Orion escrita por Equinox


Capítulo 1
Ártemis: O Anti-Orion


Notas iniciais do capítulo

Eu gosto muito de ficção cientifica, por isso resolvi escrever essa fic :D espero que alguém leia. Desculpem qualquer erro.



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Em 2033, a Orion atravessou a órbita da Terra e rumou em direção a Marte, meses depois, chegando ao planeta vermelho. A visão de uma nave viajando pelo espaço em tempo real, fora a maior façanha televisiva de todos os tempos, havia um canal que transmitia vinte e quatro horas por dia a imagem de um transporte espacial rumando lentamente ao seu destino. A grande massa pouco estava interessada em assistir àquelas imagens que pareciam tão repetitivas, principalmente por ser algo muito monótono e de pouca relevância para eles.

A espaçonave com o símbolo da Agência Espacial Norte Americana ou, como era vulgarmente conhecida, NASA, transportava uma amostra de um elemento químico sintético patenteado capaz de forrar planetas inóspitos com os elementos básicos a vida.

Os norte americanos não eram os primeiros a tentar levar vida a Marte, mas eram os primeiros a levar uma figura totalmente nova. Anos antes, os holandeses haviam levado sementes que, no final, mostraram-se infrutíferas, outras amostras biológicas enviadas também não obtiveram êxito e o projeto tornou-se um verdadeiro fracasso, pelo simples fato de que o solo não possuía propriedades capazes de germinar todas aquelas amostras. Isso levou ao total declínio da empreitada de criar colônias humanas no planeta vermelho.

Novamente os norte americanos haviam conseguido se manter à frente de algo, embora o projeto ainda não houvesse sido concluído, era quase certo que o elemento criado pelos pesquisadores da NASA seria a grande solução, e foi.

Em 2039, o planeta era habitável, mas somente em 2040 os primeiros seres humanos partiram em direção ao planeta. Embora, tudo o que se publicava nos veículos de comunicação parecesse extraordinário, as super potências sabiam que aquilo não acabaria bem. Os EUA gostava de manter o monopólio e é claro que a maior potência econômica passaria a dificultar a ida dos outros países ao novo ecossistema.

Quando o caso Edward Snowden* veio a público, passou-se a especular uma terceira guerra mundial, esta que aconteceria através da cibernética, com todos os paises tendo seus maiores segredos expostos ao mundo. Mas depois do êxito da Orion e do surgimento de uma tensão agravante, era provável que houvesse não uma terceira guerra mundial, mas uma primeira guerra interplanetária. Nem mesmo o ódio silencioso entre os americanos e os soviéticos durante a corrida especial fora capaz de deflagrar algo tão catastrófico, e por que não, extraordinário.

Planeta Terra, Roterdã, 12 de setembro de 2083

Tommaso Van Persen havia crescido como uma criança inglória, comum, sempre muito amado por seus pais, que desde pequeno lhe davam enorme suporte emocional. Tomma, como todos os íntimos o chamavam, era uma pessoa romântica, e, deste modo, sua personalidade não condizia com o seu trabalho. Ele era um agente especial secreto especializado em sequestros, furtos e, além disso, um franco atirador.

Sob a luz forte do dia podia-se enxergar a pele alva de Tomma. Ele passeava por seu apartamento focando e desfocando os profundos e levemente estreitos, olhos cor de safira. Suas sobrancelhas grossas de pelos castanhos franziram-se ao fitar a embalagem de um produto qualquer, enquanto seus negros cabelos lisos pendiam sobre sua testa. Seu rosto quadrado ostentava um semblante pensativo, enquanto seus lábios rosados e carnudos, mas não grosseiros, abriam-se lentamente sem que o moreno percebesse, ergueu os dedos finos e longos coçando seu nariz levemente curvilíneo, mas nada protuberante, a vizinha cuja janela do apartamento era de fronte para a sua, suspirava ao observar aquele homem tão bonito.

Em seus 25 anos, estava incumbido da parte suja do processo que decidiria a história da humanidade, a que contrapunha a diplomacia que se baseava em uma velha briga por terras extraterrestres. Ele seria o agente finalizador de uma guerra que ocorria por baixo dos panos entre as potências da Terra e o único país existente em Marte, os NEUA, ou Neo Estados Unidos da América, embora a América do planeta vermelho fosse uma ilusão.

A missão de Van Persen, mesmo que parecesse simples, possuía enorme peso. Ele seria enviado a Marte em uma nave clandestina, blindada com um material não detectável pelo radar norte-americano, sequestraria o Chanceler que era a única figura política instituída no planeta e o forçaria a dar ordens aos seus subordinados para que permitissem a entrada dos estrangeiros no ambiente de maneira pacífica, e caso isto não ocorresse, ele mataria o Chanceler e as consequências viriam depois.

