por Henry e sua máquina estranha na mão.

— Qual é, Killian... Não vai demorar nada - respondeu Henry correndo para ficar de frente para o capitão, fazendo-o parar.

— Eu não vou para esse jantar idiota, não tenho motivos para dar esse depoimento - respondeu o homem já perdendo a paciência com o garoto insistente.

— Eu sei que você ama alguém aqui de Storybrooke, eu consigo perceber quando as pessoas estão apaixonadas. Pensa por um lado positivo, a pessoa que você ama vai assistir o seu depoimento - Hook parou alguns segundos para pensar sobre, e o garoto estava certo.


— Dois minutos - respondeu Hook, Henry sorriu e ligou a câmera.

— O que é amor para você? – Perguntou.

— Uma palavra boba, um sentimento mais bobo ainda que só serve para nos deixar iludidos. Amar dói, amar mata mais do que qualquer outra doença - Henry estava prestes a desligar a câmera ao ver a visão negativa de Hook, mas algo o fez continuar, talvez quando o pirata hesitou por alguns segundos - Quando você começa a amar alguém você fica completamente dependente da pessoa, não por querer, mas por necessidade, como isso pode ser algo bom? Mas além disso, amar é algo complexo, há um lado assustador no amor, mas também existe o lado que vale a pena, que faz você esquecer todos os lados negativos. Amar não se baseia em idade, gênero ou status... Amar vai além de qualquer questionamento, amar é finalmente se libertar das suas prisões pessoais - Henry sorriu e pausou a gravação, Hook tinha um olhar tão sincero que Henry fez uma promessa a si mesmo de ajudar o pirata no que fosse preciso para ele conseguir conquistar a pessoa amada.

— Eu vou ajudar você com essa mulher - disse Henry acompanhando Hook até seu barco, o pirata deu seu famoso sorriso e arqueada de sobrancelha para o garoto, se ele ao menos soubesse.

— Eu estou bem assim, marinheiro. Se cuide - respondeu Killian entrando em seu barco, deixando Henry pensativo.
...
— Chegamos - respondeu Emma, a loira correu para abrir a porta para Regina. A prefeita estava boquiaberta com o que seus olhos estavam presenciando, Emma tirou as malas e depois jogou suas chaves para um homem que provavelmente iria estacionar seu carro.

— O que estamos fazendo em um lugar como esse? - perguntou a prefeita fascinada com a beleza do enorme prédio.


— Vamos ficar aqui enquanto estamos em Boston - respondeu Emma indicando Regina a entrada, a prefeita tinha mil e uma perguntas para fazer.

— Dra. Swan, há quanto tempo. Voltou para ficar? - assim que as duas entraram, o homem com idade para ser o avô de Emma apareceu cumprimentando a loira.

— Apenas de passagem, Edgar. Se importa de depois levar essas malas até o apartamento? - o homem sorriu e atendeu o pedido de Emma, Regina olhava para a xerife pedindo explicações para todo o tratamento.


— Se importa de explicar o "Doutora" e tudo isso? - perguntou Regina, Emma tinha um sorriso trêmulo ao entrar no elevador com Regina.

— Você sabe o que eu queria saber? - Emma se aproximou de Regina e a pressionou contra a lateral do elevador, apertando o último andar, 27, sem que Regina notasse - O porquê de você ainda não ter me dado um beijo hoje - Regina tinha os olhos semicerrados e um sorriso adorável com a pergunta de Emma.

A prefeita enlaçou seus braços no pescoço de Emma e a beijou, o toque lento, como se estivessem se descobrindo naquele momento, as línguas dançavam em uma sincronia perfeita, enquanto as mãos de Emma passeavam pelo as roupas que cobriam o corpo de Regina. Se separaram ao ouvir o toque sinalizando que tinham chegado ao andar, as duas sorriram como adolescentes apaixonadas, Emma saiu do elevador sendo acompanhada pela a mulher.


— O último andar? - perguntou Regina enquanto Emma abria a porta. As duas entraram e Regina pela segunda vez naquele dia, estava boquiaberta com o apartamento incrível, Emma acendia as luzes conforme andava pelos cômodos - De quem é esse apartamento? Algum amigo? - perguntou Regina fechando a porta e passando pela sala, sua pergunta foi respondida quando viu várias fotos de Emma em porta-retratos em uma mesa próxima a entrada - Emma... Tem algo que você queira me dizer? - perguntou Regina alto o suficiente para Emma ouvir de onde quer que ela estivesse, mas não precisou muito, Emma já estava ao seu lado.

