Romione - Quando o Amor Ultrapassa os Tempos escrita por FireboltVioleta


Capítulo 3
Grécia Antiga - Selíni e Marthus




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Da janela da pequena casinha de campo, Selíni podia ver o pouco do que lhe era permitido olhar do mundo ao seu redor.

A jovem tinha a alma curiosa, sedenta para saber o que havia do outro lado da montanha, onde podia enxergar, ao longe, as belas construções de Atenas no horizonte. Porém, encolhida no pequeno gineceu da casa, só podia comtemplar uma realidade que jamais poderia usufruir.

Os poucos que tinham contato com a pequena família que residia do lado rural da grande acrópole sabiam o quanto a vida de Selíni fora difícil, desde o seu nascimento.

Nascida menina, numa sociedade em que gerar um herdeiro homem era a principal – se não a única – utilidade das mulheres, o bebê foi quase assassinado pelos pais de sua mãe, que consideraram seu nascimento a continuação da maldição que a deusa Ilítia rogava contra sua família - onde nenhuma criança vingara até então, exceto a supostamente aviltante menininha que a mãe, Agatha, finalmente havia dado á luz.

Foram os próprios pais do bebê que conseguiram descobrir onde os avós haviam jogado a pequena para morrer, impedindo que o vasilhame que boiava no rio afundasse com sua pequena filha.

No fim das contas, Selíni era um dos motivos pelo qual a família se afastara da cidade, estabelecendo moradia depois das montanhas e cortando os laços com os temíveis avós da garota.

Pétros, o pai, não se importava que tivesse gerado uma menina, o contrário dos pais de Aghata. Amava aquela minúscula criaturinha do mesmo modo como teria amado um filho homem, e, em homenagem ao seu nascimento, numa lua cheia, lhe dera aquele nome tão especial.

A infância de Selíni foi ainda mais difícil do que as das garotas que moravam em Atenas. Já desde cedo destinada a permanecer em casa, exercendo ofícios que uma mulher honrosa deveria desenvolver, nunca teve contato com outras pessoas além das colinas, devido a seu afastamento da movimentação urbana.

Mantinha-se em casa quase o tempo todo, onde a mãe lhe ensinava todas as lições que aprendera quando era criança, repassando-as á filha.

Embora os olhos cobiçosos dos atenienses não vissem o que Selíni fazia, quem tinha contato com ela dizia que ninguém fazia tecidos como a jovem grega. Suas obras pareciam saltar dos fios de lã, tomando formas impressionantes e enchendo os olhos de quem as tinha em mãos.

Essa fama, após um bom tempo, finalmente chegou á um parente distante, que residia na acrópole. Pétros viu, ali, uma oportunidade de conseguir um marido digno para a única filha

Um dia, numa tarde excepcionalmente calma, Selíni terminava de tecer um belo tapete na pequena varanda de sua casa, quando o pai se aproximou.

— Iremos para a Acrópole ao amanhecer - disse Pétros, afagando os ombros finos da jovem - mostrará seus belos tecidos, e, com sorte, arranjar-te-emos um marido. Não precisarás mais esconder-te tanto, minha filha.

A garota acompanhou Pétros retirar-se do cômodo, ofegando baixo.

Selíni deixou seus olhos divagarem no espaço antes ocupado pelo pai. Estava animada - e, ao mesmo tempo, relativamente assustada. Finalmente descobriria o que havia por trás da montanha.

Embora a perspectiva de arranjar um marido lhe parecesse quase agourenta, aquela seria sua oportunidade de conhecer o mundo lá fora, e não poderia estar mais entusiasmada com a iminente viagem.

Depois de todos os pertences arrumados no dorso de um avelin pampa, Pétros e Selíni partiram, deixando uma Agatha preocupada a esperançosa para trás.

O sol começava a nascer entre duas altas montanhas, e Selíni se encantou com aquela vista. O céu se turvava com cores magníficas, que a jovem jamais conseguira ver de maneira tão esplendorosa na clareira na qual vivia.

Passado alguns minutos, avistou uma raposa correndo apressada na direção contrária, sentindo-se sorrir com a beleza do animal. 

Foi então que, com um peso no coração - e olhos arregalados de espanto -, percebeu do que a raposa corria tanto.

Galopes velozes e firmes levantavam poeira na direção dos dois viajantes.

A partir daí, tudo aconteceu muito rápido. Pétros foi derrubado de seu cavalo, imobilizado, enquanto Selíni presenciava tudo, sentindo o horror lhe dominar

— NÃO! - gritou, jogando-se na frente do pai caído, pouco antes que a espada pudesse atingi-lo no peito. 

O homem impediu-se, brandindo a lâmina da espada no ar.