Ele estava arrumando suas coisas para sair de casa aquele dia, estava frio em Roterdã e ele não conseguia parar de pensar em como seria quando chegasse a Marte, afinal, teria de passar por todos os militares que orbitavam pelas cercanias do planeta.

Também pensava no que estaria deixando para trás caso sua missão fracassasse, o mais importante era que Tomma não estava ligado a alguém, afinal, dedicara todo o seu tempo ao trabalho e isso acabou por arruinar sua afetividade. Ele já tivera alguns namorados, mas seus namoros nunca davam certo, o trabalho sempre acabava em primeiro. Os outros agentes tinham família e vínculos fortíssimos com todos a sua volta, já ele...

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Planeta Marte, Algum lugar da província de Toth, 21 de abril de 2084

O anti-orion era Ártemis, a nave que transportava o antígeno que possuía o propósito de criar os anticorpos capazes de exterminar a doença do monopólio estadunidense. Marte nunca deveria ter se tornando uma colônia de um país perverso disfarçado de pátria acolhedora como os Estados Unidos.

Tomma acabara de despertar de um sono induzido, ele dormira por quase nove meses e agora direcionava sua nave para o posto clandestino que uma equipe da organização para a qual trabalhava havia montado. Quando pousou, percebeu que o lugar era isento de vida, imaginou que aquela região ainda não havia sido explorada pelos colonizadores de Marte, ou no mínimo ainda não havia sido povoada.

Ele desceu da nave e observou o solo, era uma espécie de areia vermelha que espalhava-se por toda parte, ela possuía um brilho diferente, exótico. Tomma coletou uma amostra daquele pó e o colocou em um pequeno frasco, apenas como recordação. Respirou fundo, finalmente estava no planeta vermelho, e ainda sem nenhuma certeza se voltaria ou não para casa, mas ele imaginava que não. Logo voltou para dentro da nave.

Ártemis estava programada para levá-lo à seu destino, que nada mais era do que o local onde encontraria o Chanceler. A nave era rápida, mas sua permanência dentro dela parecia que se retardava cada vez mais. Ártemis estacou em certo momento e Tommaso pôde ver o que seria uma grande vila formada por imóveis que pareciam edifícios com paredes feitas à base do produto da última fase na reciclagem de polímeros, ou, simplesmente, um plástico muito duro e quase impossível de ser destruído. Havia feito todo um planejamento enquanto ainda estava na Terra, no entanto, este nunca saíra da fase de idealização, agora era o momento X.

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Planeta Marte, Cidade de Héstia, Província de Toth, 25 de abril de 2084

O Chanceler Octavian Penhallow jantava sozinho na sala de jantar, sua fortaleza estava em paz, os criados conversavam na cozinha e os seguranças conversavam à porta, ele, por outro lado, não tinha com quem conversar, afinal, havia recebido ordens para manter a hierarquia dentro da casa. Sim, ele era o Chanceler, mas também era subalterno de alguém, mesmo que pudesse mandar e desmandar, ainda estava inserido em um sistema com direitos e deveres.

Entediado à mesa, ele ouviu uma algazarra no andar de baixo, mais próximo a região da entrada, pensou em levantar-se para ver do que se tratava, mas desistiu ao perceber que tudo voltara a quietude, provavelmente os seguranças ou os criados estavam se entretendo. Octavian olhou para seu prato e desistiu daquela refeição, levantando-se e deixando tudo como estava, intocado.

Enquanto caminhava em direção à seus aposentos, percebeu que alguém caminhava pelas sombras dentro do edifício e olhou tentando ver quem era.

"Krista, é você?" indagou olhando do começo da escada, ninguém disse nada.

Com cuidado ele desceu as escadas e parou no mezanino observando a coleção de retratos que tinha em sua parede, ali não havia ninguém. Octavian deu de ombros e quando estava prestes a voltar ao terceiro andar, algo o surpreendeu.

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Sua cabeça doía como se estivesse na pior das ressacas. Sua visão estava um tanto embaçada e ele não fazia ideia de como havia ido parar seja-lá-onde-estivesse. Suas mãos estavam amarradas em volta do que parecia ser um cano de ferro, embora ele não conhecesse a textura do ferro e soubesse que em Marte esse recurso era muito raro. Estava amordaçado, imaginara isto logo que sua mente entrara em atividade. Octavian havia sido sequestrado, mas por quê? E por quem?

