O dia finalmente chegou. Eu estava borbulhando em animação, e Asami parecia igualmente animada. Era importante tê-la nos assistindo, algum tipo de super confiança brotava em mim quando ela estava por perto.

O patrocínio havia dado certo, o pai de Asami concordou e ficamos rapidamente super famosos quando o boato se espalhou, e, claro, antigos fãs meus rapidamente me reconheceram e logo eu, Bolin e Mako estávamos cercados e sendo entrevistados na entrada dos vestiários. As categorias eram separadas nessa competição. Eu, infelizmente caí na categoria de mulheres e teria um longo e chato caminho pela frente até eu derrotar todas as mulheres e finalmente caísse na categoria dos homens. Bolin foi para os pesos mais pesados e Mako foi a alguma categoria de homem aí. Éramos da mesma equipe, mas três de nós não poderiam enfrentar a fase final, o que acabasse vencendo em tudo e com a maior pontuação iria poder enfrentá-la, de todos os que estavam ali competindo, e talvez Bolin e Mako não passassem para as finais de qualquer forma, afinal, era a primeira luta deles. A campeã final que o vencedor enfrentaria, e a que tomou meu antigo lugar agora, era tal de Bandida Cega. Era realmente um nome muito estranho, ela não poderia ser cega de verdade, não? Afinal, como alguém assim poderia lutar normalmente? Iria ser uma luta injusta.

A primeira rodada era hoje. Depois de me livrar dos meus fãs, consegui fugir para o vestiário e aproveitar para treinar um pouco antes da luta. Eu não sabia o nome da garota que iria me enfrentar, não me importava também, eu estava sendo ambiciosa, não queria admitir que queria me exibir para Asami, mas eu queria enfrentar logo a tal Bandida Cega e reclamar meu título de volta.

Logo ouvi a academia inteira gritando e coloquei a cabeça para fora do vestiário em curiosidade. Se não me engano, a primeira luta era do Mako, então eu estranhei a gritaria, pois ela havia acabado de começar. Quando vi um cara jogado para fora do ringue e o juiz anunciando a vitória de Mako, meu queixo caiu em surpresa, bom, talvez eles não fossem tão fracotes quanto imaginei, como eu ao menos consegui empurrar esse cara sem problema algum e fazê-lo ficar amedrontado, afinal?! Ele não parecia comovido com os gritos de emoção, mantinha sempre a expressão fria que constantemente dava-se para notar em sua face, e dali saiu até o vestiário com uma toalha no pescoço, embora nem houvesse suor para secar. Eu e Bolin o cercamos e sorrimos iguais crianças diante de um presente de natal

– Cara, você foi incrível!

Ele arqueou uma das sobrancelhas quando dissemos isso em uníssono e deu de ombros.

– Tanto faz, foi normal. O cara era um fracote.

E assim saiu andando para o vestiário e deixando nós dois nos empolgando sozinhos. Eu juro, eu posso ter virado amiga desse cara, mas eu não sei o que diabos o faz ficar empolgado. Agora era minha vez. Minha oponente era uma tal acrobata com um sorriso infantil assustador. Não haviam muitas mulheres na competição, apenas ela, uma mau-humorada, outra de olhos amarelos e cabelo preto meio sádica e extremamente assustadora pra uma garota que não parecia estar nem na faculdade e também uma extremamente alta! Nem parecia realmente apenas uma garota. E ela usava uma maquiagem estranha. Essa última eu enfrentaria provavelmente só daqui umas semanas, já que, enquanto era iniciante, eram duas lutas por semana, depois começariam a ter mais lutas à medida que os lutadores diminuíssem. Por serem também poucas mulheres, elas não eram tão fáceis de derrotar como o cara que Mako jogou para fora do ringue, a própria garota acrobata foi um pouco difícil mas logo ela estava no chão e todos estavam gritando, e eu, claro, não poderia perder a chance de comemorar, percebendo também o sorriso que Asami enviava em minha direção, que valeu todo o meu dia. Quando saí do ringue, logo fui envolvida por um abraço de urso que retirou todo meu ar dos pulmões e então tarde demais percebi que era Bolin. Ele estava me levantando do chão. E cara, ele estava super animado.