Selíni nunca havia visto um guerreiro antes, mas era mais que perceptível que se tratava de um.

Ele usava uma capa tão negra quanto os olhos - a única parte do rosto do homem que era visível através do elmo, além de sua boca.

— É ouro que você quer!? - abrandou um pouco mais o tom, mas com igual desespero. – não possuímos muito... mas serás teu! Apenas deixe-nos em paz!

Os lábios do guerreiro se contorceram em um esgar presunçoso. 

— Parece - a voz dele era tão intimidadora quanto seus olhos. - que não costumas vir muito para este lado das montanhas... não é, psomí méli??Selíni engoliu em seco, assustada e confusa.- Por favor...

— Nenhum ouro seria de tanta valia quanto carne fresca. - o guerreiro fechou a mão no braço de Selíni, içando-a violentamente do chão.

— O QUE PENSAS QUE FARÁ COM A MINHA FILHA!? - Pétros se ergueu logo em seguida, não parecendo intimidado pela espada apontada para ele.

— Saias para lá, velho! - ele berrou.

Selíni teve sua visão comprometida, quando a espada do homem se ergueu em direção do pai, a luz do sol refletindo na lâmina.

Porém, se jogou em cima dele afastando-o de Pétros.

— POUPE-LHE A VIDA, EU SUPLICO! - ela gritou, lágrimas começando a inundar suas bochechas. – irei contigo de boa vontade... contanto que poupe a vida de meu pai... por favor!

O guerreiro a fitou por alguns segundos.

Os olhos amendoados, os cabelos escuros e longos, o rosto tão jovem quanto o dele, a respiração acelerada, e as lágrimas secando com o calor. As mãos pequenas e delicadas apertavam os braços dele com toda a força que ela podia - força que, para ele ainda não era nada.

— Certo - grunhiu, maneando a cabeça. - foi mais fácil do que esperava.

Desferiu um soco no estômago de Pétros, ao que ele caiu, com lágrimas nos olhos, contorcendo-se contra o chão.

Selíni gritou. Em poucos segundos o guerreiro já colocava a jovem em seu cavalo, e subiu a longa e tortuosa estrada das montanhas em seguida, passando os braços ao redor dela para segurar as rédeas.

Levantaram uma imensa poeira ao se distanciar.

Estava anoitecendo, e Selíni chorava baixinho, encolhida na entrada da barraca que Marthus montara.

Ele havia dito seu nome inesperadamente, depois de uma enxurrada de ''monstro!'' vindo da boca da jovem – talvez esperando que ela usasse-o em lugar de seus insultos lamentosos.

— Para onde me levarás? - fungou.

Era a terceira vez que perguntava.

Ele amolava sua espada a poucos metros dela, erguendo-lhe os olhos claros e secos.

— Parece-me que não gostas de surpresas. - Marthus deu de ombro,s e se virou - iremos ao acampamento espartano mais próximo da acrópole. Suponhamos que os guerreiros pagar-me-ão um bom ouro por ti.

A aparente indiferença do homem a sua frente fez com que Selíni estremecesse.

Ele se levantou, e finalmente tirou o elmo que escondia parte do seu rosto. A jovem ateniense segurou um ofegar assustado.

Era uma aparência doce e amável, ao contrário dos traços duros que esperava encontrar, e que contrastava muito com a altura do guerreiro. Ele era perigosamente belo, e parecia ser tão jovem quanto ela.

— Tu lembras a deusa Selene - Marthus estava agachado em frente a ela, e passava o indicador por sua bochecha.

Selíni sobressaltou-se ao perceber o quão próximo Marthus estava. Embora tivesse os dedos em sua face – talvez pelo choque – parecia ter esquecido de se esquivar de seu toque.

— Meu nome é Selíni - as palavras saíram de sua boca, antes que pudesse se conter.

Estaria engatando em uma conversa amistosa com seu raptor?

— Essa pele... - a voz do guerreiro não era nem de longe a mesma de horas atrás. Parecia quase amigável - nunca vi igual. 

Selíni estava petrificada, e seu coração adquirira um batimento descompassado. As mãos de Marthus afundaram em seu cabelo, e ele se aproximou.

Um barulho lá fora os fez entrarem em estado de alerta.

— Volto em breve - o tom de voz de Marthus voltara a ser duro - não tentes nenhuma tolice.

Suas bochechas formigavam nos exatos locais por onde os dedos dele haviam passado, e ela sentia coisas estranhas no estômago.

Deitou-se, tentando, a todo custo, tirar seus pensamentos de lugares inapropriados.

E então, pensou em seu pai, e se este conseguira chegar em casa são e salvo. Pensou em como ele contaria tudo para a mãe, e o que ambos iriam fazer.

Acabou adormecendo.