O loiro encontrava-se sozinho, em um lugar de tamanha paz que chegava a assustá-lo. Os olhos verdes observavam cada detalhe daquilo que parecia ser um cativeiro subterrâneo. De repente, passos fizeram-se sonoros, alguém se aproximava. As passadas ficavam cada vez mais audíveis, até finalmente cessarem. Um homem alto e encapuzada aparecera.

Van Persen analisou seu prisioneiro com atenção, quem diria que o chanceler seria alguém tão jovem e tão... Lindo. Possuía olhos verdes, cabelos lisos, loiros e delicados que caíam suavemente sobre os ombros do rapaz. Quantos anos ele teria? Vinte? Vinte e um? Tommaso não fazia ideia, mas se aquilo não fosse uma missão de extrema importância, talvez até houvesse desistido da ideia de aprisionar a criatura mais angelical que vira na vida.

O Chanceler começou a sacolejar sobre o chão, louco para soltar-se, parecia desesperado na presença do outro, gritava como um ogro, mas tinha suas exclamações contidas pelo tecido que recobria seus lábios finos e róseos. O rosto vermelho suava excessivamente, parecia estar transbordando, o moreno nunca havia visto alguém tão obcecado, Penhallow parecia estar tendo uma reação que o deixava preocupado.

Ajoelhou-se frente ao outro, retirando-lhe a mordaça e assistindo Octavian ofegar. Seus olhos se cruzaram por um segundo, Penhallow tinha em seus globos algo histérico, mantinha uma expressão raivosa, o que deixara Van Persen com medo de seu próprio refém.

"O que quer comigo? Por que me trouxe a este lugar?" indagou o Chanceler a gritos.

Tommaso riu, desdenhando do outro. Levantou-se caminhando de um lado para o outro, quando parou mirando as íris verdes que o cercavam.

"É bem simples, caro chanceler, quero que dê ordens aos seus subordinados para que deixem entrar pacificamente em Marte as naves que estão preparando-se na Terra para chegarem aqui." pigarreou "Também vai assegurar que esta informação não chegue ao governo Norte Americano terráqueo, senão, não apenas estará deflagrada a primeira guerra espacial, como a terceiro guerra mundial, além do fato de que será morto caso recuse minha proposta."

Octavian ouviu tudo com atenção e quando seu sequestrador terminou, percebeu o grande problema que gerara com um simples descuido. Ele respirou fundo, temia por sua vida mais que tudo, tinha quase certeza que sua captura renderia muito sofrimento e pior ainda, Penhallow não tinha qualquer chance de salvação, seu papel como farsante estava em xeque. O loiro olhou para o homem encapuzado e suspirou baixando a cabeça, estava perdido.

"Eu não sou o chanceler." proferiu tenso "Sou apenas uma isca. Os homens que deve ter enfrentado para chegar até mim já devem ter avisado que fui sequestrado e se isso aconteceu o verdadeiro chanceler deve ter informado aos governantes terráqueos e mobilizado o exército marciano"

Van Persen ficou chocado, aquilo não poderia ser verdade, ele estava mentindo, com certeza estava mentindo para se safar, para que ele o deixasse sair ileso, mas Tommaso não perderia a chance de torturá-lo, de arrancar a verdade dele, de fazê-lo ceder pelo cansaço ou pelo medo.

"Está mentindo, acha que é esperto?! Pois não é, sei que está mentindo" esbravejou o mais alto.

"Olha para mim" gritou erguendo a cabeça, olhava para o outro com expressão de total desespero "Eu tenho dezenove anos, estava praticamente desprotegido com dois seguranças inúteis. Acha mesmo que eu poderia ser o chanceler? Se me matar ou não, não fará diferença"

Tommaso ponderou, o garoto tinha certa razão no que dizia. Fora tão simples sequestrá-lo, chegava a ser irritante o fato de ter sido tão sortudo pelos guarda-costas terem cedido com apenas alguns socos, com certeza havia algo de errado. Mas se o loiro não era o chanceler, quem ele era e onde estava o verdadeiro chanceler?

"Diga-me, rapaz. Quem é você e onde está o chanceler?"

"Chamo-me Octavian, fui incumbido de me passar pelo chanceler caso invasores conseguissem entrar neste planeta e não sei onde está o verdadeiro, não faço ideia de quem ele seja. Não possuo qualquer informação útil para você, os NEUA e os EUA jamais me conferiria algo de tanta importância quanto isso, caso não saiba, eles não são estupidos como quem te enviou."

Van Persen sentiu-se injuriado, abaixou-se novamente de fronte para o outro e desferiu um tapa em seu rosto. Octavian gemeu de dor, imaginava que outras agressões viriam, nunca pensou que morreria assim, era difícil convencer aquele homem de que ele não serviria para nada e por isso deveria soltá-lo.