— Pronta para saber um pouco mais sobre mim? - Regina olhou para a loira, estava curiosa para saber tudo sobre a mulher a sua frente - Mas primeiro, vamos tomar um banho e dar uma volta...


Emma indicou o banheiro a Regina, a prefeita ficou maravilhada com o tamanho desnecessário, achou que sua mansão era grande, mas esse apartamento simplesmente superava. Emma sorriu ao ver a expressão de surpresa da prefeita que parecia não deixar o seu rosto, a xerife foi para o outro banheiro pensando em todo roteiro de seu dia, seria algo simples, mas esperava que Regina gostasse do que ela havia preparado para as duas.
Vinte minutos depois Emma voltou para o lugar onde havia deixado Regina, a mulher estava se admirando no espelho, quando viu o reflexo de Emma lhe deu um sorriso convidativo para se aproximar, a loira fez seu caminho até Regina, abraçando-a por trás, descansando seu queixo sobre o ombro da prefeita.


— Você é linda - respondeu Emma. Era incrível como aquelas palavras que Regina tanto ouvira, soava diferente quando Emma as pronunciava, ela realmente se sentia linda quando a xerife lhe dizia.

— Formamos um belo casal - confessou Regina sem tirar seus olhos da imagem no espelho, o sorriso de Emma sempre causava uma fúria nas borboletas presas em seu estômago, era o sorriso mais lindo que já vira.


— Vamos, quero que você conheça um lugar - respondeu. Regina apenas assentiu e seguiu a loira.

As duas desceram e pegaram o fusca novamente. Emma não sabia exatamente que horas eram, mas também não se importava tanto com isso, a viagem foi curta, em vinte minutos as duas já haviam chegado ao destino, Emma fez o mesmo processo, desceu primeiro e abriu a porta de Regina, a prefeita estava começando a se acostumar com o cavalheirismo da loira.

— Isso é... - Regina analisou todo o local, tinha quase certeza de que sabia onde elas estavam.

— É onde eu passei dezoito anos da minha vida - respondeu percebendo que nada havia mudado depois de sua ultima visita - É o orfanato - Regina olhou para Emma, procurando algum indício de tristeza em seus olhos, sabia que não deveria ser fácil para Emma voltar para o lugar onde provavelmente havia passado por coisas terríveis.


— Emma... Você está bem com isso? – perguntou Regina alcançando a mão esquerda de Emma, a xerife olhou para a faixada do lugar e depois sorriu para a morena, concordando.

— Emma? Minha querida! - uma mulher já idosa tirou as duas de sua conversa particular. Emma virou-se encontrando uma das pessoas na qual ela mais tinha carinho.

— Judy! - Emma sorriu e abraçou a senhora que aparentava ter uns 80 anos - Você cada vez ficando mais sexy, hein... Se você não fosse casada... - Judy gargalhou e Regina não pôde deixar de acompanhá-la, Emma virou e chamou Regina para se aproximar - Judy está é Regina... Regina está é Judy, a única pessoa que se importava comigo quando mais nova - Judy apertou a bochecha de Emma, plantando um beijo no mesmo local.

— É um prazer conhecê-la - disse a mulher cumprimentando Regina com um aperto de mão - Mas que mulher mais encantadora - comentou a mais velha, Regina e Emma trocaram olhares e a xerife pôde jurar que viu as maçãs do rosto de Regina ficarem avermelhadas.

— O prazer é todo meu, Judy - respondeu Regina, as duas soltaram suas mãos delicadamente, Judy ainda admirando Regina. De repente a mais velha deu uma tapa no braço de Emma, causando surpresa nas duas mulheres.

— Ai! O que eu fiz? - perguntou Emma enquanto passava sua mão pelo lugar atingido.

— Isso é apenas um alerta, essa adorável moça é para vida toda, não a deixe escapar - explicou. Regina olhou para Emma com tanto carinho no olhar, que a loira havia se esquecido do tapa, Judy estava certa, Regina era para toda vida.

— Não se iluda com a beleza, Jud. Ela não é tão adorável assim... - respondeu Emma, Judy deu outra tapa na loira - Ai! – respondeu.

