Uma esposa para Itachi Uchiha escrita por Anny Taisho


Capítulo 3
Spinoff - O primeiro ano


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, como eu disse capítulo só tem semana que vem, mas como duas leitoras comentaram da história da Mikoto, eu resolvi por em prática a minha ideia de um Spinoff, principalmente pela Sophia-chan que é minha leitora de outros carnavais.

Para quem não sabe, Spinoff é uma história que ocorre paralelamente a história principal concomitante ou não. Nesse caso, esse Spinoff se passa no passado, quase quarenta anos antes e todos eles vão falar de como foi o início do casamento de Mikoto e Fugaku.

Espero que gostem e nossa, como essa fic está visualizada, não me importaria que mais gente aparecesse. Kisskiss



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Mikoto nasceu Uchiha, seus pais pertenciam ao clã e seus irmãos consequentemente também. Como o esperado, o sharingan não lhe veio, em mulheres seu aparecimento não era tão comum. E mesmo com dois irmãos mais novos tendo, nunca sentiu inveja de fato.


Cresceu numa casa suficientemente grande que sempre estava cheia de gente. Os pais podiam não ser de um dos braços principais da família, mas eram pessoas muito receptivas que gostavam de receber. Eles eram donos de uma loja de artigos ninjas e por isso aprendeu com maestria a arte de administrar já que estava sempre a volta deles ajudando.
Quando a mulher que viria a ser a matriarca Uchiha era jovem, o mundo estava em guerra e por mais que tentassem viver o mais naturalmente possível, o fantasma da perda estava sempre a volta deles e a infância dela foi marcada por muitos enterros. Entretanto, somente aos dezeseis anos houve a primeira perda que realmente a impactou, um de seus irmãos mais novos, Koeri, com apenas onze anos.


Foi um ano difícil naquela casa como muitas outras famílias vinham enfrentando todos os dias. E apesar do vazio deixado, a vida seguia em frente, mas seu otouto sempre estaria em seus pensamentos. Dois anos mais tarde, quando já era uma jounin líder de equipe veio a outra tragédia que marcaria sua vida, seu outro irmão mais novo com apenas quinze foi outra vítima do campo de batalha.


E aquilo sim foi marcante.


A casa grande em que cresceu nunca lhe pareceu tão vazia e os pais sempre tão amistosos e dispostos a conversar e receber gente passaram por um longo período recluso. Outro pedacinho de seu coração ficou perdido em meio todo aquele tormento. Novamente os dias foram passando e eles tiveram que seguir em frente.
Trabalhava como professora na academia e tinha seu próprio time, de vários que teve ao longo de alguns anos, naquele tempo era muito rotativo. As crianças precisavam crescer muito rápido. Também ajudava os pais na loja e por isso conhecia praticamente todas as pessoas do clã.


Aos vinte anos, uma longevidade considerável naquele tempo, sabia que estava as portas de um casamento arranjado. Teve namorado uma vez, mas não foi significativo o suficiente e ela confiava nos mais que nela própria para escolher um bom homem com quem pudesse casar.


Sem que pudesse imaginar num dia quente de primavera em que estava comendo com sua família ou pelo menos o que restou dela Mikoto ouviu da boca do pai que havia acertado um bom casamento para ela e indagou se havia qualquer tipo de oposição. A mulher docemente sorriu e disse que não havia problema.


Desde aquele dia havia se passado um ano e dois meses.
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Olhou ao redor da casa que agora era sua, não era a maior, mas também se tratava de algo provisório. A casa em que viveriam mesmo foi destruída num incendio junto com um bairro do distrito, coisas de guerra. E tudo ali era sublimemente silencioso. Passava a maior parte de seus dias sozinha, Fugaku tinha muito o que fazer e raramente estava em casa. Excetuando a hora do almoço em que ele ficava exatamente um hora ali e o jantar, sempre que estava na vila ele pontualmente estava em casa nesses horários.


Foi um choque quando ouviu o nome de seu futuro marido, mas se foi o decidido, quem era ela para ir contra? Ela conhecia as histórias sobre o casal Fugaku e Mirai, eles eram umas das melhores equipes do clã na guerra e sua parceria ia muito além, mas aparentemente ela não era o que os anciãos queriam para esposa de seu próximo líder.


Teve medo por isso.


Sempre esperou um casamento arranjado e sabia que faria o seu melhor para fazer dele o melhor que conseguisse, mas a maioria das pessoas ali pensava assim e portanto seria mais fácil. Só que Fugaku não a queria como esposa e podia tornar sua vida um inferno.