– Korra. Você. É. Minha. Heroína!

Eu sorri diante de sua animação e dei tapinhas em seu ombro que o fez acordar pra realidade e me soltar finalmente, abrindo um sorriso brilhante, mas assim que ele foi inflar mais meu ego, senti outro par de braços, mas estes eram mais suaves e gentis, e claro, eu conhecia aqueles braços.

– Asami!

– Parabéns campeã. Talvez mereça uma pequena recompensa mais tarde por essa vitória.

Ela sussurrou aquilo. Pelos espíritos, ela sussurrou aquilo em uma voz super provocante! Eu provavelmente comecei a corar, já que Bolin começou a rir, sussurrou algo de deixar o casal sozinho que me deixou ainda mais envergonhada e saiu andando. Ela se afastou e olhou para mim com os olhos verdes a brilhar e um sorriso que seria minha morte algum dia, eu juro. Mas enquanto eu tinha o privilégio de sobreviver para vê-lo, eu retribuía com um sorriso brilhante. Foi uma vitória e tanto e no caminho para o vestiário novamente, ela mencionou alguma coisa de que a recompensa melhoraria a cada vez que eu vencesse o que com certeza melhorou em 600% minha ambição. Eu tinha que vencer a tal Bandida Cega e fazer Asami ficar orgulhosa de mim, era isso que me importava.

As lutas terminaram no final da tarde. Despedi-me de Bolin e Mako e saímos felizes com nossas vitórias, eles iriam comemorar de sua própria maneira e Asami a recusou, preferindo me arrastar de volta para a mansão. Eu estava curiosa e logo me vi na sala de jantar, sozinha, Asami disse que já voltava. Passaram-se bons minutos e logo ela voltou. Wow, ela estava com um avental! E quase nada de roupa por baixo. Não tive tempo de surtar com isso quando ela me serviu um prato de algum ensopado que cheirava muito bem, e tentando não me hipnotizar pela sua jogada de cabelo e sorriso brilhante, eu prestei atenção nas suas palavras a seguir.

– Eu me lembro de algumas coisas que algumas empregadas me ensinaram a cozinhar, diziam que eram receitas da minha mãe e eram muito boas. Essa é a mais simples delas, e será sua primeira recompensa. A medida que você avançar em suas lutas, posso fazer receitas mais gostosas, e claro, dar algumas recompensas a mais.

Aquela última fala atravessou meu corpo como um choque. Era tão provocante que era impossível não pegar-se imaginando o que mais eu poderia receber de recompensa além das receitas. Falando nelas, eu decidi experimentar o ensopado enquanto ela me olhava com olhos curiosos. Eu não sei o que houve a seguir, mas eu estava já no segundo prato. Aquilo era muito bom! Eu mal podia esperar pelas receitas mais deliciosas que ela mencionou. Eu não precisei agradecer, ela já sorriu em seguida e pareceu ter entendido toda minha fome e gula com seu ensopado como um grande agradecimento e apreciação de sua recompensa. Eu juro que eu poderia comer aquilo minha vida toda.

Finalmente, quando terminei de comer, dei alguns tapinhas na minha barriga e abri um sorriso preguiçoso para Asami que passou a recolher tudo e chamei sua atenção com minha fala seguinte.

– Sabe, isso estava ótimo. Sortudo será quem poderá ter você como esposa futuramente.

Ela pareceu triste e agradecida ao mesmo tempo, de forma estranha. Logo ela camuflou a tristeza e abriu um sorriso quase forçado de agradecimento.

– Eu fico feliz que você tenha gostado.

Eu logo arqueei a sobrancelha, mas abri outro sorriso grande e preguiçoso para ela.

– Eu amaria ter essa sorte, é claro.

O que veio a seguir foi com certeza a coisa mais bonita que vi na vida. Seus olhos iluminaram como fogos de artifício e ela abriu o sorriso mais bonito que já vi antes de levar a louça suja embora e me deixar ali, paralisada um bom tempo com o choque da incrível beleza que eu pude presenciar.