Os primeiros raios de luz acariciavam as nuvens, e o sol prometia ser tão quente quanto no dia anterior.

Selíni saiu da barraca, para encontrar Marthus acariciando seu cavalo.

— Tem carne de chacal na fogueira - mesmo estando de costas, pareceu sentir a presença dela - comas depressa. Temos de partir.

— Ele parece-me cansado - ela pareceu se desligar do terrível destino que a aguardava, e encarou o animal, um belo, porém trêmulo, garanhão albino.

— Ouranos está ficando velho. - Marthus comentou, e logo depois a encarou. Sua expressão se vincou, irritada - pare com esse olhar.

— Que olhar? – assustou-se a menina.

— Esse olhar... inocente... puro - Marthus parecia frustrado com algo, e, de repente voltou a se aproximar de Selíni – queres enlouquecer-me?

— N-não tive intenção - ela não sabia direito o que responder. Seu coração voltava a bater freneticamente.

Parecendo adivinhar os pensamentos dela, Marthus pegou a mão direita de Selíni, e guiou-a para o lado esquerdo de seu peito desnudo. 

Criado desde criança numa sociedade que valorizava a força, a coragem e a obediência aquém de qualquer outra, fora extirpado de qualquer traço de compaixão – qualquer sentimento que o tornasse fraco e inútil perante Esparta.

No entanto, agora, via a jovem grega que raptara, e sentia toda a couraça que construíra em torno de seu coração começar a se desfazer, tal qual o sal que a água elimina ao redor de um precioso cristal.

— Thymos - ele apertou os olhos, parecendo que cada palavra que iria falar doeria. Selíni observou os raios de sol atravessando os cílios do rapaz. - rápido como nunca antes. Mas terei que cumprir meu dever, Selíni.

— Tu não devias ser obrigado a fazer algo que não queres. 

Por alguma razão, Selíni sentia verdade nas palavras do espartano, e disse aquilo não só com a intenção de escapar do horror que a aguardava, mas com um crescente desejo de que ele não fosse mais o vilão de tudo aquilo.

— Diz-me isso porque queres se livrar de todo o mal que lhe espera... - novamente, ele pareceu ler seus pensamentos e encostou suas testas, surpreendendo a jovem – tua beleza... tua doçura... levar-me-á a ruína... eu posso sentir.

— Marthus. - Selíni não reconhecia mais o próprio tom de voz. Ele pareceu se surpreender com o tom doce da moça, e reabriu os olhos. - quero desesperadamente continuar aqui. Suplico-lhe... não me entregues á lugar nenhum – ofegou - sei que estás sentindo o mesmo que eu... e eu...

Sentir as lágrimas se derramarem no dorso de sua mão foi demais para o jovem guerreiro.

O espartano colou os lábios nos da ateniense, apertando-a urgentemente contra si.

Naquele momento, não lhe importava mais o que lhe ditava o dever. Não se lembraria do que estava obrigado a fazer.

Era como a lua pousando majestosamente no mar.

Decidiu, dentro de si, que não tomaria mais o caminho do acampamento de escravas. Não entregaria aquela jovem – com a beleza de Afrodite, e a pureza da própria Atena -,

nas mãos dos ímpios e pervertidos homens da infantaria espartana.

Selíni não sentiu mais medo. Embora conhecesse aquele rapaz há menos de um dia, sentia como se já tivessem vivido juntos durante uma vida inteira. Percebia sua alma agora. E jamais vira uma tão bonita.

Algo em seu coração dizia que ela ali que devia estar.

Suas mãos enterraram-se nos cabelos de Marthus, aprofundando o beijo.

Daquele momento em diante, o espartano poderia ter encaminhado tudo para algo fisicamente mais prazeroso.

No entanto, nem lhe passou pela cabeça macular a pureza encantadora da jovem grega – não até que esta também sentisse o desejo que começava a lhe nascer no peito. Pela primeira vez em sua vida, estava colocando a vontade de alguém á frente da sua – e aquilo não era tão ruim quanto um espartano poderia imaginar.

Passaram o restante do dia no mesmo local, ao contrário dos planos originais do espartano. Ele lhe fez dezenas de perguntas sobre sua vida na Grécia, e Selíni saciou toda sua curiosidade sobre o estilo de vida em Esparta.

Assim que a noite caiu, Marthus acabou escoltando-a de volta a sua própria barraca - não sem antes despedir-se de Selíni com outro beijo apaixonado, prometendo ficar de vigia durante a noite toda.

A jovem adormeceu pouco tempo depois, desejando em seu íntimo que – ao contrário do que almejara antes – tudo aquilo não fosse um sonho do qual despertaria durante a manhã.

Quando saiu da barraca, não encontrou Marthus do lado de fora.