Felizmente ele era um homem sensato que sabia que a culpa não era dela, mas isso não queria dizer que ele queria aquela vida. Havia notado como ele rígido e preocupado, sem dizer reservado, principalmente agora de coração partido. Gostaria de poder fazer algo por ele, mas o máximo que podia era não tornar a convivência pior, com o tempo era certo que se acostumaria.


Só que esse dia nunca chegou.


Ele nunca ficou mais a vontade em sua presença ou fazia realmente alguma mensão a notar que simplesmente existia ali. Numa conversa breve, umas raras que tiveram, ele deixou claro que semanalmente deixaria o dinheiro para despesa da casa e uma mesada para ela, poderia continuar como professora na academia e que naquele momento eles não teriam mais nenhum tipo de contato. E isso queria dizer contato físico.


Ela era uma kunoichi, já havia namorado e mantido contato, mas isso fazia bastante tempo. Olhou novamente ao redor daquela casa vazia e quase... lúgubre? E anseou pelos tempos anos antes na casa dos pais com os irmãos fazendo barulho e sempre com alguma visita a receber.


Sentia-se muito sozinha, mesmo ele não tendo imposto qualquer regra sobre visitas ou saídas. Desde que fizesse suas tarefas e não se colocasse em nenhum risco ele havia dado carta branca por assim dizer. Para passar o tempo começou a cuidar de questões administrativas que o marido parecia não gostar de fazer. O distrito Uchiha era um lugar grande e precisava de manutenção, havia briga entre vizinhos, os armazens de armamentos precisavam estar sempre cheios... E ela boa nisso.


A volta do sexto mês ele lhe dera uma procuração com plenos poderes para exercer a função em nome dele desde que houvesse sempre um relato sucinto sobre a mesa sobre o que ela fazia e para onde ia o dinheiro dos impostos pagos ali dentro.
Para Mikoto aquilo quis dizer que ele não queria vê-la ao redor dele com papéis para ele assinar. Para Fugaku era apenas a maneira mais eficiente de se fazer o serviço.


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No sétimo mês a Uchiha decidiu que estava cansada de viver isolada naquela casa, as pessoas pareciam se manter longe por respeitar o espaço do líder deles, mas ela achava que um líder deveria conhecer as pessoas. E bem como ela era quem lidava com gente e com os problemas do dia-a-dia se colocou direito de conhecer todos e abrir as portas se sua casa, ele nunca estava lá mesmo.


E logo tinha feito amizade com a esposa do irmão dele que tinha um adorável bebê de colo chamado Shisui e que moravam a poucos minutos deles. Foi fácil passar a ter gente ali, as pessoas gostavam dela, Mikoto ouvia seus problemas e ajudava a resolver. Tanto que a maioria das pessoas preferia falar com ela a levar os problemas diretamente aos administradores.


Logo no clã Uchiha não se falava de outra coisa além de como Mikoto era gentil, inteligente, cuidava perfeitamente da casa, recebia as pessoas, resolvia seus problemas com conselhos simples. Todos elogiavam Fugaku pelo bom casamento.


Sempre que podia trazia o irmão dele para o jantar com a família, era melhor que comer sozinha com o marido. E quando não, por vezes pegava o pequeno Shisui para olhar, Aika sempre tinha muito o que fazer com as amigas e gostava de um tempo para si, era uma boa mãe, apenas não gostava de sê-lo em tempo integral e ninguém seria melhor com seu filho do que Mikoto.


Fugaku que antes pôs os olhos no sobrinho um par de vezes apenas agora o via sempre num dos braços de Mikoto. Seja com Aika sentada a mesa tomando chá enquanto ela fazia outra coisa, ou quando o irmão vinha falar de algo do clã e trazia o filho ou mesmo quando a esposa de bom grado trazia o menino.


Ela não parecia ter dificuldade alguma em fazer as tarefas com o menino ao redor. Aparentemente ela notou sua curiosidade muda e respondeu apenas muito levemente.


– Eu tive dois irmãos bem mais novos e ajudei a cuidar deles.


Não sabia disso. Mas como ela disse que teve e ele não os viu no casamento imaginou que estivessem mortos.


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Perto do nono mês, eles não haviam trocado muitas palavras. A mulher respeitava o espaço imposto pelo marido, mesmo com Aika sempre dando conselhos para Mikoto tentar seduzi-lo, mas ela já o conhecia o suficiente para saber que não funcionaria. E foi a primeira vez que teve o marido em casa tanto tempo.