— Você já deve ter se acostumado com as idiotices dela, não é mesmo minha querida? - perguntou Judy se aproximando de Regina.


— Não tenho muita escolha - respondeu, Judy gargalhou e entrelaçou seu braço com o de Regina, como se fossem melhores amigas .

— Ei! Estou aqui e posso ouvir tudo - disse Emma ficando do outro lado de Judy, deixando a mais velha entre ela e Regina, as três começaram a andar em direção a entrada do orfanato - Espera ai, o que faz você pensar que estamos juntas? - Judy parou de andar e olhou para Emma.

— Você olha para ela como se ela fosse o único ser no mundo, presumo que você já tenha falado que a ama e estão juntas - Emma paralisou um pouco quando Judy disse "a ama", olhou para Regina buscando alguma expressão que lhe desse uma pista de como a prefeita havia recebido o comentário de Judy, a prefeita parecia surpresa, Emma não quis continuar com esse tópico da conversa e ficou calada, reiniciando a caminhada.

— Aquele é o Bart?! - perguntou Emma apontando para o jardineiro já idoso, Judy afirmou com a cabeça e a loira sorriu empolgada - Volto já - disse Emma correndo em direção ao homem.

— Ela continua uma criança... - confessou Regina assistindo Emma toda empolgada com o jardineiro.

— Você não sabe o quanto estou feliz em vê-la bem, feliz, creio que nunca vi o brilho em seus olhos como vi hoje, ela está radiante... Presumo que você é a culpada disso - Regina continuou a andar com Judy que segurava seu braço, as duas voltaram a fazer o caminho até o orfanato - Sabe, quando Emma morava aqui tenho certeza absoluta que foram os piores anos de sua vida, nenhuma família queria adotá-la, e cada ano que passava ela ficava mais velha e você sabe que as famílias sempre procuram por criancinhas, mas apesar de tudo, apesar de ter sido rejeitada por diversas vezes, ela não deixava o ódio consumi-la. Sempre quando tinha alguma briguinha entre as outras crianças ela era a primeira que aparecia para separar, estava sempre ajudando alguém. Parecia que todos estavam sobre seus cuidados, que ela tinha que proteger a todos - Regina sorriu ao saber que a mulher sempre teve o espírito de salvadora, imaginou os anos infernais que Emma havia passado, sentiu uma pontada de culpa lhe consumir.


— Ela continua assim, querendo salvar a todos - disse Regina, de repente a prefeita sentiu dois braços envolvendo sua cintura e sorriu ao sentir o perfume conhecido.

— Posso roubá-la um pouquinho, Judy? - pediu Emma, a idosa apenas sorriu e soltou-se de Regina - Parece que você a conquistou - sussurrou Emma enquanto andava lado a lado com a morena.

— Por que você me trouxe até aqui? - perguntou Regina curiosa, queria saber o por que daquilo tudo.

— A minha vida toda eu afastei as pessoas de mim, nunca deixei que ninguém soubesse de nada sobre minha história, porque eu sabia que iriam me olhar com pena ou me tratar diferente pelo lugar de onde vivi - Emma guiava a caminhada, seus olhos no horizonte sem o menor medo de tropeçar por não está atenta ao chão - Eu nunca tive vontade alguma de mostrar as pessoas quem eu realmente sou, mas com você... - Emma parou por um momento e Regina fez o mesmo - Com você eu me sinto a vontade, eu sinto essa necessidade de mostrar a você tudo sobre mim, você é uma das poucas pessoas na qual eu confio, com você eu finalmente me sinto em casa... - Regina se aproximou e segurou o rosto de Emma, encostando seus lábios e as testas, ambas de olhos fechados, naquele momento simbólico fizeram uma promessa.

— Fico feliz por você confiar em mim... - respondeu Regina sendo bombardeada de emoções, Emma sorriu e beijou sua testa, entrelaçando suas mãos e caminhando.


Emma mostrou tudo a Regina, seu dormitório, onde se escondia dos castigos, contou como era sua rotina, Regina ouvia tudo atentamente, sorrindo toda vez que Emma se empolgava com alguma lembrança. Judy contava suas melhores recordações das travessuras de Emma, Regina nunca havia gargalhado tanto em sua vida, ela não precisava de jantares caros ou lugares extraordinários para um primeiro encontro, Emma havia acertado em cheio, estava adorando cada vez mais conhecer a mulher que havia desencadeado seu coração. Quando a xerife não estava por perto, Judy contava as histórias mais dramáticas da mulher, nos pesadelos que ela havia vivido, e nas diversas vezes que passara chorando em sua cama quando pensou que ninguém estava ouvindo.