No entanto, um prato de latão, cheio de frutas, a recebeu na entrada de seu abrigo. Faminta, comeu quase todas as uvas do cacho, lambendo os dedos, rindo-se ao imaginar o que a mãe lhe diria sobre a falta de compostura durante sua refeição.

Pensar na família lhe trouxe uma pontada no peito. Já sentia uma falta imensa dos pais.

Imaginava se, talvez, conversando com Marthus, ele a levaria de volta para casa. Assim, explicaria tudo á eles. Com alguma sorte, o rapaz poderia até fugir de Esparta, e morar com eles na fazenda.

Assentiu consigo mesma. Eles iriam entender.

Começou a olhar ao redor, procurando pelo jovem guerreiro.

Ainda sonolenta, com o queixo erguido adiante, sentiu seus pés tropeçaram em algo. Sentiu os dedos se molharem com um líquido viscoso e quente.

Baixou o olhar.

E sufocou um grito de terror, ao perceber o sangue no chão.
Adiante, com um rombo horrendo no pescoço, encontrava-se o corpo sem vida de Ouranos.

Selíni soluçou, começando a gritar para o horizonte.

— MARTHUS! – iniciou a correr pelas pedras, procurando-o – MARTHUS!

Ouviu, bem próximo, o som de espadas colidindo entre si, e sentiu seu peito se apertar.

Andou pelas árvores troncudas do pequeno bosque adiante, enquanto o barulho do confronto aumentava em seus ouvidos.

Por fim, enxergou os combatentes alguns metros adiante.

Pétros e Marthus cruzavam suas armas uma contra a outra de modo feroz.

O alívio e felicidade de rever o pai, no entanto, foi sobrepujado pela preocupação com o rapaz espartano, que – para perplexidade de Selíni – embora fosse superior em termos de força, se mantinha numa posição defensiva, como se não ousasse infligir dano ao grego com o qual duelava.

A verdade era que o rapaz sabia o que aquilo causaria á Selíni. E decidira que não lutaria contra o ancião.

Marthus não brandiu sua espada em momento algum, mesmo quando Pétros engatou-a na lâmina de sua arma, jogando-a para longe, e deixando-o completamente vulnerável.

Selíni correu na direção dos dois, chorando desesperadamente, quando o pai ergueu sua lâmina contra o rapaz.

— PAI! NÃO!

Não chegou a tempo.

A espada de Pétros desceu pela garganta de Marthus, cortando-a de lado a lado.

Os joelhos da garota cederam, imitando o corpo do guerreiro espartano.

— NÃO!

Com o pouco de energia que reuniu, jogou-se até ambos, caindo debruçada sobre o corpo ensanguentado de Marthus, abraçando-o de modo desesperado.

Ouviu, baixo como uma brisa, o sibilo moribundo do rapaz em seu ouvido.

— Minha... Lua...

Estremeceu, aos prantos, quando o corpo de Marthus relaxou em seus braços.

A garota beijou-lhe a testa, chorando alto, antes de erguer o olhar para o pai, que ainda ofegava, segurando a espada manchada de sangue.

— Selíni... – o homem balançou a cabeça – você... não...

A jovem rilhou os dentes, sentindo o ódio a dominar.

— Tu... tu o mataste, meu pai. TU O MATASTE!

E o ódio, por fim, foi substituído pelo vazio.

Aquele rapaz havia se tornado seu mundo em tão pouco tempo. E agora Selíni sentia que havia perdido tudo que poderia ter existido em seu futuro.

Sentiu-se perder na escuridão.

Fez uma prece fervorosa e silenciosa a Hades, soltando o corpo do espartano, e apanhando a espada que ele brandira em vida.

As Parcas deviam tê-la destinado á aquilo. E, sendo assim, não julgaria as decisões do seu fio do Destino.

Por favor... Hades, Senhor dos Mortos, suplico que atendas minha prece... suplico que mandes Marthus aos Campos Elísios, onde repousará em paz, e permitas que tua serva lhe acompanhe para uma nova vida em teu Reino.

— Selíni... – Pétros arquejou, erguendo a mão.

A garota ergueu-se, sorrindo para o pai.

— Não chores, meu pai. Encontraremo-nos novamente no Elísio. Teremos uma segunda chance. Mas é com ele que eu deverei estar em minha próxima vida.

Pétros gritou, mas nada pôde fazer para evitar que Selíni enterrasse a espada contra o próprio peito.

Selíni sentiu a tristeza se dispersar, assim como sua própria vida, para fora de seu corpo terreno.

Abraçou a espada, desabando sobre o corpo de Marthus, unindo-se a ele num abraço eterno, finalmente com a paz que desejara.

Sua oração seria atendida.

Mas não onde esperava.


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