Depois de voltar muito machucado de uma missão ele teria de ficar em casa, sob cuidados. Em tempos de guerra os ninjas médicos eram poucos e muito dos ferimentos tinha que curar a moda antiga com gasto de tempo. Sentia-se incomodada com a figura silenciosa dele vagando pela casa quando ele já podia andar.


Entretanto decidiu que isso não a faria parar com suas tarefas.


Continuava recebendo as pessoas, fazendo as obrigações domésticas, indo ajudar na academia pré-gennin e cuidado do marido. Todo remédio era dado na hora certa, as feridas eram sempre limpas duas vezes ao dia, as refeições eram perfeitamente balanceadas e servidas quentes. Isso sem nunca falarem muito, normalmente mal o olhava a aquela altura.


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Ficar tanto tempo em casa nunca foi do feitio do Uchiha, mas o que se podia fazer? E quando já fazia dois meses simplesmente estava a beira da loucura. As únicas pessoas que vinham eram os pais dele, o irmão e a mulher e alguns homens que o mantinham informados.


Mikoto parecia sempre muito ocupada e ele realmente não imaginava como recebiam visitas. E quando não havia nada a se fazer ela estava silenciosamente sentada tomando chá ou cuidando de uma pequena horta. Ela não fazia perguntas demais, não conversava demais... A essa altura teria esperado alguma reclamação direta ou per meio da mãe, mas ninguém parecia saber do acordo deles, talvez Aika, mas ela nunca falaria com ele.


Estranhamente sentia-se solitário quando ela sabia e Mikoto passava muitas horas fora.


Num dia de tédio e compelido por uma curiosidade que não sabia explicar resolveu segui-la. Ele era um ninja de elite e seguir alguém não podia ser considerado um esforço além do normal.


Ela passou por uma das ruas nova e iluminadas, foi engraçado vê-la chacoalhando um poste de fio subterrâneo... Logo depois ela estava na loja da família que foi contratada para fazer e aparentemente reclamou do serviço e disse que não aceitava menos que o melhor. Passou pela floricutura encomendando um buque de lírios que sempre estava na mesa, a mãe parecia sempre achar que era obra dele e ela nunca desmenti. Fez alguma compra de mantimentos e pediu que entregassem. Foi academia ninja e com certeza eles estavam sem um professor, e prontamente ela deu a aula e pegou o horário para cobrir aquele déficit. E por fim estava tomando café e comendo bolo com uma ruiva que só depois Fugaku ia reconhecer como Kushina Uzumaki.


Tratou de estar em casa antes que ela chegasse como se nunca tivesse saído de seu escritório. A viu fazer o jantar e servir para eles, aquela era uma das incomuns noites que comiam sozinhos. A via terminar de limpar a faca que usou para cortar o peixe quando a viu olhar em sua direção.


– Dá próxima vez que quiser saber o que eu faço fora de casa, apenas pergunte, se quiser eu até deixo um intinerário em sua mesa, mas nunca mais me vigie como se eu fosse uma criminosa.


Dito isso ela guardou a faca e sentou a frente dele para jantarem sem falar mais nada, no silêncio costumeiro deles. Naquele momento o Uchiha não teria palavras nem se quisesse, então ela sabia dele todo o tempo? Por Kami! Se sentiu um idiota.


E foi assim o primeiro ano do casamento de Fugaku e Mikoto.


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Notas finais do capítulo

Olá gente, vou esclarecer alguns pontos.

Eu imagino que a Mikoto foi sim uma grande dona de casa e mãe, mas também que ela era uma mulher eficiente que fazia o trabalho que podia. Vamos lembrar que ela cresceu em meio a uma guerra ninja, então mesmo sendo uma Uchiha, ela assim como todos tinha que fazer o que era preciso. Mão de obra escassa, mantimentos escasso, falta de médicos.

E sobre o distrito Uchiha, assim como o complexo Hyuuga, eu o imagino que eles sejam grandes os suficiente para ser uma pequena cidade com certa autonomia interna. E com administradores, a coloquei fazendo o que seria o mais primal da administração que seria lidar com pessoas e encaminhar as necessidades a quem podia fazer algo, mas como Fugaku era o líder, para coisas menores ela teria certa autonomia em mandar fazer.

Acho pouco provável que ela tenha simplesmente servido para parir os filhos do Fugaku, como esposa dele em um tempo tão complicado, creio que ela tinha que ser uma mulher que podia cuidar de tudo enquanto o marido estava fora. Assim como acho que todas as mulheres não necessáriamente ninjas de Naruto fizeram, a exemplo de Yoshino, a mãe da Ino, a mãe do chouji.

Kisskiss



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