— Não desperdice seu tempo com isso - disse Emma apertando a mão de Regina, como se estivesse a trazendo de volta para realidade. Judy havia acabado de contar como Emma chorava toda as noites, pensando no por que de seus pais a terem abandonando-a. A loira sabia que Regina estava se culpando de alguma forma - Não se culpe Regina, por favor... Esse é o nosso destino, tinha que ser assim. Se eu tivesse que passar por tudo isso novamente para poder ter você, eu passaria. - Emma beijou o rosto de sua amada, descendo para a boca, Regina apenas a abraçou, sentindo completamente segura nos braços de sua salvadora.

Emma olhou para o relógio do local e percebeu que já estava na hora de ir embora, se despediu de Judy e Bart, Regina fez o mesmo com a mulher mais velha, agradecendo por ter recebido as duas.


— Minha pequena já foi magoada demais, não faça o que os outros fizeram... Emma é especial - sussurrou Judy enquanto abraçava Regina, a prefeita apenas concordou, fazendo uma promessa para aquela adorável senhora.

...

— Sem chances, moleque - respondeu Ruby enquanto cortava corações de papel para enfeitar Granny's.

— Vamos Ruby... Ele ama você - Ruby quase cortou o dedo ao ouvir o absurdo de Henry.


— Henry, primeiro: Eu não vou sair com o Hook. Segundo: De onde você tirou que Hook me ama?! - Henry tinha colocado na sua cabeça de que Hook estava apaixonado por Ruby.


— Ele está apaixonado por alguém de Storybrooke, e você combina com ele, eu já o vi olhar para você várias vezes - insistiu Henry, Ruby gargalhou e voltou a cortar os corações.


— Ele não está apaixonado por mim, sabe o que as más línguas dizem? - Henry balançou a cabeça negando - Que ele é caidinho por uma certa Mills - Henry tinha sua boca aberta com a declaração de Ruby, imediatamente quebrou sua promessa, não iria ajudar Hook a ter sua mãe. Estava feliz com o relacionamento de suas mães, não deixaria nenhum pirata interferir - Anda, me ajuda com a decoração... A festa vai começar em menos de duas horas e ainda falta muita coisa - Henry pôs sua câmera em uma mesa e foi ajudar a garçonete.

....


Emma tocou em seu celular apenas para ver as horas, 19h13 marcava em números gigantes. A loira se olhou novamente no espelho, admitiu para si mesma que estava linda, apenas em ocasiões especiais usava vestidos, bom, essa era uma ocasião especial. O vestido vermelho marcando o seu corpo, deixando-a elegante e sexy ao mesmo tempo, para combinar com Regina usava Louboutin nos pés. Sentou na ponta da cama e começou a mexer em seu celular enquanto esperava Regina sair do outro quarto, minutos depois Emma sentiu o cheiro do perfume de Regina, automaticamente levantou sua cabeça e viu Regina entrando no quarto, podia jurar que a prefeita poderia ver seu peito subir e descer em uma velocidade incomum, a mulher usava um vestido de um tom azul igual à fumaça que Emma fazia quando desparecia, um azul royal, os cabelos que estavam em um comprimento maior a deixava ainda mais linda.

— Quem diria que eu chegaria a ver Emma Swan de vestido - Emma ainda olhava hipnotizada para Regina, a prefeita sorriu com o efeito que estava causando na xerife.

— Você está magnífica - respondeu quase sem fôlego.


— Guarde seu fôlego para mais tarde - respondeu Regina com um sorriso malicioso que fez as pernas de Emma tremerem um pouco.