Tommaso levantou-se enraivecido, sentou-se em uma baqueta e esfregou as têmporas, ele nunca havia falhado em uma missão e aquilo estava sendo um verdadeiro fiasco.

"Olha, garoto, eu não quero te fazer mal, mas para isso você precisa me ajudar" disse ele, respirou fundo olhando com sinceridade para seu prisioneiro.

"Você vai ter que me matar, pois eu não tenho qualquer informação útil."

Ao ouvir aquilo o mais velho encheu-se novamente de raiva, não havia parado para pensar, mas deixara tudo para trás por uma simples farsa, estava perplexo, desde o planejamento aquele plano havia sido a prova de falhas, contudo, na pratica, tornara-se um verdadeiro naufrágio, o moreno estava com as mãos atadas.

"Você vai ficar aí, sozinho, até que resolva me ajudar." esbravejou "Sem água nem comida."

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Planeta Marte, esconderijo da RMA, 27 de abril de 2084

Fazia horas desde que seu raptor o deixara ali sozinho, no escuro, sem água nem comida. Octavian estava com medo, sede e fome, ele já não contava com um milagre, pensando que se aquele homem não o matasse da pior forma possível, o deixaria morrer por inanição. Seu estômago doía, sua garganta seca o incomodava e o silêncio do outro o assustava.

Repentinamente, ouviu-se novamente o barulho de passos, o homem voltara, desta vez trazia algo consigo. Octavian percebeu que se tratava de água e comida.

"Eu trouxe comida e água, morto você não me serve de nada." disse Van Persen.

Abaixou-se para dar de comer ao outro, retirou-lhe a mordaça e lhe deu um pouco d'Água, passou a alimentá-lo, percebeu também que enquanto o fazia o outro derramava algumas lágrimas sobre a comida, ele não fazia ideia do que comia, mas aproveitava cada migalha, assim como cada gota de água que consumia. Penhallow não havia sido brutalmente agredido nem nada, mas o moreno sabia que ele não estava acostumado com aquele tipo de situação, Tomma, que um dia fora tão dócil, estava agora inflingido dor a alguém por conta de um mísero trabalho. Onde estavam seus valores? Foi nisso o que pensou durante os três dias em que ficou ali pressionando o garoto, vendo-o chorar novamente nas duas outras vezes em que lhe dera de comer.

"Me mate, por favor, eu não aguento mais, não sei onde está o chanceler, não sei quem ele é nem mesmo sei se ele realmente existe." gritou aos prantos.

Octavian estava pálido, mas ainda assim corado pelo choro, não conseguia suportar mais aquela situação, nunca, em toda sua breve existência, havia ansiado tanto a própria morte. O mais incrível era que havia ficado débil em apenas quatro dias de reclusão, o cárcere o estava deixando louco.

Tomma retirou o tecido que encobria seu rosto, deixando Octavian surpreso. O loiro havia associado a imagem de seu sequestrador a um homem feio e que teria uma aparência mais velha, mas na verdade, aquele que estava diante de si, possuía feições dignas de um príncipe de contos de fada. Van Persen o desamarrou deixando-o atônito.

"Por que me soltou?" Indagou Octavian surpreso.

"Você não sabe de absolutamente nada, isso pode me custar muitas coisas, mas, vou dizer que conseguiu escapar."

Pelo último movimento o holandês não havia esperado. Octavian agarrou-lhe o pescoço roubando-lhe um beijo. Fazia tempos que não beijava ninguém e aquele estranho contato com seu refém não deixou de ser bem vindo, por mais estranho que fosse, deixou-se envolver pelos lábios gostosos do outro, acolhendo-o em seus braços, talvez aquilo fosse gratidão, quem sabe também, não se tratasse da famosa síndrome de Estolcomo.**


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Notas finais do capítulo

*Edward Joseph Snowden é um analista de sistemas, ex-administrador de sistemas da CIA e ex-contratado da NSA que tornou públicos detalhes de vários programas que constituem o sistema de vigilância global da NSA americana. [Wikipédia]

**Síndrome de Estocolmo (Stockholmssyndromet em sueco) é o nome dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo sentimento de amor ou amizade perante o seu agressor. [Wikipédia]

Existe mesmo um projeto para gerar vida em Marte a partir de 2033, os EUA quer levar amostras biológicas ao planeta, também existe um projeto holandês chamado Mars One que pretende ser pioneiro nesta façanha.

Orion é o nome com o qual foi batizada a nave que levará os cientistas da NASA à Marte.

Na mitologia grega, Ártemis é uma deusa da caça e Órion é um gigante caçador que está à seu ofício.

Não existe um elemento químico sintético capaz de forrar um planeta com vida, ao menos não que eu tenha conhecimento.



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