As duas desceram logo pegando um táxi, Emma havia feito reserva em um dos melhores restaurantes da cidade. Quando chegaram ao local logo foram conduzidas até a mesa, fizeram seus pedidos e conversaram sobre a tarde que tiveram. Regina falou o quanto havia se divertido com as histórias de Judy, e mais uma vez pediu desculpas por ter proporcionado Emma anos de horror, se ela não tivesse lançado a maldição Emma poderia ter vivido bem com seus pais, porém provavelmente elas nunca poderiam ter o relacionamento que hoje têm. Snow jamais deixaria a Rainha Má se aproximar de sua querida filha. Emma por outro lado não se importava muito, estava vivendo o presente, um presente no qual Regina fazia parte, então nada mais importava. As duas se deliciavam com os pratos incríveis enquanto continuavam a conversa.


— Então, acho que essa é a hora que você me conta como você conseguiu aquele apartamento, reservas nesse restaurante bastante conceituado, ah, e o título de "Doutora" que aquele rapaz lhe chamou - Regina estava se segurando para fazer a pergunta, e finalmente havia chegado o momento certo. Emma bebeu o seu champanhe pensando em uma forma resumida de explicar - É difícil acreditar que uma "Caçadora de Recompensas" ganhe tão bem assim, não me entenda mal.


— Então, aquele apartamento é meu, a reservas, bom, pode-se dizer que tenho meus contatos, ah e o doutora, é porque eu realmente fui doutora - Regina arregalou os olhos com a confissão de Emma, era exatamente assim que a xerife esperava que ela reagisse - Eu sou formada em medicina, cirurgiã geral.


— Só pode está brincando! - respondeu Regina ainda surpresa - Mas... O que aconteceu? Por que? Emma... - Regina percebeu que o assunto parecia ser delicado para a xerife - Por que você não disse antes? Por que insistiu em ser xerife quando poderia ser médica em Storybrooke? O que aconteceu?

— Digamos que eu não era uma boa médica, não pude salvar uma vida... - Emma de repente havia mudado completamente seu humor, estava triste, e Regina se amaldiçoou por trazer o assunto - Desisti da medicina, então um dia um amigo detetive falou sobre esse trabalho, uma espécie de caçadora de recompensas, acabei me identificando e continuei. Talvez justiça combine melhor comigo do que salvar vidas - Emma deixou um sorriso amargo sair e Regina segurou a mão da loira sobre a mesa.


— Salvar vidas é o que você faz de melhor - respondeu Regina - Essa pessoa que morreu... Era importante para você, não era? - por mais que Regina quisesse pedir um nome naquele momento, desistiu, se importava mais com o bem estar da loira e as lembranças amargas não ajudava.

— Era... - Emma parecia reviver algo em sua mente, Regina apertou a mão da xerife trazendo-a de volta - Mas enfim, hoje é para ser um dia de alegria e minhas lembranças não ajudam muito - Regina tomou alguns segundos para analisar a figura diante de si.

— Quando eu perdi Daniel foi devastador para mim, na época eu achava que o amava, quando o vi morrer diante dos meus olhos por um homem que eu nem sequer vi a fisionomia, eu fiquei despedaçada, achando que poderia ter feito algo, achando que eu fui à causadora de sua morte. Por um tempo eu não conseguia entrar no estábulo porque tudo me lembrava a ele, mas então eu percebi que... Ele havia ido, eu não podia fazer nada sobre o que aconteceu, não era minha culpa, voltei a andar pelos estábulos e a cavalgar novamente, e de repente, ele era apenas uma lembrança, uma lembrança boa e que eu não devia me culpar - Emma sabia o que Regina estava querendo dizer, uma comparação um tanto semelhante. Tinha que admitir que sentiu um pouco de ciúmes, ver Regina abrindo sua boca e pronunciar um "amo" ou "amava" para outra pessoa. Se perguntou se um dia ouviria isso dela - Você não deve se culpar pelo o que aconteceu, Emma. Tenho certeza de que você fez o que pôde... - Regina não era de dar conselhos as pessoas, pelo menos não com boas intenções, mas abriu uma exceção para Emma.

— E esse foi um dos motivos pelo o qual me apaixonei por você - comentou Emma sorrindo orgulhosa, Regina franziu a testa não entendendo - Você me surpreende todos os dias - Regina sorriu e piscou para a loira.


....


Todos estavam com sorrisos bobos no rosto enquanto assistiam aos depoimentos, Charming foi o primeiro do vídeo dando todo o discurso de "Amor ser sobre não desistir de encontrar a pessoa amada", Snow chorava do começo ao fim com depoimento, enquanto era abraçada pelo seu marido.Cora sentava em uma cadeira distante dos outros, seu pensamento estava longe, se perguntando onde Hook poderia estar, desde que havia dito que não poderia ir ao jantar com ele não tivera notícia do rapaz. Hook por outro lado, estava do lado de fora observando sua amada, se escondeu ao ver que seu vídeo estava passando, percebeu Cora levantar e se aproximar da tela, os olhos lacrimejados com as palavras do pirata, o homem estava pedindo aos deuses do mar para que Cora soubesse que seu depoimento era baseado na mulher, em como tinha mudado por ela. A mulher pôs uma mão no coração ao final do vídeo, os convidados fizeram um uníssono "owwwn", não conheciam esse lado delicado de Hook.
O vídeo de Emma estava na fila para ser o próximo, todos estavam atentos se perguntando onde a xerife estava, Zelena começou a ouvir e furiosa deixou a lanchonete, o que não passou despercebido por Henry. Momentos depois o garoto saiu, buscando algum sinal de sua tia, a encontrou sentada no banco do lado de fora da lanchonete.


— Henry, o que faz aqui? - perguntou a ruiva enxugando suas lágrimas achando que o sobrinho não iria perceber.

— Você tem que desistir dela, tia Z - pediu Henry - Ela é apaixonada por minha mãe, elas se pertencem... - Zelena sabia que o garoto estava certo, mas não era justo - Você sabe que não vale a pena insistir, você é super gata, aposto que deve fazer filas de pessoas para ter uma chance com você. Sabe o que deveria fazer? - Henry tocou o braço de sua tia chamando sua atenção - Você deveria recuperar seu amor verdadeiro, eu sei que você já encontrou, não é mesmo? - Zelena se perguntou como aquele garoto sabia de tantas coisas.

— Eu fiz muitas maldades, querido. Não seria justo deixá-la ao meu lado quando só o que eu fazia foi desapontá-la... Amar também é renunciar - respondeu Zelena se lembrando de seu maior amor. Claro que gostava de Emma e a queria para si, mas sabia que ela não era seu amor verdadeiro. Ela abriu mão de seu amor para não magoar sua amada.

— Amar é não desistir... Você não precisa destruir o amor dos outros para se sentir melhor, tia Z. Você precisa do seu amor de volta... - Zelena beijou a testa do pequeno príncipe, tinha que admitir que sua irmã havia criado um cavalheiro. Ficou pensando nas palavras do sobrinho, em sua amada.
...

— Esse foi definitivamente um dos melhores dias da minha vida, Emma. Obrigada por confiar em mim... - as duas entraram no apartamento, completamente felizes pelo o dia incrível.


— Não precisa agradecer, fico feliz que tenha se divertido. Ah, e no caso de você estiver pensando, eu não faço isso com todas... - Regina sorriu e fez seu caminho até o quarto, tirando seus sapatos enquanto Emma seguia todos seus movimentos - Regina... - chamou Emma com suas mãos para trás, a prefeita virou-se - A décima, lembra? - Emma trouxe sua mão para frente mostrando uma tulipa vermelha, Regina tinha os olhos fixados em Emma pelo o que parecia uma eternidade, a tulipa que Emma um dia prometera - Amor Verdadeiro - Regina segurou a tulipa, levando-a ao seu nariz, fechando os olhos ao sentir o toque de Emma em seu rosto, a noite não poderia melhorar.


— Me ajuda? - Regina colocou a tulipa na escrivaninha, se lembraria de colocar em um vaso e depois levá-la a Storybrooke. Regina virou de costas e apontou para o vestido, Emma sentiu um frio percorrer seu estômago ao encostar-se ao zíper e vez ou outra encostar seu dedo contra pele de Regina. O vestido desceu lentamente, mostrando a lingerie preta que a prefeita vestia, seus olhos percorreram o corpo escultural da mulher, quando Regina voltou a ficar de frente para Emma, seus olhos se encontraram, havia tanto desejo, luxúria e principalmente amor nos olhos da xerife, que Regina sabia que estava prestes a fazer a coisa certa - Faz amor comigo... - foi o que Regina disse entre os lábios da loira, naquele momento só queria se sentir conectada a Emma de todas as formas.

Emma não conseguia falar nada, seus olhos percorreram o corpo da mulher a sua frente mais uma vez, como se estivesse gravando cada movimento seu, percebeu que Regina iriam falar algo, mas não esperou e foi logo beijando-a com tanta paixão que sentia uma explosão interna. Regina sondou a boca de Emma, o que fez a xerife gemer quando sentiu Regina morder e puxar seu lábio.
Sem quebrar o beijo, Emma levou suas mãos para as costas da mulher e desenganchou o sutiã, deixando-o cair no chão e suas mãos delicadamente indo massagear os seios a sua frente, tornando-os rígidos sob o seu toque. Seus movimentos fazia-a gemer baixinho contra sua boca. Emma trouxe Regina para mais perto e aprofundou o beijo ainda mais, os seios nus um contra o outro, desejando mais e mais contato. Emma a conduziu até a cama e a fez deitar-se enquanto suas mãos foram para suas costas desvinculando o seu próprio sutiã, a xerife sentiu sua umidade aumentar ainda mais ao ver o sorriso quase diabólico que Regina estava lhe dando, a loira foi até a cama e se posicionou sobre ela, capturando novamente os lábios da prefeita, Emma deixou seu joelho propositalmente pressionar o centro de Regina, que mordeu o lábio de Emma ao sentir a necessidade de um toque maior. A xerife começava a traçar beijos no pescoço da morena, mordendo enquanto se deliciava com os gemidos de prazer da prefeita. A loira começou a descer seus beijos, abaixando um pouco mais até chegar ao seio e tomar um dos mamilos em sua boca. Regina nunca poderia imaginar o quanto Emma poderia ser possessiva na cama, mas também não teve tempo para pensar em muita coisa quando tinha a mulher lhe proporcionando tanto prazer. Emma começou a trilhar sua mão livre pelo o corpo, passando sobre o estômago e indo mais baixo, encontrando o material delicado da calcinha de Regina, a loira saiu um pouco de cima da mulher, apenas para poder tirar a calcinha da mesma. Quando finalmente sua mão atingiu o centro molhado de Regina, sentiu o abdômen da mulher contrair.


— Apenas relaxe... Eu vou fazer você se sentir bem - disse Emma enquanto começava a brincar com o centro de Regina, movendo lentamente seus dedos para cima e para baixo sentindo o aumento da umidade. Emma sabia que Regina provavelmente teve muitos amantes em sua vida, mas algo no jeito em que se conectava com Regina, no modo como ela estava entregue e sem ao menos lutar por domínio, Emma sabia que apenas ela havia experimentado esse nível de intimidade com Regina, ela havia apresentado este lado vulnerável de si mesma apenas para xerife, e Emma a amava ainda mais por isso - Olhe para mim, Regina... - pediu Emma, Regina tinha suas mãos cravadas nos lençóis, enquanto não conseguia manter seus olhos abertos, ao ouvir o pedido de Emma, abriu-os, a xerife esperava que Regina visse todo o amor que ela sentia pela prefeita.


Emma deslizou dois dedos dentro da mulher sob si, Emma sentiu sua própria umidade aumentar ao ouvir Regina gemer, quando sentiu que facilmente pôde entrar nela, dada a forma como já estava molhada. Emma ouviu a prefeita gemer um "sim", enquanto tentava manter seus olhos abertos. A loira começou a empurrar em um ritmo constante, os gemidos ficando cada vez mais altos e Emma sabia que não iria demorar muito para que ela chegasse ao orgasmo.

— Em...Emm... - Emma ouvia de Regina a cada vez que empurrava cada vez mais fundo, Regina tentava acompanhar o ritmo de Emma com seus quadris, mas simplesmente não conseguia encontrar uma sincronia em meio ao desejo furioso que corria pelo seu corpo. Emma começou a sentir um aperto contra seus dedos, sorriu e levou seus lábios ao pescoço de Regina, sentindo o suor da perfeita contra sua pele, sugou o ponto de pulso e logo sentiu que Regina havia deixado os lençóis e cravava suas unhas contra a pele delicada de Emma, provavelmente deixando marcas.

— Eu sei que você está chegando... Relaxa, meu amor - a voz de Emma sussurrando saindo quase como se ela estivesse sem fôlego. Emma começou a diminuir a velocidade de seus dedos, Regina gritou em protesto, e Emma voltou a aumentar a velocidade dentro dela, até chegar a um ponto perfeito que sabia que iria levá-la ao êxtase, Emma sentiu Regina cravar ainda mais suas unhas nas costas da xerife, a loira entendia que era um pedido de Regina para que Emma continuasse o movimento ainda mais profundo.


— OH... EMM... - Regina não pôde sequer completar o nome de Emma, a loira sorriu ao ver que Regina havia chegado ao êxtase. Emma a beijou em uma tentativa de acalmar mais seus nervos, a loira ainda mantinha os dedos em um movimento contínuo enquanto sentia Regina invadir sua boca com a língua quente que lhe dava tanto prazer. Em seguida, Emma tirou seus dedos e se deixou cair ao lado de Regina, as duas cobertas de suor e com sorrisos estúpidos nos rostos. Regina virou-se para Emma e a xerife percebeu uma lágrima escapar do olho de sua amada - Eu realmente não sei o que eu fiz para merecer você, mas eu vou lutar todos os dias para ser digna do seu amor - respondeu Regina se aproximando ainda mais de Emma, a loira pôde ouvir o amor e emoção na voz de Regina, se perguntou se esse era o momento certo para finalmente dizer, olhando nos olhos de Regina, um "eu amo você". Antes que pudesse dizer algo, Emma sentiu os lábios de Regina lhe trazendo para um beijo apaixonado, mas não de uma forma frenética, era beijo lento, como se ela estivesse tentando transmitir como estava se sentindo naquele momento.


Depois disso as duas simplesmente continuaram deitadas uma ao lado da outra por um tempo. Palavras eram desnecessárias, pouco tempo passou depois de Emma sentir a respiração calma contra seu peito, Regina havia adormecido, as duas com os braços sobre a cintura uma da outra, não havia distância entre as duas, mas parecia que ainda não estavam perto o suficiente. Regina adormeceu nos braços da mulher que amava com todo seu ser, a mulher que havia demolido as paredes que tinha por tantos anos construído ganhou um lugar em seu coração, e Regina não desejaria que ninguém além de Emma o tivesse.
....


Regina sentiu o frio incomodar sua pele, sentiu o perfume de Emma e percebeu os braços da xerife em volta de sua cintura, sorriu ao lembrar da noite que tiveram, olhou para o relógio na escrivaninha, marcava 02h27. Levantou delicadamente, colocando os braços de Emma na cama, pegou o hobby no cabide e o vestiu, foi até a cozinha beber um pouco d'água, estava com uma sede insuportável, o sono parecia ter ido embora, então Regina sentou-se no sofá da sala ligando a televisão em um volume baixo, passava de canal em canal procurando algo interessante, mas nada chamava sua atenção, até que se lembrou de Henry e do seu pen drive, voltou para o quarto e procurou por seu casaco, tirando o objeto do bolso voltou para sala e conectou o pen drive no aparelho. Logo a imagem de Emma apareceu na televisão, aumentou um pouco o volume e apertou o play.


— Amor? - Emma tinha aquele sorriso sincero, aquele que ela dava toda vez que via Regina, o sorriso perfeito para deixar qualquer um apaixonado - Se você fizesse essa pergunta há alguns anos eu provavelmente daria um discurso sobre o quão estupido é, mas hoje... Amor para mim é, uma certa prefeita de uma pequena cidade, com ego enorme e um sorriso encantador. Amar é a coisa mais poderosa do mundo, e eu finalmente posso dizer que possuo, nunca achei que um dia poderia ficar uma idiota assim, sabe? Quando eu vejo Regina meu coração simplesmente começa a bater tão rápido que parece que ele vai sair da minha caixa torácica, talvez ele saiba que pertence a ela e só quer estar perto, ela é uma pessoa séria, que raramente você vai vê-la sorrindo, mas quando ela sorrir é simplesmente adorável. Sei que provavelmente estou sendo clichê, mas... Só quem sente pode entender. Eu sou apaixonada por ela, porque ela é a única mulher que me compreende até os ossos e até mesmo mais. E não há nada mais bonito do que despertar de um lugar que ninguém jamais tocou, Regina é minha definição de amor, e eu a amo. - Regina deixava suas lágrimas caírem ao ver o depoimento de Emma, teria que agradecer seu filho por lhe mostrar isso. Estava voltando várias vezes à parte "eu a amo", poderia ouvir pelo resto de sua vida isso, Emma a amava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?
Bjors